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Gestão Financeira e Orçamentária UNIDADE 4 1 GESTÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA UNIDADE IV Palavras Professor Olá, estudante! Estamos chegando ao final da nossa jornada de estudo, conto com seu empenho no estudo do nosso guia da unidade IV. Mesmo sendo a nossa última unidade, seja um eterno aprendiz, pois conhecimento nunca é demais! Preparado (a) Vamos lá! orientações da disciPlina Nesta unidade IV estudaremos o conceito de custo de capital e a importância de calcu- lar esse índice, estudaremos o conceito de risco e retorno, compreenderemos a razão da necessidade de cada empresa, de acordo com suas principais características, ela- borar sua própria política de distribuição de dividendos, veremos algumas técnicas de avaliação de orçamento de capital e estudaremos os diversos tipos de ações e ativos. Vamos seguir! o cUsto de caPital, o risco e retorno cUsto de caPital Podemos definir o custo de capital, como sendo a remuneração exigida pelos credores de dívidas da em- presa, ou seja, é o retorno mínimo exigido pelos financiadores de recursos (credores e acionistas) da em- presa, e que marca, e influência a tomada de decisão em projetos de investimento dentro da organização. Para que o custo de capital em qualquer investimento seja viável é necessário que o seu valor investido, seja sempre menor do que o retorno do investimento. Isso porque, se o risco é mantido constante, pro- jetos com uma taxa de retorno acima do custo de capital aumentarão o valor da empresa e projetos com uma taxa de retorno abaixo do custo de capital diminuirão o valor da empresa. Saber utilizar e calcular o custo de capital é muito importante para que a empresa possa conhecer o valor que poderá ser investido para cada um de seus projetos. 2 Importante relembrar que, existem dois tipos de capitais disponíveis da empresa, são eles: • Capital de terceiros: São aqueles constituídos através de fontes externas às empresas, como por exemplo, financiamentos e empréstimos bancários. • Capital próprio: São aqueles formados por lucros retidos da empresa, ações e novos valores aplicados pelos próprios acionistas/proprietários. Contudo, tendo em vista que o capital de terceiro é uma dívida contraída pela empresa, existe o risco operacional e financeiro nesse aporte de valor. Já o capital próprio, apresenta um custo implícito, porém não se constitui como dívida. Assim, essa proporção do capital de terceiro e do capital próprio, é o que se chama de estrutura de capi- tal, onde o ativo representará os fundos aplicados na empresa e, o passivo representará a origem desses recursos. É, justamente, na estrutura do passivo que se encontra a ponderação para se calcular o Custo Médio Ponderado de Capitais (CMPC). custo Médio Ponderado de capital (cMPc) Conforme já estudado, as empresas necessitam realizar a captação de recursos, para viabilizar seus in- vestimentos e/ou sua própria criação. As formas mais comuns para realização desses aportes de recurso são as retenções de lucros, obtenções de empréstimos e financiamentos junto a terceiros, e emissão de ações ou novas integralizações de Capital, porém, haverá um custo desses aportes, que serão medidos e avaliados através do Custo Médio Ponderado de Capital (CMPC). Diante disso, podemos observar que o CMPC poderá ser utilizado para se calcular o valor da empresa e para avaliar a viabilidade de novos projetos. Como sua própria designação indica, o CMPC é uma média entre o custo próprio de capitais e o custo de capital de terceiros, mas, é preciso descobrir quais as fontes de capital. Porém, nossos estudos estarão voltados para as fontes de longo prazo, vamos em frente. Importante registrar que, o custo de capital possui dois fatores básicos que influência, que são o risco e o retorno, por isso, toda empresa necessita se prevenir quanto a exposição dos investimentos e do retorno ao risco. O risco sobre o retorno possui uma subdivisão, que é o risco do negócio e o risco financeiro. Portanto, para analisar a formação do custo de capital em uma determinada empresa, é preciso conhecer as suas duas premissas básicas, que são: • O risco do negócio: é aquele relacionado com a variação do lucro operacional, ou seja, é o risco da empresa não ser capaz de arcar com suas despesas operacionais. É uma variável constante. • O risco financeiro: É aquele risco da empresa não conseguir arcar com suas despesas financei- ras, ou seja, é o risco de não conseguir cumprir com os compromissos financeiros assumidos. Importante ressaltar que, uma vez que se supõe que os riscos do negócio e financeiros sejam fixos, o pon- to que diferencia o custo de vários tipos de financiamento é a oferta e a demanda de cada tipo de fundos. 3 Segundo GITMAN (2001, p. 343), existem quatro fontes básicas de financiamento em longo prazo que uma empresa de capital aberto pode operar: • Dívidas em longo prazo; • Ações preferências; • Ações ordinárias e • Lucros retidos. fontes de capital para empresas de capital aberto As empresas não estão obrigadas a utilizarem todos os tipos de fontes em longo prazo, contudo, normal- mente fazem uso, ao menos de uma dessas fontes de longo prazo. Passemos agora a estudar cada uma dessas fontes separadamente, vejamos: Custo da Dívida (Empréstimo) em Longo Prazo: Podemos dizer que, o custo da dívida em longo prazo cor- responde ao custo atual da dívida adquirida pela empresa depois da dedução do imposto de renda (IR). Apenas de forma exemplificativa, suponhamos que uma dívida seja representada pela emissão de um título de crédito como uma debênture (apenas um exemplo). Nesse caso, o custo financeiro antes do imposto de renda será representado pela Taxa Interna de Retorno (TIR), que irá igualar o valor atual do recebimento líquido da venda do título (com prêmio ou desconto) ao valor atual dos pagamentos de juros durante o prazo do título e do principal na data do seu vencimento. O custo do empréstimo em longo prazo antes do imposto de renda, Kd, pode ser definido pela seguinte equação: 4 Onde: Kd: custo do empréstimo antes do imposto de renda. J: juros anuais em unidades monetárias. Vlr.nom: valor de emissão do título. Nd: rendimento líquido procedente da venda do título. N: número de anos para o vencimento do título. Importante registrar que, o custo do empréstimo (dívida) deverá ser sempre calculado após o imposto de renda, uma vez que os encargos financeiros podem ser deduzidos do lucro tributável. Contudo, para se calcular o custo da dívida em longo prazo, após, o imposto de renda (IR), podemos utilizar a seguinte equação: Ki = Kd x (1 – T) Onde: Ki: custo do empréstimo após o imposto de renda. Kd: custo do empréstimo antes do imposto de renda. T: taxa de imposto de renda da empresa. exeMPlo Vejamos abaixo um exemplo para o cálculo do custo do empréstimo antes e depois do imposto de renda extraído do livro: Princípios de administração financeira p. 456, Gitman. David Abbot está interessado em comprar uma obrigação emitida pela Sony e obteve as seguintes infor- mações sobre o título: responda: a) Calcule o custo antes do imposto de renda da obrigação da Sony pelo método da TIR. b) Calcule o custo depois do imposto de renda da obrigação da Sony, dada a alíquota do imposto de renda de David. 5 resolução: a) Substituindo os valores apropriados do exemplo acima pela fórmula do custo do empréstimo em longo prazo antes do imposto de renda, Kd, logo abaixo: temos: J = 6% de r$ 1000 = r$ 60 = 6,94% Veja que o custo aproximado de empréstimo antes do imposto de renda, Kd, é, portanto, 6,94%. resolução do item b. Para se calcular o custo da dívida em longo prazo, após, o imposto de renda (IR), podemos utilizar a se- guinte equação: Ki = Kd x (1 – t) Onde: Ki: custo do empréstimo após o imposto de renda. Kd: custo do empréstimo antes do imposto de renda = 6,94% t: taxa de imposto de renda = 20%. Ki = 6,94 x (1 – 0,20) = 6,94 x 0,80 = 5,55% Veja que o custo aproximado de empréstimodepois do imposto de renda, Ki, é, portanto, 5,55%. custo de uma ação ordinária (ao): Pode ser entendido como o retorno exigido pelos acionistas possuidores de ações ordinárias por financiar a atividade da empresa. Elas também podem ser usadas como fontes de capital. Pode ser calculada através da seguinte expressão: 6 Onde: ao: Custo da ação ordinária. d: dividendo esperado no ano. P: preço atual da ação. G: ganho esperado de lucro (taxa de lucratividade). exeMPlo: Se o preço atual de uma ação ordinária é de R$ 20,00 (vinte reais) e efetuarão o paga- mento de dividendos de R$ 1,10 (um real e dez centavos) no ano, onde a expectativa de crescimento dos dividendos é de 8,24% ao ano. Qual o custo de capital dessas ações? (X100) = 13,74% Diante disso, temos que o custo da ação ordinária do exemplo acima é de 13,74%. custo de uma ação Preferencial (aP): As ações preferenciais, no Brasil, não possuem um direito sobre o lucro integral, por isso, são equivalentes a empréstimos, diferenciando-se apenas por não pos- suírem prazo de vencimento. Seu cálculo serve para determinar quanto será recebido por essa fonte de capital, após as despesas de colocação no mercado. O custo das ações preferenciais é calculado através da seguinte expressão: Onde: Kp: custo da ação preferencial. dp: dividendo anual preferencial. np: recebimento líquido da venda da ação. exeMPlo: Se uma empresa pensar em lançar no mercado ações preferenciais com dividendo anual prefixado de R$ 30,00 (trinta reais). O preço de cada ação preferencial no mercado é de R$ 190,00 (cento e noventa reais), Qual será o custo dessas ações preferenciais? 7 Kp = 15,79% Diante disso, temos que o custo da ação preferencial do exemplo acima é de 15,79%. custo de capital Próprio: Pode ser entendido como o retorno mínimo que os acionistas, ou proprietá- rios, exigem por financiar as atividades da empresa. Em tese, o capital próprio necessita ser remunerado, pois se supõe que existe um custo de oportunidade, ou melhor, para financiar as atividades da empresa, o acionista ou proprietário necessitaria deixar de aplicar seus recursos em outras oportunidades de negócio (investimento). Oportunamente, devemos ressaltar que o cálculo do custo de capital próprio é bem mais complexo que o cálculo do custo de capital de terceiros. Isso acontece porque, no capital (recursos) de terceiros existe um contrato com taxas e condições pré-estabelecidas, enquanto que a remuneração dos recursos próprios que serão pagas aos acionistas, vai depender dos resultados alcançados pela empresa. Porém, como os resultados futuros são sempre incertos, o mesmo ocorrerá com os rendimentos dos acionistas. Diante disso, para se obter a expectativa a média de rendimento dos acionistas (capital próprio), se faz necessário utilizar algumas técnicas e condições, disponibilizadas pelos teóricos da Administração Finan- ceira, vamos a elas: Primeiro, recomenda-se encontrar o valor do retorno, pois será necessário para se calcular o custo de capital próprio, vamos à fórmula: Onde: RE: retorno do empresário ou CCP. D1: dividendos projetados para o próximo período. Po: preço da ação analisada. G: taxa de crescimento dos dividendos estimada. dica Importante! Para se calcular o D1 (dividendos projetados para o próximo período) é preciso fazer uso o conhecimento sobre variação percentual, que se utiliza do princípio multiplicativo. Nesse caso, teremos: 8 d1 = d x (1+ G) Onde: D1: dividendos projetados para o próximo período. D: valor do dividendo no último período. G: taxa de crescimento dos dividendos estimada exeMPlo: Se uma empresa tenha suas ações cotadas pelo preço de R$ 200,00 (duzentos reais), onde a mesma efetuou, nos últimos anos, pagamento de dividendo no valor de R$ 40,00 (quarenta reais). Contudo, a estimativa de crescimento 10% nos últimos cinco anos. Qual seria o custo de capital próprio dessas ações? re = d1 ⁄ Po + G Inicialmente, necessário se faz isolar o d1, para se conhecer o seu valor, vamos lá: d1 = d x (1+ G) d1 = 40,00 x (1 + 0,10) d1 = 44,00 Agora já somos capazes de calcular o retorno esperado (CCP), vejamos: re = d1 ⁄ Po + G re = 44, 00 + 0,10 200,00 re = 32% leitUra do livro texto Importante! No seu livro texto, p. 97, você encontrará um exemplo de como se calcular a taxa de crescimento estimada (o G da fórmula apresentada), portanto, não deixe de fazer a consulta recomendada. Boa Leitura! custo Médio Ponderado de capital (cMPc): Depois de termos estudado e aprendido a determinar custo de capital específico de cada uma das fontes de recursos de longo prazo, as quais podem ser usa- das para o financiamento dos investimentos empresariais, pode-se calcular o custo total de capital da empresa. 9 De acordo com GITMAN (2001, p. 352), o custo médio ponderado de capital (WACC – Weighted Average Cost of Capital) “reflete o custo futuro médio esperado de fundos em longo prazo; encontrado pela ponde- ração do custo de cada tipo específico de capital por sua proporção na estrutura de capital da empresa”. Diante disso e segundo diversos autores que tratam a matéria, o cálculo é feito pela ponderação do custo médio de cada fonte pela sua participação percentual (proporção) na composição do total do capital, de forma que o somatório dos pesos utilizados seja de 100%. O custo médio ponderado de capital pode ser calculado através da seguinte fórmula: Ka = (Wi × Ki) + (Wp × Kp) + (Wo × Ko) + (Wx × Kx) Onde: Ka: CMPC. Wi: proporção de empréstimos em longo prazo na estrutura de capital. Ki: custo de empréstimos em longo prazo. Wp: proporção de ações preferenciais. Kp: custo de ações preferenciais Wo: proporções de ações ordinárias. Ko: o peso das ações ordinárias (Wo) deve ser multiplicado pelo Custo do Lucro Retido (Kr) ou pelo Custo de Novas Ações Ordinárias (Kn). leitUra do livro texto Importante registrar que, após efetuar o cálculo das proporções e dos custos, é neces- sário converter o resultado obtido para a forma de percentual. Em seu livro texto, p. 98, você pode verificar um exemplo do cálculo do custo médio ponderado de capital. Não deixe de consultar! risco e retorno Antes de ingressarmos em nosso estudo sobre o risco e retorno, vamos entender um pouco o que é uma gestão de risco. Vamos nessa! A Gestão de risco é, na verdade, a adoção de medidas e políticas que visam alcançar o equilíbrio entre riscos e custos. Portanto, engloba os processos de planejamento, organização, direção e controle dos recursos da empresa, ou seja, é altamente importante em momentos decisivos sobre determinado inves- timento. Contudo, apesar da gestão de risco está, diretamente, ligada com os riscos financeiros das empresas, nos dias atuais, passou-se a englobar também os riscos operacionais, relacionados à Tecnologia da Informa- ção, uma vez que, falhas nessa área podem provocar grandes perdas e crises do negócio. 10 Diante disso, temos que a, principal, função do gestor de risco de uma empresa é executar um bom pla- nejamento e acompanhar todos os processos, possibilitando intermediações e oferecendo caminhos e conselhos, com o objetivo de se evitar uma crise ou, amenizar seus efeitos. Após essa breve análise sobre gestão de risco, passaremos agora a estudar os conceitos de risco e retor- no, quais sejam: • Risco: pode ser definido como a incerteza associada aos retornos esperados. Não há como evitar o risco, portanto devemos administrá-lo. • Retorno: pode ser definido como o ganho ou a perda que você obtém decorrente de um inves- timento. Ou seja, é aquele dinheiro que um investidor utilizou para investir e que receberá de volta (com lucro) ou com prejuízo, dentro de um intervalo de tempo determinado. A relação Risco X Retorno é um dos conceitos mais importantes que você precisa saber sobre investimen- to. O retorno está intimamente associado ao risco. Quanto maior for o risco de um investimento espera-se um maior retorno. Vejamos os dois tipos de risco paraativos individuais, são eles: • Risco Sistemático: Podemos definir risco sistêmico como sendo o risco do colapso (falência ou esgotamento) do sistema financeiro geral do mercado, ou ao menos de uma parte de con- siderável importância do sistema financeiro, ou seja, não é um risco limitado a uma ou duas instituições financeiras, ainda que com implicações negativas significativas para a economia de um país. Dessa forma, podemos observar que o risco sistêmico é inerente aos fundamentos macroeconômicos, onde, o investidor pouco pode fazer em relação ao evento risco. • Risco Não Sistemático: Podemos definir risco não sistêmico como sendo o risco específico de um determinado investimento de um mercado de ações. Consiste no risco do ativo e afeta somente ele mesmo e seu respectivo subsistema; não atinge diretamente os demais ativos e seus subsistemas. O risco não sistêmico também é chamado de risco diversificável, pela pos- sibilidade de reduzir os riscos de um determinado ativo diversificando os seus investimentos. A diversificação possibilitará a redução do risco não sistêmico, uma vez que, quando os inves- timentos estão distribuídos por diversos tipos de fundos (carteiras) de investimentos, o risco diversificável fica reduzido. tiPos de risco No desenvolvimento das atividades de uma empresa, as mesmas se expõem a diferentes tipos de riscos. Para tanto, necessário se faz a identificação dos eventos de riscos as quais a empresa está exposta. Para melhor elucidação, iremos dividir o risco global em categorias, visando o melhor estudo dos riscos sepa- radamente, classificando da seguinte forma: • Riscos de mercado; • Riscos de crédito; • Riscos liquidez. 11 Passaremos agora a estudar cada um desses tipos de riscos separadamente, vamos lá: • Risco de Mercado: O risco de mercado pode ser definido como uma medida da incerteza rela- cionada aos retornos esperados de um investimento em decorrência de variações em fatores de mercado como taxas de câmbio, taxas de juros, preços de ações e commodities. • Risco de Crédito: O risco de crédito pode ser definido como a possibilidade de não receber o valor principal negociado por causa da inadimplência, que não pode ser evitada, mas prevenida ou controlada pela análise de crédito, ou seja, é uma medida das possíveis perdas em uma instituição decorrente de uma contraparte em um contrato, ou um emissor de dívida que tenha mudado sua capacidade de honrar obrigações. Porém, como não se pode prever se todos os clientes terão condições de honrar seus compromissos financeiros, deve cercar-se de cuidados e garantias antes de autorizar a concessão de qualquer crédito pela instituição. • Riscos Liquidez: É a possibilidade de que um determinado ativo não possa ser liquidado com facilidade a um determinado preço razoável. A liquidez é significativamente afetada pelo apor- te e pela profundidade do mercado no qual o ativo é normalmente negociado. leitUra do livro texto Importante! No livro texto da disciplina você encontrará informações acerca do “Risco Brasil”. Não deixe de fazer a leitura recomendada. Boa Leitura! PolÍtica de dividendos Vamos iniciar nossos estudos aprendendo o conceito de dividendo, vejamos: dividendo: Podemos dizer que dividendo é a destinação dada aos lucros acumulados, as reservas de lucros da empresa ou aos lucros de um exercício social. Contudo, essa destinação/distribuição entre os acionistas será proporcional a quantidade de ações que cada um possui, bem como, a distribuição dos lucros pode ser total ou parcial. Importante registrar que no Brasil, a Lei das Sociedades Anônimas, determina a distribuição mínima, porém obrigatória, de um percentual fixo de dividendo a cada exercício, que deverá ser ajustado no esta- tuto social da empresa, e passarão a ser obrigatórios. No estatuto social, também terá que determinar o critério da distribuição de dividendos, ou seja, se será calculado sobre o lucro, sobre o capital social ou sobre o patrimônio líquido. A maioria das empresas no Brasil adota o percentual de 25% do lucro líquido, para o dividendo de cada exercício. 12 exeMPlo: Caso uma empresa possua seu capital constituído por 100 ações, cada ação terá direito a um dividendo por ação no valor de R$ 750,00 (7.500/100). A política de dividendos é um assunto onde ainda não existe um consenso sobre sua importância e seu efeito no preço das ações. Vamos agora, conhecer as teorias que merecem maiores destaques: • teoria de Miller e Modigliani: Considerada muito simplista, essa teoria defende a irrelevân- cia da política de dividendos, pois considera que a política de dividendos de uma empresa não influencia no seu valor de mercado, pois este é afetado apenas pela capacidade de gerar lucros e pelo risco de seus ativos. Essa teoria defende que a distribuição de dividendos é apenas uma separação dos fluxos de retornos entre dividendos e lucros reinvestidos. • teoria de Gordon: Nessa teoria a retenção de lucros que é baseada na esperança de receber no futuro maiores dividendos, envolve a incerteza. Para Gitman (2002) a teoria atribuída a Gordon e Lintner propõe que os acionistas preferem di- videndos correntes, havendo uma relação direta entre a política de dividendos da organização e seu valor de mercado. Como os acionistas são avessos ao risco a incerteza dos investimentos acarreta em um retorno maior exigido. • teoria residual: Essa teoria defende que os dividendos pagos pela empresa seriam o mon- tante que tenha sobrado após todas as oportunidades de investimentos aceitáveis terem sido aproveitadas. Ou seja, os dividendos seriam considerados montantes restantes dos lucros, porém os dividendos só seriam divididos se existirem excesso de lucros retidos. Contudo, necessário esclarecer que, mesmo duas empresas tendo adotado a mesma política de divi- dendo, seus resultados não necessariamente serão os mesmos, tendo em vista a existência de diversos fatores que influenciam a política de dividendo, vejamos alguns desses fatores: • Oportunidade de financiamento: a empresa pode optar por reter lucro para financiar seus pro- jetos. Caso a empresa não tenha condições de captar recursos no mercado com facilidade, provavelmente vai optar pela retenção dos lucros. • Liquidez: Considerada relevante nas decisões de dividendos, uma vez que, são saídas de caixa. Uma empresa pode ser rentável, porém não possuir liquidez, pois seus recursos podem está sendo empregados como capital de giro ou como ativo permanente. • Avaliação de mercado: Necessário o conhecimento das informações essenciais, as quis possi- bilitem a ampliação da riqueza dos acionistas, decorrente de uma política de dividendo eficaz. 13 leitUra do livro texto Importante! No livro texto você encontrará, nas p. 76/77, outros fatores que influen- ciam na política de dividendo de uma empresa. Não deixe de consultar. Política de distribuição de dividendos Existem diversas políticas de distribuição de dividendos, contudo, em nossos estudos iremos nos deter às três formas mais comum de distribuição, são elas: • dividendo de valor estável: É aquele onde o estatuto prevê um valor fixo para pagamento de dividendos, onde a importância pré-estabelecida deverá ser respeitada, independentemente do fator lucro da empresa. • dividendo de taxa estável: É aquele onde o estatuto prevê o pagamento de um percentual fixo, calculado sobre o lucro auferido pela a empresa. • dividendos regulares mais dividendos extraordinários: Se baseia no pagamento de um dividendo extra por ocasião de bons resultados da empresa. tÉcnicas de avaliaçÃo de orçaMento de caPital tÉcnica PaYBacK Conforme já estudado, vimos que um orçamento de capital descreve os investimentos os quais uma de- terminada empresa pretende realizar em certo período, e por isso, ele necessita de uma análise profunda e em conjunto, de todos os projetos que o compõe. Esta análise do orçamento pode ser dividida sob dois aspectos, o primeiro seria o retorno esperado,que são medidos pelos indicadores e o segundo, seria risco. Contudo, há várias técnicas utilizadas para avaliar o orçamento de capital, quais sejam: • técnica de payback: Essa técnica consiste em determinar em quanto tempo um determinado investimento irá retornar, ou seja, serve para calcular o prazo que o investimento inicial será recuperado. Quanto menor o período necessário para recuperação do investimento inicial, me- lhor será para a empresa. • Vantagens: Possui a vantagem se ser de fácil compreensão, bem como, pode ser usado como medida de risco de projeto, vez que, quanto menor o prazo, menor será p risco. • Desvantagem: Essa técnica não considera o fluxo de caixa após o período de payback descontado. Ele não considera o cash flows gerados depois do ano de recuperação. Não considera o valor do dinheiro al longo do tempo. • valor Presente líquido (vPl): Diferentemente do payback descontado que não considera o fluxo de caixa após o período de paybach, o valor presente líquido (VPL) pode ser entendido 14 como sendo, o somatório dos fluxos de caixas descontados, considerando tanto dos positivos, como os negativos. Ele pode ser calculado através da seguinte equação: Onde: VPL = Valor Presente Líquido do fluxo de caixa. FC0 = Investimento inicial do projeto. FC = Fluxo de caixa em cada ano do projeto. k = taxa mínima de atratividade, correspondente ao custo de capital. vantagens: Esse método inclui todos os fluxos de caixa em seus cálculos; Indica se o investimento irá aumentar o valor da empresa; possibilita o somatório de todos os VLPs de projetos individuais. desvantagens: A realização de comparações não é uma tarefa fácil, uma vez que, essa técnica utiliza um valor monetário e não uma taxa de juros. taxa interna de retorno (tir): Essa taxa (RIR) pode ser compreendida como sendo a taxa de descon- to que iguala o valor presente líquido a zero. Diante disso, podemos concluir que os acionistas de uma empresa, apenas, receberão remuneração de um projeto, se a TIR for superior ao custo de capital, e consequentemente, gerar um VPL positivo. Ele pode ser calculado utilizando-se a fórmula do VPL quando este é zero, vejamos: , então Portanto, através desse método pode-se concluir que, se a TIR for maior que o custo de capital, o projeto deve ser aceito, enquanto se a TIR for menor que a o custo de capital o projeto deve ser rejeitado. ações e ativos ações Ações são títulos que representam uma pequena parte do capital social de uma empresa. Ou seja, é a menor parcela do capital social de uma companhia ou sociedade anônima e, por isso, configura-se como um título de patrimônio, onde seus compradores recebem o nome de acionistas, passando a possuir direitos e obrigações de um sócio, porém, limitados as ações possuídas. As ações possuem diversas especificidades, vejamos: 15 • Ação agressiva: É o tipo de ação que, geralmente, apresenta um grau de variação de cotação maior que o conjunto do mercado. Em regra, apresenta um coeficiente beta maior que 1 (signi- fica que é uma ação que possui uma variação maior que o índice 1, contudo no mesmo sentido). • Ação alavancada: É o tipo de ação que utiliza capital de terceiros. Em consequência, os proprie- tários desse tipo de ação, ficam sujeitos aos benefícios e aos custos decorrentes da alavanca- gem realizada pela empresa. • Ação antiga: É o tipo de ação que são emitidas antes de se realizar o aumento do capital da empresa. • Ação ao portador: É o tipo de ação que não apresenta o nome do seu proprietário, de forma, que essa ação pertencerá a quem a tiver em seu poder. A partir de 1990, o Brasil deixou de ter ações ao portador, com a finalidade de evitar que esse tipo de ação fosse utilizada nas lava- gens de dinheiro, bem como, na evasão fiscal. • Ação cíclica: É o tipo de ação cujo valor de cotação oscila de acordo com os ciclos econômicos. • Ação com valor nominal: É o tipo de ação que possui um valor representativo, ou seja, no momento que é estabelecido o capital social, ocorre a divisão do mesmo pelo número total de ações emitidas pela sociedade anônima. Através dessa operação matemática que se descobre o valor nominal de cada ação. • Ação defensiva: É o tipo de ação que normalmente apresenta um grau de variação de cotação menor que o conjunto do mercado. • Ação de terceira linha: é o tipo de ação que normalmente é emitida por empresas de médio e pequeno porte, que apresentam um maior risco de investimento, apesar de não serem ne- cessariamente empresas de baixa qualidade. A ação de terceira linha apresenta normalmente pequena liquidez e sua negociação no mercado de ações caracteriza-se pela descontinuidade. • Ação em tesouraria: É aquela que foram emitidas por uma companhia, onde em um momento posterior, foram recompradas no mercado pela mesma companhia que a emitiu. • Ação endossável: é um tipo de ação nominativa, portanto possui certificado em nome de seu proprietário, porém pode ter sua posse transferida, mediante endosso. • Ação escritural: É o tipo de ação onde não ocorre a emissão de certificado, ficando guardadas em contas bancárias de instituições autorizadas pela Comissão de Valores Mobiliários. Suas transferências ocorre nos mesmos moldes de qualquer outra transferência bancária. • Ação Higth Flyer: É o tipo de ação, excessivamente, valorizada e especulativa, que apresenta valorização abrupta de sua cotação em curto período de tempo. • Ação nominativa: É o tipo de ação onde o nome de seu proprietário é identificado no Livro de Registros de Ações Nominativas da empresa que a emitiu. • Ação sem valor nominal: É o tipo de ação que não possui um valor fixado no momento de sua emissão, ou seja, estabelece o preço de mercado das ações no momento de seu lançamento. 16 • Ação tecnológica: É o tipo de ação que é emitida por empresas envolvidas em setores tecno- lógicos. Normalmente, as empresas tecnológicas bem sucedidas apresentam taxas de cresci- mento de seus resultados muito superiores à média, apresentando em contrapartida, elevada volatilidade de suas cotações. ativos Podemos conceituar ativos como sendo o conjunto de bens e direitos da organização, que possuem valo- res econômicos e, podem ser convertidos em dinheiro, de forma a proporcionar ganho para a empresa. Os principais tipos de ativos são os fixo e o financeiro. Vejamos agora, alguns tipos de ativos, são eles: • Ativo amortizável: É o tipo de ativo de uma empresa que apresenta tempo de vida útil limitado, em virtude de seu uso ou de seu desgaste, devendo, portanto, ser amortizado. • Ativo bruto: É o ativo de uma empresa antes da execução de correções patrimoniais, como a amortização e a dedução de provisões referentes às diversas rubricas do balanço. • Ativo circulante: É o tipo de ativo que se constitui no grupo de contas contábil que registra as disponibilidades, os títulos negociáveis, e outros créditos de realização de curto prazo ( = ao prazo dos 12 meses seguintes ao balanço patrimonial).. • Ativo corpóreo: É o tipo de ativo que apresenta um caráter físico, como por exemplo, (carros, terrenos e outros). • Ativo base: Esse ativo também é conhecido como ativo underlying, ativo de suporte ou ainda ativo-objeto. É o tipo de ativo sobre o qual se cria um contrato derivativo. Esse ativo pode ser, por exemplo, uma moeda ou uma ação e o contrato derivativo, poder um contrato de opções ou um contrato futuro. • Ativo exploração: É o tipo se ativo que se relaciona diretamente com a atividade principal ou com o objeto social da empresa. • Ativo derivativo: são aplicações financeiras que derivam de outros valores e por isso recebem esse nome. É o tipo de ativo que deriva de um ativo-objeto. • Ativo incorpóreo: é um tipo de ativo que não possui um caráter físico, podemos citar as paten- tes as marcas e outros. • Ativo líquido: É o tipo de ativo onde uma pessoa pode trocar por outros ativos de maneira fácil e eficiente. O dinheiro é um exemplo clássico.Para que seja qualificado como líquido, precisa ser possível vender o ativo rapidamente e sem perda de valor. • Ativo monetário: É o tipo de ativo que considera apenas a parte monetária (dinheiro) do ativo circulante. Contabilmente, correspondem ao ativo circulante de uma empresa menos seus es- toques, de forma que o valor residual esteja na forma de moeda. 17 Palavras do Professor Chegamos ao final da nossa unidade 4, onde estudamos o conceito de custo de capital e a importância de calcular esse índice, estudamos também o conceito de risco e re- torno, procuramos compreender a razão da necessidade de cada empresa, de acordo com suas principais características, elaborar sua própria política de distribuição de dividendos, vimos algumas técnicas de avaliação de orçamento de capital e estudamos os diversos tipos de ações e ativos. acesse o aMBiente virtUal Importante ler o seu livro texto. Este nosso guia é apenas um complemento dele! Para ter o conteúdo completo, é necessário ter lido e, sobretudo compreendido, os dois materiais, ok? Lembro a importância da realização dos exercícios propostos no seu ambiente de estudo, para um maior aprendizado e fixação dos assuntos abordados, que são a atividade avaliativa e o fórum. Importante! No livro texto você encontrará nas páginas 86/93, exercícios de fixação, bem como, diversos exemplos sobre o conteúdo que acabamos de estudar. Não deixe de consultar e treinar suas novas habi- lidades adquiridas com a disciplina de Administração Financeira e Orçamentária. Sucesso!
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