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M11Perdiaconta Enterococcus - São bactérias gram-positivas, normalmente encontradas no intestino e no trato genital feminino. Atualmente contém 38 espécies; entretanto, apenas poucas espécies são reconhecidas como importantes patógenos humanos. Enterococcus faecalis e Enterococcus faecium são as espécies mais frequentemente isoladas e que apresentam maior importância clínica. *As espécies Enterococcus gallinarum e Enterococcus casseliflavus também colonizam o trato intestinal humano e são importantes porque apresentam resistência intrínseca à vancomicina. E. faecalis= constituem 85 a 90% dos Enterococcus spp. identificados, sendo essa espécie a menos propensa ao desenvolvimento de resistência. E. faecium= é o menos prevalente, de 5 a 10%, mas apresenta maior propensão ao desenvolvimento de resistência. A emergência desse patógeno nas últimas duas décadas se deve em parte à sua resistência intrínseca aos antimicrobianos comumente utilizados. Virulência Cocos Gram positivos (o que permite a sobrevivência em superfícies do ambiente por longos períodos). Parede celular com antígeno grupo específico (ácido teicoico glicerol do grupo D). Virulência mediada pela capacidade de aderir aos tecidos do hospedeiro, secretar citolisinas e proteases que causam dano tissular localizado, e resistir à antibioticoterapia. Possuem adesinas proteicas de superfície, que lhes possibilitam a interação com células das mucosas intestinal e vaginal humanas, e secretam proteínas com atividade hemolítica (citolisina) e proteolítica (p. ex., gelatinase e serina protease). Geralmente, não conseguem resistir aos eventos da fagocitose, sendo destruídos por células fagocíticas. Possivelmente, os atributos de maior significância em enterococos sejam a expressão de resistência intrínseca a vários antimicrobianos comumente utilizados (p. ex., oxacilina e cefalosporinas) e a aquisição de genes de resistência (p. ex., para aminoglicosídeos e vancomicina). Doenças e Epidemiologia As principais doenças incluem infecções do trato urinário, de feridas, intra-abdominais (geralmente polimicrobianas), bacteremia e endocardite. A maioria das infecções é decorrente da microbiota do paciente; algumas são causadas por disseminação da cepa de um paciente para o outro. Pacientes com risco elevado de contrair infecções enterocócicas são os pacientes hospitalizados por períodos prolongados e pacientes em tratamento com antimicrobianos de amplo espectro, que elimina a microbiota normal (particularmente cefalosporinas, que os enterococos apresentam resistência intrínseca). Diagnóstico Cresce prontamente em meios comuns e não seletivos. São diferenciados dos microrganismos relacionados por testes simples (catalase negativa, PYR positivo, resistência a bile e à optoquina). Tratamento, Prevenção e Controle A terapia para as infecções graves requer a associação de um aminoglicosídeo com um agente ativo para parede celular (penicilina, ampicilina ou vancomicina); novos agentes incluem linezolida, quinupristina/dalfopristina e certas quinolonas. As taxas de resistência para estes antimicrobianos têm aumentado e infecções causadas por algumas cepas em particular (principalmente da espécie E. faecium) não podem ser tratadas com nenhum antimicrobiano disponível. Fisiologia e Estrutura Os enterococos são cocos Gram positivos tipicamente dispostos aos pares e em cadeias curtas. A morfologia celular, vista ao microscópio, frequentemente não permite diferenciá-los de Streptococcus pneumoniae. Os enterococos crescem tanto em aerobiose quanto em anaerobiose e em uma ampla faixa de temperatura (10°C a 45°C). Apresentam necessidades nutricionais complexas (vitaminas B, bases nitrogenadas de ácidos nucleicos e uma fonte de carbono, como a glicose). Após 24 horas de incubação, são observadas colônias grandes que podem se apresentar como colônias não hemolíticas, α-hemolíticas ou raramente β- hemolíticas. Estes microrganismos podem crescer na presença de concentrações elevadas de NaCl e sais biliares. Estas propriedades básicas podem ser utilizadas para distinguir os enterococos dos outros cocos Gram positivos catalase negativos. Patogênese Os enterococos não expressam toxinas potentes. Por esta razão, considera-se que estes microrganismos, tipicamente, apresentam um potencial limitado para causar doenças. Entretanto, cepas resistentes aos antimicrobianos e associadas a infecções graves têm representado um sério problema, podendo acarretar complicações:
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