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AVALIAÇÃO DE IMPACTOS AMBIENTAIS Engenheiro Agrônomo Universidade Vale do Rio Doce – UNIVALE Msc. em Agricultura Tropical Universidade Federal do Espírito Santo DIEGO DANTAS AMORIM Contado: diego.dantas@ifmg.edu.br PREVISÃO DE UM IMPACTO INTRODUÇÃO A AIA significa antever mudanças nas condições ambientais que podem resultar de uma ação e considerar as implicações dessas mudanças; Quanto melhora a predição, melhor informado estará quem tem que tomar as decisões. Este passo na AIA é a que tem causado maiores problemas ao longo dos anos; Neste processo, o consultor tem pouco controle, pois a predição dos impactos geralmente é realizada por especialistas, que tomam as decisões sobre as técnicas e métodos a serem usados no trabalho da predição; PROBLEMAS NA PREDIÇÃO DE IMPACTOS Falha em realizar predições quantitativas: A maior parte das AIAs contêm predições realizadas na base de julgamentos pessoais e são vagas generalizações da probabilidade de certas condições prevalecerem durante ou depois da instalação, mas de que previsões quantificadas que podem ser sujeitas a verificação; PROBLEMAS NA PREDIÇÃO DE IMPACTOS Falha em realizar predições precisas: Existe uma probabilidade da predição falhar seja porque os impactos não foram previstos ou porque não aconteceram em escalas espaciais, temporais ou em níveis de severidade diferentes do previsto; A precisão não precisa ser exata, mas, mais o menos precisa; PROBLEMAS NA PREDIÇÃO DE IMPACTOS Existe maior dificuldade em fazer predições satisfatórias em avaliações amplas que em específicas, pois em avaliações amplas geralmente não existe um detalhamento das informações; Geralmente existe falhas em escolher os impactos mais significativos, falha na escolha dos métodos o na escolha dos dados; PROBLEMAS NA PREDIÇÃO DE IMPACTOS Falha na revisão das predições O processo de revisão das predições, o monitoramento, é geralmente pouco desenvolvido na AIA; Quando é realizada, em geral as informações não são utilizadas como feedback nos processos de predição para melhorar as práticas da AIA. METODOLOGIAS E MÉTODOS PARA FAZER PREVISÃO Num estudo de impacto ambiental, usam-se inúmeras técnicas para coleta e tratamento de dados e informações sobre o meio ambiente e o projeto em análise: para mapeamento; análises laboratoriais; trabalhos de campo; preparação de material audiovisual e comunicação dos resultados; METODOLOGIAS E MÉTODOS PARA FAZER PREVISÃO Mas, principalmente, para a previsão dos impactos ambientais; As técnicas de previsão de impacto destina-se a estimar a magnitude dos impactos que serão causados pelas ações a serem desenvolvidas quando da realização do projeto, sendo utilizadas para medir as condições futuras de fatores ambientais específicos; METODOLOGIAS E MÉTODOS PARA FAZER PREVISÃO A previsão da magnitude dos prováveis impactos decorrentes das ações de um projeto constitui, com certeza, o mais difícil problema de um estudo de impacto ambiental, envolvendo amplo conhecimento das ciências naturais e humanas; As técnicas de previsão de impacto já desenvolvidas e aperfeiçoadas, se bem conhecidas, auxiliam a escolha ou a criação daquela mais apropriadas ao caso em questão; A previsão pode ser feita apenas em termos qualitativos, acrescentando às incertezas sempre presentes nas previsões, opiniões técnicas de natureza subjetiva; METODOLOGIAS E MÉTODOS PARA FAZER PREVISÃO Identificados os passos da cadeia de impactos, pode-se apreciar a aplicabilidade das técnicas de previsão de cada um deles, considerando-se: As respostas necessárias à previsão dos impactos subsequentes na cadeia, a realização demais tarefas de EIA, à compreensão do problema e à tomada de decisão; A comunicação e a interação dos profissionais que participam do estudo; METODOLOGIAS E MÉTODOS PARA FAZER PREVISÃO A confiabilidade e o grau de precisão dos resultados; A validade das previsões, isto é, a possibilidade de se obterem resultados semelhantes com replicação da mesma técnica; A possibilidade de identificar e incorporar pesquisas adicionais, mais detalhadas. METODOLOGIAS E MÉTODOS PARA FAZER PREVISÃO Existem vários passos no processo de predição: A identificação de impactos potenciais; A investigação preliminar dos efeitos; A definição dos informações necessárias sobre os efeitos; A seleção do método para predição; O uso dos métodos selecionados; A organização e apresentação dos resultados. METODOLOGIAS E MÉTODOS PARA FAZER PREVISÃO Os dois primeiros passos estão incluídos na fase de definição do alcance da proposta; O coração do processo de predição é a seleção dos métodos apropriados e a sua utilização; METODOLOGIAS E MÉTODOS PARA FAZER PREVISÃO Este processo requer (idealmente): O estabelecimento das condições ambientais básicas e predição das mudanças, assumindo que não haverão mudanças sociais nem econômicas; A predição das mudanças futuras em função de mudanças nas condições socioeconômicas gerais; A predição do ambiente futuro dados os efeitos mais prováveis da proposta e considerando as duas condições acima citadas. METODOLOGIAS E MÉTODOS PARA FAZER PREVISÃO As mudanças socioeconômicas são mais difíceis de determinar, considerando as dificuldades dos governos de fazer as predições do desempenho econômico mesmo de uma forma grosseira; O trabalho do consultor é gerar a melhor previsão possível! METODOLOGIAS E MÉTODOS PARA FAZER PREVISÃO Para efeito de apresentação, as técnicas de previsão de impacto podem ser classificadas em formais e informais, quase todas derivadas das técnicas de pesquisa científica usuais às diversas ciências; METODOLOGIAS E MÉTODOS PARA FAZER PREVISÃO As técnicas informais abrangem uma grande variedade de procedimentos, destacando-se as seguintes, próprias para a previsão de impactos nos meios físico e biótico: O uso de especialistas, para estimar a provável magnitude de um impacto com base em seu conhecimento e sua experiência profissional; o fundamento técnico desse tipo de previsão deve ser apresentado, explicitando-se as premissas teóricas ou as observações empíricas tomadas como ponto de partida. METODOLOGIAS E MÉTODOS PARA FAZER PREVISÃO As analogias com casos semelhantes, na qual os impactos de ações de mesma natureza, levadas a efeito em sistemas ambientais similares, podem ser extrapolados para a situação em estudo, corrigindo- se as possíveis diferenças; A comparação da ação com os padrões de emissão, lançamento de efluentes ou qualidade ambiental, verificando-se se o impacto é ou não aceitável; METODOLOGIAS E MÉTODOS PARA FAZER PREVISÃO Os inventários ou levantamentos de determinados componentes ambientais a serem afetados; embora não possam ser considerados como previsões acuradas, tem o mérito de permitir a comparação das situações atual e futura desses componentes, descrevendo as prováveis alterações a serem produzidas (mapas, levantamentos aerofotogramétricos etc.). METODOLOGIAS E MÉTODOS PARA FAZER PREVISÃO Os principais tipos de técnicas formais são: Modelos ilustrativos, previsões visuais das condições futuras em escala apropriada; como exemplo citam-se as técnicas de avaliação da paisagem que consiste na alteração, por desenho ou computador, de um conjunto de fotografias da área de influência de um projeto, segundo os dados do projetoa ser executado; METODOLOGIAS E MÉTODOS PARA FAZER PREVISÃO Modelos físicos em escala reduzida, nos quais podem ser reproduzidos os processos, apreciando-se as alterações introduzidas pelas ações do projeto; são muito utilizados para a previsão de impactos de obras hidráulicas; Experiências de campo, nos quais podem ser testados os efeitos da ação no próprio local de implantação do projeto; Experiências de laboratório, pela simulação do comportamento de um ecossistema ou dos processos químicos e bioquímicos (bio-ensaios). METODOLOGIAS E MÉTODOS PARA FAZER PREVISÃO Todos estes tipos de técnica são de caráter experimental; Um quinto tipo, os modelos matemáticos, pode estabelecer relações de causa e efeito mais ou menos explícitas: Modelos matemáticos empíricos, baseados em testes ou análises estatísticas dos dados ambientais, sem explicitarem os processos envolvidos nas relações de causa e efeito; METODOLOGIAS E MÉTODOS PARA FAZER PREVISÃO Modelos matemáticos que descrevem os processos (modelos numéricos), também chamados modelos de simulação; compreendem os modelos em "steady state", que não pressupõem a variável temporal, e os modelos dinâmicos, que a incluem; os modelos de dispersão de poluentes e os modelos de simulação ecológica são exemplos de modelos matemáticos usados para previsão de impacto. METODOLOGIAS E MÉTODOS PARA FAZER PREVISÃO A literatura apresenta inúmeras técnicas que se empregam na previsão de impactos ambientais; Os coordenadores de EIA e os profissionais das respectivas disciplinas devem conhecê-las para adaptá-las às características do projeto que queiram avaliar. TÉCNICAS DE PREVISÃO DE IMPACTOS Impactos na Qualidade do Ar; Ruído; Impactos na Qualidade da Água; Impactos Visuais (Alteração da Paisagem); Impactos no Meio Biótico. Trabalho! Entrega na data da 3ª prova! AÇÕES APLICADAS ÀS TÉCNICAS DE PREVISÃO INFORMAÇÕES BÁSICAS A informação é fundamental no processo de predição: informações sobre a proposta e suas atividades; informações sobre o sistema ambiental e como este será afetado pelas atividades. A maior parte dos AIA acumulam muita informação que não é utilizada efetivamente para fazer predições atuando ainda como uma barreira para o entendimento do AIA. INFORMAÇÕES BÁSICAS Em parte, isto acontece porque o consultor começa a coletar todo tipo de informação sobre o ambiente para a AIA; Porque coletar informações? INFORMAÇÕES BÁSICAS 1 - Ter informações básica para o processo de predição; Dados para calibração dos modelos usados para predição. 2 - Para detectar mudanças comparando o estado futuro do ambiente com o estado antes de realizadas as atividades da proposta; Este passo da predição amarra a base de informações ao monitoramento. (não adianta fazer monitoramento se não tenho uma base prévia de dados para comparar); INFORMAÇÕES BÁSICAS Portanto, a coleta dos dados prévios deverá ser focalizada sobre uma série de variáveis específicas que posteriormente serão importantes para o monitoramento do ambiente; Esta coleta de informações deverá começar no momento de delineamento do projeto. COLETA DE DADOS Um dos entraves da predição é o esquema de amostragem ou coleta de dados; Uma crítica comum as AIAs é a falta de um programa de coleta de dados bem planejado, resultando em dados inadequados para a predição; COLETA DE DADOS Quando o esquema de amostragem é desenhado algumas questões chaves devem ser consideradas: 1 - Quais são as características da proposta e como irão a interagir com o ambiente? Como o ambiente enfrentará os impactos das atividades em termos de intensidade, periodicidade, etc? Ex: Os efeitos a longo prazo, de uma baixa produção de contaminantes serão diferentes dos efeitos da mesma quantidade sendo liberada em um curto período de tempo. COLETA DE DADOS 2 - Quais variáveis devem ser medidas? É irreal, indesejável e pouco prático medir tudo, deverá haver uma seleção na coleta de dados; A escolhas das variáveis irá depender da natureza do empreendimento. 3 - Que área geográfica deverá ser amostrada? Deverá refletir a área na qual é esperado que os impactos aconteçam Quanto maior a área de amostragem, maiores serão as variações das características ambientais; A amostragem deverá refletir as variações naturais do ambiente. COLETA DE DADOS 4 - Durante quanto tempo deverá ser feita a amostragem? Devo levar que o ambiente pode experimentar variações temporais como mudanças sazonais ou diárias; O período de amostragem deve incluir os principais ciclos de variação. COLETA DE DADOS 5 - Devem ser utilizados locais de controle para o monitoramento? Uma forma de detectar mudanças na área é comparando a mesma com uma área similar que não é afetada pela atividade; Estas áreas de controle deverão compartilhar as mesmas características em termos de sistemas ambientais e processos; Depois de coletar as informações o próximo passo é escolher o método apropriado para previsão. MONITORAMENTO Realizar o monitoramento é manter a observação sobre variáveis definidas, num período de tempo. O monitoramento deverá ser feito com propósitos específicos, para isto deverão ser determinadas: as variáveis a ser medidas; a frequência de medição; e como os dados serão utilizados. MONITORAMENTO Existem várias razões para realizar o monitoramento na AIA: fornecer um aviso dos impactos não previstos, e utilizar estas informações no manejo dos impactos; Para checar se as medidas mitigadoras foram aplicadas corretamente; Para checar se as medidas mitigadoras são efetivas; Para ter evidências que apoiem ou refutem reclamações sobre compensações dos impactos nas pessoas, nas propriedades, etc. MONITORAMENTO Para avaliar o desempenho da AIA como um todo; Para documentar os impactos e poder usar os mesmos em situações futuras similares; Para ter uma base de dados da história dos impactos, que pode ser utilizada para acelerar os processos de renovação de licenças, permissões e consentimentos para atividades futuras. MONITORAMENTO O programa de monitoramento adotado na AIA refletirá dois fatores: Institucionais e administrativos; Metodológicos. MONITORAMENTO Fatores institucionais e administrativos Primeiro deverá ser determinado se monitoramento precisa ser feito; Muitas vezes é realizado para satisfazer requerimentos legais; Em geral as agências que controlam ou administram os processo da AIA não tem recursos para administrar ou mesmo obrigar a implementação de programas de monitoramento; MONITORAMENTO Quem deve arcar com os custos do monitoramento? Existe uma relutância dos empreendedores a pagar os custos do monitoramento a longo prazo, principalmente se não são obrigados pela lei; Se as informações são utilizadas pelo público, os empreendedores alegam que o público deveria pagar pelo. MONITORAMENTO Fatores metodológicos Desde o ponto de vista metodológico, o monitoramento deve ser desenhado e implementado apropriadamente para produzir informações que possam ser utilizadas posteriormente; As chave da decisão metodológica é a escolha das variáveis a monitorar e o desenho do programa de amostragem; MONITORAMENTO A ideia de monitoramento se assemelha à ideia de teste de hipótese; Os procedimentos devem ser estandardizados paraevitar mudanças no monitoramento, principalmente os de longo prazo, pela mudança de pessoal; O monitoramento deve ser desenhado cuidadosamente para garantir a validade estatística dos dados, fornecer dados de boa qualidade e promover a eficiência do programa a longo prazo.
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