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Colégio Oswaldo Cruz A Importância Da Imunização Do Profissional Da Área De Saúde Goiânia 2017 Colégio Oswaldo Cruz Curso Técnico em Enfermagem Matéria de Biossegurança Professor Fabiano de pina Bach Rafael Teixeira De Souza Turma T-2 Matutino A Importância Da Imunização Do Profissional Da Área De Saúde Goiânia 2017 Sumário Introdução---------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 1 As Vacinas Obrigatórias Para Os Profissionais Da Área De Saúde----------------------------------------- 2 Vacina Contra a Hepatite A--------------------------------------------------------------------------------------------- 2.1 Vacina Contra a Hepatite B--------------------------------------------------------------------------------------------- 2.2 Vacina Contra Sarampo, Caxumba e Rubéola------------------------------------------------------------------- 2.3 Vacina Contra Difteria, Tétano e Coqueluche-------------------------------------------------------------------- 2.4 Vacina Contra a Influenza (Gripe)------------------------------------------------------------------------------------ 2.5 Vacina Contra a Varicela (Catapora)-------------------------------------------------------------------------------- 2.6 Vacina Contra Meningococos (Bactérias)------------------------------------------------------------------------ 2.7 NR32 Vacinação dos trabalhadores em serviços de saúde-------------------------------------------------- 3 A Vacinação Deve Ser Gratuita--------------------------------------------------------------------------------------- 3.1 Referências Bibliográficas----------------------------------------------------------------------------------------------- 4 Goiânia 2017 1 - Introdução Os profissionais da área de saúde (médicos, enfermeiros, dentistas, auxiliares de enfermagem, atendentes, assistentes sociais e demais pessoas que trabalham nesta área), sejam em hospitais, postos de saúde, ambulatórios ou outros locais afins, deveriam saber, a todo o momento, seu nível imunitário relativo às infecções que fazem parte do seu cotidiano. Mas, na prática, não o sabem e, algumas vezes, até desconhecem as possibilidades de proteção vacinal disponível atualmente. Na prática, o profissional de saúde recém-contratado deveria ter em sua ficha médica admissional, dados precisos quanto ao seu “status imunitário”. Na ausência destes dados, ou constatada uma inadequada proteção, deveriam contar, imediatamente, com um plano de imunização a ser executada. Isto porque o profissional de saúde está exposto a um risco maior de adquirir determinadas infecções, imunologicamente preveníveis, que a população geral. A instituição e a manutenção de programas de imunização não apenas reduz substancialmente o número de profissionais suscetíveis a colegas de trabalho e aos próprios pacientes institucionalizados. O objetivo deste trabalho é apresentar o que se dispõe, atualmente, em termos de vacinas e de imunoglobulinas e de que forma o profissional de saúde deve estar protegido com tais imunobiológicos. 2 - As Vacinas Obrigatórias Para Os Profissionais Da Área De Saúde • Hepatite A • Hepatite B • Tríplice Viral (Sarampo, Caxumba e Rubéola) • Dupla Adulto (Difteria e Tétano) • Influenza (Gripe) • Varicela (Catapora) • Meningocócica Conjugada 2.1 - Vacina Contra a Hepatite A A vacina da Hepatite A é indicada para prevenir a doença causada pelo vírus A da Hepatite e é produzida a partir de vírus mortos. Pessoas a partir de 1 ano de idade já podem tomá-la. Ela está disponível nas versões pediátrica e adulto e a idade limite para o uso dessas apresentações pode variar de acordo com o fabricante. O esquema padrão de vacinação é de duas doses, com intervalo de 6 a 12 meses entre a 1ª e a 2ª dose. Pelo calendário de vacinação infantil, está indicada uma primeira dose com 12 meses de idade e a segunda dose aos 18 meses. 2.2 - Vacina Contra a Hepatite B Vacina indicada para a prevenção da infecção do vírus da Hepatite B. É produzida a partir de técnicas de engenharia genética com a de uma fração específica e altamente purificada do vírus. A vacina está disponível para crianças e adultos, sendo administrada em 3 doses, recebidas da seguinte forma: Crianças 1ª dose - primeiras horas após o nascimento; 2ª dose - entre 1 e 2 meses de idade; 3ª dose - aos 6 meses de idade. Para crianças, a vacina pode ser feita isoladamente ou em combinações, como a vacina hexavalente. Adultos 1ª dose - na data escolhida; 2ª dose – 1 mês após a 1ª; 3ª dose - 5 meses após a 2ª. 2.3 - Vacina Contra Sarampo, Caxumba e Rubéola A vacina Tríplice Viral é indicada para a prevenção do Sarampo, da Caxumba e da Rubéola, em todas as faixas etárias. É produzida com vírus vivos atenuados causadores das doenças. Crianças a partir dos 12 meses devem tomá-la e uma dose de reforço está indicada 3 meses após a primeira (este reforço não deverá ultrapassar os 24 meses de idade).Em adolescentes e adultos com menos de 50 anos, sem comprovação de vacinação prévia, a vacina pode ser aplicada na data escolhida e uma segunda dose 1 a 3 meses após a primeira. (Caso tenham sido vacinados com apenas uma dose, deverão receber mais uma dose da vacina). O desejável é que todo adolescente e adulto tenha sido vacinado com pelo menos duas doses durante a vida. Adultos acima de 50 anos que nunca tenham sido vacinados, considerar a aplicação de apenas 1 dose, em situações de risco aumentado. 2.4 - Vacina Contra Difteria, Tétano e Coqueluche A vacina Tríplice Bacteriana (DTP) é indicada para a prevenção da Difteria, do Tétano e da Coqueluche. Ela possui substâncias não tóxicas produzidas pelas bactérias da difteria e do tétano, além da bactéria causadora da Coqueluche na forma inativada. Existem dois tipos de vacinas: uma chamada de células inteiras, de utilização mais frequente na rede pública de saúde, e outra chamada de acelular (mais purificada), utilizada na rede privada de saúde. A principal diferença entre ambas é que a vacina acelular tem menor probabilidade de causar reações adversas graves quando comparada com a vacina de células inteiras. Esta vacina está indicada para crianças aos 2, 4 e 6 meses de idade com reforços entre 15 e 18 meses e entre 4 a 6 anos de idade. A partir deste último reforço, estão indicadas novas doses a cada 10 anos, durante toda a vida. Para vacinação de adolescentes, adultos e idosos, utilizamos a vacina dTPa do tipo adulto, na rede privada de saúde, ou a dT (dupla tipo adulto), na rede pública. Pessoas com esquemas incompletos de vacinação (3 doses), deverão completá-lo. Estando em dia a vacinação (as 3 doses), basta apenas um reforço a cada 10 anos. Esta vacina também minimiza a transmissão do agente causador da Coqueluche dos pais para os recém-nascidos. Assim sendo, mulheres (principalmente gestantes) devem ficar atentas à vacinação. Idosos desenvolvem com maior frequência complicações da coqueluche, portanto devem ter o calendário em dia. 2.5 - Vacina Contra a Influenza (Gripe) A vacina quadrivalente contra a gripe protege contra as infecções causadas pelo vírus influenza. Como ele está sempre em mutação e há diversos tipos, cada ano são produzidas vacinas contra os principais tipos circulantes tanto no Hemisfério Sul quanto no Norte, e a composição é definida pela Organização Mundial da Saúde. Fazem parte do grupo de risco paracomplicações de infecção da Influenza: crianças menores de 5 anos, gestantes, maiores de 60 anos e paciente com co-morbidades (como doenças respiratórias crônicas, doenças cardíacas crônicas, doença renal crônica, imunossupressão, e outros). Devido à curta duração de sua proteção - aproximadamente 1 ano - e à possibilidade de mudança da composição, deve-se tomar a vacina da gripe anualmente. Devido à curta duração de sua proteção - aproximadamente 1 ano - e à possibilidade de mudança da composição, deve-se tomar a vacina contra a gripe anualmente. Adultos e crianças a partir de 9 anos de idade: uma dose anual; Crianças de 3 a 8 anos: duas doses, com um intervalo de um mês entre as doses, no primeiro ano da vacinação. E uma dose anual nos anos subsequentes. Crianças abaixo de 3 anos de idade: devem receber a vacina em dosagem pediátrica, sendo duas doses, com intervalo de um mês, no primeiro ano da vacinação, e uma dose anual nos anos subsequentes. * *A dose para crianças até 35 meses equivale à metade da dose de um adulto (0,25 ml). 2.6 - Vacina Contra a Varicela (Catapora) Indicada para prevenir a catapora em crianças e adultos. É produzida a partir de vírus enfraquecidos que causam a doença. Crianças a partir dos 12 meses devem tomá-la e uma dose de reforço está indicada 3 meses após a primeira (este reforço não deverá ultrapassar os 24 meses de idade). Adolescentes e adultos, sem comprovação de vacinação prévia, tomam duas doses, sendo que a segunda deve ser de 1 a 3 meses depois da primeira. Observação: A marca de vacina GSK possibilita que crianças sejam vacinadas a partir dos 9 meses de idade (sob orientação médica). Nesse caso, duas outras doses serão necessárias após a criança completar 1 ano de idade. 2.7 – Vacina Contra Meningococos (Bactérias) As vacinas meningocócicas são indicadas para a prevenção das infecções causadas pelos meningococos (bactérias) - particularmente a meningite meningocócica. Atualmente, no Brasil, dispomos de três tipos de vacinas meningocócicas: Vacina meningocócica do grupo C conjugada: indicada aos 3 e 5 meses, com reforços entre 12 e 15 meses idade e entre 5 a 6 anos. Vacina meningocócica conjugada A, C, W e Y :Esta vacina confere proteção contra 4 sorotipos da bactéria do meningococo. Existem dois tipos diferentes da vacina. A vacina conjugada CRM, está liberada para uso em crianças com menos de 1 ano de vida e recomenda-se que seja feita aos 3, 5 e 7 meses, com reforço dos 12 aos 15 meses, e após, aos 5 anos. Vacina meningocócica conjugada TT : pode ser feita apenas em crianças após 12 meses de vida e também pode ser usada para reforços em idades de 5 anos e adolescência. Mais recentemente, temos a vacina para o meningococo B que, em várias regiões do Brasil, passa a ser a principal causa de doença meningocócica. Também deve ser feita aos 3, 5 e 7 meses, com dose de reforço após um ano de vida. Se for feita após os 12 meses, deve ser feita em duas doses com intervalo mínimo de 2 meses. As vacinas contra o meningococo, em especial, a vacina do meningococo B, pode produzir eventos adversos mais intensos no bebê. Febre, perda do apetite, irritabilidade, dor local, inchaço e vermelhidão são descritos. Embora ocorra de forma eventual, alguns sintomas gastrointestinais são também relatados. 3 - NR32 Vacinação dos trabalhadores em serviços de saúde A Norma Regulamentadora 32 (NR32), do Ministério do Trabalho e Emprego, traz uma novidade que permitirá reduzir ou mesmo eliminar determinadas doenças infecciosas entre os profissionais que trabalham nos serviços de saúde. Publicada no Diário Oficial da União em 16 de novembro de 2005 (Portaria 485 de 11 de novembro de 2005), a norma, na verdade, não é exclusiva para médicos, enfermeiros e demais profissionais que cuidam ou tratam de pessoas doentes, possíveis portadoras de agentes biológicos capazes de causar doença. Outros trabalhadores que lidam com doentes, com materiais e equipamento utilizados na prestação de serviços, com sangue, secreções, roupas ou qualquer outro material que possa estar contaminado por microrganismos também são alvo dessa portaria. A NR 32 fixa claramente a obrigatoriedade de o empregador disponibilizar todas as vacinas registradas no país que possam, segundo critérios de exposição a riscos, estar indicadas para o trabalhador e estabelecidas no Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO): “32.4.22.6 Sempre que houver vacinas eficazes contra os agentes biológicos a que os trabalhadores estão, ou poderão estar, expostos, o empregador deve disponibilizá-las gratuitamente aos trabalhadores não imunizados”. É oportuno lembrar que essa recomendação deve ser extensiva aos servidores públicos civis e militares, autônomos, trabalhadores avulsos, cooperados, celetistas e informais. Comentaremos a seguir os sete itens da NR 32 que tratam especificamente da vacinação dos trabalhadores dos Serviços de Saúde. 3.1 - A Vacinação Deve Ser Gratuita A todo trabalhador dos serviços de saúde deve ser fornecida gratuitamente imunização através da aplicação de vacinas registradas no país, independentemente de estarem ou não inseridas no Programa Nacional de Imunizações (PNI). Caberá ao médico do trabalho (em conjunto com a CCIH) definir no PCMSO aquelas vacinas indicadas para cada trabalhador, levando em consideração os riscos biológicos a que o mesmo está exposto. Esta gratuidade segue a lógica aplicada no exame clínico e dos exames complementares obrigatórios segundo a Norma Regulamentadora 7 (NR 7). O mesmo ocorre com a gratuidade dos Equipamentos de Proteção Individual (EPI). A presença dos agentes biológicos transmissores de doenças no ambiente de trabalho obriga o empregador a prover os meios de proteção para que o trabalhador não se acidente ou, caso se acidente, não sofra as consequências de uma possível contaminação por microrganismos que provoquem doenças perfeitamente evitáveis por vacinas. Parte das vacinas a serem aplicadas nos trabalhadores dos serviços de saúde estão disponíveis gratuitamente nos postos de vacinação das unidades de saúde do Sistema Único de Saúde (SUS), outras apenas na rede privada. O empregador deverá implementar a vacinação através da parceria com clínicas especializadas em vacinação devidamente licenciadas com registro junto à Anvisa, uma vez que a Portaria 1.602, de 17 de julho de 2006, define os estabelecimentos aptos a aplicar vacinas e reconhecidos pelo Ministério da Saúde. Vacinas aplicadas por serviço não registrado pela Anvisa não serão consideradas. “Art. 4º O cumprimento das vacinações será comprovado por meio de atestado de vacinação, emitido pelos serviços públicos de saúde ou por médicos em exercício de atividades privadas devidamente credenciados para tal fim pela autoridade de saúde competente, conforme o disposto no art. 5º da Lei 6.529/75” Portanto, a empresa e o médico do trabalho devem exigir o atestado de vacinação validado pelo Ministério da Saúde. 4 – Referências Bibliográficas * SBIm - Sociedade Brasileira de Imunizações (www.sbim.org.br); * ANAMT – Associação Nacional de Medicina Do Trabalho (www.anamt.org.br); * Lavoisier Laboratório e Imagem (http://www.lavoisier.com.br/voce/vacinas); * Biológica Consultoria em Saúde (http://www.portalbiologica.com.br/site/?p=288).
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