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Farmacologia Geral - prof Gersika

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Farmacologia I – Bianca Tavares de Figueiredo XXXIV 
 
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Divisões da Farmacologia e Conceitos básicos 
 
1. Bibliografia 
 
- Farmacologia - Penildon 
- Farmacologia básica e clínica - Katzung 
- As bases farmacológicas da Terapêutica - Goodman & Gilman 
 
2. Introdução 
 
Farmacologia é o estudo da interação de substâncias químicas no organismo vivo. Essas substâncias 
interagem com os sistemas, tecidos, células, receptores, e ao interagir, seu objetivo é buscar seu efeito 
terapêutico, benéfico. 
 
Na farmacologia existem diversas subdivisões: 
 Imunofarmacologia: Uso de drogas que participam da resposta imunológica na realização dos transplantes, 
para fins terapêuticos. 
 Farmacoterapia: Utilização de medicamentos para tratar, prevenir ou amenizar a patologia. 
 Toxicologia: Estuda os agentes tóxicos, podendo ser quaisquer substâncias químicas ou agentes físicos 
capazes de produzir efeitos nocivos a organismos vivos. 
 Farmacotécnica: Estuda o preparo, a manipulação e a conservação dos medicamentos, visando conseguir o 
melhor aproveitamento dos seus efeitos benéficos no organismo. 
 Etnofarmacologia: Estuda o uso de preparados caseiros de drogas pela população, segundo seus costumes. 
 Farmacognosia: Cuida da obtenção, identificação e isolamento de princípio ativo a partir de produtos 
naturais de origem animal, vegetal ou mineral, passíveis de uso terapêutico. 
 Farmacogenética: Estudo das variações inter-individuais na sequência de DNA que está relacionada à 
resposta a uma determinada droga. Estudo da variabilidade dos indivíduos, segundo determinantes 
hereditários, na resposta a medicamentos, possibilitando um tratamento individualizado. 
 Farmacocinética: Estuda o caminho percorrido pelo medicamento no organismo. Absorção, distribuição e 
eliminação (biotransformação e excreção) das drogas. 
 Farmadinâmica: Estuda o mecanismo de ação dos fármacos, bem como os mecanismos moleculares 
relativos ao acoplamento entre a interação da droga com o tecido alvo e o efeito farmacológico. 
 
 
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3. Abordagem conceitual dos termos mais usados em farmacologia 
 
A droga é qualquer substância química, capaz de modificar as funções em um organismo ou tecido vivo e 
quando ela promove um efeito benéfico ela é chamada de fármaco ou medicamento (Farmacologia) e quando 
ela promove um efeito maléfico ela é chamada de tóxico ou veneno (Toxicologia). 
Todo fármaco pode ser um tóxico, dependendo da dose, mas nem todo tóxico pode ser um fármaco e todo 
fármaco é considerado uma droga e nem toda droga é considerada um fármaco e fármaco é o sinônimo de 
droga e medicamento. 
O remédio é tudo que cura, previne ou ameniza uma patologia. O medicamento é considerado um 
preparado farmacêutico, especialidade farmacêutico e todo medicamento é um remédio, mas nem todo 
remédio é um medicamento. 
“O medicamento ou especialidade farmacêutica – produto farmacêutico, tecnicamente obtido ou elaborado 
com finalidade profilática, curativa, paliativa ou para fins de diagnóstico. É uma forma farmacêutica terminada 
que contém fármaco, geralmente em associação com adjuvantes farmacotécnicos” Resolução RDC, nº 84/02 
O fármaco é o princípio ativo e nele é adicionado adjuvante farmacêuticos, que incrementa no princípio ativo 
para dar volume ao comprimido, como por exemplo amido, celulose, talco, que não possuem ação 
farmacológica direta e são imprescindíveis porque se a escolha do adjuvante não for correta, o comprimido 
pode não conseguir ser absorvido, ou seja, o adjuvante ajuda na liberação do princípio ativo no trato 
gastrointestinal. 
O nome do medicamento é o princípio ativo e existem 3 tipos de medicamentos: 
 Medicamento referência: é o medicamento inovador, em que a indústria farmacêutica desenvolveu o 
medicamento. Toda as indústrias farmacêuticas que desenvolverem medicamentos inovadores, tem um 
período de patente (10-12 anos), em que apenas essa indústria pode comercializar esses medicamentos. 
Quando o prazo da patente expira, as outras indústrias copiam o princípio ativos, podendo alterar alguns 
adjuvantes, sem que possa haver alterações biológicas. 
 
 Medicamento genérico: é o medicamento em que passa por um teste de bioequivalência e 
biodisponibilidade, em que é feito um teste com 2 grupos, que um irá utilizar o medicamento referência e o 
medicamento genérico. Desse modo, é possível comprovar se eles são iguais biologicamente 
(bioequivalência). 
 
 Medicamento similar: é o medicamento que até 2016 não era necessário passar pelo teste de 
bioequivalência. A partir de 2016 a ANVISA exige teste de bioequivalência dos medicamentos similares. 
 
 
 
 
 
 
 
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3.1 Outros termos 
 Iatrogenia: Provoca lesão ou uma doença de forma não intencional. Causada por administração excessiva 
do medicamento ou hipersensibilidade do indivíduo que recebe o medicamento. 
 Dose: É a quantidade capaz de provocar uma resposta terapêutica desejada no paciente preferivelmente 
sem outras ações no organismo. 
 Posologia: Estudo da dosagem do medicamento com fins terapêuticos. Quantidade e frequência. 
 Idiossincrasia: Reações particulares ou especiais do organismo às drogas, são nocivas, às vezes fatais e 
ocorrem em uma minoria de indivíduos. 
 Mecanismo de ação: É o que a droga faz, a nível molecular, para que o organismo apresente um determinado 
efeito. 
 Efeito: É o que se observa, registra e pode ser medido num organismo ou parte dele após a administração 
de uma droga. 
 Efeito colateral: É o efeito observado em grande número de pacientes, que significa a ação da droga em 
outras partes do organismo. 
 Efeito adverso: É o efeito observado em pequeno número de pacientes, que significa a ação não esperada 
da droga em determinadas partes do organismo. 
 Formas e fórmulas farmacêuticas: Maneira como os medicamentos são preparados, apresentados e 
comercializados. Além do princípio ativo entram outras substâncias na composição, como veículo ou 
excipiente. 
 
 
Desenvolvimento de novos fármacos 
 
1. Métodos de desenvolvimento 
 
O desenvolvimento é uma etapa muito importante e não para de acontecer. A cada dia que passa aumenta 
o número de patologias e aumenta o número de casos de paciente que se tornam resistentes e pacientes que 
desenvolvem muitos efeitos colaterais. Por esses motivos, é comum sempre ver o desenvolvimento de um 
novo medicamento, porque é necessário para colocar no mercado medicamentos eficazes e que produzam o 
menor número de efeitos adversos possíveis, porque ele precisa ter uma vantagem terapêutica em relação 
aos outros que já estão no mercado. Os novos fármacos possuem essas vantagens, entretanto é necessário 
cuidado, porque não é conhecido todas os efeitos. Como um fármaco pode ser desenvolvido? Quais as 
maneiras e métodos de desenvolvimento? 
1.1 Ao acaso, ou seja, a intenção não era ter um medicamento para determinada patologia e no meio dos 
testes os pesquisadores observam que ele tem maior benefício para outras patologias, um exemplo clássico é 
a descoberta da penicilina, que é um dos principais antibióticos mais usados na clínica. 
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1.2 Triagem empírica, que é uma busca aleatória de diferentes e diversos compostos, que serãotestados 
para tratar determinada patologia e assim será possível perceber se a substância altera de alguma maneira a 
patologia, entretanto as chances de sucesso é pequena. 
1.3 Extração de fontes naturais, que é um dos principais métodos, devido a diversidade da flora brasileira 
e devido a isso há a pesquisa de princípios ativos de fontes naturais, um exemplo clássico é a Atropina, 
Morfina, que foram desenvolvidos através de fontes naturais. 
1.4 Modificação molecular, que parte de uma molécula ou substância química conhecido que será 
modificado quimicamente, e assim pode-se obter um medicamento que tem atividade farmacológica maior 
ou menor, como por exemplo com a Morfina, que ao ser modificada, descobriu-se o Alfentanil, mil vezes mais 
potente que a Morfina. Em casos de dor crônica utiliza-se a Morfina para não sentir dor e todo mundo que 
utiliza morfina tem o principal efeito colateral, provocando uma depressão respiratória e isso pode ser 
controlado, retirando a Morfina e administrando uma substância que bloqueie o receptor de morfina e ao 
bloquear, a morfina modificada, continua tendo afinidade pelo receptor e por não ter um encaixe perfeito no 
receptor, não vai produzir o efeito da morfina e vai ocupar o receptor e ao ocupar a morfina normal que está 
no organismo não consegue se ligar no receptor e essa substância chama-se naloxona, derivada da 
modificação da Morfina. 
1.5 Latenciação, que é desenvolver um medicamento que inicialmente é inativo, ou seja, para ele exercer 
ação farmacológica precisa sofrer ação enzimática, precisa passar pela metabolização para gerar o seu 
metabólito ativo e produzir ação farmacológica e esse medicamento é chamado de pró-fármaco ou pró-droga, 
que possui algumas vantagens clínicas. Muitas vezes é um medicamento que sofreu uma modificação 
molecular que foi introduzido uma estrutura química de um transportador, que irá transportar a molécula de 
medicamento para o seu local de ação e ele irá sofrer uma clivagem e ficará a molécula do fármaco, ou seja, 
irá produzir menos efeito colateral, porque irá agir exatamente no local necessário e assim o medicamento 
será mais seletivo, ligando no receptor necessário e quanto mais seletivo, menos efeito colateral é produzido 
e na maioria das vezes é mais caro, devido a sua tecnologia, para tornar mais seletivo e com menor toxicidade. 
Pode ter outro tipo de medicamento pró-fármaco, como o predinisona e quando o paciente utiliza e ela vai 
para o fígado, ela se torna predinisolona, que é o metabólito ativo e a necessidade de utilizar a predinisolona 
é indicada para pacientes que possuem problemas hepáticos, porque assim a predinisolona não precisa ser 
metabolizada pelo fígado. Outro exemplo é o diazepam, que é o fármaco ativo e quando chega no fígado é 
metabolizado e gera mais metabólito ativo e um deles é o oxizazepam e é indicado para paciente com 
problemas hepáticos também. 
1.6 Planejamento racional, que é a forma mais interessante de se criar um medicamento, porque 
normalmente é criado para determinada patologia. Na hipertensão, a angiotensina II é responsável por ser 
vasoconstritora e se quiser diminuir a pressão arterial, seria necessário inibir a enzima ECA, e é possível criar 
um medicamento capaz de impedir a ligação dessa enzima em seu receptor e em um planejamento racional, 
estuda a molécula da enzima ECA e observa-se o seu sítio ativo, podendo criar uma enzima que bloqueie o 
sítio ativo, que no caso é o captopril. O processo de criação pode demorar mais de 10 anos, porque são 
necessários vários testes, para avaliar os riscos e benefícios, ou seja, a sua segurança. 
 
 
 
 
 
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2. Etapas para o desenvolvimento de novas drogas 
 
2.1 Testes pré-clínicos: 
Realizados em animais, com o objetivo de avaliar a eficácia, se ele terá uma ação farmacológica favorável, 
com melhora clínica, estabelecer uma possível faixa de dosagem, conhecer a segurança do medicamento e 
estabelecer a toxicidade da droga e dentro disso, avalia-se 3 tipos: 
 Toxicidade aguda, onde utiliza-se uma dose alta por 3 dias e avalia os órgãos e suas funcionalidades e se 
ela foi capaz de produzir uma toxicidade aguda no animal e assim estabelece a DL 50, chamada de dose letal 
capaz de produzir morte em 50% dos animais. 
 Toxicidade subaguda, na utilização das doses medianas em um período de tempo de normalmente 2 
semanas e avalia a funcionalidade dos órgãos. 
 Toxicidade crônica, utilização de doses terapêuticas para o animal durante um tempo prolongado, como 3 
meses e dentro disso é possível conhecer carcinogenicidade, ou seja, a capacidade desse medicamento de 
produzir uma mutação e consequentemente gerar um câncer e também a teratogenicidade, capacidade de 
gerar má formação fetal. 
Entretanto existem limitações na utilização de animais para testes de medicamentos, porque é difícil 
extrapolar os resultados de um animal para um homem, tanto como a eficácia terapêutica, faixa de dosagem 
e a as reações adversas, difícil utilização de grandes números de animais de experimentação e os efeitos 
adversos raros são improváveis de serem detectados 
2.2 Testes clínicos: 
São subdivididos em 4 fases e realizados em seres humanos 
 FASE 1: A segurança e a faixa de dosagem 
Observar e conhecer a segurança do medicamento e a faixa de dosagem segura para o ser humano. Para 
realizar a fase, utiliza-se voluntários sadios, sãos, começando com doses mínimas, a baixo da dose terapêutica 
e vai aumentando as doses gradualmente, até que um grupo começa a apresenta a apresentar reações 
adversas leves e assim é estabelecida a faixa de dosagem. 
Número necessariamente reduzido de voluntários sãos. 
Variabilidade de respostas farmacológicas. 
 FASE 2: A eficácia 
Conhece a eficácia do medicamento em paciente com a doença para a qual a droga é considerada eficaz. 
Existem 2 situações que devem acontecer – um grupo com mais ou menos 50 pacientes, que irão utilizar em 
ensaios abertos e placebo, tanto o paciente e o médico sabem da pesquisa e é necessário o duplo cego, que 
nem o paciente e o médico sabem para que a substância está sendo testada. 
IIA: 50 pacientes (ensaios abertos e placebo) 
IIB: 50 a 100 pacientes (duplo cego) 
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 FASE 3: O perfil do fármaco 
Grandes números de pacientes em centros de pesquisa médica recebem o medicamento. Estudo do 
aparecimento de reações tóxicas, interações medicamentosas, bioequivalência (alteração de formulação). 
Assim é possível detectar 90% do total de conhecimento do fármaco. 
 FASE 4: A revisão, o aprofundamento e a vigilância 
É voluntária e envolve a vigilância dos efeitos terapêuticos do medicamento após sua comercialização, ao 
se concluir a fase III. Investigação do surgimento das Reações Adversas ao Medicamento e indicações para 
outros tratamentos. 
 
Objetivo de estudar e melhorar o conhecimento farmacológico do medicamento, aprofundando o 
conhecimento, porque utiliza muito mais pacientes e assim aumenta a chance de encontrar os efeitos 
colaterais, interação medicamentosa e assim passa a se conhecer o perfil do fármaco. Desse modo consegue 
conhecer até 90% das características farmacológicas e se o medicamento for interessante a ANVISA aprova o 
medicamento para ser comercializado e não para de ser testado. 
Farmacovigilância – fase pós-comercialização – monitora a eficácia e segurança durante o emprego clínico. 
Um exemplo clássico é a Talidomida, que foi desenvolvidopara tratar enjoos em mulheres gestantes e os filhos 
começaram a apresentar alterações nos membros inferiores e superiores. Então a farmacovigilância é o modo 
de investigar os efeitos que o medicamento em estudo está tendo na população em geral, podendo contribuir 
para novas melhoras. 
 
Vias e sistemas de administração de medicamentos 
 
Farmacocinética é o estudo do caminho do fármaco desde o momento de administração até excreção. É 
dividida em absorção, distribuição, biotransformação e excreção. Não tem como um medicamento sofrer 
absorção sem antes ser administrado e existem alguns autores que trazem a administração como uma etapa 
e a escolha da via de administração é imprescindível para que as outras etapas aconteçam de maneira 
adequada, pois se a via não for a mais indicada, de nada vale. Saber escolher a via é uma etapa crítica para ter 
uma resposta terapêutica adequada. 
Administração é a capacidade de introduzir no organismo ou em um compartimento do organismo um 
medicamento que terá um fim terapêutico e existem fatores que devem ser levados em consideração antes 
da escolha. Qual a via? Como o paciente deve usar? Qual o efeito desejado, local ou sistêmico? No caso de 
efeito sistêmico, tem que escolher vias de administração que propiciem que o fármaco ultrapasse membranas 
e chegue a corrente sanguínea e no caso de efeito local, o medicamento será administrado onde o efeito é 
desejado. Quais as propriedades do medicamento? A idade do paciente precisa ser conhecida, pois para cada 
idade existe uma via de administração conveniente. O tempo de início de ação do fármaco, duração do 
tratamento e a obediência do paciente ao regime terapêutico são detalhes que devem ser levados em conta. 
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Fatores que interferem na escolha da via: 
• Efeito local ou sistêmico 
• Propriedades da droga e da forma farmacêutica administrada 
• Idade do paciente 
• Conveniência 
• Tempo de início de ação 
• Duração do tratamento 
• Obediência do paciente ao regime terapêutico 
 
1. Regras gerais na administração de medicamentos 
 
 Todo medicamento deve ser prescrito por medico ou odontólogo (medicamentos de uso clínico para 
odontologia). 
 A prescrição deve ser escrita, assinada, legível e datada para evitar problemas para o paciente e para o 
médico. 
 Nunca administrar medicamento sem rótulo e vencidos. Em um medicamento vencido, o seu princípio 
ativo começa a sofrer degradação natural e os adjuvantes também perdem a sua função e assim ele perde 
cerca de 20% do efeito farmacológico após a data de vencimento. 
 Líquidos utilizados para administração, pois dependendo do medicamento o líquido pode atrapalhar a 
degradação do medicamento. Água não interage com o medicamento e por isso é o mais indicado e o 
volume de líquido ingerido deve ser em torno de 200 mL. 
 Não administrar medicamentos preparados por outras pessoas. 
 Inteirar-se sobre as diversas drogas: cuidados específicos ao administrá-las. 
 Escolher o melhor horário; 
 Inteirar-se sobre a incompatibilidade ou não de mistura de drogas. 
 Alguns medicamentos, precisam ser armazenados corretamente, pois se alteram na presença da luz, do 
ar ou do calor. 
 Orientar o paciente quanto: ao nome do medicamento; à ação da medicação; ao procedimento; ao 
autocuidado (horário, doses, cuidados gerais). 
 
2. Administração via Oral 
A via oral para administração de fármacos é a via mais comum e conveniente para os pacientes e pode ser 
chamada também de via interna ou via enteral. Pode ter ação local ou sistêmica, ou seja, terá efeito local ou 
será absorvido pela mucosa TGI, boca, intestino delgado, reto, estômago e intestino grosso. 
Formar líquidas mais comuns: soluções aquosas (duodeno), suspensões (dissolvida em soluções 
gastrintestinais), xarope e emulsão. A solução já está solubilizada e a suspensão precisa ser solubilizada nos 
líquidos corporais e por isso a solução tem efeito mais rápido. 
 
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Formas sólidas mais comuns: comprimidos, cápsulas (estabilidade e controle), drágeas. Desintegração e 
dissolução. A drágea possui o princípio ativo no seu interior e o seu revestimento externo para proteger o 
comprimido da ação do suco gástrico e quem possui ação farmacológica mais rápida é aa cápsula porque é 
feito de gelatina, sofrendo desintegração mais rapidamente. 
Medicamentos de depósito, liberação modificada – venlafaxina é um medicamento administrado por via 
oral e além dele existe a venlafaxina XR, que possui liberação prolongada e por isso é usado menos vezes ao 
dia e assim mantém constante a concentração plasmática da droga no sangue e se isso é mantido, garantindo 
redução da frequência posológica, efeito terapêutico mais constante e melhor obediência ao regime 
terapêutico. 
Contraindicação: pacientes com dificuldade de deglutição, inconscientes, se for necessário um efeito 
imediato e em pacientes com náuseas e vômitos 
Cuidados importantes: 
 Certificar-se da dieta e jejum do paciente (Interações com medicamentos e alimentos) 
 Homogeneizar os medicamentos em suspensão antes de colocar no recipiente. 
 Medicamento líquido precisa ser prescrito em volume 
 
3. Administração via Sublingual 
O medicamento é depositado na mucosa oral e por isso possui início de ação muito rápido, porque ele é 
formulado para ter menor dureza e pelo fato da mucosa ser muito vascularizada o fármaco é captado para a 
corrente sanguínea mais rapidamente e também, como a mucosa sublingual não possui queratina, isso 
propicia uma aceleração na absorção do medicamento. 
Procedimentos e Cuidados Específicos: 
 Enxaguar a boca com água e remover resíduos alimentares. 
 Não administrar por via oral. 
 A via sublingual possui ação mais rápida do que a via oral. 
 
4. Administração via Retal 
A via retal é uma via alternativa para pacientes que são crianças, inconscientes, com dificuldade com 
deglutição ou para medicamentos que sofram ação do ácido clorídrico, causando irritação gastrintestinal 
intensa e sofrem intenso metabolismo de primeira passagem. Possuem ação local ou sistêmica e se fundem 
com a temperatura do paciente. 
Em forma de supositórios sólidos ou enemas. 
Inserção, dissolução, liberação da droga, efeito local ou sistêmico. 
Excipiente ideal: atóxico, não irritante, fusão em 37ºC, solubilidade diferente do fármaco. 
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Armazenados em geladeira e no momento do uso colocar na palma da mão para chegar a temperatura 
desejada, colocar o paciente deitado de lado e com as pernas flexionadas e é necessário que fique retido por 
20 a 30 minutos após a aplicação, somente após esse tempo pode levantar-se. O medicamente pode ter um 
leve efeito laxativo. 
 
5. Administração via Intranasal 
Na via intranasal o medicamento é depositado diretamente na cavidade nasal e os fármacos podem ter 
efeito local e sistêmico (instáveis no TGI ou metabolismo de 1ª passagem). 
Soluções isotônicas, tamponadas (pH 5,5 a 6,5), estabilizador e preservativo. 
Os descongestionantes nasais agem apenas no local onde foram aplicados, mas podem cair na corrente 
sanguínea e ter uma ação sistêmica. Entretanto, o mais comum é que tenha a ação local e a maioria desses 
fármacos possuem substâncias vasoconstritoras, que em um período prolongado de uso ou em altasdoses 
pode-se apresentar uma congestão rebote. A congestão rebote acontece porque se o organismo receber com 
uma frequência alta esse descongestionante com substância vasoconstritora, terá uma vasoconstrição intensa 
na região intranasal (podendo ter esse efeito em outros locais quando absorvido) e a medida que contrai por 
um mecanismo de feed-back negativo o organismo relaxa, dilatando e mais congestão nasal o paciente terá 
e assim ele pode-se tornar “dependente de descongestionante” e por isso deve ter uso cauteloso. 
A congestão nasal é dificuldade de respirar, e significa que os vasos estão dilatados pelo processo 
inflamatório e edema nessa região e a maioria dos medicamentos têm efeito vasoconstrição e quando o vaso 
contrai facilita o fluxo aéreo do paciente, melhorando a sua congestão. 
 
6. Administração via Inalatória 
A via inalatória é diferente da via intranasal e para ser inalatória precisa atingir os alvéolos pulmonares, 
podendo ter ação local ou sistêmica. No caso de ação local, um exemplo é o medicamento brondodilatador 
para asma, que provoca broncodilatação, melhorando as crises asmáticas. No caso de ação sistêmica, como o 
pulmão tem uma área de extensão muito grande e os alvéolos são irrigados e o epitélio que forma os pulmões 
é não queratinizado e tudo isso facilita a absorção dos medicamentos, como por exemplo, anestésicos gerais 
inalatórios. Então a boa absorção alveolar é devido a: 
 Membranas biológicas de fácil travessia 
 Grande superfície de absorção 
 Rica vascularização sanguínea 
Dispositivos: nebulizadores, inaladores pressurizados dosimetrados, inaladores de pó seco 
 
 
 
 
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7. Administração via Auricular 
Na via intra-auricular, o medicamento é depositado diretamente no ouvido, no canal auditivo. O ouvido é 
formado por 3 camadas, formando o ouvido interno, médio e externo e no caso de medicamentos em que a 
via de administração utilizada é auricular, o problema tratado será no ouvido externo. No caso do ouvido 
médio e interno os medicamentos são utilizados por vias sistêmica, porque é necessário que caia na corrente 
sanguínea para atingir o local correto. Sendo assim, medicamento via intra-auricular possui apenas efeito 
local. 
Medicamentos de via auricular são utilizados para prevenir ou tratar processos inflamatórios e infecciosos e 
para facilitar a saída do cerúmen e corpo estranho. 
 
8. Administração via Oftálmica 
Medicamentos administrados por via oftálmica são na forma de aplicação de colírio ou pomada na 
conjuntiva ocular (saco conjuntival inferior) e não diretamente no globo ocular porque podem haver adjuvante 
na formuação que podem ser irritativos para o globo ocular. 
Cuidados: 
 Evitar contato direto no globo ocular; 
 Fechar os olhos (30 s) melhor absorção. 
 Antes da aplicação do medicamento, remover secreções e crostas. 
 
9. Administração via Intravaginal 
Medicamento que possuem a via de administração intravaginal normalmente são usados para tratar 
infecções no canal vaginal, como infecções fúngicas, por exemplo a candidíase vaginal. Não é adequada para 
administração de drogas com a finalidade de efeitos sistêmicos. 
Podem ser utilizados na forma de óvulos semi-sólidos, comprimidos vaginais, pomadas, géis, cremes, 
líquidos, que são introduzidos ou inseridos diretamente no canal vaginal. Creme, pomada e gel, normalmente 
possuem um aplicador para inserir no canal vaginal 
Esses medicamentos amolecem, fundem e se espalham e necessitam de orientação quanto às técnicas de 
administração. 
Tende a ter uma ação local, caem pouco na corrente sanguínea devido ao Ph da região, que pode dificultar 
a absorção dos medicamentos, pela presença de secreção e muco viscoso que dificulta a passagem dos 
fármacos e devido ao ciclo menstrual da mulher porque existem etapas em que a mulher descama o endotélio 
e a tendência é que o medicamento seja eliminado e não absorvido pelo organismo. 
 
 
 
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10. Administração via Tópica 
Medicamentos utilizados por via tópica são depositados ou inseridos sob a pele. 
Possuem ação local ou sistêmica, dependendo das características físico-químicas do medicamento. Por 
exemplo, fármacos com peso molecular alto, que contenham cargas elétricas e que são hidrossolúveis tem 
dificuldades de ultrapassar membranas e atingir a corrente sanguínea. Além disso a pele é formada por 3 
camadas, pelo extrato córneo, epiderme e derme e a camada vascularizada é a derme. Entretanto, para um 
medicamento chegar na derme, ele precisa passar pelo extrato córneo que por ser queratinizado serve como 
uma barreira para a passagem de medicamentos dificultando a sua ação sistêmica. Além disso, existem 
formulações que são utilizadas por via tópica que possuem ação sistêmica, como adesivos transdérmicos 
(região limpa, seca e sem pelos), chegando até a derme, sendo absorvido pela corrente sanguínea, como os 
contraceptivos hormonais, sendo uma alternativa terapêutica, 3 adesivos por 3 semanas, porque com o 
adesivo, a formulação é responsável por liberar uma concentração constante. 
Cuidados: 
 Limpeza da pele/secagem 
 Evitar regiões com injúria, atrito constante, pelos, sudorese excessiva 
A nicotina é um exemplo de adesivo transdérmico, utilizado em dependentes de nicotina e de acordo com a 
quantidade de números de cigarros é escolhido o adesivo adequado e gradativamente ele vai diminuindo a 
concentração dos adesivos e assim consegue acabar com a dependência. 
 
11. Administração via Parenteral 
A via parenteral é sinônimo de via injetável, significa que o medicamento será administrado em uma 
cavidade do organismo. Tipos: Subcutânea, Intramuscular, Endovenosa ou Intravenosa e Intradérmica. 
Vantagens: 
• Pacientes que não cooperam, vômitos e náuseas 
• Fracamente absorvidas por via oral 
• Situações de emergência 
Desvantagens: 
• Pessoal treinado 
• Processos assépticos 
• Usualmente, alguma dor 
• Efeitos difíceis de reverter 
• Inconveniente em administrações frequentes 
 
11.1 Intradérmica –É a introdução de pequena quantidade de medicamento (0,1 ml) entre a derme e a 
epiderme. Possui a finalidade de teste de sensibilidade alérgica e aplicação de vacinas. A angulação da agulha 
deve ser mínima com relação ao tecido - 15 graus. 
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11.2 Subcutânea – É a introdução de uma droga no tecido subcutâneo ou hipoderme, com uma angulação 
da agulha é de 45 graus em relação ao tecido e o volume é de de 0,5-1,5 ml. Locais para aplicação: partes 
externas e superiores dos braços; laterais e frontais das coxas; região gástrica e abdomen; nádegas; costas 
(logo acima da cintura). A finalidade desse tipo de administração é em terapêutica lenta e contínua. A insulina 
é um exemplo e a administração repetida pode trazer consequências, por exemplo a lipodistrofia, que é uma 
alteração da camada do tecido subscutâneo no local onde a injeção está sendo administrada e se for injetado 
nos nódulos de gordura, é possível ter crises hiperglicêmicas, sendo interessante o rodízio em diferente locais. 
Lipoatrofia (camada afunda) e Lipohipertrofia (camada do tecido cresce). 
11.3 Intramuscular – É a introdução de medicamentos nas camadas musculares e utilizado numa 
angulação de 90 graus e o volume máximo depende do músculo. Umafinalidade é a rerapêutica de efeito 
relativamente rápido e possui efeito sistêmico. Encontrado na forma de soluções aquosas ou oleosas. Locais 
para injeções IM dependem das condições da musculatura, do volume do medicamento, do tipo de 
medicação, da preferência do paciente e injeções IM não devem ser administradas com o paciente de pé. 
Locais: 
• Ventroglúteo - Vantagens: Longe de nervos; grandes vasos, definida anatomicamente; grande massa 
muscular. Desvantagens: Treinamento. 
• Dorsoglúteo - Vantagens: Larga massa muscular; paciente não visualiza. Desvantagens: Próximo a 
nervos; grandes vasos; assepsia da região. Obs: não é indicada para RN; < 1 ano. 
• Deltóide – Vantagens: Fácil acesso; aceito pelo cliente. Desvantagem: Pequena massa muscular; 
próximo ao nervo radial; pequenos volumes. 
• Vastolateral – Vantagens: Larga massa muscular; indicação p/ criança (RN); livre de nervos e vasos 
sanguíneos. Desvantangem: Treinamento 
 
 
 
 Farmacologia I – Bianca Tavares de Figueiredo XXXIV 
 
 13 
 
11.4 Endovenosa – É a introdução do medicamento diretamente na corrente sanguínea (basílica ou cefálica 
do antebraço). A finalidade é terapêutica com efeito sistêmico rápido e para administrar medicações que 
irritam o tecido. As vantagens são efeito rápido, pode ser administrado grandes volumes, substâncias irritantes 
nos tecidos, é possível controlar a dose e as desvantagens são que há risco de embolia, pode haver reação 
anafilática, choque pirogênico e é imprópria para subatâncias insolúveis e oleosas. Via alternativa para 
administrar medicamentos em pacientes com náuseas e vômitos 
11.5 Intra-articular 
11.6 Intracardíaca 
11.7 Intratecal – depositado diretamente no SNC, para atingir células do SNC, onde o medicamento por 
via endovenosa não atinge devido a barreira hematoencefálica 
11.8 Intra-arterial 
 
Prescrições médicas 
 
Receita é um documento formal e escrito que estabelece o que deve ser dispensado ao paciente e como o 
paciente deve usá-lo. Uma receita pode ter várias prescrições. 
Prescrição é o ato de definir o medicamento a ser consumido pelo paciente, com a respectiva dosagem e 
duração do tratamento. Em geral, esse ato é expresso mediante a elaboração de uma receita médica. 
Toda receita deve ter o nome do medicamento prescrito pelo nome genérico ou na forma da substância 
química/princípio ativo, ou seja, deve ser prescrito pela sua DCB (Denominação Comum Brasileira), que nada 
mais é que o nome genérico ou o nome da substância ativa do medicamento. Se o nome comercial for 
especificado a farmácia do SUS não pode dispensar o medicamento genérico ou qualquer outro que esteja lá. 
O farmacêutico pode trocar o medicamento referência pelo medicamento genérico, porque eles são 
intercambiáveis, porque são bioequivalentes. Entretanto, se o médico não desejar que haja essa troca ele 
precisa colocar na receita que “não autorizo a substituição”. 
Os medicamentos são classificados em 3 categorias: 
1. Medicamentos isentos de prescrição (MIPs ou OTCs) 
São os “medicamentos de venda livre”, internacionalmente conhecidos como produtos “OTC” (over the 
conter – “sobre a prateleira”), tais quais, por exemplo, antiinflamatórios, analgésicos, antitérmicos, 
antialérgicos, elaxantes musculares etc., vendidos em gôndola de supermercados. 
Aqueles cuja dispensação não requerem autorização, ou seja, receita expedida por profissional habilitado. 
Entretanto ele necessita de uma orientação para ser usado, como por exemplo o Paracetamol, que é um 
analgésico e antipirético, quando usado de maneira indevida pode ter reações adversas graves, porque é 
hepatotóxico, podendo causar lesão no fígado utiliza-se 4 gramas desse medicamento e normalmente é usado 
de 6 em 6 horas, dando no total quase 4 gramas e por isso pode matar por insuficiência hepática quando 
 Farmacologia I – Bianca Tavares de Figueiredo XXXIV 
 
 14 
 
utilizado de maneira errónea. Por isso, ao indicar esses medicamentos é importante fazer uma prescrição e 
explicar a posologia, para que não haja erro no seu uso, por parte do paciente. 
 
2. Medicamentos Tarjados não controlados 
Os rótulos desses medicamentos devem ter uma faixa horizontal de cor vermelha abrangendo todos os lados, 
contendo os dizeres: “venda sob prescrição médica”. Esse medicamento para ser dispensado pela drogaria 
precisa da apresentação da receita e essa receita não precisa ficar retida e são prescritos em receita comum. 
 
 
Receita comum - utilizada para a prescrição de medicamentos anódinos e medicamentos de tarja vermelha, 
com os dizeres “venda sob prescrição médica” – segue as regras descritas na Lei 5.991/73. 
 
 
VENDA SOB PRESCRIÇÃO MÉDICA 
 Farmacologia I – Bianca Tavares de Figueiredo XXXIV 
 
 15 
 
Lei 5991/73- CAPÍTULO VI - Do Receituário 
Art. 35 - Somente será aviada a receita: 
a) Que estiver escrita a tinta, por extenso e de modo legível, observados a nomenclatura e o sistema de pesos 
e medidas oficiais; 
b) Que contiver o nome e o endereço residencial do paciente e, expressamente, o modo de usar a medicação; 
c) Que contiver a data e a assinatura do profissional, endereço do consultório ou da residência, e o número 
de inscrição no respectivo Conselho Profissional. 
 
Dados da prescrição: 
• Cabeçalho – impresso, inclui nome e endereço do profissional ou da instituição onde trabalha (clínica ou 
hospital), registro profissional e número de cadastro de pessoa física ou jurídica; pode ainda conter a 
especialidade do profissional, desde que registrada em um CRM. 
• Superinscrição – constituída por nome e endereço do paciente, idade, quando pertinente, sem a 
obrigatoriedade do símbolo, que significa “receba”; por vezes, este último é omitido e no seu lugar se 
escreve “uso interno” ou “uso externo”, correspondente ao emprego de medicamentos por vias enterais 
ou parenterais, respectivamente. 
• Inscrição – compreende o nome do fármaco, a forma farmacêutica e sua concentração. 
• Subinscrição – designa a quantidade total a ser fornecida; para fármacos de uso controlado, esta 
quantidade deve ser expressa em algarismos arábicos, escritos por extenso, entre parênteses. 
• Adscrição – é composta pelas orientações do profissional para o paciente. 
• Data, assinatura, carimbo e número de inscrição no respectivo conselho de Medicina, Medicina Veterinária 
ou Odontologia 
Sempre colocar a via de administração e numerar os medicamentos: 
1- Metformina 750 mg – 1 cx ou uso contínuo 
Tomar 1 comp. de 12/12h por uso contínuo 
2- Hidroclorotiazida 25 mg – 1 cx 
Tomar 1 comp de 12/12h por uso contínuo 
3- Nimesulida 100 mg – 10 comprimidos 
Tomar um comprimido de 12/12h durante 5 dias 
Sempre colocar o nome do medicamento e a dosagem juntos e depois de um traço colocar o número de 
caixas ou comprimidos. É recomendável colocar o número de comprimidos, porque dependendo da indústria 
farmacêutica a caixa pode possuir uma determinada quantidade de comprimidos diferente de outra indústria. 
Além disso, a posologia sempre em horas e nunca em quantas vezes por dia. 
Ao terminar de escolher os medicamentos, traçar, assinar e datar e no verso da receita pode-se colocar 
recomendações. Ao entregar a receita, sempre explicar a receita para o paciente e tirar as dúvidas. 
 
 
 
 
 Farmacologia I – Bianca Tavares de Figueiredo XXXIV16 
 
3. Medicamentos de uso controlado 
 
São aqueles medicamentos cujos princípios ativos são substâncias sujeitas a controle especial necessitando 
de procedimentos específicos para sua prescrição e dispensação. As formas de comercialização dessas 
substâncias estão previstas na Portaria 344/98 – medicamentos que geram dependência física e/ou psíquica. 
Os fármacos controlados são medicamentos que necessitam de receita para serem dispensados e uma via 
dessa receita deve ficar retida na drogaria e outra via é fornecida ao paciente. 
 
 
 
 
3.1 Medicamentos da lista C1 (Outras substâncias sujeitas a controle especial) e C5 (Anabolizantes) 
Possuem tarja vermelha na embalagem com o dizeres “venda sob prescrição médica e só pode ser vendido 
com retenção de receita”, como antidepressivos, anticonvulsivantes. Os medicamentos C1 e C5 são prescritos 
na chamada receita de controle especial, que possui data de validade para um mês para ser usada e limite de 
número de caixas necessárias para um mês – com 2 vias. 
Receita de controle especial – utilizada para a prescrição de medicamentos de tarja vermelha, com os dizeres 
“venda sob prescrição médica – só pode ser vendido com retenção da receita”, como substâncias sujeitas a 
controle especial, retinoicas de uso tópico, imunossupressoras e antirretrovirais, anabolizantes, 
antidepressivos etc. – listas “C”. Em duas vias, utilizada para a prescrição de substâncias e medicamentos das 
listas “C1”, “C4”, “C5” e adendos das listas “A1”, “A2” e “B1”. Validade: 30 dias, em todo o território nacional. 
Número de medicamentos por receita: no máximo três substâncias ou medicamentos das listas “C1” e “C5” e 
cinco substâncias ou medicamentos da lista “C4”. Quantidade máxima/receita: 5 ampolas por medicamento 
injetável e quantidade correspondente a 60 dias de tratamento para outras formas farmacêuticas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
VENDA SOB PRESCRIÇÃO MÉDICA 
Só pode ser vendido com retenção de receita 
Só Pode ser Vendido com Retenção da Receita 
 
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3.2 Medicamentos das listas C2 (Retinóides de uso sistêmico) 
Medicamentos usados para tratar a pele e de uso oral – isotretinoina (Roacutan). Serão dispensados mediante 
notificação de receita especial (branca) e deverá estar acompanhada de “Termo de Consentimento Pós-
Informação”, fornecido pelos profissionais aos pacientes alertando-s que o medicamento é pessoal e 
intransferível, e das suas reações e restrições de uso. 
 
 
 
 
Notificação de receita especial para retinoides sistêmicos – cor branca, para medicamentos relacionados na 
lista “C2” (substâncias retinoides de uso sistêmico). Validade: 30 dias, somente no estado emitente. 
Quantidade máxima/receita: 5 ampolas por medicamento injetável. 30 dias de tratamento. Deve vir 
acompanhada do termo de consentimento de risco e consentimento pós-informação. 
 
 
 
 
 
 
 
 
VENDA SOB PRESCRIÇÃO MÉDICA 
Atenção: Risco para Mulheres Grávidas, causa graves defeitos na 
Face, nas Orelhas, no Coração e no Sistema Nervoso do Feto 
 
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Termo de consentimento de risco e 
consentimento pós-informação 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3.3 Medicamentos das listas C3 (Imunossupressores) 
Notificação de receita especial para talidomida – cor branca, para medicamentos relacionado na lista “C3” 
(imunossupressoras). Validade: 15 dias somente no estado emitente. Quantidade máxima receita: 30 ampolas 
por medicamento injetável. 30 dias de tratamento. Deve vir acompanhada do termo de esclarecimento para 
usuário de talidomida, bem como do termo de responsabilidade. 
 Farmacologia I – Bianca Tavares de Figueiredo XXXIV 
 
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3.4 Medicamentos das listas A1 e A2 (Entorpecentes) e A3 (Psicotrópicos) 
Da lista A1 e A2 destaca-se o Metilfenidrato (Ritalina) e todo medicamento da lista A possui tarja cor preta 
com os dizeres “Venda sob prescrição médica Atenção Pode Causar Dependência”. Para prescrever esse 
medicamento é necessária a receita Amarela e a vigilância sanitária disponibiliza o talonário. A codeína e 
tramadol pertencem à lista A2, porém constam nos itens 2 e 3 do adendo que quando prescritas em 
quantidades que não excedam a 100mg por unidade posológica, ficam sujeitas à prescrição na Receita de 
Controle Especial. 
 
 
 
Receita amarela ou receita A – é um impresso, padronizado na cor amarela, utilizado para a prescrição dos 
medicamentos das listas “A1”, “A2” (entorpecentes) e “A3” (psicotrópicos). Somente pode conter um produto 
farmacêutico. 
 
 
 
 
 
 
 
Venda sob Prescrição Médica 
Atenção: Pode Causar Dependência 
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3.5 Medicamentos das listas B1 (psicotrópicos) e B2 (Psicotrópicos Anorexígenos - Sibutramina) 
Os medicamento das listas B1 e B2 para serem prescritos necessitam da receita azul e as despesas com a 
confecção da mesma é de responsabilidade do prescritor – a gráfica precisa ser credenciada pela vigilância 
sanitária. Em março de 2010 a Anvisa mudou a classificação da sibutramina da lista C1 (receita branca não 
numerada) para a lista B2 (psicotrópico anorexígeno), o medicamento agora terá tarja preta e será vendido 
sob receituário azul numerado (Notificação de Receita B2). 
 
 
 
Receita azul ou receita B – é um impresso, padronizado na cor azul, utilizado para a prescrição de 
medicamentos que contenham substâncias psicotrópicas – listas “B1” e “B2” e suas atualizações constantes 
na Portaria 344/98. 
Notificação de receita tipo “B2” – cor azul, para medicamentos relacionados na lista “B2” (psicotrópicos 
anorexígenos). Validade após prescrição: 30 dias, somente no estado emitente. Quantidade máxima/ receita: 
30 dias de tratamento. 
Venda sob Prescrição Médica 
O abuso deste medicamento pode causar Dependência 
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1 - UF/Estado e numeração concedida pela Divisa/Agevisa (impressão pela gráfica) 
2 - Assinatura do prescritor e carimbo, quando não constar CR_/AL no campo “identificação do emitente” 
3- Dados do comprador preenchidos na farmácia/drogaria 
4 - Preenchimento do prescritor (dados do paciente) 
5 - Numeração de impressão concedida pela Divisa/Agevisa (impressão pela gráfica) 
6 - Preenchimento p/ farmácia/drogaria 
7 - Dose diária (ex.: 1 comprimido, 12/12h) 
8 - Dose por unidade (ex.: compr. 10mg) 
9 - Quantidade e forma farmacêutica (ex.: 3 (três) cx/comprimidos). 
10 - Nome do medicamento ou substância conforme DCP (ex.: Diazepam). 
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3.6 Antimicrobianos (Antibióticos) 
De acordo com a a RDC 20/2011, que estabelece em seu art. 5º: A prescrição de medicamentos 
antimicrobianos, isolados ou em associação deverá ser realizada em receituário privativo do prescritor ou do 
estabelecimento de saúde, não havendo, portanto, modelo de receita específico – receita com validade de 10 
dias.Resumo 
Quadro comparativo das listas de substâncias 
A1 – Substâncias entorpecentes 
A2 - Substâncias entorpecentes 
A3 – Substâncias psicotrópicas 
B1 - Substâncias psicotrópicas 
B2 – Substâncias psicotrópicas anorexígenas 
C1 – Substâncias sujeitas a controle especial 
C2 – Substâncias retinoicas 
C3 – Substâncias imunossupressoras 
C4 – Substâncias antirretrovirais 
C5 – Substâncias anabolizantes 
D1 – Substâncias precursoras de entorpecentes e psicotrópicas 
 
VENDA SOB PRESCRIÇÃO MÉDICA 
Só pode ser vendido com retenção de receita 
Só Pode ser Vendido com Retenção da Receita 
 
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 Farmacologia I – Bianca Tavares de Figueiredo XXXIV 
 
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Farmacocinética 
 
Farmacocinética é o estudo do caminho percorrido pelo medicamento no organismo, desde quando é 
administrado até o momento em que ele é eliminado. Possui as etapas de: 
• Absorção 
• Distribuição 
• Biotransformação 
• Excreção 
 
As etapas da farmacocinética acontecem simultaneamente no organismo 
1. Absorção do fármaco 
Depois que o medicamento é administrado ele vai para a segunda etapa da farmacocinética, que é a 
absorção. Absorção é a passagem do medicamento através de barreiras até a corrente sanguínea, as principais 
barreiras são: 
• Epitélio gastrintestinal 
• Endotélio vascular 
• Membranas plasmáticas 
Locais de absorção - Mucosa bucal, Mucosa gástrica, Mucosa do intestino delgado, Mucosa do intestino 
grosso, Pulmão e Pele. 
 
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Sendo assim, um medicamento para que ele possa ser absorvido precisa passar do local em que ele foi 
administrado para a corrente sanguínea e essa passagem envolve uma série de barreiras, que constituem 
principalmente as membranas plasmáticas das células. Por exemplo, um medicamento parenteral, depositado 
no músculo, para atingir a corrente sanguínea ele precisa ultrapassar o endotélio vascular revestido por 
células. 
A via endovenosa ou a intra-arterial são vias que possuem 100% de biodisponibilidade, que é a quantidade 
do medicamento disponível na corrente sanguínea para ser utilizado com o intuito de gerar um mecanismo 
de ação e nenhuma outra via que não seja a via endovenosa ou a intra-arterial tem 100% de 
biodisponibilidade. 
Para o medicamento ser absorvido ele depende de alguns fatores relacionados ao próprio medicamento 
(propriedades físico-químicas das drogas), como a: 
• Solubilidade do medicamento - Quanto maior a lipossolubilidade de um medicamento, mais 
facilmente esse fármaco ultrapassa as membranas plasmáticas e atinge a corrente sanguínea. 
• Peso molecular do medicamento – Quanto menor o peso de um medicamento, mais facilmente o 
fármaco ultrapassa as membranas plasmáticas e atinge a corrente sanguínea. 
• Ausência de cargas elétricas - 
• Forma farmacêutica do medicamento – Quanto mais esférico, mais facilmente ultrapassa as 
membranas plasmáticas e atinge a corrente sanguínea. 
Todas essas características facilitam a passagem doa medicamentos por difusão simples/passiva e se o 
medicamento não possuir essas características, ele precisa de uma proteína transportadora para ajudá-lo a 
ultrapassar as membranas das células e por isso eles necessitam da difusão facilitada ou do transporte ativo 
para serem absorvidos. 
Toda molécula de medicamento é considerada um eletrólito (substância que quando entra em contato com 
a água tem a capacidade de se ionizar ou dissociar) e isso significa que é um ácido fraco ou uma base fraca. 
Sendo assim, fala-se que o medicamento tem características ácidas ou básicas e todo medicamento tem um 
valor de pKa (Constante de Ionização/Dissociação). 
Exemplo - Fenobarbital com pKa=7,4 e com característica ácida. Quando estiver em um ambiente do corpo 
onde o pH desse ambiente for igual ao seu pKa, o medicamento ficará 50% ionizado e 50% não ionizado. 
O grau de ionização depende do pH da solução: 
Se o fármaco for de caráter ácido e estiver em um ambiente onde o Ph for menor que o valor do seu pKa, o 
medicamento estará principalmente não ionizado – pH < pKa 
Se o fármaco for de caráter ácido e estiver em um ambiente onde o Ph for maior que o valor do seu pKa, o 
medicamento estará principalmente ionizado – pH > pKa 
Se o fármaco for de caráter básico e estiver em um ambiente onde o Ph for menor que o valor do seu pKa, o 
medicamento estará principalmente ionizado – pH < pKa 
Se o fármaco for de caráter básico e estiver em um ambiente onde o Ph for maior que o valor do seu pKa, o 
medicamento estará principalmente não ionizado – pH > pKa 
 
 Farmacologia I – Bianca Tavares de Figueiredo XXXIV 
 
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Todo fármaco para que ele possa ser absorvido precisa estar na sua forma não ionizada. Se o fármaco for um 
ácido fraco, onde ele é melhor absorvido? Em um ambiente ácido, principalmente não ionizado, sem carga e 
para ele ser mais facilmente absorvido não pode ter carga. 
• Os ácidos fracos são melhor absorvidos no estômago, pois, neste local ficam, numa grande 
quantidade, na sua forma não ionizada, devido ao pH ácido. 
• As bases fracas e os alcalóides são melhor absorvidos no intestino delgado, pois, neste local ficam, 
numa grande quantidade, na sua forma não ionizada, devido ao pH básico. 
Exemplo - Paciente com epilepsia, usando no tratamento o Fenobarbital, droga de caráter ácido e além disso 
utiliza diariamente um antiácido. Devido ao uso do antiácido, a absorção do fármaco estará diminuída porque 
ele aumenta o pH e assim o valor do pH do estômago não será maior do que o valor do pKa e o fármaco ficará 
mais ionizado, sendo menos absorvido. 
 
1.1 Fatores que determinam a velocidade e o grau de absorção das drogas 
 
• Propriedades físico-químicas 
• Fluxo sanguíneo na área de absorção - um medicamento de caráter básico utilizado por via oral, será 
melhor absorvido no intestino e quanto maior o fluxo sanguíneo intestinal, maior a absorção do 
medicamento no intestino e maior a captação. Em um paciente com insuficiência cardíaca, seu fluxo 
intestinal é diminuído e para tentar aumentar a absorção do medicamento, a tendência é aumentar 
a dose do medicamento. Entretanto, se o paciente tiver insuficiência cardíaca, também chega menos 
sangue no fígado e nos rins e assim o medicamento será menos metabolizado e menos excretado e 
assim ele pode intoxicar o paciente. 
• Área de superfície absorvente - quanto maior a área de superfície absorvente, maior a absorção e o 
intestino tem uma área absorvente muito grande. Em um paciente que utiliza um medicamento com 
caráter básico e fez retirada de uma parte do intestino, terá a absorção do medicamento diminuída 
pH > pK
a
 drogas ácidas ionizadas 
 drogas básicas não ionizadas 
 
pH < pK
a
 drogas ácidas não ionizadas 
 drogas básicas ionizadas 
 
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e por isso, nesses casos de redução de estômago e intestino, é evitado a administração de 
medicamentos por via oral. 
• Número de barreirasa serem transportadas 
• Tempo de esvaziamento gástrico - um paciente utiliza diariamente um fármaco básico e um fármaco 
chamado Atropina (bloqueia os receptores muscarínicos - anticolinérgico). Como será a absorção do 
medicamento básico? A atropina retarda o esvaziamento gástrico, assim o medicamento irá passar 
em uma velocidade menor para o intestino e a sua absorção acontece de maneira mais lenta e isso é 
um dos principais motivos das interações medicamentosas. 
• Alimentos - os alimentos influenciam na absorção dos medicamentos, porque eles alteram o pH e a 
ionização do medicamento. No caso da tetraciclina, se ela for tomada com o leite, o cálcio do leite 
se complexa com a molécula do medicamento, formando um complexo insolúvel, podendo alterar o 
esvaziamento gástrico. Um outro exemplo são alimentos com muitas fibras e as fibras retardam 
muito esse esvaziamento, alterando a absorção do medicamento. 
 
1.2 Fatores que influenciam na biodisponibilidade 
 
• Via de administração (intravenosa) 
• Propriedades físico-químicas da droga 
• Forma farmacêutica 
• Processo de liberação da droga da F.F. 
• Características do paciente 
• Dose 
• Interação com outras substâncias (drogas e alimentos) 
 
1.3 Concentração plasmática das drogas 
Meia vida de eliminação das drogas é o tempo necessário para que o medicamento seja 50% eliminado da 
corrente sanguínea, ou seja, é o tempo necessário para que a concentração plasmática de determinado 
fármaco seja reduzida pela metade. 
 É importante saber a meia vida de um fármaco para que se possa escolher a frequência posológica correta. 
Se uma droga possui meia vida curta, isso quer dizer que ela será eliminada mais facilmente do organismo e a 
sua frequência posológica será maior, porque é eliminada rapidamente e se uma droga possui meia vida longa, 
isso quer dizer que ela será eliminada mais lentamente do organismo e a frequência posológica será menor. 
A meia vida de um fármaco orienta na(o): 
• Duração do efeito farmacológico 
• Início de ação do fármaco 
• Regime posológico adequado 
• Concentração máxima plasmática média constante (Css) 
• Eliminação: 4 a 6 meias-vidas da droga 
 
 Farmacologia I – Bianca Tavares de Figueiredo XXXIV 
 
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Um medicamento começa a exercer sua ação farmacológica de maneira estável e constante após um período 
de 4 a 6 meias vidas de eliminação, ou seja, leva 4 a 6 meias vidas de eliminação para atingir a faixa de 
concentração plasmáticas constante (Steady State). 
 
Exemplo – Um paciente começa a tomar a Fluoxetina e quando esse medicamente é ingerido pela primeira 
vez ela atinge uma determinada faixa de concentração plasmática, junto de um efeito farmacológico e depois 
vai regredindo e na segunda dose ele atinge uma concentração maior e um maior efeito farmacológico. Após 
alguns dias, o medicamento chega até uma faixa de concentração plasmática que é constante (Css- Steady 
State). No caso da Fluoxetina, ela possui uma meia vida de eliminação de 4 dias e o seu metabólito pode ter 
meia vida de 10-15 dias, ou seja, esse medicamento será tomado 1 vez ao dia e após quantas meias vidas o 
paciente terá seu efeito farmacológico constante? Após 4-6 meias vidas, convencionalmente usado como 5 
meias vidas, multiplicado pela sua meia vida de eliminação ele atingirá seu Steady State: 
 
Steady State = 5 meias vidas X Tempo de meia vida de eliminação do fármaco 
 
No caso da Fluoxetina, 5 meias vidas x 4 dias= 20 dias para ter o efeito farmacológico constante. Se o paciente 
tiver que interromper o uso do fármaco, após quanto tempo ele deixará de ter totalmente a Fluoxetina na 
corrente sanguínea? Mesmo tempo que ele leva para atingir o Steady State. 
 
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• Se um medicamento possuir uma meia vida de eliminação longa, terá um maior período para atingir 
o Steady State e para ter um efeito farmacológico constante, em equilíbrio. 
• Se o medicamento possuir uma meia vida de eliminação curta, terá um menor período para atingir 
o Steady State e para ter um efeito farmacológico constante, em equilíbrio. 
Exemplo – Um paciente que utiliza Fluoxetina (meia vida de eliminação mais longa) e outro paciente que 
utiliza Escitalopram (meia vida de eliminação mais curta) vão interromper o tratamento no mesmo dia. Os dois 
fármacos atuam no SNC e a interrupção repentina dos medicamentos podem causar síndrome de abstinência. 
Quem possui mais probabilidade de ter síndrome de abstinência? O paciente que utiliza Escitalopram, porque 
sua meia vida de eliminação é menor e ele será eliminado mais rapidamente e o seu organismo deixa de ter o 
medicamento de uma forma mais rápida, aumentando as suas chances de crises de abstinência. 
Exemplo – Propanolol é um beta-bloqueador e possui meia vida de eliminação de 6 horas. Sendo assim, se 
ele for tomado na frequência posológica correta irá atingir seu Steady State após 30 horas. 
Exemplo – O lítio é utilizado para bipolaridade e é pouco seguro, porque a dose eficaz é próxima da dose 
tóxica. Por isso é necessário fazer uma dosagem plasmática de lítio, para avaliar se a dose está sendo 
terapêutica ou não. Se o lítio possui meia vida de eliminação de 24 horas (1 dia), que dia terá que fazer a 
monitorização da concentração plasmática de lítio? Mais ou menos 5 dias, para que possa encontrar o 
medicamento dentro da sua concentração constante. 
Exemplo – Melatonina é um fármaco usado para tratar insônia e ela possui meia vida de eliminação menor 
de 1 hora, ou seja, é eliminada rapidamente. Por isso a melatonina é de liberação prolongada, para ser 
absorvida e manter sua concentração necessária para tratar insônia. 
Se um medicamento precisa ser usado de 6/6 horas e o paciente passa a tomar de 12/12 horas o tempo para 
atingir o Steady State será maior e muitas vezes atinge a faixa subterapêutica e se tomar em 4/4 horas o 
tempo para atingir o Steady State será maior ainda, e assim atinge a faixa sobreterapêutica. 
1.4 Variação da concentração plasmática das drogas 
 
• Biotransformações, absorção, distribuição, excreção 
• Biodisponibilidade 
• Patologia renal: meia vida plasmática prolongada (gentamicina, digoxina) 
• Patologia hepática 
• Patologia tireoidiana: aumento do metabolismo geral (digoxina) 
• Patologia cardíaca: redução débito cardíaco (lidocaína, propranolol – baixa perfusão hepática) 
• Interações com outras drogas 
 
 
 
 
 
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2. Distribuição do fármaco 
A distribuição do fármaco ocorre para que ele atinja o tecido onde há um receptor para ele, gerando 
mecanismo de ação e efeito farmacológico. 
Quando o medicamento atinge a corrente sanguínea se depara com um ambiente aquoso (Plasma pH=7.4) 
e por isso irá apresentar a forma ionizável e não ionizável. 
• Fração ionizada se liga à proteínas plasmáticas, formando a fração ligada, que é a porcentagem de 
medicamento que fica ligada a proteínas 
• Fração não ionizada fica livre na corrente sanguínea, formando a fração livre, que é a porcentagem 
do medicamento que fica livre 
A porcentagem de fração ligada e livre é importante porque a fração que exerce o efeito farmacológico é a 
fração livre, ou seja, exerce o mecanismo de ação, porque ela tem maior facilidade para sair da corrente 
sanguínea e atingir o tecido. 
A ligação que uma fração do medicamento irá ter comuma proteína precisa ser uma ligação fraca, porque a 
função da fração ligada é servir como um reservatório do medicamento, porque se a fração livre é a que tem 
afinidade pelos tecidos, ela exerce a ação rapidamente e a medida que a fração livre vai se ligando no tecido 
e exercendo seu mecanismo de ação, a proteína plasmática vai se desligando e liberando a molécula do 
fármaco e por isso a ligação precisa ser fraca. Então medida que a concentração do medicamento na corrente 
sanguínea cai a proteína se desliga da molécula do fármaco, para manter o medicamento em uma fração livre 
suficiente para que ele tenha seu efeito farmacológico. 
Se tiver um medicamento com: 
 A - Fração livre de 40% e Fração ligada de 60% 
 B – Fração livre de 90% e Fração ligada de 10% 
Qual dos dois medicamentos terá uma capacidade de produzir um efeito farmacológico mais prolongado? O 
medicamento A, porque ele possui maior reserva, ou seja, o medicamento com maior fração ligada possui 
efeito mais prolongado. 
 
2.1 Tipos de proteínas transportadoras 
A albumina é a principal proteína ligadora de medicamentos, além disso se liga principalmente em 
medicamentos de caráter ácido e glicoproteína ácida se liga principalmente em medicamentos de caráter 
básico. Sendo assim, os medicamentos se ligam a proteínas plasmáticas específicas, como o sulfato ferroso 
que se liga a transferrina, porém, outros medicamentos não tem um específico, se ligam ou na albumina ou 
na glicoproteína ácida. 
É comum os pacientes apresentarem hipoalbuminemia (redução de albumina na corrente sanguínea) e se o 
paciente utiliza um medicamento com 90% de Fração Ligada e 10% de Fração Livre, ao ser usado a 
consequência pode ser que a fração ligada passa a cair e a livre aumenta, porque não há muita albumina para 
se ligar a uma fração do medicamento, dobrando a quantidade da fração livre e assim aumentando, dobrando 
o efeito farmacológico do fármaco. 
 Farmacologia I – Bianca Tavares de Figueiredo XXXIV 
 
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Exemplo – A Varfarina é um anticoagulante oral que inibe a síntese dos fatores de coagulação e possui 97% 
Fração Ligada e 3% de Fração Livre e se o paciente que utiliza Varfarina tiver hipoalbuminemia, pode diminuir 
a fração ligada e aumentar a fração livre, como por exemplo, passa para 94% ligada e 6% livre e assim o efeito 
será dobrado, podendo causar hemorragia. 
Se o paciente estiver tomando o medicamento com 90% de Fração Livre e ele tiver hipoalbuminemia, haverá 
alguma consequência grave? Nenhuma, porque o cuidado precisa ser com alta porcentagem de ligação a 
proteínas plasmáticas 
o Glicoproteína ácida: 
• Aumentada: 
IAM, neoplasias, 
Doenças autoimunes 
• Reduzida: 
Doenças hepáticas e 
Renais, infância 
 
 
 
• A droga enquanto complexada às proteínas plasmáticas, não tem atividade farmacológica, sendo 
consideradas como locais de depósito de drogas. 
• As concentrações de droga livre e ligada com proteína permanecem em equilíbrio dinâmico. 
• As ligações químicas entre as drogas e proteínas são fracas 
 
Se 2 ou 3 medicamentos se ligam muito a albumina ou a uma outra proteína plasmática, haverá uma 
competição entre os medicamentos pela ligação as proteínas plasmáticas e esse é o principal motivo de 
interação medicamentosa a nível de distribuição. Como por exemplo, Varfarina 97% ligado e Fenilbutazona 
95% ligado e ambos se ligam na albumina, na corrente sanguínea irão competir pela albumina e quem irá 
ganhar a competição? Não é a porcentagem que faz ganhar, mas sim a capacidade de ligação e a 
Fenilbutazona tem maior afinidade e ganha a competição e a Varfarina vai ficar mais livre e assim aumenta-se 
o efeito farmacológico dela, potencializando o efeito. Sendo assim, um medicamento pode deslocar o 
medicamento da proteína plasmática e aumenta a fração livre de outro medicamento. 
 
 
 
 
ALTA LIGAÇÃO A PROTEÍNAS  BAIXA ELIMINAÇÃO  MAIOR DURAÇÃO DO EFEITO 
 
BAIXA LIGAÇÃO A PROTEÍNAS  ALTA ELIMINAÇÃO  MENOR DURAÇÃO DO EFEITO 
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2.2 Reservatórios de medicamentos 
• Protéinas plasmáticas – principais reservatórios 
• Tecido adiposo – serve como um reservatório, devido à alta lipossolubilidade do medicamento e a 
medida que a concentração plasmática diminui o tecido adiposo libera o fármaco. 
Exemplo – Tiopental é um anestésico geral endovenoso e começa a sua ação em 20 segundos e por ser 
lipossolúvel chega no SNC muito rapidamente e por agir muito rápido ele possui uma duração de efeito muito 
curto, é muito lipossolúvel para entrar é muito lipossolúvel para sair e a duração do efeito farmacológico é de 
20 minutos. Em casos de cirurgia demorada se colocar o tiopental numa bomba de infusão contínua para 
manter a anestesia, quando ele for redistribuído ele para no tecido adiposo e após 10 horas de cirurgia, ao 
desligar a bomba de infusão o paciente irá demorar muito para acordar, porque a concentração plasmática 
caiu, mas o tecido adiposo está mantendo isso constante. 
• Ossos – há medicamentos que ficam reservados nos ossos, ou seja, possuem afinidade pelo cálcio. 
Tetraciclina não pode ser tomado com o leite porque forma um complexo e não ocorre a absorção e 
quando ela é absorvida é possível acumular Tetraciclina no osso. É comum nas crianças possuírem 
uma mancha branca no dente, porque se o paciente utilizar antibióticos com uma frequência muito 
alta, o medicamento por ter afinidade com o cálcio se deposita nos dentes e pode até causar uma 
hipoplasia dentária. Em adultos pode causar deformidade e fragilidade óssea se utilizar muito um 
medicamento que possui o osso como reservatório. 
Existem tecidos que são de difícil acesso, como o SNC, devido a presença da barreira hematoencefálica, 
devido as junções de oclusão e a passagem é dificultada porque existe vários transportador MDR 
(transportador de resistência a múltiplas drogas). 
Exemplo - Penicilina, estrutura química grande que dificulta a passagem pelas membranas, inclusive a BEE e 
ela é um dos antibióticos utilizados para tratar meningite, mas como ela consegue? Por ser um processo 
inflamatório, há um aumento na permeabilidade da membrana e as moléculas atravessam mais facilmente a 
barreira. 
Exemplo - Paciente que utilizam medicamentos anti-histamínicos para alergias possuem o efeito colateral 
de sono, porque além de bloquear os receptores anti-histamínicos perifericamente, bloqueia receptor H1 no 
SNC e sempre que bloquear, o medicamento causa sono. Anti-histamínicos que não causam sono, possuem 
estrutura química que impede a sua passagem para o SNC e somente bloqueia sua ação de bloquear o receptor 
H1 perifericamente 
Barreira placentária dificulta a distribuição dos medicamentos para atingir o feto e existe muito metabólito 
de medicamento que é teratogênico. Sendo assim, os medicamentos possuem facilidade para atingir regiões 
periféricas, mas quando se diz na barreira hematoencefálica e placentária, há uma dificuldade devido as 
junções de oclusão. 
 
 
 
 
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2.2 Volume de distribuição 
Volume de distribuição é o volume aparente de distribuição do fármaco; é a capacidade do medicamento 
de sair da corrente sanguínea e atingir o tecido. É qual o volume de líquidos que o medicamento é capaz de 
se distribuir no organismo, ou seja dá um índice de quanto o fármaco é distribuído para os tecidos.Volume real de distribuição - 40 litros de líquido em um paciente de 70Kg- seu volume real de distribuição 
é de 40 litros. 
Exemplo - Medicamento A – volume= 0,2L e Medicamento B – volume= 2000L. Qual medicamento é a 
Varfarina e qual medicamento é o Diazepam? 
A- Varfarina – anticoagulante, age no sangue, não precisa se distribuir para um tecido 
B- Diazepam – age no SNC, precisa se distribuir muito para os tecidos, inclusive SNC, seu volume precisa ser 
alto 
Exemplo - Qual medicamento possui maior volume de distribuição? Medicamento A – 90% de fração livre 
Medicamento B – 10% de fração livre 
Medicamento A, porque tem maior fração livre, tem maior facilidade de chegar ao tecido 
Exemplo - Paciente intoxicado geralmente possui indicação de hemodiálise, porque remove da corrente 
sanguínea o medicamento. Entretanto, para qual medicamento é indicado fazer hemodiálise? Medicamento 
A – 90% de fração livre Medicamento B – 10% de fração livre 
Hemodiálise é indicada para o paciente que se intoxicou com o medicamento B, porque como ele possui 10% 
de fração livre, será muito mais fácil de encontrar ele na corrente sanguínea. Já o medicamento A, como tem 
alto volume de distribuição, a tendência de encontrar ele em reservatórios, ao invés da corrente sanguínea é 
muito maior. 
 A ação de determinada droga cessa apenas quando toda a droga das proteínas transportadoras plasmáticas 
e dos tecidos de depósito tiverem sido removidos e a fração livre tiver sido eliminada do plasma. 
 
3. Biotransformação do fármaco 
Biotransformação é uma etapa de eliminação, ou seja, é o preparo do medicamento para ser excretado do 
organismo. 
Na grande maioria das vezes, um medicamento que é biotransformado sofre inativação, ou seja, o 
medicamento sofre uma metabolização e se torna um metabólito inativo para serem eliminados de alguma 
maneira. A biotransformação nem sempre irá fazer uma metabolização que forma um metabólito inativo, 
podendo formar também um metabólito ativo (exerce seu mecanismo de ação). 
• Medicamento ativo, produz seu efeito farmacológico e sofre a sua biotransformação e forma um 
metabólito inativo – Midazolam. 
• Medicamento ativo, produz seu efeito farmacológico e sofre a sua biotransformação e forma um 
metabólito ativo – Diazepam. Esse metabólito depois de exercer seu mecanismo de ação se torna um 
metabólito inativo devido a sua biotransformação. 
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Um paciente que apresenta insônia que aparece no final da noite (4 horas da manhã por exemplo) 
normalmente toma um medicamento hipnótico antes de dormir. No caso desse paciente deve-se usar um 
medicamento como o Diazepam ou como o Midazolam? Diazepam, porque ele gera metabólitos ativos, ou 
seja, sua ação é prolongada. 
• Medicamento que produz metabólitos ativos durante a sua biotransformação – Meia vida de 
eliminação mais longa – Diazepam – efeito farmacológico prolongado 
• Medicamento que produz metabólitos inativos durante a sua biotransformação – Meia vida de 
eliminação mais curta – Midazolam – efeito farmacológico mais curto 
Exemplo - Amtriptilina (antidepressivo) é um fármaco ativo que ao ser biotransformado, forma-se a 
Nortriptilina, que nada mais é que um metabólito ativo. No caso de um paciente idoso com depressão, qual é 
o mais indicado? Nortriptilina, porque um paciente idoso não possui sua função hepática intacta, ela já está 
reduzida e é preciso do fígado para transformar a Amtriptilina em Nortriptilina. 
Então existem fármacos que possuem a característica de serem ativos e produzirem após a sua 
biotranformação um metabólito ativo ou inativo. Entretanto, além disso existe medicamentos inativos que 
ao serem biotransformado geram um metabólito ativo e são chamados de pró-droga. 
• Medicamento inativo, produz seu efeito farmacológico e sofre a sua biotransformação e forma um 
metabólito ativo. A Prednisona é um exemplo, porque ao ser biotransformada se torna a 
Prednisolona. Um outro exemplo é a Levodopa, que ao ser biotransformada se torna a Dopamina e é 
muito utilizada no tratamento de Parkinson, porque a fisiopatologia do paciente é ter redução de 
dopamina em uma região específica do SNC e por que não é utilizada a Dopamina diretamente no 
tratamento? Não existe comprimido de Dopamina, porque a Levodopa é um precursor 
dopaminérgico, ou seja, é importante para a síntese de Dopamina e quando a Levodopa chega no 
SNC, será biotransformada porque lá existe uma enzima chamada Dopadescarboxilase, 
transformando Levodopa em Dopamina. 
Existem medicamentos que não necessitam de metabolização, ou seja, é eliminado de forma inalterada pela 
urina. Ou seja, há medicamentos que não necessitam de passar no fígado para ser metabolizado e produzir 
um metabólito ativo ou inativo e vão diretamente para o rim para serem distribuídos por todo o corpo. 
• Medicamento que não sofre biotransformação – Anestésicos inalatórios são na maioria eliminados 
sem sofrer metabolização, são eliminados pelo ar expirado. É importante conhecer quais são os 
medicamentos que não sofrem biotransformação porque no caso de um paciente com insuficiência 
hepática ele não pode utilizar um medicamento que necessite da biotransformação realizada no 
fígado. 
3.1 O que é biotransformação e onde ocorre? 
Biotransformação é um conjunto de reações químicas que ocorrem no organismo com o objetivo de 
transformar o medicamento em metabólitos mais fáceis de serem eliminados. 
Possui 2 objetivos principais que é inativar o medicamento, porque a maioria dos medicamentos são drogas 
ativas e o segundo objetivo é fazer com que esse metabólito se transforme em um metabólito hidrossolúvel 
para ser mais facilmente eliminado pela urina. 
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O principal local de biotransformação dos medicamentos é o fígado, porém o fígado não é o único local. 
Outros locais: rins, pulmões, pele, mucosa intestinal, plasma sanguíneo. 
3.2 Enzimas metabolizadoras 
O fígado é o principal local de biotransformação porque nele existe um conjunto de enzimas armazenados 
nos hepatócitos, responsáveis por metabolizar os medicamentos. O principal conjunto de enzimas é o 
Citocromo P450, cada enzima desse citocromo é responsável por metabolizar um conjunto de medicamentos 
e quando essas enzimas biotransformam são responsáveis na maioria das vezes por inativar alguns 
medicamentos. 
3.3 Reações químicas da biotransformação 
Na biotransformação o medicamento passa por 2 reações químicas: 
1. Reações de Fase I – Reações de oxidação, redução, hidrólise, ciclização e desciclização – o objetivo 
dessa fase é inativar os medicamentos, alterando a estrutura química do medicamento e alterando a 
capacidade de produzir um efeito farmacológico e assim o medicamento perde a afinidade pelo seu 
receptor. 
A enzimas do Citocromo P450 realizam principalmente redução, oxidação e hidrólise, modificando a 
molécula do fármaco, transformando em metabólitos ativos ou inativos. 
As enzimas do Citocromo P450 não fazem reação de Fase II e cada uma das enzimas é responsável por 
metabolizar um conjunto de fármacos. 
A enzima CYP3A4 é a que metaboliza um conjunto maior de medicamentos e essas enzimas que 
metabolizam um conjunto maior de medicamentos precisam de uma certa atenção porque podem estar 
relacionadas com as interações medicamentosas. Por exemplo, um paciente pode estar utilizando 2 ou 
3 medicamentos que são metabolizados pela mesma enzima e se isso acontecer um medicamento será 
mais metabolizado

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