Buscar

Hipotálamo

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 5 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Arlindo Ugulino Netto – NEUROANATOMIA – MEDICINA P3 – 2008.2
1
MED RESUMOS 2012
NETTO, Arlindo Ugulino.
NEUROANATOMIA
ESTRUTURA E FUNÇÕES DO HIPOTÁLAMO 
(Professor Christian Diniz)
O hipotálamo é a porção mais ínfero-anterior do diencéfalo, que se dispõe nas paredes do III ventrículo, abaixo do sulco 
hipotalâmico, que o separa do tálamo, compondo também o assoalho deste ventrículo. As estruturas macroscópicas que o 
caracterizam são, de diante para trás: quiasma óptico, túber cinério (ao qual se liga o infundíbulo e a hipófise) e os corpos 
mamilares. Trata-se de uma parte muito pequena, pois tem apenas 4g de um cérebro de 1200 gramas. Apesar disto, o hipotálamo, 
por suas inúmeras e variadas funções, é uma das áreas mais importantes do sistema nervoso.
DIVISES E N‚CLEOS DO HIPOTƒLAMO
O hipotálamo é constituído fundamentalmente de substância cinzenta e se agrupa em núcleos. É percorrido pelo fórnix, que 
corre de cima para baixo, terminando no respectivo corpo mamilar, dividindo o hipotálamo em duas regiões: uma área medial (situada 
entre o fórnix e a parede lateral do III ventrículo e é compreendida pelos principais núcleos do hipotálamo) e uma área lateral 
(percorrida pelo feixe prosencefálico medial, complexo sistema de fibras que estabelecem conexões nos dois sentidos entre a área 
septal, pertencente ao sistema límbico, e à formação reticular do mesencéfalo). 
O hipotálamo pode ainda ser dividido por 
três planos frontais relacionados com as suas 
estruturas anatômicas macroscópicas:
 Hipotálamo supra-óptico: compreende o 
quiasma óptico e toda área situada acima 
dele nas paredes do III ventrículo até o 
sulco hipotalâmico. Neste plano, 
encontramos os seguintes núcleos: 
núcleo supra-quiasmático, núcleo 
supra-óptico e núcleo paraventricular.
 Hipotálamo tuberal: compreende o túber 
cinéreo e toda a área situada acima dele, 
nas paredes do III ventrículo até o sulco 
hipotalâmico. Neste plano, encontramos 
os seguintes núcleos: núcleo 
ventromedial, núcleo dorsomedial e 
núcleo arqueado.
 Hipotálamo mamilar: compreende os 
corpos mamilares com seus núcleos e as 
áreas das paredes do III ventrículo, que se 
encontram acima deles até o sulco 
hipotalâmico. Neste plano, encontramos 
os seguintes núcleos: núcleos mamilares 
e núcleo posterior.
OBS1: Próximo da lâmina terminal, existe uma 
pequena área denominada área pré-optica. Esta 
área deriva embriologicamente da porção central da 
vesícula telencefálica e não pertence, pois, ao 
diencéfalo.
CONEXES DO HIPOTƒLAMO
O hipotálamo tem conexões muito amplas, algumas por meio de fibras que se reúnem em feixes bem definidos, outras 
através de feixes mais difusos e de difícil identificação.
CONEXÕES COM O SISTEMA LÍMBICO
O sistema límbico compreende uma série de estruturas relacionadas principalmente com a regulação do comportamento 
emocional e, de certa forma, com a memória. As principais estruturas com as quais o hipotálamo se relacionam são:
 Hipocampo: liga-se pelo fórnix aos núcleos mamilares do hipotálamo, de onde os impulsos nervosos seguem para o núcleo 
anterior do tálamo através do fascículo mamilo-talâmico, integrando parte do chamado circuito de Papez.
 Corpo amigdalóide: fibras originadas nos núcleos amigdalóides chegam ao hipotálamo principalmente através da estria 
terminal.
 Área septal: a área septal liga-se ao hipotálamo através de fibras que percorrem o feixe prosencefálico medial.
CONEXÕES COM A ÁREA PRÉ-FRONTAL
Estas conexões têm o mesmo sentido funcional das anteriores, visto que o córtex da área pré-frontal também se relaciona 
com o comportamento emocional. A área pré-frontal mantém conexões com o hipotálamo através do núcleo dorsomedial do tálamo.
Arlindo Ugulino Netto – NEUROANATOMIA – MEDICINA P3 – 2008.2
2
CONEXÕES VISCERAIS
O hipotálamo mantém conexões aferentes e eferentes com os neurônios da medula e do tronco encefálico, proporcionando 
seu papel básico de controlador das funções viscerais.
 Conexões viscerais aferentes: por meio de suas conexões diretas com o núcleo do tracto solitário (fibras solitário-
hipotalâmicas), o hipotálamo recebe informações de toda a sensibilidade visceral, tanto geral como especial (como a 
gustação), que entram no SNC pelos nervos facial, glossofaríngeo e vago.
 Conexões viscerais eferentes: o hipotálamo controla o sistema nervoso autônomo direta (por meio da conexão direta dos 
núcleos hipotalâmicos com a coluna eferente visceral geral do tronco encefálico) ou indiretamente (por meio da formação 
reticular) agindo sobre os neurônios pré-ganglionares dos sistemas simpático e parassimpático.
CONEXÕES COM A HIPÓFISE
O hipotálamo tem apenas conexões eferentes com a hipófise, sendo estas conexões geralmente associadas à síntese e 
secreção de hormônios. As secreções hipotalâmicas são hormônios estimuladores/inibidores da hipófise anterior (andenohipófise) ou 
hormônios que são armazenados na hipófise posterior (neurohipófise) para que, só depois, sejam secretados por esta glândula. Elas 
são estabelecidas através dos tractos hipotálamo-hipofisário (com a neuro-hipófise) e túbero-infundibular (com a adeno-hipófise).
 Tracto hipotálamo-hipofisário: é formado por fibras que se originam nos grandes neurônios (magnocelulares) dos núcleos 
supra-óptico e paraventricular, e terminam na neuro-hipófise (hipófise posterior). As fibras deste tracto constituem os 
principais componentes estruturais da neuro-hipófise, sendo elas ricas em neuro-secreção, sendo as principais o hormônio 
antidiurético (ADH) e a ocitocina.
 Tracto túbero-infundibular: é constituído de fibras neurossecretoras que se originam em neurônios pequenos 
(parvicelulares) do núcleo arqueado e áreas vizinhas do hipotálamo tuberal (núcleos peri e paraventriculares). Seus axônios 
convergem para a região hipotalâmica chamada de eminência mediana e na haste infundibular, onde vários hormônios são 
secretados diretamente no sistema porta-hipotálamo-hipofisário. São fatores secretados por esta via: GnRH, TRH, CRH, etc.
CONEXÕES SENSORIAIS
Além das informações sensoriais provenientes das vísceras, diversas outras modalidades sensoriais têm acesso ao 
hipotálamo por vias indiretas, nem sempre bem conhecidas. O hipotálamo recebe informações sensoriais das áreas eretogênicas, 
como os mamilos e órgãos genitais, importantes para o fenômeno da ereção. Por meio do tracto retino-hipotalâmico (que termina no 
núcleo supraquiasmático), o hipotálamo se conecta ao córtex olfatório e à retina (conexão importante para o controle dos ciclos 
circadianos).
CONEXÕES MONOAMINÉRGICAS
Vários grupos de neurônios noradrenérgicos da formação reticular do tronco encefálico projetam-se para o hipotálamo, assim 
como neurônios serotoninérgicos oriundos dos núcleos da rafe.
Arlindo Ugulino Netto – NEUROANATOMIA – MEDICINA P3 – 2008.2
3
FUN„ES DO HIPOTƒLAMO
As funções do hipotálamo estão relacionadas diretamente com a homeostase, ou seja, com a manutenção do equilíbrio do 
meio interno dentro dos limites compatíveis com o funcionamento adequado dos diversos órgãos. Para isso, o hipotálamo tem um 
papel regulador sobre o sistema nervoso autônomo e o sistema endócrino, controlando ainda vários mecanismos importantes para a 
sobrevivência do indivíduo: como a fome, sede e o sexo.
CONTROLE DO SISTEMA NERVOSO AUTÔNOMO
O hipotálamo é o principal centro supra-segmentar de regulação do sistema nervoso autônomo, exercendo este papel 
juntamente a outras áreas do cérebro e estruturas do sistema límbico. De um modo geral, o hipotálamo anterior controla 
principalmente o sistema parassimpático, enquanto que o posterior controla principalmente o sistema simpático.
REGULAÇÃO DA TEMPERATURA CORPORAL
A capacidade de regular a temperatura corporal, característica especial dos animais homeotérmicos, é exercida pelo 
hipotálamo. Este é informado da temperatura corporal pormeio de termorreceptores periféricos e por neurônios localizados no 
hipotálamo anterior que também funcionam como termorreceptores.
O hipotálamo funciona como um termostato capaz de detectar variações de temperatura no sangue que por ele passa e 
ativar os mecanismos de perda ou de conservação do calor necessário à manutenção da temperatura normal. Existem, pois, dois 
centros:
 O centro de perda de calor, situado no hipotálamo anterior, que por meio de estímulos, desencadeia fenômenos de 
vasodilatação periférica e sudorese, que resultam em perda de calor.
 O centro de conservação do calor, situado no hipotálamo posterior, que por meio de estímulos, resulta em vasoconstricção 
periférica, tremores musculares (calafrios) e até mesmo liberação do hormônio tireoidiano, que funcionam no sentido de gerar 
ou conservar calor.
REGULAÇÃO DO COMPORTAMENTO EMOCIONAL
O hipotálamo, juntamente com o sistema límbico e a área pré-frontal, tem papel importante na regulação dos processos 
emocionais, como raiva, medo, prazer, etc.
REGULAÇÃO DA INGESTÃO DE ALIMENTOS
Costuma-se distinguir no hipotálamo um centro da fome
(situado no hipotálamo lateral) e um centro da saciedade 
(correspondendo ao núcleo ventromedial do hipotálamo). A estimulação 
do hipotálamo lateral faz com que o animal se alimente vorazmente,
enquanto a estimulação do núcleo ventromedial do hipotálamo causa 
total saciedade, ou seja, o animal recusa-se a comer mesmo na 
presença de alimento.
Desse modo, lesões na área lateral do hipotálamo causam 
ausência completa do desejo de alimentar-se, levando o animal à 
inanição, enquanto nas lesões do núcleo ventromedial o animal alimenta-
se exageradamente, tornando-se extremamente obeso.
REGULAÇÃO DA INGESTÃO DE ÁGUA
A lesão de uma área do hipotálamo lateral, frequentemente 
denominada centro da sede, faz com que o animal perca a vontade de 
beber água, podendo morrer desidratado. 
Por outro lado, estímulos nesta mesma área, através de 
eletrodos aí implantados, aumentam a sede do animal, que pode morrer 
por excesso de ingestão de água.
REGULAÇÃO DA DIURESE
O hipotálamo tem importante papel na regulação da quantidade de água no organismo. Isto se faz não só pelo controle da 
ingestão de água, mas também pela regulação da quantidade de água na urina. Para isto, os núcleos supra-óptico e 
paraventricular do hipotálamo sintetizam o hormônio antidiurético (ADH ou vasopressina) e o envia à neuro-hipófise para a sua 
secreção. Este hormônio age aumentando a absorção de água nos túbulos renais, diminuindo a eliminação de água pela urina.
REGULAÇÃO DO SISTEMA ENDÓCRINO
O hipotálamo regula a secreção de todos os hormônios de adeno-hipófise e deste modo, exerce ação controladora sobre 
quase todo o sistema endócrino.
GERAÇÃO E REGULAÇÃO DE RITMOS CIRCADIANOS
Os ritmos circadianos (do latim, circa=cerca e dies=dia) ocorrem em quase todos os organismos e são gerados por marca-
passos ou relógios biológicos. Nos mamíferos, o principal marca-passo circadiano situa-se no núcleo supraquiasmático do 
hipotálamo, cuja destruição abole os ritmos circadianos.
Cabe lembrar que o núcleo supraquiasmático recebe informações sobre a luminosidade do ambiente através do tracto retino-
hipotalâmico, o que lhe permite sincronizar os ritmos circadianos por meio do ritmo claro/escuro.
Arlindo Ugulino Netto – NEUROANATOMIA – MEDICINA P3 – 2008.2
4
RELA„ES HIPOTƒLAMO-HIPOFISƒRIAS
Importantes s€o as conexes que o hipot‚lamo estabelece com a hipƒfise. Como vimos, o hipot‚lamo tem apenas conexes 
eferentes com esta gl„ndula, sendo estas geralmente associadas … s†ntese e secre‡€o de hormˆnios. Basicamente, temos:
 Os neurˆnios hipotal„micos que se relacionam com a neuro-hipƒfise constituem o sistema magnocelular. Fazem parte deste 
sistema neurˆnios distribu†dos nos núcleos supra-ópticos e paraventricular. Destes n‰cleos, partem axˆnios que se projetam pela 
haste hipofis‚ria atŠ o lobo posterior da hipƒfise onde os neuro-hormˆnios s€o armazenados e liberados para a circula‡€o sist‹mica 
pela prƒpria hipƒfise.
 Os neurˆnios hipotal„micos que se relacionam com a adenohipƒfise constituem o sistema parvicelular ou túbero-infundibular. 
Fazem parte deste sistema neurˆnios difusamente distribu†dos nos núcleos arqueados do hipot‚lamo. Um sistema vascular 
especializado conecta a emin‹ncia mediana … adenohipƒfise – o sistema porta hipotálamo-hipofisário, onde os hormˆnios 
chegam em alta concentra‡€o antes de entrarem na circula‡€o sist‹mica mais dilu†dos.
RELAÇÕES DO HIPOTÁLAMO COM A NEURO-HIPÓFISE
As idŠias de que o hipot‚lamo teria rela‡es importantes com a neuro-hipƒfise surgiram a propƒsito da doen‡a conhecida 
como diabete insípido, caracterizada por uma poli‰ria n€o relacionada com o aumento de glicose na luz dos t‰bulos renais, mas sim, 
devido a falta do hormˆnio ADH. Verificou-se que o diabete ins†pido ocorre n€o sƒ em processos patolƒgicos da neuro-hipƒfise, mas 
tambŠm em certas leses do hipot‚lamo. Sabe-se hoje que isto se deve ao fato de que o hormônio antidiurético Š sintetizado pelos 
hormˆnios dos n‰cleos supra-ƒpticos e paraventricular do hipot‚lamo e, a seguir, Š transportado pelas fibras do tracto hipot‚lamo-
hipofis‚rio, atŠ a neuro-hipƒfise, onde Š secretado para a corrente sangu†nea.
Na neuro-hipofise as fibras do tracto hipot‚lamo-hipofis‚rio terminam em rela‡€o com vasos situados em septos conjuntivos, 
o que permite a libera‡€o dos hormˆnios na corrente sangu†nea. Como j‚ foi visto, o hormˆnio antidiurŠtico age nos t‰bulos renais 
aumentando a absor‡€o de ‚gua. 
J‚ a ocitocina, tambŠm produzida pelo hipot‚lamo e secretada pela neuro-hipƒfise, promove a contra‡€o da musculatura 
uterina e das cŠlulas mioepiteliais das gl„ndulas mam‚rias, sendo importante no parto ou na eje‡€o do leite. Este ‰ltimo fenˆmeno 
envolve um reflexo neuroendƒcrino atravŠs do qual os impulsos sensoriais que resultam da suc‡€o do mamilo pela crian‡a s€o 
levados … medula e da† ao hipot‚lamo, onde estimulam a produ‡€o de ocitocina pelos n‰cleos supra-ƒptico e paraventricular e sua 
libera‡€o na neuro-hipƒfise.
RELAÇÃO DO HIPOTÁLAMO COM A ADENO-HIPÓFISE
O hipot‚lamo n€o Š o respons‚vel direto pela produ‡€o dos hormˆnios da adeno-hipƒfise, mas ele regula a produ‡€o e 
secre‡€o dos hormˆnios deste lobo da hipƒfise por um mecanismo que envolve uma conex€o nervosa e outra vascular. AtravŠs da 
primeira, neurˆnios neurosecretores situados no n‰cleo arqueado e ‚reas vizinhas do hipot‚lamo tuberal secretam subst„ncias ativas 
que descem por fluxo axo-plasm‚tico nas fibras do tracto túbero-infundibular e s€o liberadas em capilares especiais situados na 
emin‹ncia mediana e na haste infundibular. Inicia-se ent€o a conex€o vascular, que se faz atravŠs do sistema porta-hipofisário, 
constitu†do por veias interpostas entre redes capilares. Os capilares s€o ramos das artŠrias hipofis‚rias, e as veias, por sua vez, 
desembocam diretamente no seio cavernoso.
Arlindo Ugulino Netto – NEUROANATOMIA – MEDICINA P3 – 2008.2
5

Outros materiais