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SEMANA 7 Carla está desesperada e conversa com Dra. Suzana (sua advogada) que a principal testemunha de seu caso e que deverá comparecer em audiência de instrução futura (mês seguinte) foi hospitalizada para passar por procedimento cirúrgico de alto risco em no máximo 3 (três) dias, conforme atestou o médico em documento próprio. Existe sério risco de morte, ou mesmo de vida com sequelas cerebrais diversas. O tempo de espera é apenas para os trâmites técnicos e administrativos para a cirurgia, pois se trata de evento futuro e certo. Dra. Suzana lamenta o ocorrido com Carla, mas informa que nada pode fazer, pois o CPC não prevê mais a medida cautelar existente no CPC/73, talvez no máximo peticionar nos autos informando do ocorrido e requerendo o adiamento da audiência para aguardar a melhor recuperação da testemunha enferma, ou mesmo conseguirem uma testemunha substituta. Releia e interprete o texto acima para responder aos seguintes questionamentos: a) Está correta a informação jurídica prestada pela Dra. Suzana? R: A advogada não deu a informação correta. Diante da narrativa do caso é possível a produção antecipada de prova, com fundamento no art. 381, I, CPC, que admite antecipação da prova em casos de urgência. b) É possível que Atas Notariais possam atestar ou documentar a existência de fatos jurídicos materiais e servirem de meio probatório em Juízo? R: É possível, conforme disposto no art. 384, CPC, que atesta a existência ou estado de coisas ou pessoas com presunção de veracidade de documentos públicos. SEMANA 8 A Administradora Joia Rara Ltda está em litígio com a empreiteira Obra Boa Ltda, contratada para reformar apartamento específico e não consegue se conformar com a decisão do juiz que indeferiu requerimento formulado por seu advogado para realização de prova pericial que comprovasse a má prestação dos serviços prestados, além da não prestação de outros. O juiz indeferiu o pleito, alegando já existir nos autos o requerimento tempestivo (e deferido) do advogado da Administradora Joia Rara sobre produção de provas (documental e testemunhal), não havendo agora, em outro momento processual, possibilidade de novo requerimento para meio probatório distinto. O advogado da Administradora Joia Rara Ltda discorda da posição do juiz e pretende recorrer da decisão de qualquer jeito, pois vislumbra violação legal e constitucional no caso. Releia e interprete o texto acima para responder aos seguintes questionamentos: a) Está correta a posição juiz em relação ao momento requerimento de produção de provas? R: A posição do juiz está correta, já que é na fase instrutória que o magistrado decide haver ou não necessidade de outros meios de provas, podendo as partes atuarem em conjunto para a produção de provas, na petição inicial e na contestação, fase ordenatória e instrutória pelas quais pretendem convencer o juiz, e o juiz decidir quais são realmente necessárias para decisão da sentença pois o réu deveria pedir prova pericial até o despacho saneador. b) Quais as diferenças entre prova pericial e inspeção judicial? R: A prova pericial, que serve para auxiliar o juiz, é um meio para comprovação de fatos obscuros, mas que dependem de conhecimentos técnicos, que exigem o auxílio de profissionais especializados, como por exemplo o perito judicial e o analista. A inspeção judicial é diferente, pois é feita diretamente pelo juiz, em pessoas ou coisas para esclarecer fatos que interessam a causa. Ou seja, a prova pericial é feita por outra pessoa e obtida de forma indireta e a inspeção judicial diretamente pelo exame imediato da pessoa ou coisa, sem intermediários, podendo o juiz ir até o local do fato se necessário. SEMANA 9 André e Lívio figuram respectivamente como autor e réu em ação de cumprimento contratual que tem como objeto a prestação de serviços de manutenção de aparelhos de ar condicionado. O contrato foi firmado pelas partes e vinha sendo cumprido normalmente, até que em determinado mês, sem nenhuma razão específica, Lívio deixou de realizar o serviço. Após realizar duas notificações, André optou pelo Poder Judiciário para tentar resolver seu problema. O advogado de André distribuiu a petição inicial com a opção de não realizar audiência de conciliação ou mediação. Após a citação e apresentação de defesa, o Juiz determina a realização de Audiência de Instrução e Julgamento e intima as partes envolvidas. Releia e interprete o texto acima para responder aos seguintes questionamentos: a) Considerando que a audiência a ser realizada tem por finalidade instruir e proporcionar condições técnicas para o julgamento do Juiz, é possível ainda haver espaço para a conciliação ou mediação? R: Sim, a busca pela conciliação ou mediação em processos judiciais cíveis deve ser sempre estimulada por todo o percurso do feito, pelo juiz, bastando pensar que uma vez as próprias partes entrando em consenso oriundo de um acordo livre e espontâneo, a relação jurídica se restabelece e se fortifica de mais segurança entre os agentes participantes, restando ao magistrado homologar o consentimento consagrado entre os agentes. b) O que significa dizer que a audiência de instrução e julgamento é una e indivisível? R: A audiência de instrução e julgamento é una no sentido de que seja seguida a regra da ocorrência de todas as fases de produção de prova e julgamento da demanda em um único ato judicial, valendo dizer em um único dia, e de forma contínua, sem interrupções, devendo somente ser separada nas estritas hipóteses expostas no art. 365 do CPC. Contudo, na prática não se vislumbra o seguimento de tal ordem, haja vista as causas levadas ao judiciário cada vez mais complexas, vindicando fases instrutórias ainda mais longas, sem que se dê toda a conclusão do feito em um único encontro. SEMANA 10 Em ação de rescisão contratual, devolução de valores pagos e ainda indenização por danos morais movida por Júlio em face do Mercado Oferta Livre LTDA, a Juíza proferiu sentença onde julgou integralmente procedente o pedido autoral. Júlio questiona seu advogado a respeito da sentença, pois ao realizar a leitura em seu acompanhamento processual na internet, não entendeu o que seriam os termos fundamentação e dispositivo. Júlio também queria saber quais os efeitos práticos que a sentença teria no caso concreto dele. O advogado de Júlio respondeu que toda sentença tem como elementos ou partes obrigatórias: relatório, fundamentação e dispositivo. Questionou autor, por fim, se o juiz poderia alterar o conteúdo da sentença proferida, o que foi afirmado pelo advogado. Releia e interprete o texto acima para responder aos seguintes questionamentos: a) Está correta a informação prestada pelo advogado de Júlio? R: Sim, eis que a sentença realmente ostenta tais requisitos e quanto a seus efeitos, permite a instituição de hipoteca judiciária. Conforme art. 38 da Lei 9.099/95 (Juizados Especiais). b) O juiz pode alterar o conteúdo da sentença após a sua publicação? Em quais hipóteses? R: Conforme dispõe o art. 203, § 1º, CPC, a sentença é definida como pronunciamento, por meio do qual o juiz com fundamento nos arts. 485 e 487, CPC, põe fim na fase cognitiva do processo comum ou extingue a execução. c) O caso acima admite reexame necessário? R: Não, uma vez que a sentença do caso em tela não foi proferida contra a União, o Estado, o Distrito Federal, o Município ou contra suas autarquias e respectivas fundações de direito público, nem houve qualquer julgamento procedente em embargos à execução fiscal, conforme art. 496 do CPC. SEMANA 11Um espanhol foi condenado em segunda e última instância por um tribunal competente de seu país a pagar a quantia de 50 mil euros por conta de dívidas oriundas de cheques não honrados pelo sistema bancário ou pelo próprio emitente. O caso transitou em julgado e quando foi iniciada a execução, descobriu-se que o devedor tinha se mudado para o Brasil, especificamente para Fortaleza, capital do Ceará. O credor consulta seu advogado a respeito da possibilidade de cumprimento da sentença no Brasil, onde está claro o estabelecimento de nova residência e domicilio do espanhol devedor, inclusive com novos negócios em andamento, conforme relatos e documento obtidos pelas redes sociais. O advogado espanhol contrata os serviços do escritório onde você está estagiando para concretizar o direito material de seu cliente. Releia e interprete o texto acima para responder aos seguintes questionamentos: a) Quais os requisitos para a homologação de sentença estrangeira no Brasil? R: Os requisitos que validarão a sentença estrangeira no Brasil, estão dispostos no art. 963 do CPC, quais sejam ser elas proferidas por autoridade competente (lembrando que as análises serão feitas aqui no Brasil); ter ocorrido a citação regular ainda que haja revelia no feito; ser ela eficaz no país onde fora proferida; não ofender a coisa julgada brasileira; estar acompanhada de tradução oficial, salvo disposição contrária em tratado; não conter manifesta ofensa a coisa pública (quando ofenderem a soberania nacional, a ordem pública e os bons costumes). b) Quais os órgãos judiciários competentes para e homologação e execução no Brasil? R: No que diz respeito a homologação de sentença estrangeira no Brasil, será incumbência do STJ tornar a decisão homologada, com base no que dispõe o art. 963 do CPC, aos tratados entre países em vigor no Brasil, e no regimento interno do próprio tribunal superior. E se houver a necessidade de executar a decisão no território brasileiro, a competência para processar a carta sentença (carta rogatória), será a do juízo de 1º grau da justiça federal. c) É cabível antecipação de tutela no procedimento de homologação de sentença estrangeira? R: Sim, é possibilidade expressa no CPC a antecipação de tutela no procedimento de homologação de sentença estrangeira, mesmo que no referido regramento haja tão somente a expressão sobre a concessão de tutela de urgência, é pacífico na doutrina que tal disposição deve ser entendido no seu sentido lato, abrangendo não só a tutela já falada, mas também nas suas formas cautelares ou de evidência. SEMANA 12 Joana ingressou com uma ação de despejo em face de Laila alegando que a ré não efetuou o pagamento dos aluguéis referente ao imóvel localizado no centro de Minas Gerais. A ré contestou a demanda alegando que, em verdade, o imóvel estava em comodato razão pela qual não cabe o pedido de despejo. O juiz, antes de julgar a causa, apreciou a questão prejudicial concluindo pela inexistência de locação prevalecendo a tese da ré acerca do comodato. Ao final o juiz julgou improcedente o pedido da autora sob o fundamento de que inexiste contrato de locação que ampare sua pretensão. Ao saber da decisão Laila comemora com seu advogado e lhe pergunta se Joana pode promover nova ação de despejo com novos fundamentos. O advogado afirma que infelizmente a solução da questão prejudicial na fundamentação não faz coisa julgada, podendo a autora propor nova ação no futuro, conforme interpretação do art. 504 do CPC. Releia e interprete o texto acima para responder aos seguintes questionamentos: a) Está correta a orientação do advogado? R: Sim, tendo em vista que somente a parte dispositiva da sentença é que serão abarcados pelo manto da coisa julgada, não se operando, deste modo, seus efeitos na fundamentação do julgado, que poderá ser novamente proposta em nova ação com novos fundamentos jurídicos. Nos termos do art. 504 do CPC. b) No caso acima ocorre coisa julgada material e formal? R: No caso acima houve a coisa julgada em sua espécie formal, visto que a decisão é de caráter definitivo, não resolvendo assim o mérito da lide, mas tão somente decidiu a questão prejudicial do reclame. A coisa julgada material existe quando a sentença julgada de forma definitiva a questão principal do mérito. O que não houve no caso em questão. c) A coisa julgada, no presente caso, afetará terceiros que não participaram da relação processual? R: Não afetará os terceiros que não participaram da relação processual em tela, visto mandamento expresso no art. 506 do CPC. De todo modo, torna- se oportuno destacar uma possibilidade de terceiro ser atingido pelos efeitos da coisa julgada, que se dará na hipótese da substituição processual de ação individual, quando ainda que o substituído não seja mais parte no feito, sofrerá os efeitos da coisa julgada. SEMANA 13 Maurício vendeu seu carro para seu grande amigo Gilson pelo valor de R$15.000,00. Na ocasião Gilson se comprometeu a realizar a comunicação junto ao DETRAN e regularizar a propriedade do veículo. Passados 02 anos, Maurício é notificado para responder a um processo de suspensão do direito de dirigir em razão do excesso de multas referentes ao veículo vendido, que ainda estava em seu nome. Muito chateado com a situação e sem conseguir localizar seu amigo, Maurício propôs ação de obrigação de fazer em face de Gilson cujo objeto era a condenação do réu na obrigação de regularizar a propriedade do carro junto ao DETRAN. Após a instrução da causa, o juiz julgou procedente o pedido para determinar que o réu regularize a propriedade do veículo, no prazo de 20 dias, sob pena de multa diária de R$1.000,00. Após o término do prazo, sem o cumprimento da obrigação, o juiz, a requerimento do autor, aumenta a multa diária para R$2.000,00. O réu apresentou petição requerendo a reconsideração da decisão, pois, de acordo com o art. 502 do CPC, a coisa julgada torna imutável a decisão sendo incabível o aumento da multa diária após o trânsito em julgado. Diante do caso indaga-se: a) Está correta a argumentação do réu? R: Não assiste razão alguma ao réu do caso ora sob análise, tendo em vista que a imposição de multa, mesmo que ela se dê de maneira progressiva, é uma forma que o magistrado dispõe para compelir que o mesmo faça a obrigação de fazer imposta na sentença, conforme disposição do art. 497 do CPC. b) Considerando a doutrina sobre o tema, qual é a distinção entre coisa julgada e preclusão? R: A coisa julgada, quer seja material ou formal, diz respeito a impossibilidade de se modificar a decisão em que já se dera o trânsito em julgado, sendo, pois, obstado qualquer interposição de novo recurso. Já a preclusão dá-se quando se deixa de praticar determinado ato subjetivo que cabia a parte interessada, sendo este concedido de forma temporal ou por mandamento de lei. Caso a parte não exerça o direito subjetivo que possui, resta-se precluso a oportunidade, não cabendo, deste modo, nova chance para efetuar o ato perdido. SEMANA 14 Temístocles ingressou com ação em face da empresa de Telefonia Fone Fácil S.A formulando declaratório de inexistência de relação jurídica combinado com condenação por danos materiais e morais. Segundo o autor, a ré teria realizado inscrição indevida de seu nome no cadastro de inadimplentes em razão de suposta dívida de contas pretéritas de titularidade do autor. Após contestação da ré, o juiz, não havendo mais necessidade de realização de mais provas, resolveu o caso com julgamento antecipado da lide, julgando procedente o pedido autoral e estipulando a indenizaçãototal no valor de R$15.000,00 (quinze mil reais), entendo ser este valor suficiente para reparar os danos materiais e morais suscitados e provados nos autos. A decisão transitou em julgado e Temístocles inicia a fase de execução em face da agora executada, Telefonia Fone Fácil S.A. Em diligências internas na empresa, o advogado da Telefonia Fone Fácil S.A descobre que já havia uma decisão judicial transitada em julgado em face de Temístocles, envolvendo os mesmos fatos jurídicos suscitados na ação atual. Indignado, o advogado resolve ingressar com Ação Rescisória. Releia e interprete o texto acima para responder aos seguintes questionamentos: a) É possível Ação Rescisória no presente caso? R: Sim, há a clara possibilidade da pretensão rescisória, visto a decisão do caso em tela ofende a coisa julgada, conforme disposição do art. 966, IV do CPC. b) Qual o órgão competente para conhecer e julgar a Ação Rescisória. R: Será competência originária do tribunal, sendo o mesmo determinado por dependência dos eventuais recurso interpostos no processo originário e da espécie de julgamento de tais recursos. c) Quais são as consequências processuais nos casos em que a ação rescisória é proposta no juízo incompetente? R: Se reconhecida a incompetência do tribunal para julgamento da ação, a mesma sofrerá uma decisão terminativa sem resolução do mérito, devendo ainda ser intimado o autor para emendar a petição inicial, a fim de que se adeque o objeto da ação rescisória, quando a decisão apontada como rescidenda não tiver apreciado o mérito ou tiver sido substituída por decisão posterior. Em seguida, após ocorrência da emenda a petição inicial, os autos deverão ser remetidos ao juízo competente. SEMANA 15 Em Ação Rescisória proposta por Godofredo em face de Silas houve requerimento de concessão de tutela provisória, considerando que Godofredo alega que em razão da flagrante nulidade do julgamento anterior (violação manifesta de norma jurídica objeto de súmula de jurisprudência dominante do STF) e da fase em que se encontra a execução, é possível que seu bem imóvel seja levado à hasta pública, com demasiado perigo de dano irreparável ou mesmo de dificílima reparação. O relator admite a petição inicial e, incontinente, defere o requerimento de Godofredo para suspender a execução até a decisão final da Ação Rescisória. Silas inconformado, afirma que decisão antecipada do relator seria uma violação constitucional do contraditório e da ampla defesa, pelo que não se conformará com a decisão. Releia e interprete o texto acima para responder aos seguintes questionamentos: a) A Ação Rescisória poderia ser admitida no presente caso? R: Sim, tendo em vista a nitidez sobre o cabimento previsto no CPC contra decisão baseada em enunciado de súmula ou acórdão em julgamento de casos repetitivos que não tenha considerado a existência de distinção entre a questão discutida no processo e o padrão decisório que lhe deu fundamento. b) Existe a possibilidade de concessão de tutela provisória em sede de Ação Rescisória. Indaga-se: R: Sim, é admissível que no caso concreto o autor possa pleitear a concessão de tutela provisória para impedir ou suspender o andamento do cumprimento de sentença, podendo ser concedida a tutela de urgência, seja ela cautelar ou antecipada, ou de evidência.
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