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O Setor Elétrico Brasileiro: desafios principais e perspectivas para o futuro O Brasil é um dos países com maior diversidade na matriz energética, e o país com a matriz mais renovável do mundo industrializado, possuindo mais de 8 tipos de geração de energia: carvão mineral e derivados, hidráulica, gás natural, derivados de cana de açúcar, urânio e derivados, petróleo e derivados, lenha e carvão vegetal e outras renováveis. Ante a forte participação das energias hidráulicas, eólicas, etanol e biomassa na matriz energética, o Brasil é visto como um exemplo para outros países quando se trata de fontes renováveis de energia e, apesar disso, o Plano Decenal de Expansão de Energia, desenvolvido pela Empresa de Pesquisa Energética, prevê um aumento de 2,5% da representação de fontes renováveis na matriz energética brasileira até 2020, chegando a 46,3%. Nessa nova matriz, a hidreletricidade, lenha e carvão vegetal terão uma queda na participação, abrindo espaço para derivados da cana de açúcar, principalmente ao etanol. Quando se trata de matriz elétrica, subconjunto da matriz energética, a qual indica, especificamente, as fontes para geração de energia elétrica, as energias renováveis são responsáveis por 83,3% dela, enquanto no resto do mundo esse indicador é de 24,1%. Na matriz elétrica, a hidreletricidade também tem uma pequena diminuição de representatividade, sendo substituída, principalmente, por energia eólica e biomassa, que terão um crescimento de 1,2% e 0,2%, respectivamente. O Brasil possui uma imensa capacidade de produção de energia eólica, com potencial estimado em 143 GW, segundo o Atlas Eólico Nacional, divulgado em 2001, considerando torres de apenas 50 metros de altura, porém hoje em dia já existem torres maiores, com 100 metros, aumentando esse potencial para 345 GW. Quanto a energia fotovoltaica, o Brasil está em crescente expansão, crescendo de 90 MW para 1000 MW de janeiro a novembro de 2017, o equivalente a 11 vezes, gerando cerca de 20 mil empregos no país. Em 2017, o WEF divulgou um relatório em que cita 4 pontos básicos para integrar as novas tecnologias no setor elétrico: reforma do paradigma regulatório para possibilitar o crescimento da geração distribuída, proliferação de infraestrutura que permita o desenvolvimento de novos modelos de negócio e a construção do futuro sistema energético, empoderamento do consumidor, inserindo-o em um mercado elétrico digital e interativo, e, inclusão de novos modelos de negócio para atividades inovadoras de distribuição e comercialização, capazes de adaptar-se à 4ª Revolução Industrial. Para o presidente da Eletrobras, José da Costa Carvalho Neto, os principais desafios do país, quando se trata de energia elétrica, são as dificuldades na obtenção do licenciamento ambiental, que obriga as empresas a lidarem com agentes ambientais federais, estaduais e municipais, atrasando o processo de construção de usinas. Além disso, ele acredita na integração da rede elétrica da América do Sul, pois os períodos hidrológicos dos países sul-americanos são complementares. Um estudo realizado pela Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) mostra, ao longo de 2016, uma migração recorde de consumidores do mercado cativo para o mercado livre, sendo registradas 4096 novas cargas de consumidores pequenos, sendo que 91% deles consomem até 1 MW. Essa tendência se manteve no primeiro mês de 2017, que recebeu 516 novas cargas, sendo 93% de consumo baixo. Com o aumento da demanda e estagnação da oferta, os preços do mercado livre começaram a aumentar, tornando necessária novas iniciativas de comercialização, mostrando claramente que o atual modelo previne a geração descentralizada.
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