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Apostila de Contabilidade Geral Complementar

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Elaboração: Prof. M.SC. Welinghton Spencer 
Revisão: Profª. M.SC. Patrícia Diniz 
 
 
 1 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Elaboração: Prof. M.SC. Welinghton Spencer 
Revisão: Profª. M.SC. Patrícia Diniz 
 
 
 2 
 
1. INTRODUÇÃO 
 
Bem vindos ao mundo da contabilidade! 
Vocês devem está se perguntando, porque devemos estudar contabilidade? O 
que é contabilidade? Para que serve a contabilidade? 
Pois bem! Para que vocês possam entender o porquê estão aqui, vamos iniciar 
o nosso estudo falando um pouquinho do surgimento da contabilidade. 
 
 
1.1 SURGIMENTO DA CONTABILIDADE 
 A contabilidade surgiu antes mesmo da escrita cuneiforme (escrita atual). 
No período em que para se sobreviver necessitava trocar as mercadorias que um 
indivíduo possuía por outra que ele necessitava. Dessa forma, aqueles que entregavam 
o feijão, por exemplo, criava um controle através de caixas de barros com código para 
saber quantas sacas de feijão eram entregues e para quem. Da mesma forma acontecia 
com quem recebia, por exemplo, milho. Criava-se uma caixa de barros com código de 
quem forma recebidos os milhos e dentro dessas caixas a quantidade de tabulas de barro 
que a pessoa devia. Essa era a forma rudimentar de controlar as contas a receber e os 
contas a pagar. 
Com o passar dos anos a escrita evoluiu, surgiu a moeda e o mercantilismo, e a 
necessidade de um haver um controle mais organizado e eficaz. Assim, a contabilidade 
também foi evoluindo pela necessidade de controle dos proprietários das mercadorias. 
Aperfeiçoando com a evolução dos meios de subsistência e produção das empresas. Até 
chegar à forma que conhecemos atualmente. 
Agora que vocês já conheceram um pouco do surgimento da contabilidade, 
observe o quadro abaixo: 
 
 
Elaboração: Prof. M.SC. Welinghton Spencer 
Revisão: Profª. M.SC. Patrícia Diniz 
 
 
 3 
Balanço Patrimonial da FHS Serviços Gerais Ltda 
 
BALANÇO PATRIMONIAL – Encerrado em 31/12/2008 
ATIVO PASSIVO 
Circulante 
Disponibilidades 
Caixa...........................................................1.000 
.Bancos.....................................................18.000 
Direitos Realizáveis 
Duplicatas a Receber..................................5.000 
Estoques 
Mercadorias para Revenda........................15.000 
Almoxarifado............................................10.000 
Despesas Antecipadas 
Assinaturas de Jornais e Revistas...............1.200 
 
Não Circulante 
Realizável em Longo Prazo 
 Empréstimos a Coligadas/Controladas.....3.500 
Títulos a Receber (acima 360 dias)............7.000 
Investimentos 
Obras de Arte...........................................10.000 
Imobilizado 
Prédios....................................................96..600 
Móveis e Utensílios................................70.000 
Máquinas e Equipamentos.....................90.000 
(-) Depreciação Acumulada.................(15.000) 
 
TOTAL DO ATIVO............................... 312.300 
Circulante 
Fornecedores...................................................25.200 
Salários a Pagar.................................................9.000 
Impostos a Pagar/Recolher............................... 1.000 
Empréstimos Bancários...................................12.500 
Contas a Pagar...................................................3.500 
 
Não Circulante 
Empréstimos Bancários (acima de 360 dias)..32.500 
Financiamentos (acima de 360 dias)...............51.600 
 
 
Patrimônio Líquido 
Capital Social................................................150.000 
Reservas .........................................................27.000 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
TOTAL DO PASSIVO................................. 312.300 
 
 
Já observaram? Agora respondam: 
1. O que vem a ser este quadro? 
2. O que representam os valores presentes nos diversos componentes, tais como, caixa, 
bancos, diárias a receber, fornecedores, Móveis e Utensílios, Máquinas e 
Equipamentos, Prédios, Empréstimos Bancários, Capital Social, Contas a Pagar, e 
todos os outros? 
3. O que você pode entender por Ativo, Passivo e Patrimônio Líquido? 
4. O que representam as denominações: Circulante, Não Circulante? 
5. A empresa possui dívidas? Tem condições de pagá-las? 
6. A empresa é lucrativo? 
 
Pois, bem. Este quadro acima é um relatório contábil, obrigatório, para todas as 
empresas, denominado “Balanço Patrimonial”. Ele demonstra, em determinado 
momento o conjunto de Bens, Direitos e Obrigações de uma organização, seja ela com 
ou sem fins lucrativos. 
 
 
Elaboração: Prof. M.SC. Welinghton Spencer 
Revisão: Profª. M.SC. Patrícia Diniz 
 
 
 4 
Observem que o mesmo possui uma forma de organização, estrutura. Do lado 
esquerdo, temos: O Ativo. Que é dividido em Circulante e Não Circulante e dentro dos 
mesmos existem alguns subgrupos. Do lado direito, temos: O Passivo. Que é dividido 
em Circulante, Não Circulante e Patrimônio Liquido. 
 Esta forma de organização não é à toa. Ela visa facilitar a leitura, interpretação e 
análise do patrimônio da empresa, em determinado momento. 
 Esta análise, ou seja, essa interpretação contribuirá para tomada de decisões 
tanto no âmbito interno, através de seus gestores, tais como: comprar à vista ou a prazo, 
financiar uma máquina no curto ou longo prazo, qual a quantidade estoques, reduzir 
custos, produzir mais, alugar ou comprar equipamentos. Quanto, no âmbito externo, 
através dos investidores, fornecedores, bancos, sindicatos, governo e outros 
interessados, que analisam a situação econômico-financeira da empresa para decidir 
qual a melhor alternativa de investimentos, qual a capacidade de pagamento, se aprova 
linhas de créditos, discutirem qual o volume de reajustes salariais, dentre outros. 
 Observamos então que as organizações necessitam tomar decisões e para isto 
necessita de dados, informações, subsídios que contribuam para a correta decisão. 
 A responsabilidade por transmitir os dados e informações que colaborem para o 
processo de tomada de decisões, visando à continuidade da organização, é a 
contabilidade. Esta coleta os dados, registra-os, condensa-se em relatórios e os 
transmitem aos seus usuários para tomada de decisões. 
 Partindo do Relatório Contábil apresentado acima, discorreremos sobre a 
contabilidade. Seu conceito, a quem ela atende seu objeto de estudo, suas técnicas, 
dentre outras informações, que darão a vocês condições de compreensão, análise e 
interpretação, da situação patrimonial da empresa, dando-os subsídios na tomada de 
decisão. 
 
 
 
 
 
 
Elaboração: Prof. M.SC. Welinghton Spencer 
Revisão: Profª. M.SC. Patrícia Diniz 
 
 
 5 
2. CONTABILIDADE 
 
1.1 Conceito 
 A função principal da contabilidade é a prestação de informações para a tomada 
de decisão. Vários são os conceitos dados à contabilidade. 
 MARION (2004, p.26) diz que “A contabilidade é o instrumento que fornece o 
máximo de informações úteis para a tomada de decisões dentro e fora da empresa”. 
 Enquanto HORNGREN ET AL (apud Ching et al, 2004, p.4) afirma que a 
contabilidade é “O sistema de informações que mede as atividades dos negócios, 
processa as informações em relatórios e comunica os resultados para os tomadores de 
decisão”. 
 E LUNKES (2004, p.58) cita que a “Contabilidade é um instrumento da função 
administrativa que tem como finalidades controlar o patrimônio, apurar o resultado e 
prestar informações aos seus usuários”. 
 A contabilidade realiza as operações de entradas, transformação e saídas, nas 
quais essas últimas são informações que contribuirão para que diversas pessoas sejam 
elas físicas ou jurídicas internas ou externas, tomem decisões que visem à continuidade 
da entidade, comotambém dos seus negócios. 
 
1.2 Ramos de atuação da contabilidade 
 Segundo LUNKES (2004, p57) “A contabilidade divide-se em dois grandes 
ramos de atuação, a contabilidade financeira e a contabilidade gerencial”. 
 A contabilidade financeira, também conhecida como contabilidade geral atende 
a todos os tipos de entidades, segue normas e princípios contábeis no que diz respeito 
aos registros dos fatos, como também, segue o que determina a legislação (Leis, 
Decretos, Regulamentos, Códigos), referente à elaboração de relatórios contábeis, 
também denominados “Demonstrativos Financeiros”. A contabilidade financeira atende 
principalmente aos usuários externos, tais como, os proprietários (que não estão 
exercendo atividade administrativa na empresa), bancos, acionistas, fornecedores, 
governo. Os Demonstrativos Contábeis, elaborados dentro das exigências legais, servem 
 
 
Elaboração: Prof. M.SC. Welinghton Spencer 
Revisão: Profª. M.SC. Patrícia Diniz 
 
 
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de análise e interpretação, do desempenho econômico e financeiro, através de índices, 
tais como: indicadores de liquidez, rentabilidade, endividamento, atividade, dente 
outros. 
 A contabilidade gerencial atende aos usuários internos. O foco é o desempenho 
operacional por meio de informações financeiras e não financeiras que contribuam para 
que os gestores das empresas tomem decisões visando alcançar os objetivos da 
organização. Os gestores usam as informações obtidas para escolher, comunicar, 
implementar estratégia, como também para coordenar o projeto do produto ou serviços, 
a produção dos mesmos e a comercialização. 
 
1.3 Usuários da Contabilidade 
Segundo CHING et al (2004, p.6) “é comum à contabilidade ser chamada de a 
linguagem dos negócios e que quanto melhor você entender essa linguagem, melhores 
serão suas decisões de negócios. Isso o torna um usuário da informação contábil”. 
As pessoas que têm interesse na informação contábil são chamadas de usuários da 
contabilidade, cada uma dessas pessoas com o seu grau de interesse. Com isso, pode-se 
afirmar que qualquer pessoa é usuário da contabilidade, seja pessoa física ou jurídica, 
proprietários de empresas ou simplesmente proprietário de uma conta corrente, 
diretores, bancos, fornecedores, administradores, funcionários, concorrentes, governo, 
dentre outros. 
Para um melhor entendimento dos usuários da contabilidade, seguem abaixo 
alguns usuários da contabilidade e seus interesses nas informações contábeis. 
• Administradores – São pessoas responsáveis diretamente pela 
manutenção das atividades das empresas, informações sobre os produtos 
mais rentáveis, os que devem continuar no processo, o que comprar, 
como comprar, avaliar o resultado da empresa, realizar o planejamento 
 
 
Elaboração: Prof. M.SC. Welinghton Spencer 
Revisão: Profª. M.SC. Patrícia Diniz 
 
 
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das atividades empresariais dentre outras. Essas informações serão 
obtidas através da contabilidade; 
• Acionistas – Os interesses dessas pessoas partem em decidir em qual 
negócio investir, quanto investir, avaliar o retorno esperado do 
investimento, para isso necessitam do acompanhamento das empresas e 
isto é feito através dos demonstrativos financeiros publicados em jornais, 
ou através dos sites da própria empresa; 
• Pessoas Físicas – As necessidades são variadas: você pode ser um 
investidor e por isso precisará das informações contábeis da mesma 
forma que os acionistas. Tendo uma conta bancária, necessitará das 
informações prestadas pelo banco no seu extrato bancário para observar a 
movimentação dos seus recursos. Esses dados são provenientes da 
contabilidade bancária; 
• Bancos – Conceder um empréstimo ou um financiamento é uma 
atividade de grande risco. Para diminuir esse risco, as instituições 
financeiras buscam os relatórios contábeis das empresas que solicitaram 
empréstimos em dinheiro ou financiamento de bens, a fim de que sejam 
observadas a capacidade de pagamento da empresa, sua liquidez, seu 
grau de endividamento. Dessa forma os bancos realizam uma análise, 
caso a empresa não possua informações satisfatória, provavelmente o 
empréstimo ou o financiamento não será concedido; 
• Fornecedores – Esses agem da mesma forma que as instituições 
financeiras, pois irão financiar os bens (mercadorias, material de 
consumo) para as empresas e caso estas não apresentem em seus 
relatórios contábeis, liquidez e capacidade de pagamento, por exemplo, 
há uma tendência do não fornecimento dos bens; 
• Concorrentes – Como a nossa legislação obriga algumas empresas a 
publicarem os demonstrativos contábeis em jornais, os concorrentes 
podem comparar seus relatórios e avaliarem, por exemplo, o volume de 
 
 
Elaboração: Prof. M.SC. Welinghton Spencer 
Revisão: Profª. M.SC. Patrícia Diniz 
 
 
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vendas, a margem do resultado operacional, o nível de despesas por 
centro de custos, dentre outras informações e desenvolver novas 
estratégias de vendas; 
• Funcionários – O bom desempenho da empresa é importante também 
para a manutenção do emprego. Resultados positivos obtidos pelas 
empresas geram perspectivas de melhorias salariais, participações nos 
resultados e incentivos salariais indiretos. Tendo o funcionário 
informações dos resultados da empresa e esses sendo bons, darão mais 
tranqüilidade ao funcionário; 
• Governo – O estado para a sua manutenção, precisa de recursos e esses 
são obtidos tanto das pessoas físicas como das pessoas jurídicas. Estas 
são tributadas de várias maneiras. Para alguns tributos, as empresas são 
meras arrecadadoras, tais como: o imposto sobre serviços – ISS, de 
competência municipal, o imposto sobre circulação de mercadorias e 
serviços – ICMS, de competência Estadual, o imposto sobre produtos 
industrializados – IPI, de competência federal. Enquanto que para outros, 
a empresa é contribuinte direto, a exemplo do Imposto de Renda da 
Pessoa Jurídica – IRPJ e a contribuição social sobre o lucro líquido – 
CSLL, que são tributos cobrados das empresas com base nos seus lucros 
tributáveis. Todo o controle, cálculo, recolhimento e pagamento são 
realizados pelas empresas e o governo nas suas fiscalizações, solicitará 
as informações contábeis para verificar se tudo esta sendo feito dentro do 
que reza a legislação fiscal. 
 
1.4 A quem atende a Contabilidade 
Como já foi citado, várias são as pessoas que têm interesse na informação 
contábil. Essas pessoas são denominadas de pessoas Físicas ou pessoas Jurídicas. 
 
 
Elaboração: Prof. M.SC. Welinghton Spencer 
Revisão: Profª. M.SC. Patrícia Diniz 
 
 
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• Pessoa Física (PF) – É o ser natural, ou seja, todo ser humano. Sua 
existência termina com morte. 
• Pessoa Jurídica (PJ) – É a união de indivíduos que, através de um 
contrato reconhecido por lei, forma uma nova pessoa, com personalidade 
distinta da de seus membros. Essas pessoas podem ser constituídas com 
fins lucrativos (hotéis, pousadas, lojas, restaurantes, indústrias, etc) ou 
sem fins lucrativos (cooperativas, associações culturais, religiosas etc). 
A pessoa jurídica pode ser constituída de diversas modalidades, conforme 
tratado no novo código civil (Lei n 1.406/02). Duas formas mais comuns de 
constituição de empresa é a sociedade anônima ou a sociedade limitada. Para estas 
vamos tecer alguns comentários. 
• Sociedades Limitadas – Possuem como característica principal, a constituição 
do seu capital social que é dividido em quotas de participação. Os participantes 
desse tipo societário são denominados sócios ou quotistas e o documento base 
de sua constituição é o Contrato Social. A elaboração dos Demonstrativos 
Financeiros é obrigatória, entretanto a sua publicação, não; 
• Sociedades Anônimas – O Código Civil, no seu artº 1.089 diz que este tipo 
societário será regido porlei especial, no caso a Lei 6.404/76, conhecida como 
lei das sociedades anônimas. 
 Possui como característica principal, com relação ao tipo societário, a divisão do 
seu capital social, que é feita em partes iguais, denominadas ações. 
 Os participantes deste tipo societário são denominados acionistas e o documento 
base de sua constituição é o Estatuto Social. As empresas constituídas sob este tipo 
societário são obrigadas a elaborar os Demonstrativos Contábeis, como também, 
devem publicá-los no diário oficial e em jornal de grande circulação de onde se 
encontram instaladas. 
 Outra característica marcante das Sociedades Anônimas em relação a Sociedades 
Limitadas, é que, aquelas, podem ser de Capital Aberto e de Capital Fechado. 
 
 
Elaboração: Prof. M.SC. Welinghton Spencer 
Revisão: Profª. M.SC. Patrícia Diniz 
 
 
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� Capital Fechado – Suas ações não são negociadas em Bolsa de 
Valores. Os acionistas são limitados aos que constam no Estatuto 
Social; 
� Capital Aberto – Suas ações são negociadas em Bolsa de 
Valores e qualquer pessoa, física ou Jurídica, pode se tornar 
acionista da empresa. 
 Geralmente quem determina a forma de constituição societária são as pessoas 
envolvidas no negócio, ou seja, os futuros sócios ou acionistas. Entretanto, em alguns 
casos existe uma determinação para o tipo societário a depender do ramos de atividade 
da empresa. 
No momento da definição do tipo societário que a pessoa jurídica irá ser 
constituída, torna-se interessante observar todos os detalhes relacionados às obrigações 
e aos direitos, pois como existe a legislação fiscal que trata da forma de tributação das 
empresas, a escolha correta do tipo societário pode trazer benefícios diante dessa 
legislação. Orienta-se a consulta ao contador e a um advogado antes de abrir uma 
empresa de qualquer ramo de atividade. 
Como a contabilidade pode ser feita tanto para as pessoas físicas como para as 
pessoas jurídicas. Nesta disciplina o enfoque será voltado para uma contabilidade que 
atenda a pessoa jurídica, com fins lucrativos. 
1.5 Objeto da Contabilidade 
 Como toda ciência, a contabilidade também possui seu objeto de estudo. E este 
objeto de estudo é o patrimônio. 
 
1.6 Patrimônio 
 Define-se patrimônio como “um conjunto de bens, direito e obrigações". Com 
base nessa definição, é fácil perceber que muitas vezes definimos patrimônio de forma, 
 
 
Elaboração: Prof. M.SC. Welinghton Spencer 
Revisão: Profª. M.SC. Patrícia Diniz 
 
 
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digamos, incompleta. Quem já não fez uma dessas afirmações: “que patrimônio tem 
essa empresa, ela é muito rica”; “Fulano de tal é muito rico, você viu o carro dele, a 
mansão que ele tem?”. Pois bem, essa avaliação de patrimônio só está levando em 
consideração parte do que podemos dizer “patrimônio Bruto”. Realmente existe um 
patrimônio, entretanto a riqueza da empresa ou da pessoa física não pode ser medida 
dessa maneira. 
 De acordo com a definição, para que se possa dizer que uma pessoa tem riqueza 
líquida, devem-se somar os bens mais os direitos e subtrair as obrigações. 
 (BENS + DIREITOS) – OBRIGAÇÕES = RIQUEZA LÍQUIDA 
 Muito bem! Agora faça uma análise minuciosa do seu patrimônio. Será que 
você tem riqueza líquida? Para confirmar, some todos os seus bens, seus direitos a 
receber e subtraia das suas obrigações. 
 Continuando o estudo do patrimônio, o próximo passo será a definição dos 
componentes patrimoniais: 
• Bens – Podemos dizer que são coisas úteis capazes de satisfazer as 
necessidades das pessoas ou das empresas. Exemplos: Prédios, dinheiro, 
veículos, feira, máquinas. Possuindo forma física, matéria, sendo 
palpável, dizemos ser um bem Tangível. Não possuindo matéria, não 
sendo palpável, denomina-se Intangível. Exemplo de um bem intangível: 
Marcas, patentes. O nosso código civil também classifica os bens em: 
Bens Móveis, que são aqueles que podem ser removidos por si próprios 
ou com ajuda de terceiros. São exemplos de bens móveis: carro, 
máquinas, móveis e utensílios. Bens Imóveis, quando vinculados ao 
solo, não podendo ser removido sem sua destruição, exemplos dos bens 
imóveis: casa, prédio, árvores. Podemos dividi-los, também, em bens de 
uso, que são aqueles bens que a empresa utiliza nas suas atividades, tais 
como: computadores, mesas de escritórios, cadeiras, etc. Os bens de 
consumo são bens utilizados na empresa e após consumidos geram 
despesas, tais como: papel, material de limpeza, dentre outros. E os bens 
 
 
Elaboração: Prof. M.SC. Welinghton Spencer 
Revisão: Profª. M.SC. Patrícia Diniz 
 
 
 12 
de troca são mais comum nas atividades comerciais, tais como, 
mercadorias comercializadas, bebidas, comidas, etc.. 
• Direitos – São conhecidos como, bens que está em poder de terceiros. 
Outra forma de defini-lo é quando se tem o poder de exigir algo de 
alguém. Na atividade hoteleira, por exemplo, o direito surge, quando a 
empresa deposita o dinheiro no banco, presta serviço de hospedagem a 
prazo. Nesse momento, a empresa tem o direito de exigir do banco seu 
dinheiro que foi depositado, como também de seus clientes o valor da 
hospedagem. Duplicatas a Receber, Bancos Conta Corrente, Títulos a 
Receber, são exemplos de componentes patrimoniais que representam 
direitos a receber. 
• Obrigações – São as dívidas da empresa com outras pessoas. MARION 
(2004, p.37) afirma que “Em contabilidade tais dívidas são denominadas 
obrigações exigíveis, isto é, compromissos que serão reclamados, 
exigidos: pagamento na data do vencimento”. São exemplos de 
obrigações nas empresas: salários a pagar, fornecedores, títulos pagar, 
impostos a pagar, contas a pagar (água, energia, telefone); 
• Patrimônio Líquido – É a parte que sobra do patrimônio para a pessoa 
ou empresa, após a aplicação da equação: (Bens + Direitos) – 
Obrigações. É a forma de se medir a riqueza líquida da entidade. Sendo 
denominada de Patrimônio Líquido. 
Fique Atento! A partir de agora se você deseja medir o patrimônio de 
uma pessoa ou empresa, não fique restrita à apresentação visual dos seus 
bens, pois, os mesmos podem estar comprometidos com as obrigações. 
Por exemplo, a empresa possui um prédio, onde se encontra instalada. 
Dentro dele existem móveis e utensílios, máquinas, equipamentos e 
computadores; entretanto, boa parte desses bens está financiada. 
 
 Para representar o patrimônio pode-se fazer uso de dois aspectos: 
 
 
Elaboração: Prof. M.SC. Welinghton Spencer 
Revisão: Profª. M.SC. Patrícia Diniz 
 
 
 13 
• Qualitativo – Diz respeito aos componentes do patrimônio, ou seja, que 
tipos de bens, direitos e obrigações que a empresa possui. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Estes componentes são representados através de “contas contábeis”. Por 
exemplo: o dinheiro é representado no patrimônio através da conta contábil “Caixa” ou 
“Bancos Conta Corrente”; Os serviços de hospedagens oferecidos aos seus hóspedes, a 
prazo, são representados pela conta contábil “Duplicatas a Receber”; A obrigação com 
os fornecedores de mercadorias, são demonstradas na conta contábil “Fornecedores”; os 
recursos investidos pelos proprietários, na entidade, são demonstrados na conta contábil 
“Capital Social”; O conjunto móveis, cadeiras, armários, birôs, são representados 
através da conta contábil “Móveis e Utensílios”. 
 Podemos então definir conta contábil como a representação qualitativa dos 
componentes patrimoniais (bens, direitos e obrigações) e de suas variações (receitas e 
despesas), estas serão tratadas mais adiante. 
• Quantitativo – Diz respeito à quantificação dos componentes 
patrimoniais, ou seja, quanto a empresa tem de dinheiro, máquinas, 
móveis e utensílios, diárias a receber, duplicatas a receber, títulos a 
receber, salários a pagar, fornecedores, etc.PATRIMÔNIO 
- Dinheiro 
- Máquinas 
- Móveis e 
Utensílios 
- Dupl. A Receber 
- Títulos a Receber 
 
- Salários a Pagar 
- Fornecedores 
Qualitativo 
 
 
Elaboração: Prof. M.SC. Welinghton Spencer 
Revisão: Profª. M.SC. Patrícia Diniz 
 
 
 14 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Agora, após estes conceitos iniciais, retorne ao relatório contábil apresentado no 
início do nosso estudo e identifiquem: os bens, direitos e obrigações e diga se a empresa 
apresenta riqueza líquida e de quanto? 
 Conforme mencionado anteriormente, a contabilidade condensa os dados em 
relatórios para seus usuários tomar decisões. Um dos relatórios elaborados pela 
contabilidade através da condensação dos dados é o Balanço Patrimonial, o qual será 
conhecido no item que segue. 
 
1.7 Balanço Patrimonial: introdução 
 O Balanço Patrimonial representa a posição estática da situação patrimonial da 
empresa, num dado momento. Sua forma de apresentação vem em duas colunas, onde a 
coluna do lado esquerdo representa o Ativo e a do lado direito Passivo e Patrimônio 
Líquido. 
 Segundo MARION (2004, p.52) “O Balanço Patrimonial é o mais importante 
relatório gerado pela contabilidade. Através dele pode-se identificar a saúde financeira e 
econômica da empresa no fim do ano ou em qualquer data prefixada”. 
PATRIMÔNIO 
- Dinheiro.................... 500 
- Máquinas................ 1.000 
- Móveis e Utensílios....700 
- Dupl. A Receber........300 
- Títulos a Receber......100 
 
- Salários a Pagar....200 
- Fornecedores.........300 
Quantitativo 
 
 
Elaboração: Prof. M.SC. Welinghton Spencer 
Revisão: Profª. M.SC. Patrícia Diniz 
 
 
 15 
 Para um melhor entendimento segue abaixo um detalhamento dos componentes 
do Balanço Patrimonial. 
• Ativo – Conjunto de Bens e Direitos de uma entidade. Para um 
componente pertencer ao ativo, tem que possuir quatro características 
concomitantes: Ser um bem ou um direito, ser de propriedade da 
empresa, mensurável monetariamente e trazer benefícios presentes ou 
futuros para a empresa (MARION: 2000); 
• Passivo – São as obrigações para com terceiros, tais como: fornecedores, 
duplicatas a pagar, imposto a recolher, empréstimos bancários, 
financiamentos. Também conhecido, como passivo exigível, pois, na 
data do vencimento os terceiros irão cobrar da empresa seus recursos; 
• Patrimônio Líquido – Representa a riqueza líquida da empresa. É 
constituído pelos recursos dos proprietários aplicados na empresa, 
denominado Capital Social e pelos rendimentos desse capital aplicado na 
empresa (lucro ou prejuízo). O Patrimônio Líquido é também conhecido 
como passivo não exigível, pois, os valores ali expressos pertencem aos 
proprietários, entretanto, estes não irão cobrar da empresa o seu recurso, 
como ocorre com os fornecedores (capital de Terceiros), por exemplo. 
 Segundo MARION (2000, p35) “No Patrimônio Líquido, temos as obrigações 
com os proprietários da empresa. Entretanto, os proprietários, por lei, não podem 
reclamar a restituição do seu dinheiro investido; por isso, este grupo também é 
conhecido como Não Exigível”. 
 Sabemos agora que o patrimônio é o conjunto de bens, direitos e obrigações, que 
estes são apresentados em forma de relatórios contábeis ou demonstrações financeiras, 
denominada de Balanço Patrimonial. Que ao conjunto de bens e direitos nós 
denominamos Ativo, as obrigações de Passivo e a diferença entre: Bens + Direitos – 
Obrigações; é denominada de Patrimônio Líquido. 
 
 
Elaboração: Prof. M.SC. Welinghton Spencer 
Revisão: Profª. M.SC. Patrícia Diniz 
 
 
 16 
 Para explicar a estrutura do Balanço Patrimonial, apresentada no início de nosso 
estudo, em seus detalhes, é interessante falar, primeiro, sobre os “Relatórios Contábeis” 
ou “Demonstrações Contábeis”, pois assim perceberão a sua real necessidade. 
 
 
3. RELATÓRIOS CONTÁBEIS 
 
 SEGUNDO MARION (1998, p.52) “Relatório contábil é a exposição resumida e 
ordenada de dados colhidos pela contabilidade”. 
 O objetivo dos relatórios é apresentar os dados coletados de uma forma que o 
usuário possa entender interpretar e, conseqüentemente, receber uma contribuição para a 
tomada de decisão. 
 Vários são os tipos dos relatórios. Existem os obrigatórios e aqueles em que não 
há nenhuma exigibilidade de elaboração e publicação. Estes são elaborados de acordo 
com as necessidades dos gestores (Administradores). Por exemplo: o departamento de 
logística necessita de uma informação em que conste o volume de aquisições de 
matéria-prima deverá ser adquirido para a indústria. Esse tipo de relatório é interno, 
portanto a única exigibilidade da sua elaboração parte do administrador da empresa, não 
tendo nenhuma exigência legal. 
 Existem também os relatórios obrigatórios para as empresa; que são 
denominados Demonstrativos Contábeis ou Demonstrativos Financeiros. 
 Todas as empresas devem elaborar os Demonstrativos Financeiros (Contábeis), 
independentemente de seu tipo societário ou atividade. O novo Código Civil brasileiro 
(Lei nº. 10.406/02), que agora dedica parte para o tratamento às empresas, determina 
quais os Demonstrativos Contábeis que as empresas deverão elaborar. 
 
 
Elaboração: Prof. M.SC. Welinghton Spencer 
Revisão: Profª. M.SC. Patrícia Diniz 
 
 
 17 
 Sendo obrigatório ou não a depender do tipo de sociedade que a empresa foi 
constituída. Cabe a empresa verificar em qual tipo societário encontra-se constituída e 
observar a legislação pertinente com relação aos tipos de relatórios financeiros que estão 
obrigadas a elaborarem. 
 A exigibilidade de elaboração é estendida a todo tipo societário; o que muda é o 
quantitativo de relatórios, como também a exigibilidade de publicação. Esta cabe às 
sociedades anônimas, principalmente as de capital aberto. Isso não quer dizer que a 
sociedade limitada não possa publicar. Ela simplesmente não está obrigada. 
 O período determinado por lei para elaboração dos demonstrativos corresponde 
a cada exercício social, sendo este um período de doze meses, não necessariamente 
coincidente com o ano civil, que é de 01 de janeiro a 31 de dezembro. Entretanto, como 
a legislação fiscal exige o encerramento para o Imposto de Renda, no mês de dezembro 
de cada ano, as empresas consideram o exercício social igual ao ano civil, pois, atendem 
às exigências de elaboração, como também a fiscal (tributária). 
 Conforme mencionado anteriormente, os hotéis podem ser constituídos como 
Sociedade Limitada ou Sociedade Anônima. No caso da Sociedade Limitada a 
obrigatoriedade legal é de elaborar alguns relatórios, tais como o Balanço Patrimonial 
(BP), a Demonstração de Resultado do Exercício (DRE) e a Demonstração do Lucro ou 
Prejuízo Acumulado (DLPA), porém não são obrigadas a tornar pública tais 
informações. Enquanto que, na sociedade anônima a exigência de elaboração dos 
demonstrativos contábeis são bem maiores. 
 As Sociedades Anônimas são obrigadas a elaborar o Balanço Patrimonial (BP), 
a Demonstração do Resultado do Exercício (DRE), a Demonstração do Lucro e Prejuízo 
Acumulado (DLPA), a Demonstração da Mutação do Patrimônio Líquido (DMPL), a 
Demonstração do Fluxo de Caixa (DFC), a Demonstração do Valor Adicionado (DVA), 
notas explicativas e parecer dos auditores independentes. Porém, só são obrigados a 
 
 
Elaboração: Prof. M.SC. Welinghton Spencer 
Revisão: Profª. M.SC. Patrícia Diniz 
 
 
 18 
tornar público esse relatórios aquelas sociedades anônimas que possuir negociação em 
bolsa de valores, ou seja, as Sociedades Anônimas de Capital Aberto. 
 Vocês devem está se perguntando o que significa DLPA? E DFC? Pois bem, 
no próximo item serão detalhadas todas as demonstrações que as empresas são 
obrigadas a elaborar. 
 
2.1Tipos de Demonstrações Financeiras (Contábeis) 
As Principais Demonstrações exigidas por lei são: 
• Balanço Patrimonial – BP; 
• Demonstração do Resultado do Exercício – DRE; 
• Demonstração de Lucros e/ou Prejuízos Acumulados – DLPA 
O Novo Código Civil, Lei 10.406/02 no seu artº 1.179, diz que as empresas são 
obrigadas a levantar anualmente: 
• Balanço Patrimonial; 
• Resultado Econômico 
Esse Relatório de Resultado Econômico, também denominado, no mesmo 
Código, como Demonstração de Lucros e Perdas, era a denominação utilizada antes da 
Lei das Sociedades por Ações e incluía também a distribuição de lucros. Hoje 
correspondem à Demonstração do Resultado do Exercício – DRE e à Demonstração de 
Lucros e/ou Prejuízos Acumulados – DLPA. Então o entendimento é que o 
Demonstrativo Contábil, Resultado Econômico, determinado no Novo Código Civil, 
corresponde à DRE e à DPLA, atuais. Contudo, a classe contábil, considerou infeliz 
essa alteração dada pelo Novo Código Civil. (MARION: 2004). 
Como as Sociedades Anônimas são regidas por lei especial, não se enquadram 
nestas exigências do Código Civil. 
A Lei 6.404/76 que rege as Sociedades Anônimas sofreu algumas alterações 
deste a sua implantação. A mais recente foi em dezembro de 2007, através da Lei 
 
 
Elaboração: Prof. M.SC. Welinghton Spencer 
Revisão: Profª. M.SC. Patrícia Diniz 
 
 
 19 
11.638/07, que entrou em vigor a partir de janeiro de 2008. Houve alteração com 
relação às Demonstrações Contábeis. Ao fim de cada exercício social, deverão ser 
elaboradas as seguintes Demonstrações Contábeis: 
• Balanço Patrimonial – BP; 
• Demonstração do Resultado do Exercício – DRE; 
• Demonstração dos Lucros ou Prejuízos Acumulados – DLPA; 
• Demonstração dos Fluxos de Caixa; 
• Demonstração do Valor Adicionado (para as Companhias de Capital 
Aberto) 
Para as Sociedades Anônimas de Capital Fechado com Patrimônio Líquido, na 
data do Balanço, inferior a R$ 2.000.000,00 (dois milhões) não é preciso elaborar e 
divulgar a Demonstração dos Fluxos de Caixa. 
Uma outra alteração que merece destaque é a definição de empresa de grande 
porte, dada pela lei. 
• Sociedade de Grande Porte – Sociedades ou conjunto de sociedades 
sobre controle comum que tiverem, no exercício anterior: 
� Ativo Total superior a R$ 240.000.000,00 (duzentos e quarenta 
milhões), ou; 
� Receita Bruta anual superior a R$ 300.000.000,00 (trezentos 
milhões). 
A partir da lei 11.638/07, as sociedades de grande porte, ainda que não 
constituídas sob a forma de Sociedade Anônima de Capital Aberto, deverão seguir as 
disposições da Lei 6.404/76, no que tange à escrituração e elaboração de 
Demonstrativos Financeiros e a obrigatoriedade de auditoria independente. 
A estrutura dos demonstrativos financeiros é tratada pela lei 6.404/76, com as 
alterações trazidas pela Lei 11.638/07. Contudo, a sociedade limitada determina que a 
estrutura dos demonstrativos financeiros, aos quais ela se encontra obrigada a elaborar, 
desde que não firam a legislação, poderão seguir o que determina a lei 6.404/76. 
 
 
 
Elaboração: Prof. M.SC. Welinghton Spencer 
Revisão: Profª. M.SC. Patrícia Diniz 
 
 
 20 
 
2.1.1 Estrutura dos Demonstrativos Financeiros 
Neste momento serão apresentados os Demonstrativos Financeiros obrigatórios, 
de forma individualizada, em que serão tratados, conceito, conteúdo e estrutura. Os 
Demonstrativos Financeiros tratados serão: 
• Balanço patrimonial - BP; 
• Demonstração do Resultado do Exercício - DRE; 
 
 
2.1.1.1 – Balanço Patrimonial 
Segundo (LUNKES, 2004, p.71) “O balanço patrimonial é a demonstração 
destinada a evidenciar, quantitativamente e qualitativamente, o patrimônio da empresa 
naquele momento”. 
Representa uma posição estática dos componentes patrimoniais, em 
determinada data, é uma fotografia dos bens direitos e obrigações exigíveis e não 
exigíveis da empresa na data específica. 
Para facilitar a leitura, a interpretação e a análise do referido relatório, 
simplesmente dispor as contas em Ativos, Passivos e Patrimônio Líquido, pouco 
contribuiria para isso. Abaixo segue uma apresentação dos principais grupos do Balanço 
Patrimonial, organizado segundo as exigências legais. 
 
 
BALANÇO PATRIMONIAL 
ATIVO PASSIVO 
Circulante 
 
Circulante 
 
 
 
 
 
 
Elaboração: Prof. M.SC. Welinghton Spencer 
Revisão: Profª. M.SC. Patrícia Diniz 
 
 
 21 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Só em observar a estrutura, pode-se perceber que, apesar de ser uma posição 
estática da situação patrimonial, os grupos têm uma relação com giro: Circulante e Não 
Circulante. Os grupos dispostos primeiramente giram com mais rapidez. Pois bem, a 
questão de giro realmente existe e isso tem a ver com prazos de recebimentos e 
pagamentos. 
O giro tratado tem relação ao ciclo do processo operacional da empresa. A 
empresa, por exemplo, qual é o giro de seu processo? Inicia-se com a reserva e conclui-
se com o recebimento pela prestação do serviço, que não necessariamente ocorre na 
saída do hóspede. Para melhor compreender esse giro operacional, considere como 
exemplo, um hóspede que não ultrapassa o período de 12 meses, ou seja, o ciclo do 
serviço e recebimento. Isso pode também ser observado em outros tipos de empresas, 
sejam elas comerciais industriais e serviços. 
O Circulante apresentado no Ativo é composto por um grupo de contas que, 
ou representam dinheiro disponível ou possuem esta capacidade de transformação, 
realização, dentro de um prazo de no máximo doze meses, contados da data do balanço. 
Não Circulante 
Realizável em Longo Prazo 
Investimentos 
Imobilizado 
Intangível 
Não Circulante 
Exigível em Longo Prazo 
Patrimônio Líquido 
 
 
Elaboração: Prof. M.SC. Welinghton Spencer 
Revisão: Profª. M.SC. Patrícia Diniz 
 
 
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 Exemplos: Caixa, Bancos conta corrente, Diárias a Receber, Mercadorias para 
Revenda, Impostos a Recuperar, Almoxarifado, Despesas Antecipadas. 
O Circulante apresentado no Passivo representa as obrigações (dívidas), 
operacionais, que se vencem no prazo máximo de um ano, contando da data do Balanço. 
São as dívidas do dia-a-dia das operações da empresa. Por exemplo: Fornecedores, 
Salários a Pagar, Encargos Sociais a Recolher, Imposto a Pagar, Empréstimos e 
Financiamentos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Agora, vem o grupo do Não Circulante, e dentro do mesmo existem, do lado 
do Ativo, o Realizável em Longo Prazo, e do lado do Passivo o Exigível em Longo 
Prazo que representa valores a receber e a pagar, num espaço de tempo maior. No lado 
do Ativo são os valores que a empresa irá demorar um pouco mais a receber, devido ao 
prazo dado. No lado do Passivo, são as dívidas que a empresa irá demorar mais tempo 
para pagar, também devido ao prazo, agora o recebido. 
 
 
BALANÇO PATRIMONIAL 
ATIVO PASSIVO 
Circulante 
 
Circulante 
Não Circulante 
Realizável em Longo Prazo 
Investimentos 
Imobilizado 
Intangível 
Não Circulante 
Exigível em Longo Prazo 
Patrimônio Líquido 
 
 
Elaboração: Prof. M.SC. Welinghton Spencer 
Revisão: Profª. M.SC. Patrícia Diniz 
 
 
 23 
 
 
 
 
 
 
 
Por último, no lado do Ativo, surgem os Investimentos; que representam 
aquisições de bens e direitos não destinados à venda e que contribuem para geração de 
um ganho não operacional; Imobilizado; e o Intangível, grupos estes, que a empresa 
mantém sua estrutura de funcionamento. São as máquinas, móveis e utensílios, prédios, 
terrenos, marcas e patentes. Esses não se destinam à venda, por isso não se pode falar 
em perspectiva de se transformarem em dinheiro. Na verdade, eles contribuem para quea empresa obtenha receitas, seja no funcionamento do mesmo ou com rendas geradas 
por eles. No lado do Passivo vem o Patrimônio Líquido, são os valores que não serão 
cobrados, exigidos, enquanto a empresa estiver em continuidade. Representados pelos 
Investimentos feitos pelos proprietários e o retorno desse investimento. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
BALANÇO PATRIMONIAL 
ATIVO PASSIVO 
Circulante Circulante 
Não Circulante 
Realizável em Longo Prazo 
Investimentos 
Imobilizado 
Intangível 
Não Circulante 
Exigível em Longo Prazo 
Patrimônio Líquido 
BALANÇO PATRIMONIAL 
ATIVO PASSIVO 
Circulante Circulante 
Não Circulante 
Realizável em Longo Prazo 
Investimentos 
Imobilizado 
Intangível 
Não Circulante 
Exigível em Longo Prazo 
Patrimônio Líquido 
 
 
Elaboração: Prof. M.SC. Welinghton Spencer 
Revisão: Profª. M.SC. Patrícia Diniz 
 
 
 24 
 
 
Os prazos e a liquidez são observados na estrutura do Balanço. Circulante ou 
Curto Prazo são os valores a receber ou a pagar, num prazo máximo de um ano, contado 
da data do Balanço. Longo prazo são valores a receber ou a pagar, no prazo acima de 
um ano, contado da data do Balanço. Com relação à liquidez, o que possui capacidade 
de recebimento de forma mais rápida, dentro do ciclo operacional da empresa, No 
passivo, virá classificado primeiro as contas que vencem mais cedo, sofrendo assim 
uma maior exigibilidade, e por fim as contas que não são exigidas. 
Abaixo, detalharemos os grupos e subgrupos do Balanço Patrimonial de 
acordo como determinam os artigos da Lei 6.404/76 com as alterações trazidas pela Lei 
11.638/07, que tratam da estrutura. 
 
2.2 Estrutura do Balanço Patrimonial segundo a Lei 6.404/76 e suas alterações. 
 
2.2.1 – Ativo 
As contas no ativo serão dispostas em ordem decrescente do seu grau de 
liquidez. Essa liquidez refere-se à capacidade de realização, transformação dos 
componentes deste grupo em dinheiro. Isso dentro do Ciclo Operacional, como já foi 
demonstrado anteriormente. 
 
2.2.1.1 – Ativo Circulante 
Classificam-se no ativo circulante os bens e direitos com capacidade de 
realização, no prazo máximo de até um ano, contado da data do balanço. Este grupo 
encontra-se dividido em: 
• Disponibilidades – Representa o próprio dinheiro que se encontra 
disponível para a empresa. Exemplo: Caixa, Bancos, Aplicação 
Financeira de Liquidez Imediata; 
 
 
Elaboração: Prof. M.SC. Welinghton Spencer 
Revisão: Profª. M.SC. Patrícia Diniz 
 
 
 25 
• Direitos Realizáveis – São os bens e direitos com capacidade de 
realização em até doze meses, contado da data do balanço. Não 
representam o dinheiro disponível, e sim o direito ou o bem com 
capacidade de transformação. São os Direitos a Receber, proveniente de 
vendas de mercadorias ou prestação de serviços a prazo, Diárias a 
Receber, Valores a Receber de Agências de Viagens e Turismo, Cartão 
de Crédito, os estoques de mercadorias destinadas à venda, como 
também, para uso, tais como, material de limpeza, escritório, alimentos; 
aplicações financeiras. Contudo, nem todos os valores a receber ou a 
vencer, deverão estar classificados dentro desse grupo, mesmo mantendo 
a capacidade de realização e o prazo de no máximo doze meses. Isso em 
virtude de não fazerem parte da atividade principal da empresa. Por 
exemplo, a empresa empresta dinheiro a uma empresa do mesmo grupo 
empresarial, a empresa poderá até recebê-lo no outro dia. O fato foi 
gerado com empréstimo do dinheiro, surgindo um Direito a Receber. 
Acontece que a atividade principal do negócio da empresa não é 
empréstimo de dinheiro. Então, a classificação deste Direito a Receber 
não será feita neste grupo. 
• Despesas Antecipadas 
 O princípio contábil da Competência diz que o fato gerador da despesa é 
o seu consumo. No momento da aquisição de um componente desse 
grupo do ativo, o consumo ainda não existiu, por isso, não é despesa 
nesse momento. À medida que forem utilizados, será classificado como 
despesas diminuindo conseqüentemente o saldo desse grupo no ativo. 
 São exemplos de despesas antecipadas: assinatura de Jornais e Revistas, 
IPTU, IPVA, Seguros. 
 Digamos que no início de janeiro do ano “x”, a empresa realize a 
assinatura de uma Revista, especializada em construção civil, por um 
período de doze meses, no valor de R$ 1.200. Com base no fato gerador 
 
 
Elaboração: Prof. M.SC. Welinghton Spencer 
Revisão: Profª. M.SC. Patrícia Diniz 
 
 
 26 
da despesa, o consumo, ainda não existiu. Sendo assim, a empresa 
deverá ativar esse valor no grupo de Despesas antecipadas. À medida que 
os meses forem passando o consumo vai sendo realizado e esse valor vai 
sendo considerado como despesa. 
 O procedimento é o seguinte: No momento da assinatura, o valor será 
ativado, ou seja, será registrado no ativo circulante por ser um direito de 
receber as revistas por 12 meses. A cada mês será considerada despesa 
um doze avos (1/12) desse valor por causa da perda do direito, ou seja, 
pelo consumo. 
 
 
2.2.1.2 Ativo Não Circulante 
 
 São incluídos neste grupo todos os bens de permanência duradoura, destinados 
ao funcionamento normal da sociedade e do seu empreendimento, assim como os 
direitos exercidos com essa finalidade. 
 É composto dos seguintes subgrupos: Realizável em Longo Prazo, 
Investimentos, Imobilizado e Intangível. 
 
 
2.2.1.2.1 Realizável em Longo Prazo. 
Serão classificados nesse grupo os bens e direitos com capacidade de 
realização superior a doze meses da data do balanço. Por exemplo: diárias a receber em 
longo prazo, aplicações financeiras em longo prazo, contratos de seguros em longo 
prazo, e bens e direitos independentemente de prazo que não façam parte da operação 
principal da empresa. Nesse caso estão incluídos empréstimos a Diretores, empréstimos 
a Empresas Coligadas e Controladas, bens imóveis ou móveis da empresa que serão 
vendidos. 
 
 
 
Elaboração: Prof. M.SC. Welinghton Spencer 
Revisão: Profª. M.SC. Patrícia Diniz 
 
 
 27 
 
 
2.2.1.2.2 Investimentos 
São aquisições de bens e direitos não destinados à venda e que podem 
contribuir para geração de renda para a empresa. Entretanto, essa renda não está 
relacionada à atividade principal da empresa. Como exemplo: investimentos em ações 
de outras empresas, aquisição de obras de arte, terrenos, prédios que não serão 
utilizados na atividade principal da empresa. 
Imagine que a empresa adquira um novo prédio. Aluga-o a terceiros. Ora, esse 
aluguel irá gerar uma renda. Como o aluguel de imóveis não é atividade principal da 
empresa classificaremos no Ativo Não Circulante Investimento. 
 
2.2.1.2.3 Imobilizado 
Os componentes deste grupo representam a infra-estrutura para o 
funcionamento da empresa. São os móveis e utensílios, as máquinas e equipamentos, 
ferramentas, veículos, o prédio onde se encontra instalado a empresa. Esses itens 
também não são destinados à venda. O que os difere do Investimento é que contribuem 
para a manutenção da atividade principal dos negócios da empresa, não geram renda 
diretamente, entretanto contribuem para isso. 
Segundo MARION (2004, p.208) “entende-se por ativo Imobilizado todo ativo 
de natureza relativamente permanente, que se utiliza na operação dos negócios de uma 
empresa e que não se destina à venda”. 
A natureza relativamente dita pelo autor se refere à durabilidade do bem. 
Nesse caso, deve-se considerar acima de um ano. Os bens desse grupo são tangíveis e 
parte dele sofre desgaste. A representação da diminuição desse grupo pelo seu uso, 
desgaste, na empresa, é denominado depreciação. 
 
 
2.2.1.2.4 Intangível 
 
 
Elaboração: Prof. M.SC. Welinghton Spencer 
Revisão: Profª. M.SC. Patrícia Diniz28 
Com a entrada em vigor, desde janeiro de 2008, da Lei nº 11.638/07, que 
alterou alguns artigos da Lei nº 6.404/76, lei das sociedades anônimas, ficou 
determinada a inclusão dos Intangíveis. Esse item foi desdobrado do imobilizado e 
representa. 
Marcas, patentes, licenças de exploração, fundo de comércio são ativos 
intangíveis. 
 
 
2.2.2 – Passivo 
São as obrigações para com terceiros. São as dívidas. Esses valores são 
exigidos na data do seu vencimento. Quando os vencimentos das obrigações, contadas a 
partir da data do balanço patrimonial, são até doze meses (um ano), dizemos que o 
passivo é Circulante e quando for superior a doze meses fazem parte do grupo do 
Passivo Não Circulante. 
O Passivo representa o capital de terceiros investido na empresa, ou seja, são 
pessoas que não pertencem ao empreendimento, não são proprietárias, mas financiam o 
seu funcionamento (Ativo). São os fornecedores de mercadorias (material de limpeza, 
escritório, alimentos, bebidas), as instituições financeiras quando financiam bens do 
imobilizado ou emprestam dinheiro aa empresa, são os salários a pagar aos funcionários 
que tiveram sua mão-de-obra utilizada pela empresa, dentre outros. 
Esclarecendo o que venha a ser esse financiamento do ativo, por Capital de 
Terceiros. Imagine que a empresa deseja obter alimentos, onde ela deverá buscá-los? 
Procurando os fornecedores, é claro. Contudo quando o desembolso (pagamento) não é 
realizado de imediato, dizemos que a compra foi realizada a prazo, ou seja, o fornecedor 
disse tudo bem Srª. Empresa, cedo-te os bens dos quais necessitas, entretanto tu deverás 
me remunerar por este uso. Então, a empresa teve ou não teve terceiros financiando o 
seu funcionamento? Teve sim. Isso ocorre com as instituições financeiras, funcionários, 
governo e outros. 
 
 
 
Elaboração: Prof. M.SC. Welinghton Spencer 
Revisão: Profª. M.SC. Patrícia Diniz 
 
 
 29 
 
 
2.2.2.1 Passivo Circulante 
Como já foi dito acima, o passivo circulante representa as obrigações, ou seja, 
dívidas da empresa de curto prazo. São as obrigações, comuns. Nas transações 
ocorridas numa atividade empresarial é natural o desembolso financeiro não ocorrer de 
imediato. 
São exemplos do Passivo Circulante: Fornecedores, Títulos a Pagar, 
Empréstimos a Pagar, Salários a Pagar, Imposto a Pagar, Recolher e outros. 
 
 
2.2.2.2 Passivo Não Circulante 
Neste grupo são escrituradas as obrigações, da empresa em longo prazo, ou 
seja, com vencimento após 12 meses do exercício seguinte. Numa análise de 
endividamento de uma empresa, essas obrigações podem ser consideradas como dívidas 
boas, pois, não serão vencidas de imediato. Devendo ser analisado se a empresa 
apresenta condições, ou expectativas de gerar recursos para pagar essas obrigações no 
futuro. 
 No caso de o ciclo operacional da empresa ter duração maior que a do exercício 
social, a concepção terá por base o prazo desse ciclo. 
 
2.2.2.3 Patrimônio Líquido 
Esse grupo está representado inicialmente pelos recursos provenientes dos 
proprietários da empresa, denominado Capital Social. Posteriormente, quando a 
empresa entrar em funcionamento e vir a apresentar resultados positivos, sobre os 
recursos investidos pelos proprietários, surgirá à apresentação do Lucro, caso contrário, 
o prejuízo. 
O Patrimônio Líquido, também é denominado Passivo não Exigível, ou 
Capital Próprio. Não exigível, porque, os proprietários não poderão exigir da empresa o 
 
 
Elaboração: Prof. M.SC. Welinghton Spencer 
Revisão: Profª. M.SC. Patrícia Diniz 
 
 
 30 
valor de seus investimentos em data certa, ou seja, com prazo de vencimento. Próprio, 
porque os investimentos realizados na empresa que aparecem neste grupo, foram 
realizados por pessoas que pertence aa empresa, ou seja, seus proprietários. 
Para representar o Patrimônio Líquido, a contabilidade faz uso de uma 
equação, conforme segue: 
 
PATRIMÔNIO LÍQUIDO = PASSIVO - ATIVO 
 
Dessa forma, o Patrimônio Líquido representa a riqueza líquida da empresa. 
A Lei 6.404/76 e suas alterações, que rege o tipo societário, Sociedades 
Anônimas, trata dentre outras coisas, das Demonstrações Financeiras e suas estruturas. 
Quando ela trata do Passivo da empresa, não faz distinção entre Passivo e Patrimônio 
Líquido, dando a entender que esse faz parte do Passivo. 
Como o Patrimônio Líquido é definido, por alguns autores como Passivo não 
Exigível, sendo uma obrigação para com os proprietários, subtende-se ser esse o motivo 
do tratamento dado pela lei, considerando tudo como Passivo: o Exigível e o Não 
Exigível. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
BALANÇO PATRIMONIAL 
ATIVO PASSIVO 
Circulante 
Disponibilidades 
Direitos Realizáveis 
Despesas Antecipadas 
Circulante 
Não Circulante 
Realizável em Longo Prazo 
Investimentos 
Imobilizado 
Intangível 
Não Circulante 
Exigível em Longo Prazo 
Patrimônio Líquido 
 
 
Elaboração: Prof. M.SC. Welinghton Spencer 
Revisão: Profª. M.SC. Patrícia Diniz 
 
 
 31 
 
 
Após todo esse detalhamento, observem outra vez o relatório abaixo, que fora 
apresentado no início dos estudos e percebam como a leitura agora é mais simples e 
compreensível. 
 
BALANÇO PATRIMONAIL – Encerrado em 31/12/2008 
ATIVO PASSIVO 
Circulante 
Disponibilidades 
Caixa........................................................1.000 
.Bancos.....................................................8.000 
Aplicações Financeiras...........................10.000 
Direitos Realizáveis 
Diárias a Receber.....................................5.000 
Estoques 
Mercadorias para Revenda.......................15.000 
Almoxarifado............................................10.00
0 
Despesas Antecipadas 
Assinaturas de Jornais e Revistas...............1.200 
Não Circulante 
Realizável em Longo Prazo 
 Empréstimos a Diretores...........................2.000 
 Empréstimos a Coligadas/Controladas.....1.500 
Títulos a Receber (acima 360 dias)...........7.000 
Investimentos 
Obras de Arte..........................................10.000 
Imobilizado 
Terrenos.............................................. ...36.600 
Prédios....................................................60.000 
Móveis e Utensílios................................70.000 
Máquinas e Equipamentos.....................90.000 
(-) Depreciação Acumulada.................(15.000) 
 
 
TOTAL DO ATIVO.......................... 312.300 
Circulante 
Fornecedores...................................................25.200 
Salários a Pagar.................................................9.000 
Impostos a Pagar/Recolher............................... 1.000 
Empréstimos Bancários...................................12.500 
Contas a Pagar...................................................3.500 
Não Circulante 
Empréstimos Bancários (acima de 360 dias)..32.500 
Financiamentos (acima de 360 dias)...............51.600 
 
 
Patrimônio Líquido 
Capital Social................................................150.000 
Reservas..........................................................27.000 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
TOTAL DO PASSIVO................................. 312.300 
 
 
Abaixo há uma representação didática e resumida da estrutura do Balanço 
Patrimonial. 
BALAN ÇO PATRIMONIAL 
ATIVO PASSIVO 
 
 
Elaboração: Prof. M.SC. Welinghton Spencer 
Revisão: Profª. M.SC. Patrícia Diniz 
 
 
 32 
Circulante 
Será transformado em dinheiro rapidamente 
Circulante 
Será pago rapidamente, no curto prazo. 
 
 
Não Circulante 
- Espera-se muito tempo para receber; 
- Não são destinados à revenda, 
 alguns geram receita não 
operacional (investimentos),outros são de uso na atividade 
 principal da empresa 
 e contribuem para geração de 
 receita da atividade 
 principal da empresa. 
 
 
Não Circulante 
Demora-se muito tempo para pagar. 
 
Patrimônio Líquido 
Não precisa pagar enquanto a empresa 
estiver em continuidade. 
 
 Observe que no lado direito do Balanço Patrimonial, temos o Patrimônio 
Líquido, e faz parte de sua composição o Lucro ou Prejuízo da empresa. Pois bem, 
como se obtém este lucro ou prejuízo? 
 Para obter esse resultado, faz-se necessário confrontar as receitas e despesas, 
conforme segue: 
 
Receitas > Despesas = Lucro 
Receitas < Despesas = Prejuízo 
 
 
 Após apurado o resultado, o mesmo será transferido para a conta de Lucros ou 
Prejuízos no Patrimônio Líquido e parte para a conta de dividendos a pagar, caso tenha 
obtido lucro. 
 Entende-se por dividendos a parcela do lucro que o acionista, proprietário da 
empresa, tem direito por causa do capital investido. 
 
 
 
Elaboração: Prof. M.SC. Welinghton Spencer 
Revisão: Profª. M.SC. Patrícia Diniz 
 
 
 33 
 Numa representação gráfica, podemos assim demonstrar: 
 
 
ATIVO PASSIVO 
Circulante 
 
Não Circulante 
Circulante 
Dividendos a pagar 
Não Circulante 
PATRIMÔNIO LÍQUIDO 
Capital Social 
Lucros ou Prejuízos Acumulados 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Este resultado apurado será apresentado aos usuários da contabilidade em forma 
de outro relatório contábil, que também é obrigatório para todas as empresas. Esse 
relatório é denominado de Demonstração do Resultado do Exercício - DRE. 
Receita 
(-)Despesas 
= Resultado do Período (lucro ou Prejuízo) 
Transferido 
 
 
Elaboração: Prof. M.SC. Welinghton Spencer 
Revisão: Profª. M.SC. Patrícia Diniz 
 
 
 34 
 O que vem a ser a DRE? Abaixo segue uma breve explanação do que vem a ser 
Demonstrativo do Resultado. E com relação ao registro do fato gerador da receita e da 
despesa, será tratado mais adiante. 
 
2.3 Demonstração do Resultado do Exercício – DRE 
 
 A Demonstração do Resultado do Exercício é um relatório ordenado, de forma 
que venha esclarecer os componentes do resultado, ou seja, ele visa apresentar ao 
usuário da informação contábil qual a composição do lucro ou prejuízo encontrado. 
 
 
2.3.1 - Estrutura da Demonstração do Resultado do Exercício – DRE 
Segundo MARION (2000, p. 63), a Demonstração do Resultado do Exercício 
é um resumo ordenado das receitas e despesas da empresa em determinado período (12 
meses). A mesma é apresentada de forma dedutiva (vertical), ou seja, das receitas 
subtraem-se os custos e as despesas até encontrar o resultado (lucro ou prejuízo). 
• Receita Líquida – É o resultado da Receita Bruta menos as Deduções 
que seria os impostos sobre venda, os descontos sobre a venda e a 
devolução de mercadoria por parte do cliente. 
• (-) Custo das Mercadorias Vendidas e Custo dos Serviços Prestados - 
Quanto custou para a empresa a mercadoria ou o serviço. 
• (=) Resultado Bruto (lucro ou prejuízo) – é o resultado sem considerar 
as despesas operacionais 
• (-) Despesas Operacionais – São as despesas necessárias dentro das 
operações da empresa, que são consumidas num determinado período 
para se obter a receita, tais como as despesas com o departamento 
comercial, administrativo e financeiro. 
• (=) Resultado Operacional (lucro ou prejuízo) – É o resultado das 
operações da empresa. Se este resultado for positivo, ou seja, lucro, 
 
 
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Revisão: Profª. M.SC. Patrícia Diniz 
 
 
 35 
pode-se afirmar que a atividade foi lucrativa naquele período. Qualquer 
modificação a partir daqui serão interferências atípicas na atividade da 
atividade. 
• (+/-) Outras Receitas ou Despesas – O próprio nome do grupo diz, são 
receitas ou despesas atípicas, não operacionais; não ocorrerão com 
freqüência. Essas receitas ou despesas são provenientes de venda do 
imobilizado, do investimento ou do intangível. 
• (=) Lucro Antes do Imposto de Renda e Contribuição Social – Nesse 
momento, deve-se calcular o valor dos tributos acima, que são de 
responsabilidade da empresa, tais como: o Imposto de Renda (IR) e a 
Contribuição Social sobre o Lucro (CSSL). Após a apuração deve-se 
deduzi-los desse valor. 
• (=) Lucro Depois do Imposto de Renda e Contribuição Social – Desse 
valor, deduz-se as participações do resultado apurado na empresa. Por 
Participações entende-se o montante do lucro a ser distribuído para o 
administrador, os empregados, dentre outros. 
• (=) Lucro Líquido do Exercício – Esse resultado está apresentado como 
lucro, entretanto pode ser prejuízo. Independentemente se foi lucro ou 
prejuízo, esse valor deverá ser transferido para o patrimônio líquido, 
onde será dada destinação a ele. Caso seja lucro, será parte distribuída 
para os proprietários (através de Dividendos) e parte ficará retida na 
empresa, em reservas de lucros. 
 
Abaixo será apresentada uma estrutura básica da DRE. 
 
DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO - DRE 
RECEITA LÍQUIDA 
(-) CMV/ CSP 
= RESULTADO BRUTO (LUCRO OU PREJUÍZO) 
 
 
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 36 
(-) DESPESAS OPERACIONAIS 
 Despesas Comerciais 
 Despesas Administrativas 
 (+/-) Receitas/Despesas Financeiras 
= RESULTADO OPERACIONAL 
(+/-) Outras Receitas/Despesas Operacionais 
= LUCRO ANTES DO IMPOSTO DE RENDA E CONTRIBUIÇÃO 
SOCIAL 
(-) Despesa Imposto de Renda e Contribuição Social 
= LUCRO DEPOIS DO IR E CS 
(-) Participações (administradores, Empregados, etc) 
= LUCRO LÍQUIDO 
 
 
3 – Técnicas Contábeis 
 
 Para atingir a sua finalidade de controle da variação patrimonial, da apuração do 
resultado e prestação de informações aos seus usuários, a contabilidade utiliza algumas 
técnicas, tais como: Escrituração Contábil, Elaboração das Demonstrações Contábeis, 
Auditoria e Análise de Balanços. 
 Inicialmente falamos sobre a técnica das Demonstrações Contábeis, onde 
apresentamos o Balanço Patrimonial e a Demonstração do Resultado do Exercício. 
 Agora será abordado, de forma sucinta a Técnica da Escrituração, ou seja, como 
ocorre todo o processo contábil de uma empresa. Desde um plano de contas até a 
escrituração contábil, e logo em seguida a elaboração dos Demonstrativos Contábeis, 
anteriormente tratados. 
 
 
 
 
 
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 37 
3.1 Escrituração Contábil 
 É uma técnica utilizada para registrar os fatos contábeis, que alteram e 
modificam o estado patrimonial da empresa. Essa técnica utiliza o Método das Partidas 
Dobradas registrando os fatos em livros próprios (Diário e Razão). 
 Antes do registro, procede-se a coleta de dados. Esse procedimento é realizado 
através de documentos que comprovem a veracidade dos fatos, das transações ocorridas 
na empresa, tais como: compra, venda, consumo de materiais dentre outros. O 
documento tem que ser idôneo, legal. Sendo a legalidade estabelecida externamente ou 
internamente. São exemplos de documentos que dão veracidade aos fatos: Notas Fiscais 
de compra e de venda, avisos bancários, cheques, requisição de materiais. Quando um 
documento é criado dentro da empresa, servindo, por exemplo, para movimentação de 
materiais, deverá ser conhecido por todos da empresa. Além disso, deverá ficar claro 
quem está autorizado a utilizá-lo. Por exemplo: o responsável pelo almoxarifado de uma 
empresa, só estará autorizado a despachar material de limpeza, se a requisição que 
solicita o mesmo estiver assinada pela pessoa competente, que já é do conhecimento do 
almoxarife. 
 O registro só pode ser efetuadocom base em documentos coletados, ou seja, 
nenhum registro de um fato contábil que ocorra na empresa poderá se registrado 
verbalmente. Deverá existir um documento. O registro é realizado nos livros contábeis, 
conhecidos como: Diário e Razão. Esses livros servirão de base para a elaboração dos 
Demonstrativos Contábeis (Financeiros). 
 Abaixo segue um breve resumo dos livros utilizados pela contabilidade para 
efetuar seus registros. 
• Livro Diário – Esse é o livro principal da contabilidade. Desde que 
preenchidas as exigências legais, ele tem fé pública, servindo de prova para a 
empresa. Esse livro deve ser encadernado, ter folhas numeradas 
tipograficamente, ser registrado no Registro do Comércio ou Cartório de 
Registro Civil das Pessoas Jurídicas, conter Termos de Abertura e de 
 
 
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 38 
Encerramento devidamente preenchidos. O registro de uma operação no Livro 
Diário denomina-se “Partidas de Diário”. 
 São requisitos para registro no livro Diário: local e data da operação, conta 
debitada e conta creditada, histórico (deve ser objetivo, sucinto, discriminar as 
características principais dos documentos que deram base para o registro) e o 
valor da operação. 
 A escrituração contábil é realizada em ordem cronológica de dia, mês e ano; 
em idioma nacional e moeda corrente do país; utilizando a linguagem mercantil, 
sem intervalos em branco, borrões e rasuras. 
 
• Livro Razão – Livro contábil importantíssimo, para os registros contábeis. Nele 
são controladas as informações da movimentação financeira dos componentes 
patrimoniais de forma individualizada. Por exemplo: caso se deseje saber a 
movimentação e o valor constante de duplicatas a receber em determinada data, é só 
ter em mãos a “ficha razão” da conta “Duplicatas a Receber”, no período 
interessado. Ressalta-se que esse é o valor registrado no livro. Entretanto, deve 
existir um controle interno da relação das duplicatas, em que são individualizados 
os clientes da empresa. 
 
Para auxiliar na técnica de escrituração, a contabilidade faz uso do Plano de 
Contas que trataremos abaixo. 
 
 
3.1.1 Plano de Contas 
 
O Plano de Contas é um agrupamento ordenado das contas que são utilizadas 
nas operações da empresa, quando dos registros contábeis. Cada Empresa deverá 
elaborar o seu plano de contas de acordo com as suas necessidades. Elas serão 
 
 
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 39 
organizadas, organizadas dentro da estrutura dos Demonstrativos Financeiros 
determinados em Lei. 
Afirma LUNKES (2004, p65) “O plano de contas é um instrumento importante, 
pois padroniza o registro das operações contábeis, possibilitando assim a elaboração dos 
demonstrativos contábeis, comparação entre empresas ou até mudanças no profissional 
responsável pelos registros, sem prejudicar a continuidade e a uniformidade das 
informações”. 
Segundo Marion (2000, p. 239) “Cada empresa, de acordo com sua atividade e 
seu tamanho (micro, média ou grande), deve ter o seu próprio Plano de Contas”. 
Sendo assim, abaixo segue um exemplo de um Plano de Contas utilizado em 
uma Empresa. 
Na prática, o Plano de Contas é numerado ou codificado de forma racional, o 
que facilita a contabilização por meio de processos mecânicos ou processos eletrônicos. 
(Marion: 2000). 
 
Plano de Contas Básico para Empresas de Prestação de Serviço 
1 – ATIVO 
 1.1 - Ativo Circulante 
 1.1.1 - Disponibilidades 
 1.1.1.1 - Caixa 
 1.1.1.2 - Banco Conta Corrente 
 1.1.1.3 - Aplicações Financeiras 
 1.1.2 - Direitos a Receber de Curto Prazo 
 1.1.2.1 - Duplicatas a Receber 
 1.1.2.2 - (-) Provisão para Devedores Duvidosos 
 1.1.2.3 - Cartões de Crédito 
 1.1.3 - Estoques 
 1.1.3.1 - Mercadorias para Revenda 
 1.1.3.2 - Impostos a Recuperar 
 1.1.3.3 - Almoxarifado 
 1.1.4 - Despesas Antecipadas 
 1.1.4.1 - Assinatura de Jornais/Revistas 
 
 
Elaboração: Prof. M.SC. Welinghton Spencer 
Revisão: Profª. M.SC. Patrícia Diniz 
 
 
 40 
 1.1.4.2 - Prêmios de Seguro 
 1.1.4.3 - IPTU 
 1.1.5 - Outros Créditos 
 1.1.5.1 - Adiantamento a Funcionários 
 1.1.5.2 - Adiantamento a Fornecedores 
 1.2 - Ativo Não Circulante 
 1.2.1 - Realizável em Longo Prazo 
 1.2.1.1 - Aplicações Financeiras 
 1.2.1.2 - Empréstimos a Coligadas e Controladas 
 1.2.1.3 - Depósitos Judiciais 
 1.2.2 - Investimentos 
 1.2.2.1 - Obras de Arte 
 1.2.2.2 - Imóveis de Uso Futuro 
 1.2.2.3 - Ações de Outras Empresas 
 
 1.2.3 - Imobilizado 
 1.2.3.1 - Terreno 
 1.2.3.2 - Imóveis 
 1.2.3.3 - Máquinas e Equipamentos 
 1.2.3.4 - Instalações 
 1.2.3.5 - Móveis e Utensílios 
 1.2.3.6 - Veículos 
 1.2.3.7 - (-) Depreciação Acumulada 
 1.2.4 - Intangível 
 1.2.4.1 - Marcas e Patentes 
 1.2.4.2 - Licença de Exploração 
 1.2.4.3 - (-) Amortização Acumulada 
2 – PASSIVO 
 2.1 - Passivo Circulante 
 2.1.1 - Fornecedores 
 2.1.2 - Empréstimos e Financiamentos 
 2.1.3 - Adiantamento de Diárias 
 2.1.4 - Salários a Pagar 
 2.1.5 - Encargos Sociais a Recolher 
 2.1.6 - Títulos a Recolher 
 
 
Elaboração: Prof. M.SC. Welinghton Spencer 
Revisão: Profª. M.SC. Patrícia Diniz 
 
 
 41 
 2.1.6 - Contas a Pagar 
 2.1.7 - Dividendos a Pagar 
 2.1.8 - Imposto de Renda a Pagar 
 2.2 - Passivo Não Circulante 
 2.2.1 - Empréstimos e Financiamentos. 
 3 - Patrimônio Líquido 
 3.1Capital Social 
 3.1.1 - Capital Subscrito 
 3.1.2 - (-) Capital a Integralizar 
 3.2 - Reservas de Lucros 
 3.2.1 - Reserva Legal 
 3.2.2 - Reservas para Contingência 
 3.3 - Prejuízos Acumulados 
 3.3.1 - () Prejuízos Acumulados 
4 – CONTAS DE RESULTADO 
 4.1 - Receita Bruta 
 4.1.1 - Receita de Prestação de Serviço 
 4.2 - (-) Deduções da Receita Líquida 
 4.2.1 - Devoluções e Abatimentos 
 4.2.2 - Impostos sobre Vendas 
 4.2.3 - Impostos sobre Serviços 
 = Receita Líquida 
 4.3 - (-) Custo das Mercadorias e Serviços Vendidos 
 4.3.1 - (-) Custos dos Serviços Vendidos 
 = Lucro Bruto 
 4.5 - (-) Despesas Operacionais 
 4.5.1 - (-) Despesas com Vendas 
 4.5.1.1 - Salários 
 4.5.1.2 - Encargos Sociais 
 4.5.1.3 - Comissões 
 4.5.1.4 - Material de Expediente 
 4.5.1.5 - Luz/ Água/ Telefone 
 4.5.1.6 - Marketing e Propaganda 
 4.5.1.7 - Depreciação 
 4.5.2 - (-) Despesas Gerais e Administrativas 
 
 
Elaboração: Prof. M.SC. Welinghton Spencer 
Revisão: Profª. M.SC. Patrícia Diniz 
 
 
 42 
 4.5.2.1 - Salários 
 4.5.2.2 - Encargos Sociais 
 4.5.2.3 - Material de Expediente 
 4.5.2.4 - Luz/ Água/ Telefone 
 4.5.2.5 - Depreciação 
 4.5.3 - (+/-) Receitas/Despesas Financeiras 
 4.5.3.1 - (+) Juros Recebidos 
 4.5.3.2 - (+) Juros de Aplicações Financeiras 
 4.5.3.3 - (-) Juros e Descontos Operacionais 
 4.5.3.4 - (-) Juros s/Empréstimos 
 (=) Resultado Operacional (Lucro ou Prejuízo) 
 4.7 - (+/-) Outras Receitas e Despesas 
 4.7.1- (+) Venda do Ativo Imobilizado 
 4.7.2 - (-) Custo da Venda do Imobilizado 
 = Lucro Antes do Imposto de Renda e da Contribuição Social 
 4.9 - (-) Provisão para Imposto de Renda 
 4.10 -(-) Contribuição Social 
 = Lucro Depois do Imposto de Renda 
 4.12 (-) Participações de Empregados 
 = Lucro Líquido 
 
 
 
3.1.2 Registro dos Fatos Contábeis 
 
 Agora apresentaremos o processo de escrituração dos fatos contábeis. Estes 
são ocorrências que provocam modificações no Patrimônio da entidade, sendo assim, o 
objeto de contabilização através de uma conta patrimonial (bens, direitos e obrigações) 
ou conta de resultado (receitas e despesas), podendo ou não alterar o Patrimônio 
Líquido. 
Ex: compras, vendas, direitos adquiridos, obrigações assumidas, receitas e despesas 
reconhecidas. 
 
 
 
Elaboração: Prof. M.SC. Welinghton Spencer 
Revisão: Profª. M.SC. Patrícia Diniz 
 
 
 43 
 
3.1.2.1 Método das Partidas Dobradas 
 
 A Técnica da Escrituração utiliza o Método das Partidas Dobradas, este, fora 
desenvolvido em 1494, pelo Frei Luca Paciolli, na Itália, século XV. Sua essência reside 
em determinar que o registro de qualquer operação implica que a um débito numa ou 
mais contas deve corresponder um crédito equivalente em uma ou mais contas, de 
forma que a soma dos valores debitados seja sempre igual à soma dos valores 
creditados. 
 
 
3.1.2.1.1 Débito e Crédito 
 
 Na contabilidade, de acordo com a Teoria Patrimonialista das contas, que 
classifica as contas em patrimoniais (bens, direitos e obrigações) e de 
resultado (receita e despesa). Debitar e creditar são meras convenções 
contábeis, não possuindo relação com algo que se deve e algo que se tem 
direito. 
 
3.1.2.1.2 Origens e Aplicações de Recursos 
 
 A explicação do método das partidas dobradas, que resumidamente diz “Não 
há Débito(s) sem Crédito(s) correspondente”, é simples. Deve-se, na verdade, explicar 
como os recursos foram aplicados e de onde se originaram. Essa é a essência do 
método. Não existe aplicação de recursos sem origem. 
 Numa empresa, os recursos são aplicados em: aquisição de Bens e 
Surgimento de Direitos, no Pagamento de Dívidas e no Consumo (despesas). Já as 
origens são provenientes de Redução de Bens e Direitos, Aumento de Obrigações e 
 
 
Elaboração: Prof. M.SC. Welinghton Spencer 
Revisão: Profª. M.SC. Patrícia Diniz 
 
 
 44 
Receitas. Partidas de Diário representam à aplicação dos recursos e a sua origem, para 
cada ocorrência, fato ou transação. 
 
3.1.2.1.3 Razonetes em T 
 
 O Razonete em forma de T é uma maneira didática de apresentação do livro 
Razão. Onde se dá representa o controle individual das contas contábeis envolvidas nos 
fatos contábeis. O mesmo é apresentado como segue: 
Título da Conta 
Lado Esquerdo 
Débito 
Lado Direito 
Crédito 
 
 Todo registro realizado à esquerda do Razonete, será um registro a Débito, e 
este demonstra de onde os recursos foram aplicados. E todo o registro realizado à 
Direita do Razonete, será um registro a Crédito, este representa as Origens de 
Recursos. 
 Então Vejamos: 
 Pessoas que possuem reservas querem vê-las multiplicar. Analisam as várias 
maneiras de realizar este desejo, e uma delas é investir no seu próprio negócio. Quando 
tomam esta decisão, se faz necessário formalizar os atos constitutivos da mesma e 
colocar à sua disposição os recursos iniciais, dando origem a uma empresa, que diante 
do nosso Novo Código Civil e os Princípios Contábeis, possuem personalidade jurídica 
distinta de seus proprietários. 
 
1ª Operação: Os Sócios, em 02/01/2008, colocam à disposição da empresa um 
valor em dinheiro de R$ 50.000,00, para que possam iniciar suas atividades. Sendo o 
registro efetuado em razonetes da seguinte forma: 
 
Caixa 
50.000,00 
 
 
 
Elaboração: Prof. M.SC. Welinghton Spencer 
Revisão: Profª. M.SC. Patrícia Diniz 
 
 
 45 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2ª Operação: A empresa Califórnia comprou em 02 de janeiro de 2008 do fornecedor 
“fulano de Tal” material para limpeza por R$ 5.000,00, com pagamento a prazo, 
conforme nota fiscal nº. 100. 
Estoque de Materiais 
5.000,00 
 
 
 Observe que os recursos (capital), de R$ 5.000,00, foram aplicados em Estoques 
de Material de Limpeza, ou seja, a empresa teve um aumento de bens, no valor de R$ 
5.000,00. De acordo com o método das partidas dobradas, deverá explicar a origem 
destes recursos. Ou seja, como a empresa obteve R$ 5.000,00 para adquirir os materiais 
de limpeza? Como a aquisição foi a prazo, ela obteve recursos de Terceiros. Portanto 
está explica-se o fato. 
 Digamos que, com base na data de 31/01/08, o contador da empresa Califórnia, 
elabore o Demonstrativo Contábil, Balanço Patrimonial. O mesmo será apresentado 
como segue: 
Capital Social 
 
50.000,00 
Fornecedores 
 
5.000,00 
Crédito Débito 
Registra-se a Débito de 
Caixa, porque estamos 
explicando onde os R$ 
50.000,00 foram aplicados 
na empresa. 
Registra-se a Crédito de 
Capital Social, porque 
estamos explicando a 
Origem dos R$ 50.000,00, 
ou seja, de onde eles 
vieram. 
Neste Registro foi utilizado o Método das Partidas 
Dobradas. 
Debitamos (Aplicação) e Creditamos (Origem). 
Observem que o total debitado deve ser igual ao total 
creditado 
 
 
Elaboração: Prof. M.SC. Welinghton Spencer 
Revisão: Profª. M.SC. Patrícia Diniz 
 
 
 46 
 
ATIVO PASSIVO 
Circulante 
Disponibilidades 
Caixa...............................50.000,00 
Direitos Realizáveis 
Estoques 
Estoques de Materiais......5.000,00 
 
Total do Ativo.................55.000,00 
Circulante 
Fornecedores.........................5.000,00 
PATRIMÔNIO LÍQUIDO 
Capital Social.......................50.000,00 
 
 
 
Total do Passivo.....................55.000,00 
 
 Que leitura pode realizar deste demonstrativo? 
 O mesmo possui um total de bens de R$ 55.000,00, sendo R$ 50.000,00 em 
dinheiro e R$ 5.000,00 em estoques de materiais, ou seja, foram aplicados R$ 55.000,00 
em dinheiro e em estoques. 
 O total do passivo será sempre igual ao total do ativo, pois é através dele que se 
originam os recursos que aplicados no ativo da empresa. Sendo assim, podemos afirmar 
que a empresa obteve recursos, da seguinte maneira: R$ 5.000,00 foram provenientes de 
capital de terceiros e R$ 50.000,00 provenientes de capital próprio. 
 Até este momento, não realizamos nenhuma operação que envolvesse contas de 
receitas e despesas para sabermos se a empresa obteve lucro ou prejuízo nas suas 
operações. Antes de apresentarmos exemplos envolvendo estes fatos, se faz necessário 
conhecer falar sobre o que vem a ser receita e despesa. 
 
3.1.2.1.4 Receitas e Despesas 
 
Foi dito anteriormente que, do confronto entre Receitas e Despesas de 
determinado período encontra-se o resultado daquele período. 
Então o que vem a ser Receita e Despesa? 
A Receita numa atividade empresarial é gerada pela venda de mercadorias ou 
pela prestação de serviços. Quando ocorre uma receita, o ativo da empresa sofre um 
 
 
Elaboração: Prof. M.SC. Welinghton Spencer 
Revisão: Profª. M.SC. Patrícia Diniz 
 
 
 47 
acréscimo em dinheiro ou em Direitos a Receber, a depender da forma de pagamento se 
foi à vista ou a prazo. 
A Despesa é uma necessidade que a empresa tem para obter uma receita e não 
uma obrigação. Por exemplo, a empresa tem a necessidade de ter funcionários, energia, 
água, ambiente limpo, telefone, manutenção e outros, pois só assim, a empresa poderá 
obter hóspede e, consequentemente, a receita de hospedagem. Entretanto, toda essa 
necessidade utilizada pela empresa deverá ser paga. Quando ocorre uma despesa, o 
ativo diminui ou o passivo aumenta. Por exemplo: a empresa tem a necessidade de 
limpar uma unidade habitacional para receber um hóspede. Daí utilizará material de 
limpeza

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