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Dinâmica de Filosofia sobre os Mitos

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 ELIADE, Micea. Mito e Realidade, São Paulo: Ed. Perspectiva, 2010, 7-23
Os mitos como vias prévias ao surgimento do “lógos” da Filosofia
O texto “Mito e Realidade” de M. Eliade foi escrito com o propósito de esclarecer, em sentido mais amplo, o que é e qual a importância do mito nas sociedades. De acordo com o autor do texto, mais do que estudar cada mito como uma história isolada, é importante estudarmos os efeitos destes em cada grupo social, sendo seu principal objeto as sociedades onde o mito é, ou foi, até recentemente “vivo”, ou seja, praticável, conferindo, por isso mesmo, significação e valor à existência. Que se refez, adaptou durante os anos sem ser esquecido, e também, entender a estrutura e função dos mesmos para assim atingir a importância do mito vivo na sociedade, podendo, compreender melhor uma parte do comportamento dos nossos contemporâneos.
Na tentativa de definição do Mito, o autor mostra que o mito é uma história sagrada e, portanto, uma “história verdadeira”, que relata um acontecimento ocorrido no tempo primordial, o tempo fabuloso do princípio. Em outros termos o mito narra sobre as façanhas dos entes Sobrenaturais que culminaram na existência de uma realidade, como por exemplo, o Cosmo, ou apenas um fragmento: uma ilha, um comportamento humano. Mito, portanto é sempre a narração da criação de algo. Quanto as suas classificações, têm-se os mitos cosmogônicos, que buscam explicar a origem do universo e da vida, é uma análise da priori, de quando tudo passou a existir. E os mitos de origem, que explicam a origem no que já existia, tal como é provado pela mortalidade do homem. A principal função do mito consiste em revelar os modelos exemplares de todos os ritos e atividades humanas significativas: tanto a alimentação ou o casamento, quanto o trabalho, a educação, a arte ou a sabedoria. 
Sobre as mitologias primitivas, M. Eliade visa justificar que o interesse pelos mitos das sociedades arcaicas e tradicionais se dá devido a eles ainda estarem vivos, e poderem ser minunciosamente observados e descritos pelos etnólogos. Nas sociedades arcaicas os mitos são tidos como histórias verdadeiras e as fábulas como falsas. Dentre elas, faz uma diferença entre o que é mito e o que é lenda/conto sendo os mitos (histórias verdadeiras) e lenda/contos (histórias falsas). Nas histórias verdadeiras estão àquelas que tratam da origem do mundo, os protagonistas, os ancestrais - entes divinos, celestiais. Em suma, nas histórias verdadeiras, defrontamo-nos com o sagrado e o sobrenatural; as falsas, ao contrário, têm um conteúdo profano.
De acordo com o conhecimento dos mitos:
- Ele fornece os modelos para conduta humana, conferindo assim uma significação e valor à existência.
- Melhor compreensão dos nossos contemporâneos
- Através do mito é possível entender essas estranhas formas de conduta, a causa e a justificação desses excessos. Ao compreendê-las às reconhecemos como fenômenos humanos, fenômenos de cultura, criação de espirito.
- Quando analisadas por uma perspectiva histórico-religiosa poderão revelar-se como fenômenos de cultura, perdendo seu caráter aberrante ou monstruoso.
- Ao longo dos anos se transforma e enriquece sob a interferência de outras culturas superiores ou devido à criação de indivíduos exageradamente bem dotados.
- Ainda existem sociedades onde os mitos estão vivos, onde fundamentam e justificam todo o comportamento, a vida e as atividades dos homens.
- Diz respeito somente ao que aconteceu e seus personagens são sempre entes sobrenaturais. Explicam as irrupções ao sobrenatural no mundo.
- É considerado uma história sagrada e, portanto, uma história verdadeira, pois sempre se refere a realidades
- “Consiste em revelar os modelos exemplares de todos os ritos e atividades humanas significativas: tanto a alimentação ou o casamento, quanto o trabalho, a educação, a arte ou a sabedoria.”
- “Ensina as histórias primordiais que o construíram existencialmente e tudo que se relaciona com a sua existência e com o próprio modo de existir no cosmo o afeta diretamente.”
- A partir do conhecimento dos mitos se possibilita o aprendizado sobre a origem das coisas, como elas passaram a existir, onde encontrar e como fazer com reapareçam quando desaparecem.
- Um conhecimento de ordem esotérica, acrescido de um poder mágico-religioso.
- Não é necessário apenas conhecer o mito é preciso de uma demonstração do próprio conhecimento.
 
Os mitos não ficaram perdidos num passado remoto; muitos de seus elementos estão ainda claramente presentes na atualidade. Superstições, crendices, invocações, promessas, benzeções, rezas, previsões, rituais de passagem, invocações de espíritos fazem parte não só das assim chamadas sociedades menos desenvolvidas, mas podem ser encontrados nos mais refinados ambientes das sociedades avançadas. O mito está fortemente vivo, apesar da negatividade de alguns. A Religião, a Filosofia e a Ciência não conseguiram eliminá-lo. Somente diminuíram sua importância. É possível encontrar no trabalho de Mircea Eliade uma visão que envolve o homem nas suas mais variadas dimensões, presentes no mito pessoal, no mito da sociedade, nos mitos religiosos, todos relacionados à história do homem contada sempre de alguma forma, e se repetindo desde os tempos mais remotos até os dias de hoje.
O que nos interessa aqui é que o ariano representava simultaneamente o ancestral primordial e o herói nobre, convencido de todas as virtudes ainda buscadas por aqueles que não haviam conseguido reconciliar-se com o ideal das sociedades oriundas das revoluções de 1789 e 1848. O ariano era o modelo exemplar a ser imitado para a recuperação da pureza racial, da força física, da nobreza, da moral heroica, do principio glorioso e criador. (ELIADE, 1963, p 158).
Para o autor fica bastante evidente que a humanidade não-religiosa é um fenômeno muito raro, o que faz a presença do mito trabalhar, mesmo que de forma camuflada em várias sociedades.

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