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NEUROANATOMIA - Sistema Nervoso Autônomo - MEDRESUMOS

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Arlindo Ugulino Netto – NEUROANATOMIA – MEDICINA P3 – 2008.2
1
MED RESUMOS 2012
NETTO, Arlindo Ugulino.
NEUROANATOMIA
SISTEMA NERVOSO AUTÔNOMO
(Professor Christian Diniz e Valdir Delmiro Neves)
Como vimos a propósito dos capítulos introdutórios de Neuroanatomia, o sistema nervoso pode ser dividido funcionalmente 
em dois grandes representantes: o sistema nervoso somático e o sistema nervoso visceral. O sistema nervoso autônomo (SNA), 
também conhecido como visceral ou da vida vegetativa, é responsável por coordenar a inervação das estruturas viscerais, sendo ele 
muito importante para a integração da atividade das vísceras no sentido da manutenção da homeostase.
Como típico representante do sistema nervoso, o SNA também apresenta tanto componentes eferentes como aferentes. O 
componente aferente deste sistema é responsável por conduzir impulsos nervosos originados em receptores viscerais 
(visceroceptores) até áreas específicas do sistema nervoso central. O componente eferente, por sua vez, leva impulsos de certos 
centros até as estruturas viscerais, terminando, pois, em músculos lisos, músculo cardíaco ou glândulas. Por definição 
neuroanatômica, denomina-se sistema nervoso autônomo apenas o componente eferente deste sistema visceral, que se divide em 
simpático e parassimpático. O principal objetivo deste tópico é, pois, apontar as principais características das vias eferentes do 
SNA.
GENERALIDADES SOBRE OSNA
O sistema nervoso autônomo está relacionado com o controle das funções corporais, pois é o responsável pelas respostas 
reflexas de natureza automática e controla a musculatura lisa, a musculatura cardíaca e as glândulas exócrinas. Desta maneira, é ele 
quem realiza o controle da pressão arterial, aumento da frequência respiratória, os movimentos peristálticos, a secreção de 
determinadas substâncias, etc.
Apesar de ser denominado como 
sistema nervoso autônomo, ele não é 
independente do restante do sistema nervoso: 
na verdade, ele é interligado ao hipotálamo e 
á formação reticular, centros que coordenam 
respostas comportamentais e viscerais para 
garantir a homeostasia do organismo.
A organização estrutural do ramo 
eferente do SNA difere daquela do sistema 
nervoso somático, visto que as fibras 
eferentes somáticas se originam dos corpos 
celulares localizados no sistema nervoso
central (SNC) e inervam o músculo estriado 
sem sinapses interpostas. Em contraste, o 
componente eferente do SNA é representado, 
basicamente, por dois neurônios, em que 
neurônios pré-glanglionares, que surgem de 
corpos celulares no eixo cerebroespinhal, 
fazem sinapses com neurônios pós-
gangloinares, que se originam em gânglios 
autônomos fora do SNC. Desta forma, 
podemos resumir que a unidade funcional do 
SNA se resume nos dois neurônios principais 
de suas vias eferentes: 
 O primeiro neurônio (chamado de 
pré-ganglionar) tem seu corpo 
celular localizado no cérebro ou na 
medula espinal. Seu axônio deixa o 
SNC para fazer sinapse com o 2º 
neurônio localizado em gânglios 
nervosos autonômicos.
 O segundo neurônio (chamado de 
pós-ganglionar) tem seu corpo 
celular localizado em gânglios fora do 
SNC. Seus axônios alcançam a 
estrutura visceral.
Arlindo Ugulino Netto – NEUROANATOMIA – MEDICINA P3 – 2008.2
2
COMPONENTE AFERENTE DO SISTEMA NERVOSO AUTONMICO
As fibras viscerais aferentes do SNA conduzem impulsos nervosos originados em receptores situados nas vísceras até 
centros específicos do SNC. A maioria das fibras aferentes que veiculam a dor visceral acompanha as fibras do SNA simpático, 
fazendo exceção as fibras que inervam alguns órgãos pélvicos, as quais acompanham nervos parassimpáticos. Os impulsos nervosos 
aferentes viscerais, antes de penetrar no sistema nervoso central, passam por gânglios sensitivos (no caso dos impulsos que 
penetram por nervos espinhais, estes gânglios são os próprios gânglios espinhais dorsais).
Ao contrário das fibras que se originam em receptores somáticos, grande parte das fibras viscerais conduz impulsos que não 
se tornam conscientes. Por exemplo, continuamente, estão chegando ao nosso sistema nervoso central impulsos que informam sobre 
a pressão arterial e a concentração de O2 do sangue, sem que possamos percebê-los. São, pois, exemplos de impulsos aferentes 
inconscientes, importantes para a realização de vários reflexos viscerais ou víscero-somáticos.
Os visceroceptores situados no seio carotídeo são sensíveis às variações da pressão arterial e os do glomo carotídeo, às 
variações nas taxas de O2 do sangue. Impulsos neles originados são levados ao sistema nervoso central pelo nervo glossofaríngeo. 
Contudo, muitos impulsos viscerais tornam-se conscientes manifestando-se sob a forma de sensações de sede, fome, plenitude 
gástrica ou dor. 
A sensibilidade visceral difere da somática principalmente por ser mais difusa, não permitindo uma localização precisa.
Assim, pode-se dizer que dói a ponta do dedo mínimo, em caso de pancada; mas não se pode dizer que dói a primeira ou a segunda 
alça intestinal, por exemplo. Por outro lado, os estímulos que determinam dor somática são diferentes dos que determinam dor 
visceral: a secção da pele é dolorosa, mas a secção de uma víscera não o é; a distensão de uma víscera é muito dolorosa, o que não 
acontece com a pele.
ORGANIZA‚ƒO GERAL DOCOMPONENTE EFERENTE DOSISTEMA NERVOSO AUTNOMO
Como já vimos anteriormente, a propósito das generalidades do SNA, 
neurônios pré e pós-ganglionares são os elementos fundamentais da organização do 
componente periférico do sistema nervoso autônomo.
No tronco encefálico, os corpos dos neurônios pré-ganglionares se agrupam 
formando os núcleos da coluna eferente visceral geral, que funcionam como a origem 
real de alguns nervos cranianos (como o nervo vago, por exemplo). Na medula, eles 
estão presentes do 1º ao 12º segmentos torácicos (T1 a T12), nos dois primeiros 
segmentos lombares (L1 e L2) e nos segmentos sacrais S2, S3 e S4. Na porção tóraco-
lombar (T1 a L2) da medula, os neurônios pré-ganglionares se agrupam formando uma 
coluna muito evidente denominada coluna lateral, presente na substância intermédia 
lateral. As fibras pós-ganglionares, por sua vez, terminam nas vísceras em contato com 
glândulas e músculos liso ou cardíaco.
Convém lembrar que existem áreas no telencéfalo e no diencéfalo que regulam 
as funções viscerais, sendo as mais importantes o hipotálamo e o chamado sistema 
límbico. Impulsos nervosos neles originados são levados por fibras especiais (como é o 
caso da formação reticular) que terminam fazendo sinapse com os neurônios pré-
ganglionares do tronco encefálico e da medula. Por este mecanismo, componentes do 
sistema nervoso central influenciam o funcionamento das vísceras.
OBS1: Convém lembrar que as fibras eferentes viscerais especiais estudadas a propósito dos nervos cranianos não fazem parte do 
sistema nervoso autônomo, pois inervam músculos estriados esqueléticos (de origem branquiomérica), como a musculatura da 
mastigação, da deglutição e da mímica. Assim, a apenas as fibras eferentes viscerais gerais integram o componente eferente deste 
sistema.
Arlindo Ugulino Netto – NEUROANATOMIA – MEDICINA P3 – 2008.2
3
DIVISƒO DO SNA E DIFEREN‚AS ENTRE O SISTEMA NERVOSO SIMP„TICO E PARASSIMP„TICO
Como já foi mostrado antes, o SNA apresenta dois componentes: a divisão simpática e a divisão parassimpática. Ambas as 
partes coordenam os aspectos fisiológicos que ocorrem continuamente no dia-a-dia do ser humano, adaptando-o as mais adversas 
situações que ocorrem no meio.
Embora sejam duas partes de um mesmo sistema, os componentes simpático e parassimpático diferem em muitos pontos, 
sejam eles anatômicos, bioquímicos ou funcionais. Basicamente, o SNA simp€tico medeia reações de luta e estresse, enquanto que 
o SNA parassimp€ticomedeia reações de repouso e digestão.Em resumo, falemos agora das principais diferenças entre estes dois componentes, ressaltando:
 Diferenças anatômicas;
 Diferenças bioquímicas ou farmacológicas;
 Diferenças funcionais ou fisiológicas.
DIFERENAS ANAT‚MICAS
Do ponto de vista anatômico, as duas divisões do sistema nervoso autônomo podem ser diferenciadas observando-se a 
localização dos seus neurônios pré-ganglionares, o tamanho de cada uma de suas fibras e a localização dos neurônios pós-
ganglionares.
 Posiƒ„o dos neur…nios pr†-ganglionares: no sistema nervoso simpático, os neurônios pré-ganglionares localizam-se no 
corno lateral da medula torácica e lombar alta (de T1 a L2); diz-se, pois, que o sistema nervoso simp€tico † t‡raco-
lombar. No sistema nervoso parassimpático, eles se localizam no tronco encefálico (dentro do crânio, em núcleos eferentes 
viscerais gerais dos nervos cranianos: oculomotor, facial, glossofaríngeo e vago) e na medula sacral (S2, S3 e S4); diz-se, 
pois, que o sistema nervoso parassimp€tico † crˆnio-sacral.
 Posiƒ„o dos neur…nios p‡s-ganglionares: no sistema nervoso simpático, os neurônios pós-ganglionares, ou seja, os 
gânglios, localizam-se longe das vísceras-alvo e próximo da coluna vertebral, formando os gânglios paravertebrais e pr†-
vertebrais. No sistema nervoso parassimpático, os neurônios pós-ganglionares localizam-se próximo ou dentro das vísceras 
(como ocorre com o plexo de Meissner e o de Auerbach, situados na própria parede do tubo digestivo).
 Tamanho das fibras pr† e p‡s-ganglionares: em consequência da posição dos gânglios, o tamanho das fibras pré e pós-
ganglionares dos dois sistemas são diferentes: a pré-ganglionar do SN simpático é curta e a pós é longa; a pré-ganglionar do 
SN parassimpático é longa e a pós é curta.
DIFER‰NCIAS FARMACOLŠGICAS – NEUROTRANSMISSORES
As diferenças bioquímicas são as mais importantes do ponto de vista farmacológico, pois dizem respeito à ação das drogas 
em nível do SNA: as drogas que imitam a ação do sistema nervoso simpático são denominadas simpatomiméticas, ao passo em que 
as drogas que imitam ações do parassimpático são chamadas de parassimpatomiméticas.
Arlindo Ugulino Netto – NEUROANATOMIA – MEDICINA P3 – 2008.2
4
Podemos destacar as seguintes diferen€as bioqumicas e farmacol‚gicas:
 Neurotransmissores:
 Os neurotransmissores do simpƒtico s„o predominantemente representados pela noradrenalina (com afinidade 
significativa pelos receptores α1, α2 e β1). Note que n„o se tem fibras adren‡rgicas no SNP, apenas no SNC. Por‡m, 
as c‡lulas cromafins da medula adrenal tˆm a capacidade de secretar adrenalina diretamente na corrente sangunea (e 
n„o em outras fibras nervosas), isso devido a presen€a da enzima fenilalanina-metil-transferase.
 Jƒ o parassimpƒtico apresenta como neurotransmissor predominante a acetilcolina (tanto na transmiss„o ganglionar 
quanto na estimula€„o do ‚rg„o efetor), apresentando ent„o, ambas as fibras colin‡rgicas.
 Fibras: a partir da natureza do neurotransmissor secretado, a fibra nervosa pode ser classificada especificamente: as fibras 
nervosas que liberam acetilcolina s„o chamadas colinérgicas e que liberam noradrenalina, adrenérgicas. As fibras pr‡-
ganglionares, tanto simpƒticas como parassimpƒticas, e as fibras p‚s-ganglionares parassimpƒticas s„o colin‡rgicas. 
Contudo, a maioria das fibras p‚s-ganglionares do sistema simpƒtico ‡ adren‡rgica. Fazem exce€„o as fibras que inervam as 
gl‰ndulas sudorparas e os vasos dos mŠsculos estriados esquel‡ticos que, apesar de simpƒticas, s„o colin‡rgicas.
 Receptores:
 O SNA simpƒtico apresenta, nas fibras p‚s-sinapticas, receptores nicotínicos (classificados como colin‡rgicos, que 
receptam a Ach de fibras pr‡-ganglionares e que tamb‡m est„o presentes nas c‡lulas cromafins da medula da gl‰ndula 
adrenal) e, na superfcie dos ‚rg„os efetores, apresentam receptores noradrenérgicos (que receptam noradrenalinda 
secretada pelas fibras p‚s-ganglionares do simpƒtico): α1 e α2; β1, β2 e β3. Embora n„o haja fibras adren‡rgicas no 
SNP, hƒ receptores com grande afinidade pela adrenalina, sendo esta liberada pelas c‡lulas cromafins da gl‰ndula 
supra-renal.
 Os receptores do parassimpƒtico s„o do tipo colin‡rgicos: receptores nicotínicos (presentes nos g‰nglios) e 
receptores muscarínicos (presentes predominantemente na musculatura lisa de ‚rg„os efetores e nos g‰nglios, tendo 
estes uma fun€„o secundƒria), dos tipos M1, M2, M3, M4 e M5. Note que tamb‡m encontramos receptores nicotnicos 
em mŠsculos estriados esquel‡ticos, mas estes, representam ‚rg„os efetores do sistema nervoso somƒtico.
DIFERENÇAS FISIOLÓGICAS
De um modo geral, o sistema simpƒtico tem a€„o antag‹nica Œ do parassimpƒtico em um determinado ‚rg„o. Estaafirma€„o, 
entretanto, n„o ‡ vƒlida em todos os casos. Assim, por exemplo, nas gl‰ndulas salivares, os dois sistemas aumentam a secre€„o, 
embora a secre€„o produzida por a€„o parassimpƒtica seja mais fluida e muito mais abundante.
Na maioria dos ‚rg„os a inerva€„o aut‹noma ‡ mista, ou seja, recebe tanto um componente simpƒtico como um 
parassimpƒtico que, no geral, realizam fun€es antagonistas. Entretanto, alguns ‚rg„os tˆm inerva€„o puramente simpƒtica, como as 
gl‰ndulas sudorparas, os mŠsculos eretores do pˆlo e o corpo pineal de vƒrios animais.
Nas gl‰ndulas salivares dos mamferos, o SN simpƒtico, al‡m de inervar os vasos, inerva as unidades secretoras juntamente 
com o parassimpƒtico. Faz exce€„o a gl‰ndula sublingual do homem, na qual a inerva€„o das unidades secretoras ‡ feita 
exclusivamente por fibras parassimpƒticasmediadas pelo N. interm‡dio.
Órgãos Inervação simpática Inervação parassimpática
Pupila
α1  Contra€„o do mŠsculo radial da pupila (dilata€„o da 
pupula ou midrase)
M  contra€„o do musculo esfincter da pupula 
(constri€„o da pupila ou miose)
Glândulas lacrimais Vasoconstri€„o; pouco efeito sobre a secre€„o Secre€„o abundante via N. Interm‡dio
Glândulas salivares
Vasoconstri€„o; secre€„o viscosa e pouco abundante Vasodilata€„o; secre€„o fluida e abundante via N. 
Interm‡dio e glossofarngeo
Glândulas 
sudoríparas
Secre€„o copiosa (via fibras colin‡rgicas) Inerva€„o ausente
Músculos eretores 
dos pêlos
Ere€„o dos pˆlos Inerva€„o ausente
Coração
β1  Cronotropismo e Inotropismo positivos (taquicardia); 
dilata€„o das A. coronƒrias
M2  Cronotropismo e inotropismo negativos 
(bradicardia); constri€„o das coronƒrias
Vasos sanguíneos
α1 (+ NA)  Vasocontric€„o
β2 (+Adrenalina)  Vasodilata€„o
Receptores muscarnicos no endot‡lio (+ Ach)
Žxido ntrico Relaxamento (vasodilata€„o)
Brônquios β2 (+ Adrenalina)  Broncodilata€„o M (+Ach)  Broncoconstric€„o
Tubo digestivo
β1 (+ NE)  Inibe o esvaziamento gƒstrico e motilidade 
intestinal; fechamento dos esfncteres
M1  Estimula o esvaziamento gƒstrico e a 
motilidade instestinal; abertura dos esfncteres.
Rins β3  Libera€„o de Renina Nenhuma a€„o; inerva€„o possivelmente ausente
Bexiga
α  Contra€„o do mŠsculo esfincteriano (reten€„o urinƒria); 
β  Relaxamento do corpo da bexiga.
M  contra€„o do mŠsculo destrusor (promovendo 
a mic€„o)
Genitais masculinos Vasoconstri€„o; ejacula€„o Vasodilata€„o; ere€„o
Glângula supra-renal
Receptores Nicotnicos das c‡lulas cromafins (+ Ach)
libera€„o de catecolaminas (20% de NA e 80% de 
Adrenalina)
Nenhuma a€„o; inerva€„o possivelmente ausente
Uma das diferen€as fisiol‚gicas fundamentais entre o simpƒtico e o parassimpƒtico ‡ que este tem a€es sempre localizadas 
a um ‚rg„o ou setor do organismo, enquanto as a€es do simpƒtico, embora possam ser tamb‡m localizadas, tendem a ser difusas. A 
base anat‹mica desta diferen€a reside no fato de que os g‰nglios do parassimpƒtico, estando pr‚ximo das vsceras, fazem com que o 
territ‚rio de distribui€„o das fibras p‚s-ganglionares seja necessariamente restrito. Al‡m do mais, no sistema parassimpƒtico, uma 
fibra pr‡-ganglionarfaz sinapse com um nŠmero relativamente pequeno de fibras p‚s-ganglionares. Jƒ no que diz respeito ao sistema 
nervoso simpƒtico, os g‰nglios est„o longe das vsceras e uma fibra pr‡-ganglionar faz sinapse com um grande nŠmero de fibras p‚s-
ganglionares que se distribuem em territ‚rios consideravelmente maiores.
Arlindo Ugulino Netto – NEUROANATOMIA – MEDICINA P3 – 2008.2
5
SISTEMA NERVOSO AUTNOMO SIMP„TICO
O sistema nervoso simpƒtico ‡ o responsƒvel por estimular a€es que permitem ao organismo responder a situa€es de 
estresse, como a rea€„o de lutar ou fugir. Essas a€es s„o: aumento da frequˆncia cardaca (efeito cronotr‚pico positivo), aumento 
da contratilidade cardaca (efeito inotr‚pico positivo), vasoconstri€„o generalizada, aumento da press„o arterial, o aumento da 
secre€„o de adrenalina pela medula da adrenal, da concentra€„o de a€Šcar no sangue (glicemia) e da ativa€„o do metabolismo geral 
do corpo, broncodilata€„o para melhorar as condi€es respirat‚rias, dilata€„o das pupilas para maior aporte luminoso; tudo isso se 
processa de forma automƒtica, independentemente da nossa vontade.
Ao mesmo tempo em que ocorre esta rea€„o generalizada, ocorre tamb‡m uma constri€„o nos vasos mesent‡ricos e 
cut‰neos (o indivduo fica pƒlido), de modo a “mobilizar” uma maior quantidade de sangue para os mŠsculos estriados; al‡m disso, 
ocorre diminui€„o do peristaltismo e fechamento dos esfncteres. Na pele, hƒ aumento da sudorese e ere€„o dos pˆlos.
Ocorre, portanto, neste tipo de condi€„o, uma s‡rie de eventos a favor da luta e/ou da fuga, com ativa€„o do sistema nervoso 
aut‹nomo simpƒtico e inativa€„o relativa do parassimpƒtico.
PRINCIPAIS FORMAÇÕES ANATÔMICAS
 Tronco simpático: a principal estrutura 
anat‹mica do sistema simpƒtico ‡ o 
chamado tronco simpático, que consiste 
em uma cadeia de g‰nglios unidos 
atrav‡s de ramos interganglionares. Cada 
tronco simpƒtico estende-se, de cada 
lado, da base do cr‰nio at‡ o c‚ccix, onde 
termina unindo-se com o do lado oposto 
(constituindo o g‰nglio mpar). Os 
g‰nglios do tronco simpƒtico dispem-se 
de cada lado da coluna vertebral em toda 
sua extens„o e s„o os chamados 
gânglios paravertebrais. Na por€„o 
cervical do tronco simpƒtico temos 
classicamente trˆs g‰nglios: cervical 
superior, cervical médio e cervical inferior. 
Usualmente, o g‰nglio cervical inferior
estƒ fundido com o primeiro torƒcico, 
formando o g‰nglio c‡rvico-torƒcico (ou 
estrelado). O nŠmero de g‰nglios da 
por€„o torƒcica do tronco simpƒtico ‡ 
usualmente menor (10 a 12) que o dos 
nervos espinhais torƒcicos, pois pode 
haver fus„o de g‰nglios vizinhos. Na 
por€„o lombar, temos de trˆs a cinco 
g‰nglios, na sacral de quatro a cinco e na 
coccgea apenas um g‰nglio, o g‰nglio 
mpar, para o qual convergem e no qual 
terminam os dois troncos simpƒticos de 
cada lado.
 Nervos esplâncnicos e gânglios: da 
por€„o torƒcica do tronco simpƒtico, 
originam-se a partir de T5 os chamados 
nervos esplâncnicos maior, menor e imo, 
os quais tˆm trajeto descendente, 
atravessam o diafragma e penetram na 
cavidade abdominal, onde terminam nos 
chamados gânglios pré-vertebrais.
Estes localizam-se anteriormente Π
coluna vertebral e Πaorta abdominal, em 
geral, pr‚ximo Œ origem dos ramos abdominais desta art‡ria, dos quais recebem o nome. Assim, existem: dois gânglios 
celíacos, direito e esquerdo, situados na origem do tronco celaco; dois gânglios aórtico-renais, na origem das art‡rias renais; 
um gânglio mesentérico superior e outro mesentérico inferior, pr‚ximo Œ origem das art‡rias de mesmo nome. Os nervos 
espl‰ncnicos maior e menor terminam, respectivamente, nos g‰nglios celaco e a‚rtico-renal. Veremos mais adiante que os 
nervos espl‰cnicos funcionam como fibras pr‡-ganglionares (ou como veremos, longos ramos comunicantes brancos), 
levando ax‹nios de neur‹nios que fazem sinapse com outros neur‹nios localizados nos respectivos g‰nglios.
 Ramos comunicantes: unindo o tronco simpƒtico aos nervos espinhais, existem filetes nervosos denominados ramos 
comunicantes, que s„o de dois tipos: ramos comunicantes brancos (mais laterais) e ramos comunicantes cinzentos (mais 
mediais). Os ramos comunicantes brancos na realidade ligam a medula ao tronco simpƒtico, sendo, pois, constitudos de 
fibras pr‡-ganglionares, al‡m de fibras viscerais aferentes. Jƒ os ramos comunicantes cinzentos s„o constitudos de fibras 
p‚s-ganglionares, que, sendo amielnicas, d„o este ramo uma colora€„o ligeiramente mais escura. Como os neur‹nios pr‡-
ganglionares s‚ existem nos segmentos medulares de T1 a L2, as fibras pr‡-ganglionares emergem somente destes nveis, o 
que explica a existˆncia de ramos comunicantes brancos apenas nas regies torƒcica e lombar alta. Jƒ os ramos 
Arlindo Ugulino Netto – NEUROANATOMIA – MEDICINA P3 – 2008.2
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comunicantes cinzentos ligam o tronco simpático a todos os nervos espinhais. Como o número de gânglios do tronco 
simpático é frequentemente menor que o número de nervos espinhais, de um gânglio, podem emergir mais de um ramo 
comunicante cinzento, como ocorre, por exemplo, na região cervical, onde existem três gânglios para oito nervos cervicais.
 Filetes vasculares e nervos cardíacos: do tronco simpático e especialmente dos gânglios pré-vertebrais saem pequenos 
filetes nervosos que se acoplam à adventícia das artérias e seguem com elas até as vísceras. Assim, do pólo cranial do 
gânglio cervical superior sai o nervo carot€deo interno, que pode ramificar-se formando o plexo carotídeo interno, que 
penetra no crânio nas paredes da artéria carótida interna para inervar, via SNA simpático, diversas estruturas cranianas. Do 
tronco simpático, emergem ainda filetes nervosos que chegam às vísceras por um trajeto independente das artérias. Entre 
estes, temos, por exemplo, os nervos card€acos cervicais superior, mdio e inferior, que se destacam dos gânglios cervicais 
correspondentes, dirigindo-se ao coração.
LOCALIZAÇÃO DOS NEURÔNIOS PRÉ-GANGLIONARES, DESTINO E TRAJETO DAS SUAS FIBRAS
No sistema simpático, o corpo do neurônio pré-ganglionar está localizado na coluna lateral da medula de T1 a L2. Daí saem 
fibras pré-ganglionares pelas raízes ventrais, ganham o tronco do nervo espinhal e seu ramo ventral, de onde passam ao tronco 
simpático pelos ramos comunicantes brancos. Estas fibras terminam fazendo sinapse com os neurônios pós-ganglionares:
 Em um gânglio paravertebral situado no mesmo nível, de onde a fibra saiu pelo ramo comunicante branco;
 Em um gânglio paravertebral situado acima ou abaixo deste nível e neste caso as fibras pré-ganglionares chegam ao 
gânglio pelo ramos interganglionares, que são formados por um grande número de tais fibras.
 Em um gânglio pré-vertebral, onde as fibras pré-ganglionares chegam pelos nervos esplâncnicos que, assim poderiam 
ser considerados como verdadeiros “ramos comunicantes brancos” gigantes.
LOCALIZAÇÃO DOS NEURÔNIOS PÓS-GANGLIONARES, DESTINO E TRAJETO DE SUAS FIBRAS
Os neurônios pós-ganglionares estão nos gânglios para e pré-vertebrais, de onde saem as fibras pós-ganglionares, cujo 
destino é sempre uma glândula, músculo liso ou cardíaco.
 Por intermédio de um nervo espinhal: neste caso, as fibras voltam ao nervo espinhal pelo ramo comunicante cinzento e se 
distribuem no território de inervação deste nervo.
 Por intermédio de um nervo independente: neste caso, o nervo liga diretamente o gânglio à víscera.
 Por intermédio de uma artéria: as fibras pós-ganglionares acoplam-se à artéria e acompanham em seu território de 
vascularização. Assim, as fibras pós-ganglionares que se originam nos gânglios pré-vertebrais inervam as vísceras do 
abdome, seguindo na parede dos vasos que irrigam estas vísceras.
Arlindo Ugulino Netto – NEUROANATOMIA – MEDICINA P3 – 2008.2
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SISTEMA NERVOSO PARASSIMP„TICO
Diferentemente do SN simpƒtico, o componente parassimpƒticovisa Œ conserva€„o e ao armazenamento de energia, por 
exemplo, pela promo€„o da digest„o e da absor€„o de alimentos, pelo aumento das secre€es das gl‰ndulas do trato gastrointestinal 
e pela estimula€„o do peristaltismo. Interessante ‡ que em nvel pupilar, o SNA parassimpƒtico promove a contra€„o do mŠsculo
esfncter da pupila, o que causa miose, jƒ que no repouso, n„o ‡ necessƒria uma ampla capta€„o de raios luminosos.
Do ponto de vista anat‹mico, os neur‹nios pr‡-ganglionares do sistema nervoso parassimpƒtico est„o situados no tronco 
encefƒlico (mais especificamente na coluna eferente visceral geral dos nervos cranianos) e na medula sacral. Isto permite dividir este 
sistema em duas partes: uma craniana e outra sacral.
PARTE CRANIANA DO SISTEMA NERVOSO PARASSIMPÁTICO
A parte craniana do SNA parassimpƒtico ‡ constituda por alguns nŠcleos eferentes viscerais gerais do tronco encefƒlico, 
g‰nglios e fibras nervosas em rela€„o com alguns nervos cranianos. Nos nŠcleos, localizam-se os corpos dos neur‹nios pr‡-
ganglionares, cujas fibras pr‡-ganglionares atingem os seus respectivos g‰nglios atrav‡s dos nervos oculomotor (III par), intermédio 
(VII par), glossofaríngeo (IX par) e vago (X par). Dos g‰nglios, saem as fibras p‚s-ganglionares, que transitam por uma variedade 
de pequenos ramos nervosos dentro da cabe€a (grande parte destes ramos, inclusive, ‡ oriunda dos componentes do nervo trigˆmeo
– vide OBS2) at‡ atingirem as gl‰ndulas, mŠsculo liso e mŠsculo cardaco, seja da cabe€a ou do restante do corpo (como no caso do 
nervo vago, por exemplo).
Os g‰nglios parassimpƒticos cranianos s„o:
 Gânglio ciliar: estƒ situado na cavidade orbitƒria, lateralmente ao nervo ‚ptico, relacionando-se ainda com o ramo oftƒlmico 
do N. trigˆmeo. Recebe fibras pr‡-ganglionares do III par e envia, atrav‡s dos nervos ciliares curtos, fibras p‚s-ganglionares 
que ganham o bulbo ocular e inervam os músculo ciliar e esfíncter da pupila. Atrav‡s deste g‰nglio e dos nervos ciliares 
curtos, passam tamb‡m as fibras simpƒticas que inervam a pupila, mas sem fazer sinapse.
 Gânglio pterigopalatino: estƒ situado na fossa pterigopalatina, ligado ao ramo maxilar do trigˆmeo. Recebe fibras pr‡-
ganglionares do VII par (interm‡dio) e envia fibras p‚s-ganglionares, que cursam por diversos ramos nervosos do trigˆmeo 
at‡ alcan€ar a glândula lacrimal atrav‡s do nervo lacrimal.
 Gânglio ótico: estƒ situado junto ao ramo mandibular do trigˆmeo, logo abaixo do forame oval. Recebe fibras pr‡-
ganglionares do IX par e envia fibras p‚s-ganglionares para a glândula parótida atrav‡s do nervo aurculo-temporal (ramo 
do N. maxilar do trigˆmeo).
 Gânglio submandibular: situado junto ao nervo lingual, no ponto em que este se aproxima da gl‰ndula submandibular.
Recebe fibras pr‡-ganglionares do VII par (interm‡dio) e manda fibras p‚s-ganglionares para as glândulas submandibular 
e sublingual.
Posição do neurônio pré-
ganglionar
Nervo (fibra pré-
ganglionar) Posição do neurônio pós-ganglionar Órgão inervado
NŠcleo de Edinger-Westphal III par G‰nglio ciliar (Nn. ciliares curtos) M. esfncter da pupila e M. 
ciliar
NŠcleo salivat‚rio superior VII par (N. interm‡dio) G‰nglio submandibular (N. lingual) Gls. Submandibular e 
sublingual
NŠcleo salivat‚rio inferior IX par G‰nglio ‚tico (N. aurculo-temporal) Gl‰ndula par‚tida
NŠcleo lacrimal (ver OBS1) VII par (N. interm‡dio) G‰nglio pterigopalatino (N. lacrimal) Gl‰ndula lacrimal
NŠcleo dorsal do vago X par G‰nglios nas vsceras torƒcicas e abdominais
(Troncos vagais)
Vsceras torƒcicas e 
abdominais
OBS1: O nŠcleo lacrimal ‡ omitido por muitos autores, principalmente em atlas neuroanat‹micos. Nestes, ele costuma ser includo no mesmo 
complexo do nŠcleo salivat‚rio superior.
OBS2: O nervo trigˆmeo n„o apresenta origem em nenhum nŠcleo da coluna eferente visceral geral e, por esta raz„o, ao emergir do cr‰nio, 
n„o apresenta fibras parassimpƒticas; entretanto, ao longo de seu trajeto e ramifica€es, passa a receber fibras auton‹micas atrav‡s de 
anastomoses com os nervos VII e IX, partindo para inervar, atrav‡s de seus ramos, a gl‰ndula submandibular (atrav‡s do N. lingual, ramo de 
V3), a gl‰ndula par‚tida (atrav‡s do N. aurculo-temporal, ramo de V3) e a gl‰ndula lacrimal (N. lacrimal, ramo de V1). Desta forma, as fibras 
parassimpƒticas dos nervos VII e IX pegam uma “carona” nos ramos do N. Trigˆmeo, como mostra a figura abaixo, at‡ atingirem seus ‚rg„os-
alvo.
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Existe ainda na parede ou nas proximidades das vísceras, do tórax e do abdome, um grande número de gânglios 
parassimpáticos, em geral pequenos, às vezes constituídos por células isoladas. Nas paredes do tubo digestivo eles integram o plexo 
submucoso (de Meissner) e o mioentérico (de Auerbach). Estes gânglios recebem fibras pré-ganglionares do vago e dão fibras 
pós-ganglionares curtas para as vísceras onde estão situadas.
PARTE SACRAL DO SISTEMA NERVOSO PARASSIMPÁTICO
Os neurônios pré-ganglionares estão nos segmentos sacrais em S2, S3 e S4. As fibras pré-ganglionares saem pelas raízes 
ventrais dos nervos sacrais correspondentes, ganham o tronco destes nervos, dos quais se destacam para formar os nervos 
esplâncnicos pélvicos. Por meio destes nervos, atingem as vísceras da cavidade pélvica, onde terminam fazendo sinapse nos 
gânglios (neurônios pós-ganglionares) aí localizados.
PRINCIPAIS INERVA‚…ES AUTNOMAS
As principais correlações clínicas envolvendo o SNA se estabelecem, fielmente, nas bases anatômicas desta divisão do 
sistema nervoso. Por esta razão, é necessário detalhar agora a anatomia por trás da inervação autonômica dos principais órgãos-alvo, 
tais como a inervação da íris, das glândulas salivares e lacrimal, coração, pulmão, trato gastrointestinal, medula da glândula supra-
renal e bexiga urinária.
INERVAÇÃO DA ÍRIS 
As fibras musculares lisas da íris consistem em 
fibras circulares e radiadas. As fibras circulares formam o 
M. esfíncter da pupila e as fibras radiais formam o M. 
dilatador da pupila ou radial da íris.
O M. esfíncter da pupila é inervado por fibras 
parassimpáticas pré-ganglionares originadas no núcleo 
parassimpático do N. oculomotor (núcleo de Edinger-
Westphal). Transitam na forma de fibras eferentes 
viscerais gerais do III par até fazerem sinapse no gânglio 
ciliar, onde estão presentes os neurônios pós-
ganglionares cujos axônios seguem pelos nervos ciliares 
curtos até este músculo que, quando ativado, promove 
miose (o músculo ciliar, relacionado com a acomodação 
do cristalino, também é inervado pelos nervos ciliares 
curtos).
A inervação do músculo dilatador da pupila se dá 
pelo sistema nervoso simpático, e tem origem em
neurônios pré-ganglionares situados na coluna lateral da 
medula torácica alta (T1 e T2). Estas fibras saem pelas 
raízes ventrais, ganham os nervos espinhais 
correspondentes e passam ao tronco simpático pelos 
respectivos ramos comunicantes brancos. Sobem no 
tronco simpático (por meio de ramos interganglionares) e 
terminam estabelecendo sinapses com os neurônios pós-
ganglionares localizados no gânglio cervical superior. As 
fibras pós-ganglionares sobem no nervo e plexo carotídeo 
interno e penetram no crânio com a artéria carótida interna. 
Quando esta artéria atravessa o seio cavernoso, estas
fibras se destacam, passam pelo gânglio ciliar sem fazer 
sinapse (que, como vimos, tem uma relação mais 
importante com o SNA parassimpático) e, através dos 
nervos ciliares curtos, ganham o bulbo ocular, onde 
terminam formando um rico plexo no músculo dilatador da 
pupila que, uma vez estimulado, promove midríase. Neste 
longo trajeto, as fibras simpáticas para a pupila podem ser 
lesadas por processos compressivos (tumores, 
aneurismas, etc.) da região torácica ou cervical. Neste 
caso, a pupila do lado da lesão ficará contraída (miose) por 
ação do parassimpático,não contrabalanceada pelo 
simpático, caracterizando a síndrome de Horner, que será 
vista logo mais, ainda neste capítulo.
OBS3: Também relacionada com a síndrome de Horner, a pálpebra superior é elevada pelo músculo elevador da pálpebra superior. A maior 
parte desta unidade muscular é formada por músculo esquelético inervado pelo N. oculomotor. Entretanto, existe uma pequena porção 
composta por fibras musculares lisas inervadas pelas mesmas fibras pós-ganglionares simpáticas originadas no gânglio cervical superior do 
sistema simpático. Isso explica a queda da pálpebra (pseudo-ptose palpebral) em caso de lesão desta via simpática.
OBS4: Os nervos ciliares curtos são, portanto, projeções do gânglio ciliar que apresenta fibras comuns ao SNA simpático e parassimpático. Já 
os nervos ciliares longos, como podem ser observados na figura, são ramos do N. oftálmico do trigêmeo e, portanto, admite-se que estejam 
relacionados com a inervação aferente somática geral do olho. 
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INERVAÇÃO DA GLÂNDULA LACRIMAL
A inervação secreto-motora parassimpática para as glândulas lacrimais é responsabilidade do núcleo lacrimal do nervo 
facial, presente na ponte. Dele, partem fibras pré-ganglionares que seguem via nervo intermédio e, posteriormente, por seus ramos 
(nervo petroso maior e nervo do canal pterigóide) até atingirem o gânglio pterigopalatino. As fibras pós-ganglionares saem do 
gânglio e se anexam ao nervo maxilar do trigêmeo; em seguida, passam pelo seu ramo zigomático e zigomático-temporal até 
alcançarem a glândula lacrimal pelo nervo lacrimal (este, ramo do N. oftálmico do trigêmeo).
As fibras pós-ganglionares simpáticas para a glândula lacrimal saem do gânglio simpático cervical superior, cursando pelo 
plexo venoso em torno da artéria carótida interna. Elas se juntam aos nervos petroso profundo, N. do canal pterigóideo, maxilar, 
zigomático e zigomático-temporal e, por fim, ao nervo lacrimal. Atuam como fibras vasoconstrictoras.
INERVAÇÃO DAS GLÂNDULAS SUBMANDIBULAR E SUBLINGUAL
A inervação secreto-motora parassimpática para essas glândulas se origina no núcleo salivatório superior do nervo facial. 
As fibras pré-ganglionares cursam para o gânglio submandibular e para outros gânglios pequenos, próximos do ducto, pelo nervo 
corda do tímpano e, posteriormente, pelo nervo lingual (ramo do N. mandibular do trigêmeo).
As fibras pós-ganglionares simpáticas se originam do gânglio simpático cervical superior, atingindo as glândulas como um 
plexo de nervos em torno das artérias carótida externa, facial e lingual. Atuam como fibras vasoconstrictoras. 
INERVAÇÃO DA GLÂNDULA PARÓTIDA
As fibras secreto-motoras parassimpáticas para a glândula parótida se originam em neurônios pré-ganglionares no núcleo 
salivatório inferior do nervo glossofaríngeo; elas seguem para o gânglio ótico, passando antes por meio do ramo timpânico do 
nervo glossofaríngeo e o nervo petroso menor. As fibras pós-ganglionares atingem a glândula por meio do nervo aurículo-temporal, 
ramo do N. mandibular do trigêmeo.
As fibras pós-ganglionares simpáticas se originam do gânglio simpático cervical superior, atingindo a glândula pelo plexo de 
nervos em torno da artéria carótida externa. Atuam como fibras vasoconstrictoras.
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INERVAÇÃO DO CORAÇÃO
Na cavidade torácica, existem três plexos: cardíaco, pulmonar e esofágico, cujas fibras parassimpáticas se originam do nervo 
vago e as simpáticas dos três gânglios cervicais e seis primeiros torácicos. Fato interessante é que o coração, embora tenha posição 
torácica, recebe sua inervação predominantemente da região cervical, o que se explica por sua origem na região cervical.
As fibras pré-ganglionares simpáticas do coração se 
originam dos segmentos torácicos altos (T2-T4); as fibras pós-
ganglionares se originam das partes cervical e torácica dos 
troncos simpáticos, e atingem o coração por meio dos ramos 
cardíacos superior, médio e inferior (originados nos 3 gânglios 
cervicais do tronco simpático), e por numerosos ramos 
cardíacos (originados da parte torácica do tronco simpático). As 
fibras pré-ganglionares parassimpáticas se originam no núcleo 
dorsal do vago, descendo para o tórax nos nervos vagos; essas 
fibras terminam fazendo sinapse com neurônios pós-
ganglionares nos plexos cardíacos.
Os nervos cardíacos convergem para a base do 
coração, ramificam-se e trocam amplas anastomoses, formando 
o plexo cardíaco, no qual se observam numerosos gânglios 
parassimpáticos. Todos os ramos do plexo terminam nos nodos 
sino-atrial e átrio-ventricular, onde promoverão a sua ação:
 A ativação do sistema nervoso simpático resulta em 
aceleração cardíaca (cronotropismo positivo), aumento 
da força de contração do músculo cardíaco (inotropismo 
positivo) e dilatação das artérias coronárias.
 A ativação do sistema nervoso parassimpático resulta 
em redução da frequência e da força de contração do 
miocárdio, além da constricção das artérias coronárias.
INERVAÇÃO DOS PULMÕES
As fibras pós-ganglionares simpáticas para os pulmões se originam nos segundo a quinto gânglios torácicos do tronco 
simpático; essas fibras cursam pelos plexos pulmonares, entrando em seguida nos pulmões, onde formam redes em torno dos 
brônquios e dos vasos. As fibras pós-ganglionares parassimpáticas se originam no núcleo dorsal do vago, e terminam por sinapses 
sobre neurônios pós-ganglionares nos plexos pulmonares.
Em síntese, temos:
 As fibras simpáticas produzem broncodilatação e leve vasoconstrição em nível pulmonar.
 As fibras parassimpáticas produzem broncoconstrição e vasodilatação leve, aumentando também a secreção glandular.
PLEXOS DA CAVIDADE ABDOMINAL E INERVAÇÃO DO TRATO GASTROINTESTINAL
Na cavidade abdominal, situa-se o plexo celíaco (ou solar), o maior dos plexos viscerais, localizado na parte profunda da 
região epigástrica, adiante da aorta abdominal e dos pilares do diafragma, na altura do tronco celíaco. Aí, se localizam os gânglios 
simpáticos celíaco, mesentérico superior e aórtico-renais, a partir dos quais o plexo celíaco se irradia para toda a cavidade abdominal, 
formando plexos secundários.
Fato interessante é que a maioria dos nervos que 
contribuem com fibras pré-ganglionares para o plexo 
celíaco tem origem na cavidade torácica, sendo mais 
importantes:
 Os nervos esplâncnicos maior e menor destacam-
se de cada lado do tronco simpático de T5 a T12
e terminam fazendo sinapse nos gânglios pré-
vertebrais, funcionando, como vimos 
anteriormente, como grandes ramos 
comunicantes brancos, por levarem fibras pré-
ganglionares a gânglios distantes;
 O tronco vagal anterior e o tronco vagal posterior
oriundos do plexo esofágico, contendo, cada um, 
fibras oriundas dos nervos vago direito e 
esquerdo, que trocam amplas anastomoses no 
seu trajeto torácico.
As fibras parassimpáticas do vago passam pelos 
gânglios pré-vertebrais do simpático sem fazer sinapse e 
terminam estabelecendo sinapses com gânglios e células 
ganglionares das vísceras abdominais, destacando-se os 
que formam os plexos mioentérico (de Auerbach) e 
submucoso (de Meissner).
Do plexo celíaco irradiam plexos secundários que se distribuem as vísceras da cavidade abdominal, acompanhando, via de 
regra, os vasos. Os plexos secundários pares são: renal, supra-renal e testicular (ou útero-ovárico); e os plexos secundários ímpares 
são: hepático, lienal, gástrico, pancreático, mesentérico superior, mesentérico inferior e aórtico-abdominal.
Quanto à inervação das principais vísceras abdominais, temos:
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 Estômago e intestino até a flexura esplênica: as fibras pré-ganglionares parassimpáticas entram no abdome pelos 
troncos vagais anterior (esquerdo) e posterior (direito), terminandoem neurônios pós-ganglionares nos plexos 
mioentérico (de Auerbach) e submucoso (de Meissner), sendo responsáveis, pois, por estimular o peristaltismo, relaxar os 
esfíncteres e a estimular a secreção de substâncias. As fibras nervosas pré-ganglionares simpáticas, por sua vez, cursam 
pela parte torácica do tronco simpático, entrando no abdome pelos nervos esplâncnicos maior e menor, até fazerem 
sinapses nos gânglios celíaco e mesentérico superior, promovendo contração dos esfíncteres e inibição do peristaltismo e da 
produção de secreções.
 Cólon descendente, cólon pélvico e reto: as fibras pré-ganglionares parassimpáticas se originam na substância cinzenta 
da medula espinhal, do segundo ao quarto segmentos sacrais, cursando pelos nervos esplâncnicos pélvicos e pelos 
plexos nervosos em torno dos ramos da artéria mesentérica inferior. As fibras pré-ganglionares simpáticas passam pela parte 
lombar do tronco simpático, fazendo sinapse com neurônios pós-ganglionares no plexo mesentérico inferior.
MEDULA DA GLÂNDULA SUPRARRENAL
Fibras simpáticas pré-ganglionares descem até a glândula adrenal através do 
nervo esplâncnico maior, que é ramo da parte torácica do tronco simpático. As fibras 
nervosas terminam nas células cromafins secretoras da medula da glândula, que são 
comparáveis a neurônios pós-ganglionares. 
Os nervos simpáticos estimulam as células secretoras da medula para 
aumentar a produção de epinefrina e norepinefrina. Não existe inervação parassimpática 
da medula da glândula suprarrenal.
PLEXOS DA CAVIDADE PÉLVICA E INERVAÇÃO DA BEXIGA URINÁRIA
As vísceras pélvicas são inervadas pelo plexo hipogástrico, no qual se distinguem uma porção superior, plexo hipogástrico 
superior, e uma porção inferior, plexo hipogástrico inferior. O plexo hipogástrico superior situa-se adiante do promontório, entre as 
artérias ilíacas direita e esquerda. Continua cranialmente com o plexo aórtico-abdominal.
O plexo hipogástrico inferior é também denominado plexo pélvico. Este, na realidade, é uma formação par, distinguindo-se 
um plexo pélvico direito e outro esquerdo, dispostos de cada lado nas paredes do reto, do útero e da bexiga, continuando 
cranialmente com o plexo hipogástrico superior através dos nervos hipogástricos esquerdo e direito. Para formação dos plexos 
hipogástricos, contribuem principalmente:
 Filetes nervosos provenientes do plexo aórtico-abdominal, contendo fibras principalmente do gânglio mesentérico inferior;
 Os nervos esplâncnicos pélvicos, trazendo fibras pré-ganglionares da parte sacral do parassimpático;
 Filetes nervosos que se destacam de gânglios lombares e sacrais do tronco simpático (contingente menos importante).
Entre as vísceras inervadas pelo plexo pélvico 
merece destaque a bexiga, cuja inervação é de grande 
importância clínica. A capa muscular da bexiga é composta 
por músculo liso que no colo vesical é espessada, formando 
o esfíncter vesical. Basicamente, a bexiga urinária possui 
uma inervação dupla, através do sistema nervoso autônomo 
e somático. A inervação simpática e parassimpática possui 
influência direta nas funções de armazenamento e de 
esvaziamento vesical, respectivamente. 
 A inervação simpática da bexiga se faz através de 
neurônios pré-ganglionares, que alcançam o plexo 
hipogástrio superior, sendo importante durante a 
fase de armazenamento vesical, por causar o 
miorrelaxamento vesical (vide OBS7). A descarga 
de adrenalina, que é obtida pela ativação do SNA 
simpático, realiza uma contração do colo vesical 
(ativação dos receptores alfa-adrenérgicos) e 
miorrelaxamento do corpo da bexiga (ativação dos 
receptores beta-adrenérgicos). 
 Já a inervação parassimpática é mediada pelo plexo pélvico, com a principal função de ativar o músculo detrusor e, 
portanto, causar o esvaziamento vesical. Os receptores muscarínicos, dispostos ao longo de todo corpo vesical, respondem 
à ação do SNA parassimpático, pela acetilcolina, causando uma contração vesical. 
 A inervação do esfíncter vesical é função do sistema nervoso somático, mais precisamente, pelo nervo pudendo. Portanto, 
durante o armazenamento da urina, o nervo pudendo estimula a contração do esfíncter, impedindo que ocorra a saída de 
urina; de modo distinto, durante a etapa de esvaziamento, o esfíncter passa a ser relaxado, através de fenômenos inibitórios.
OBS5: Reflexo da micção. As fibras viscerais aferentes da bexiga ganham a medula através do sistema simpático ou do 
parassimpático, levando informações sobre a distensão da parede vesical. As fibras que seguem pelo sistema simpático, sobem pelos 
nervos hipogástricos e plexo hipogástrico superior, conduzindo impulsos nervosos que atingem os segmentos torácicos e lombares 
baixos da medula (T10 - L2); já as fibras que acompanham o parassimpático seguem pelos nervos esplâncnicos pélvicos, terminando 
na medula sacral através das raízes dorsais dos nervos S2, S3 e S4. Ao chegarem na medula, as fibras aferentes viscerais 
provenientes da bexiga ligam-se a vias ascendentes que terminam no cérebro, conduzindo impulsos que se manifestam sob a forma 
de plenitude vesical. As fibras aferentes que chegam à região sacral fazem parte do arco reflexo da micção, cuja parte eferente está 
a cargo da inervação parassimpática da bexiga. Esta inicia-se nos neurônios pré-ganglionares situados na medula sacral (S2, S3, S4), 
os quais dão origem a fibras pré-ganglionares que se e ganham os nervos esplâncnicos pélvicos. Através destes nervos, as fibras pré-
ganglionares dirigem-se aos gânglios parassimpáticos situados no plexo pélvico, na parede da bexiga. Daí saem as fibras pós-
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ganglionares, muito curtas, que inervam a musculatura lisa da parede da bexiga (músculo detrusor) e o músculo esfíncter da bexiga. 
Os impulsos parassimpƒticos que seguem por esta via causam relaxamento do esfíncter e contração do músculo detrusor, 
fen‹menos que permitem o esvaziamento vesical.
OBS6: O estmulo para o reflexo da mic€„o ‡ representado pela distens„o da parede vesical. Conv‡m acentuar, entretanto, que a 
mic€„o, como um ato puramente reflexo, existe normalmente apenas na crian€a at‡ o fim do primeiro ano de vida. Da em diante,
aparece a capacidade somƒtica de impedir a contra€„o do detrusor apesar de a bexiga estar cheia, e a mic€„o torna-se, at‡ certo 
ponto, um ato controlado pela vontade.
OBS7: Alguns autores admitem que o sistema simpƒtico tem pouca ou nenhuma import‰ncia na mic€„o.Eles defendem que os nervos 
simpƒticos para o esfncter vesical s‚ tˆm efeito muito fraco na produ€„o de contra€„o esfinct‡rica para causar continˆncia urinƒria.
Entretanto, estudos urodin‰micos demonstram que a fase de armazenamento vesical, caracterizada pelo represamento da urina no 
interior da bexiga urinƒria, depende, basicamente, dos seguintes eventos: (1) da integridade neurol‚gica do SNA simpƒtico, que 
promove o miorrelaxamento do corpo vesical; (2) ausˆncia de resposta do mŠsculo detrusor, por inibi€„o do SNA parassimpƒtico; (3) 
manuten€„o do esfncter vesical, que ‡ obtida pela inerva€„o somƒtica pelo nervo pudendo. Al‡m disso, no homem, a inerva€„o 
simpƒtica do esfncter vesical ‡ importante durante o processo de ejacula€„o (que tamb‡m ‡ mediada pelo SNA simpƒtico), 
impedindo, desse modo, que o lquido seminal reflua para a bexiga.
EREÇÃO PENIANA E EJACULAÇÃO
Na ere€„o, o tecido erétil genital fica ingurgitado com sangue. O ingurgitamento vascular inicial ‡ controlado pela parte 
parassimpƒtica do SNA. As fibras pr‡-ganglionares parassimpƒticas se originam na subst‰ncia cinzenta dos segmentos S2, S3 e S4 
da medula espinhal. Essas fibras entram nos plexos hipogƒstricos, fazendo sinapses com neur‹nios p‚s-ganglionares. As fibras p‚s-
ganglionares cursam junto com a art‡ria pudenda interna, sendo distribudas ao longo de seus ramos, que entram no tecido er‡til. Os 
nervos parassimpƒticospromovem vasodilata€„o das art‡rias, aumentando, de forma acentuada, o fluxo sanguneo no tecido er‡til.
No que diz respeito Œ ejacula€„o, as fibras simpƒticas pr‡-ganglionares saem da medula espinhal pelos segmentos L1 e L2 
da medula espinhal. Essas fibras podem fazer sinapse com neur‹nios p‚s-ganglionares nos primeiro e segundo g‰nglios lombares ou 
nas partes lombares inferiores e p‡lvicas dos troncos simpƒticos. As fibras p‚s-ganglionares s„o, ent„o, distribudas para Estes 
nervos simpƒticos estimulam a contra€„o do mŠsculo liso na parede dessas estruturas, fazendo com que os espermatoz‚ides, 
juntamente com as secre€es das vesculas seminais e da pr‚stata, sejam lan€ados na uretra.
BLOQUEIO DOS RECEPTORES AUTONMICOS
De um modo geral, os fƒrmacos relacionados ao sistema nervoso aut‹nomo apresentam quatro stios de a€„o: receptores 
nervosos, canais i‹nicos, enzimas e mol‡culas transportadoras. Tais fƒrmacos, sejam eles com a€„o simpƒtica ou com a€„o 
parassimpƒtica, recebem denomina€es especficas, para as quais ‡ importante determinar suas defini€es e sin‹nimos: fármacos 
parassimpatomiméticos (agonistas parassimpƒticos = agonistas muscarnicos = colinomim‡ticos); fármacos parassimpatolíticos 
(antagonistas ou bloqueadores parassimpƒticos = bloqueadores muscarnicos = colinolticos); fármacos simpatomiméticos 
(agonistas simpƒticos); fármaco simpatolítico (antagonista ou bloqueador simpƒtico).
BLOQUEIO DOS RECEPTORES COLINÉRGICOS
No caso das termina€es p‚s-ganglionares parassimpƒticas e simpƒticas, que liberam acetilcolina como subst‰ncia 
transmissora, os receptores nas c‡lulas efetoras s„o muscarínicos. Isso significa que a a€„o pode ser bloqueada pela Atropina, que 
atua competitivamente, antagonizando a a€„o muscarnica por ocupar os stios receptores colin‡rgicos nas c‡lulas efetoras.
No cora€„o, a Atropina atua bloqueando o efeito do n‚dulo sinoatrial, o que aumenta a condu€„o atrav‡s do n‚dulo 
atrioventricular e, consequentemente, o batimento cardaco. No est‹mago e intestino, pode ser usado como agente antiespasm‚dico 
para os distŠrbios gastrintestinais e tratamento da Šlcera p‡ptica, reduzindo ainda sua fun€„o secret‚ria. Em doses mnimas, a 
atropina inibe a atividade das gl‰ndulas sudorparas e a pele torna-se seca e quente.
OBS8: A Pilocarpina (Isopto Carpine’; Pilocan’) ‡ um alcal‚ide extrado das folhas da planta jaborandi (Pilocarpus microphyllus) 
que age como um potente agonista muscarnico hidrolisado lentamente, sem efeitos nicotnicos. Desta forma, serve como antdoto 
para intoxica€„o por Atropina.
BLOQUEIO DOS RECEPTORES ADRENÉRGICOS
Os receptores adren‡rgicos alfa podem ser bloqueados por agentes como a Fenoxibenzamina e a Doxazosina, e os 
receptores beta podem ser bloqueados por agentes como o Propranolol. A sntese e o armazenamento da norepinefrina nas 
termina€es simpƒticas podem ser inibidos pela Reserpina.
Estes fƒrmacos s„o comumente empregados como anti-hipertensivos uma vez que, em verdade, agem como antagonistas 
do sistema nervoso simpƒtico, diminuindo assim a vasoconstric€„o e a estimula€„o do cora€„o. De uma forma geral, deve-se utilizar 
com parcim‹nia estes medicamentos quando se trata de indivduos com hiperreatividade br‹nquica (asmƒticos), pois bloqueando 
receptores β de sua musculatura lisa br‹nquica, favorece-se ent„o um broncoespasmo pela a€„o n„o-contrabalanceada dos 
receptores muscarnicos.
CONTROLE SUPERIOR DO SISTEMA NERVOSO AUTNOMO
Como vimos em captulos anteriores, o hipotálamo deve ser considerado como o centro nervoso superior para o controle 
dos centros auton‹micos inferiores; de fato, o hipotƒlamo tem influˆncia controladora sobre o sistema nervoso auton‹mico, parecendo 
integrar os sistemas nervoso aut‹nomo e end‚crino, preservando, assim, a homeostase. A estimula€„o da regi„o anterior do 
hipotƒlamo gera respostas parassimpƒticas, enquanto que a estimula€„o da parte posterior do mesmo provoca respostas simpƒticas.
A estimula€„o de diferentes partes do c‚rtex cerebral e do sistema límbico ajudou a concluir que ƒreas localizadas nestes 
centros tamb‡m produzem efeitos auton‹micos, admitindo-se que sejam produzidos por meio do hipotƒlamo.
Arlindo Ugulino Netto – NEUROANATOMIA – MEDICINA P3 – 2008.2
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Admite-se, também, que a formação reticular funciona como um grande componente de conexão entre o 
hipotálamo/sistema límbico e os centros autonômicos inferiores. Os neurônios de eferência tóraco-lombar, da parte simpática do SNA, 
e os neurônios crânio-sacrais, da parte parassimpática do SNA, recebem seu controle por meio dos tractos descendentes da 
formação reticular. Além disso, a presença de centros no tronco encefálico inferior, como os centro vasopressor, vasodilatador, 
cárdio-acelerador, cárdio-desacelerador e respiratório ratificam ainda mais a participação da formação reticular no controle deste 
sistema visceral.
CONSIDERA‚…ES CL†NICAS
Pelas descrições precedentes, fica claro que o sistema nervoso autônomo não é uma parte isolada do sistema nervoso. Ele 
deve ser considerado parte do sistema nervoso que, com o sistema endócrino, por controle hipotalâmico, participa na manutenção da 
estabilidade do ambiente interno do corpo. Por esta razão, lesões que envolvam o SNA afetam diretamente na homeostase e nas 
respostas metabólicas do organismo.
De uma forma geral, temos:
 Lesões simpáticas: o tronco simpático, no pescoço, pode ser lesado por ferimentos penetrantes por facas ou projéteis de 
armas de fogo. Lesões por tracionamento da primeira raiz torácica, do plexo braquial, ou tumores podem lesar as fibras 
simpáticas para o gânglio estrelado. Todas essas lesões promovem um tipo pré-ganglionar da síndrome de Horner. Lesões 
espinhais ou da cauda equina podem perturbar o controle simpático da bexiga urinária.
 Lesões parassimpáticas: isoladamente, temos:
 O nervo oculomotor é vulnerável a lesões, podendo ser lesado por compressão direta por estruturas encefálcias 
(herniação de uncos) ou vasculares (como por aneurismas na junção entre a artéria cerebral posterior e a 
comunicante posterior). As fibras pré-ganglionares parassimpáticas que cursam neste nervo ficam situadas na sua 
periferia e, portanto, são as primeiras a serem atingidas em caso de compressão, causando, caracteristicamente, 
dilatação pupilar e perda dos reflexos visuais à luz. Se a compressão continuar, sinais somáticos aparecerão, como 
o estrabismo divergente.
 As fibras autonômicas do nervo facial podem ser lesadas nas fraturas do crânio, atingindo o osso temporal. O 
envolvimento das fibras parassimpáticas do componente intermédio do facial pode comprometer o lacrimejamento, 
além de causar paralisia dos músculos faciais, a depender do nível da lesão (a paralisia facial pode acontecer sem 
comprometimento do lacrimejamento se a lesão do nervo ocorrer após sua saída pelo forame estilo-mastóideo, por 
exemplo, pois, nesse nível, as fibras destinadas à inervação da glândula lacrimal já foram distribuídas).
 A eferência parassimpática na região sacral da medula espinhal (S2, S3 e S4) pode ser atingida por lesões da 
medula espinhal e da cauda equina, levando a perturbações das funções da bexiga urinária, reto e das funções 
sexuais.
Síndrome de Horner
Ao longo do seu trajeto, as fibras simpáticas para a pupila podem ser lesadas por processos compressivos (tumores, 
aneurismas, etc.) ou traumáticos da região torácica ou cervical. Neste caso, a pupila do lado da lesão ficará contraída (miose) por 
ação do parassimpático, não contrabalanceada pelo simpático. Este é o principal sinal da chamada síndrome de Honer, 
caracterizada também pelos seguintes sinais:
 Constrição pupilar (miose);
 Queda ligeira da pálpebra (pseudo-ptose palpebral), por paralisia da porção tarsal do músculo levantador da pálpebra;
 Enoftalmia (diminuição do voluma do globo ocular);
 Vasodilatação cutânea e deficiência de sudorese na face(anidrose).
 Eventualmente, podem apresentar um quadro de dor lancinante e parestesia na face medial do braço correspondente (isso 
ocorre, geralmente, em casos de tumores de lobo superior de pulmão que invadem o tronco simpático e o tronco inferior do 
plexo braquial), promovendo a chamada síndrome de Claude-Bernar-Horner.
Em resumo, a síndrome de Horner é resultante da interrupção da inervação simpática para a cabeça e pescoço. Desta forma, 
além da lesão das fibras pós-ganglionares que se dirigem para a pupila, a síndrome de Horner pode ser causada também por lesões 
no tronco encefálico e da parte cervical da medula espinhal (por onde transitam os tractos retículo-espinhais, que descem do 
hipotálamo até a eferência simpática na medula), bem como por lesões na coluna cinzenta lateral de T1 ou T2. A depender do nível 
da lesão, o paciente pode apresentar um quadro clínico mais variado (ver OBS9).
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OBS9: Todos os pacientes com a síndrome de Horner apresentam miose e ptose. Contudo, deve ser feita distinção entre as lesões 
situadas no primeiro neurônio, o segundo neurônio e o terceiro neurônio:
 Lesões do primeiro neurônio desta via (fibras do tracto retículo-espinhal descendentes ao longo do sistema nervoso central) 
caracterizam a síndrome de Horner central, e promovem hiperestesia contralateral do corpo, com perda da sudorese em 
toda a metade do corpo, praticamente. Este quadro ocorre, por exemplo, na síndrome de Wallemberg, já descrita a propósito 
de lesões da artéria cerebelar inferior posterior.
 Lesões do segundo neurônio (fibras pré-ganglionares originadas na coluna lateral de T1 e T2, que se dirigem aos gânglios 
cervicais) caracterizam a síndrome de Horner pré-ganglionar, e promovem sinais como anidrose limitada à face e ao 
pescoço, com presença de rubor ou palidez na face e pescoço.
 Lesões do terceiro neurônio (fibras pós-ganglionares originadas no gânglio cervical superior) caracterizam a síndrome de 
Horner pós-ganglionar, e cursarão com sinais associados que incluem dor facial ou doença no ouvido, no nariz ou na 
garganta.
Hiperidrose
As glândulas sudoríparas, como vimos anteriormente, apresentam inervação puramente simpática (via fibras colinérgicas). A 
hiperidrose consiste em uma condição caracterizada pela transpiração anormalmente aumentada, muito além do exigido para a 
regulação da temperatura corporal. Em outras palavras, hiperidrose é o termo médico utilizado para definir a sudorese excessiva em 
determinada área do corpo.
Sabe-se que o portador de hiperidrose apresenta alterações genéticas que causam 
anomalias na formação da cadeia simpática, provocando a hipertrofia de um ou mais 
gânglios simpáticos: o gânglio T2, por exemplo, apresenta-se maior do ponto de vista 
anatômico e histológico (apresentando cerca de 300 a 600 milhões de células pós-
ganglionares, ao invés dos habituais 3 milhões). Esta alteração repercute causando uma 
atividade funcional extremamente mais potente, de forma que qualquer estímulo que chegue 
à medula para a produção de suor, estes gânglios hiperplásicos projetam estímulos 
exagerados para as glândulas sudoríparas que lhes são pertinentes. Além disso, estudos 
demonstram que este número aumentado de neurônios no gânglio simpático garantem a ele 
um certo automatismo, funcionando de forma independente do SNC (o que explicaria a 
sudorese excessiva mesmo que o indivíduo não esteja exposto a estresse emocional).
O único tratamento capaz de fornecer cura instantânea e definitiva para a 
hiperidrose é a cirurgia, através da Simpatectomia Torácica Bilateral por Vídeo, voltando-se 
para os gânglios pertinentes à área de sudorese excessiva:
 Gânglio T2 para hiperidrose craniofacial;
 Gânglio T3 para hiperidrose palmoplantar;
 Gânglio T4 para hiperidrose axilar.
Doença de Chagas
Sabe-se que na doença de Chagas há uma intensa destruição dos gânglios parassimpáticos do plexo cardíaco, levando a 
uma desnervação parassimpática do coração. Segundo alguns autores, essa desnervação simpática seria responsável pelo 
desenvolvimento da cardiopatia (cardiomegalia) chagásica. Entretanto, com base em estudos da doença de Chagas experimental, 
sabe-se hoje que na fase aguda dessa doença, ocorre também uma total destruição da inervação simpática do coração.
Doença de Hirschsprung
O megacólon congênito (doença de Hirschsprung) é uma condição congênita, 
na qual há falta de desenvolvimento do plexo mioentérico (de Auerbach) na parte distal 
do cólon. A parte afetada do cólon não tem células ganglionares parassimpáticas e o 
peristaltismo é ausente. Isso, efetivamente, bloqueia a passagem das fezes, com a parte 
proximal do cólon ficando extremamente distendida.
Disfunção da bexiga urinária após lesões da medula espinhal
As lesões da medula espinhal são quase sempre seguidas por perturbações do 
controle neural da micção. Revisando a inervação da bexiga, temos:
 A inervação simpática é feita pelos segmentos L1 e L2 da medula espinhal via 
plexo hipogástrico superior;
 A inervação parassimpática é feita pelos segmentos S2, S3 e S4 da medula 
espinhal via plexo pélvico.
A bexiga atônica ocorre durante a fase do choque espinhal, que se segue, 
imediatamente, à lesão, podendo durar desde alguns dias a várias semanas. O músculo 
da parede vesical fica relaxado, enquanto o esfíncter vesical permanece fortemente 
contraído (perda da inibição pelos níveis superiores). Neste quadro, a bexiga fica muito 
distendida e, por fim, se esvazia. Dependendo do nível da lesão medular, o paciente 
pode, ou não, ter conhecimento de que sua bexiga está cheia; entretanto, não mais 
existe o controle voluntário.
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A bexiga reflexa automática ocorre após o paciente ter se recuperado do choque espinhal, desde que a lesão medula seja 
acima da eferência parassimpática (S2, S3 e S4). Dado que as fibras descendentes da medula espinhal são seccionadas, não mais 
existe controle voluntário; desta forma, a bexiga se enche e se esvazia reflexamente. Esses reflexo de esvaziamento ocorre em 
intervalos de 1 a 4 horas.
A bexiga autonômica é a condição que ocorre se os segmentos sacrais da medula espinhal são destruídos ou se a 
cauda equina é seccionada. A bexiga perde todos os seus controles, reflexos e voluntários. A parede vesical fica flácida, com a 
capacidade do órgão muito aumentada. Ele se enche ao máximo e, em seguida, se esvazia, o que resulta em gotejamento 
permanente. A bexiga pode ser esvaziada parcialmente por compressão manual da parte inferior da parede abdominal anterior, mas 
infecção urinária e efeitos de pressão retrógrada sobre os ureteres e sobre os rins são praticamente inevitáveis.
Ereção e ejaculação após lesões medulares
Como já descrito, a ereção do pênis ou do clitóris é controlada pelos nervos parassimpáticos, que se originam nos segmentos 
S2, S3 e S4 da medula espinhal. Lesão bilateral dos tractos retículo-espinhais, na medula espinhal, acima do 2º segmento sacral, vai 
resultar em perda dessa ereção. Mais tarde, quando os efeitos do choque espinhal passarem a desaparecer, pode ocorrer ereção 
reflexa espontânea, se os segmentos sacrais da medula estiverem intactos.
A ejaculação, por sua vez, é controlada pelos nervos simpáticos, originados em L1 e L2 da medula espinhal. Como ocorre na 
ereção, lesão bilateral grave da medula espinhal resulta em perda da ejaculação. Posteriormente, a ejaculação reflexa pode ser 
possível em pacientes com lesão medula nas regiões cervicais ou torácicas. Alguns indivíduos conservam a ejaculação normal, mas 
sem emissão externa, com o líquido seminal indo para dentro da bexiga devido à paralisia do esfíncter vesical.
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