Histórico e Introdução de Gestão e Tratamento de Resíduos Sólidos

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GESTÃO E TRATAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS 
Prof. MSc. Luiz Penna 
GESTÃO E TRATAMENTO DE 
RESÍDUOS SÓLIDOS 
INTRODUÇÃO E HISTÓRICO 
GESTÃO E TRATAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS 
 Introdução 
 
 Por muito tempo, a coleta e destinação do lixo (resíduos sólidos) não 
apresentavam maiores problemas, uma vez que o lixo era depositado em 
regiões afastadas e distantes das cidades. 
 
 No entanto, com acrescente urbanização ficou cada vez mais difícil encontrar 
áreas adequadas que absorvessem a demanda em expansão, e o problema 
ganhou visibilidade. 
 
 Fez-se necessária a busca de alternativas que facilitem a operacionalização 
do sistema e que, concomitantemente, atendam os anseios da população em 
relação a limpeza urbana e à qualidade de vida. 
 
 Outra questão, são os excluídos sociais que encontram nos resíduos uma 
forma de sobrevivência 
Gestão e Tratamento de Resíduos Sólidos 
 Gestão de resíduos sólidos no Brasil 
 
 Histórico: No Brasil o serviço sistemático de limpeza urbana foi iniciado 
oficialmente em 25 de novembro de 1880, na cidade do Rio de Janeiro 
 
 Neste dia o Imperador D. Pedro II assinou o decreto nº 3024, aprovando o 
contrato de limpeza e irrigação da cidade , que foi executado por Aleixo Gary 
e mais tarde por Luciano Francisco Gary, de cujo sobrenome origina-se a 
palavra “GARY”, que hoje denomina-se aos trabalhadores da limpeza 
urbana em muitas cidades brasileiras 
 
 Considerada um dos setores do saneamento básico, a gestão dos resíduos 
sólidos não tem merecido a atenção necessária por parte do poder público 
Gestão e Tratamento de Resíduos Sólidos 
 A interdependência dos conceitos de meio ambiente, saúde e saneamento 
é hoje bastante evidente, o que reforça a necessidade de integração das 
ações desses setores em prol da melhoria da qualidade de vida da 
população brasileira. 
 
 O gerenciamento de resíduos sólidos é uma atribuição pertencente a 
esfera da administração pública local 
 
 A geração de resíduos sólidos domiciliares no Brasil é de cerca de 
0,6kg/hab/dia e mais 0,3kg/hab/dia de resíduos de varrição e limpeza de 
logradouros e entulhos 
 
 Algumas cidades, especialmente na região sul e sudeste (capitais) a 
produção pode ser mais elevada chegando a 1,3 kg/hab/dia considerando 
todos os resíduos manipulados pelos serviços de limpeza urbana 
(domiciliares, comerciais, de limpeza de logradouros, de serviço de saúde 
e entulhos). 
 
 
Gestão e Tratamento de Resíduos Sólidos 
 Grande parte dos resíduos gerados no país não são coletados 
regularmente, permanecendo junto às habitações (principalmente nas 
áreas de baixa renda) ou sendo vazada em logradouros públicos, terrenos 
baldios, encostas e cursos d’água. 
 
 De acordo com uma pesquisa realizada pelo IBGE em 1989 (PNSB), os 
domicílios particulares permanentes urbanos representavam 78,1% do 
total de moradias brasileiras, destes 80% tinham seu lixo recolhido direta 
ou indiretamente pelos serviços municipais de coleta de lixo, restando, 
portanto, 19,9% dos domicílios fora dos serviços municipais de coleta. 
 
 Diferenças regionais apontam para as regiões sul e sudeste como as que 
detêm a maior cobertura de atendimento de seus domicílios, com 87% e 
86,6% respectivamente, enquanto as regiões norte e nordeste têm apenas 
54,4% e 44,6%, respectivamente, de domicílios atendidos por tal serviço. 
 
 
Gestão e Tratamento de Resíduos Sólidos 
 A coleta de lixo (resíduos sólidos) é o seguimento que mais se desenvolveu 
dentro do sistema de limpeza urbana e o que apresenta maior 
abrangência de atendimento junto a população, ao mesmo tempo em que 
é a atividade do sistema que demanda maior percentual de recursos por 
parte da municipalidade. 
 
 Os serviços de varrição e logradouros também são muito deficientes na 
maioria das cidades brasileiras. 
 
 O Problema da disposição final assume uma magnitude alarmante. Se 
considerarmos apenas os resíduos urbanos e públicos, o que se percebe é 
uma ação generalizada das administrações públicas locais ao longo dos 
anos em apenas afastar das zonas urbanas o lixo coletado, depositando-os 
em locais absolutamente inadequados. 
Gestão e Tratamento de Resíduos Sólidos 
 Até nesta época (1989) mais de 80% dos municípios vazavam seus 
resíduos em locais a céu aberto, em cursos d’água ou em áreas 
ambientalmente protegidas, a maioria com presença de catadores, entre 
eles crianças, denunciando os problemas sociais que a má gestão do lixo 
acarreta. 
 
 A participação de catadores na segregação informal do lixo, seja nas ruas 
ou nos vazadouros e aterros, é o ponto mais agudo e visível da relação do 
lixo com a questão social. Trata-se do elo perfeito entre o inservível – lixo – 
e a população marginalizada da sociedade que, no lixo identifica o objeto 
a ser trabalhado na condução de sua estratégia de sobrevivência. 
Gestão e Tratamento de Resíduos Sólidos 
 Em relação aos resíduos de serviço de saúde, o ponto mais delicado da 
questão é a manipulação correta dos resíduos dentro das unidades de 
trato da saúde, de forma a separar os com real potencial daqueles que 
podem ser considerado lixo comum. 
 
 Com relação ao tratamento do lixo, tem-se instaladas no Brasil algumas 
unidades de compostagem/reciclagem. Essas unidades utilizam tecnologia 
simplificada, com segregação manual de recicláveis em correias 
transportadoras e compostagem a céu aberto, com posterior 
peneiramento. 
 
 As poucas usinas de incineração existentes, utilizadas exclusivamente para 
incineração de resíduos de serviço de saúde e de aeroportos, em geral não 
atendem aos requisitos mínimos ambientais da legislação brasileira. 
Gestão e Tratamento de Resíduos Sólidos 
 Outras unidades de tratamento térmico desses resíduos, tais como, 
autoclavagem, microondas e outros, vem sendo instaladas mais 
frequentemente em algumas cidades brasileiras, mas os custos de 
investimentos e operacionais ainda são muito altos. 
 
 O manejo e a disposição final dos resíduos industriais é um tema menos 
discutido pela população que os resíduos domésticos. 
 
 No Brasil, o poder público municipal não tem qualquer responsabilidade 
sobre esta atividade, prevalecendo o princípio do “poluidor-pagador”. 
 
 Os estados interferem no problema através dos órgãos de controle 
ambiental, exigindo dos geradores de resíduos perigosos (classe I e II) 
sistemas de manuseio, de estocagem, de transporte e de destinação final 
adequados 
 
Gestão e Tratamento de Resíduos Sólidos 
As administrações municipais podem agir nesse setor de 
forma suplementar, através de seus órgãos de fiscalização, 
sobretudo, considerando que a determinação do uso do solo 
urbano é competência exclusiva do município, e assim, eles 
tem o direito de impedir atividades industriais 
potencialmente poluidoras em seu território, seja através de 
proibição de implantação, seja através de cassação do alvará 
de localização. 
 
 No tocante ao gerenciamento dos serviços de limpeza urbana 
nas cidades de médio e grande porte, vem se percebendo a 
terceirização dos serviços, modelo cada vez mais adotado no 
Brasil. 
Gestão e Tratamento de Resíduos Sólidos 
Através de contratação pela prefeitura de empresa 
especializada na varrição de logradouros, coleta, transporte, 
tratamento e destinação final dos resíduos sólidos 
 
 
 
Como a gestão de resíduos no Brasil é uma atividade 
essencialmente municipal e as atividades que a compõem se 
restringem ao território do município, não são comuns no 
Brasil as soluções consorciadas, a não ser quando se trata em 
destinação final em aterros. 
Gestão e Tratamento de Resíduos Sólidos 
Em quase todos os municípios brasileiros os serviços de 
limpezaurbana, , total ou parcialmente, são remunerados 
através de uma “taxa”, geralmente cobrado na mesma guia de 
imposto predial territorial urbano –IPTU 
 
 
A receita proveniente da taxa de limpeza urbana ou de coleta 
de lixo é sempre recolhida ao tesouro municipal, nada 
garantindo sua aplicação no setor, a não ser vontade política 
do prefeito 
DEFINIÇÃO DE LIXO E RESÍDUOS SÓLIDOS 
 
Dicionário Aurélio 
 
Lixo é tudo aquilo que não se quer mais e se joga fora; coisas inúteis, velhas 
e sem valor. 
 
Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) 
 
Restos das atividades humanas, considerados pelos geradores como inúteis, 
indesejáveis ou descartáveis, podendo-se apresentar no estado sólido, 
semi-sólido1 ou líquido2, desde que não seja passível de tratamento 
convencional." 
 
Manual de Gerenciamento Integrado de Resíduos Sólidos 
 
Resíduo sólido ou lixo é todo material sólido ou semi-sólido indesejável e 
que necessita ser removido por ter sido considerado inútil por quem o 
descarta, em qualquer recipiente destinado a este ato. 
DEFINIÇÃO DE LIXO E RESÍDUOS SÓLIDOS 
 
 Portanto, a NBR 10004:2004, em substituição à NBR 10004:1987, 
define que resíduos sólidos são: 
 
 “Resíduos nos estados sólido e semissólido, que resultam de 
atividades de origem industrial, doméstica, hospitalar, comercial, 
agrícola, de serviços e de varrição.” 
 
 Ficando incluídos nesta definição os lodos provenientes de sistemas 
de tratamento de água, aqueles gerados em equipamentos e 
instalações de controle de poluição, bem como determinados 
líquidos cujas particularidades tornem inviável o seu lançamento na 
rede pública de esgotos ou corpos de água, ou exijam para isso 
soluções técnicas e economicamente inviáveis em face à melhor 
tecnologia disponível. 
Gestão e Tratamento de Resíduos Sólidos 
Os serviços de limpeza urbana recebem menos recursos que o 
necessário ou o tesouro municipal tem que desviar verbas 
orçamentárias de outros setores essenciais, como saúde e 
educação, para execução de serviços de coleta, limpeza de 
logradouros e destinação final do lixo. 
 
 
O que se percebe recentemente é uma mudança importante 
na atenção que a gestão de resíduos tem recebido das 
instituições publicas, em todos os níveis de governo.