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DN: Direito Natural DP: Direito Positivo • A insuficiência do DP: o homem não se satisfaz apenas com a ordem jurídica institucionalizada; • DP: visto como expressão da vontade do Estado, é um instrumento que tanto pode servir à causa do gênero humano, como pode consagrar os valores negativos que impedem o pleno desenvolvimento da pessoa; • O homem busca: em seu próprio sentimento de justiça e de acordo com a sua visão sobre a ordem natural das coisas encontrar a legitimidade das normas que lhe são impostas; • Jusnaturalismo é a corrente de pensamento que reúne todas as ideias que surgiram, no correr da história, em torno do DN, sob diferentes orientações. • O DN passou por altos e baixos; • Na metade do século XIX, após haver enfrentado uma rigorosa crítica, trazida pelo positivismo, e devido, também, aos excessos de seus próprios adeptos, reacendeu, no espirito dos juristas, o entusiasmo pelo DN, a História da Filosofia do Direito a registra como a de seu renascimento; • Há diversos matizes, correntes distintas: a) Estoicismo helênico – natureza cósmica; b) Pensamento teológico – vontade divina; c) Para outros – se fundamenta na razão. • Denominador comum: a convicção de que, além do Direito escrito, há uma outra ordem, superior àquela e que é expressão do Direito Justo. Ideia do Direito Perfeito: modelo para o legislador; Direito ideal: não no sentido utópico, mas um ideal alcançável. • O último quartel do século XX promoveu o retorno dos jusfilósofos ao antiquíssimo tema; • Livros dos mortos e dialogo de Antígona são obras antigas que já se preocupavam com a questão do DN; 2 CONCEITO: O raciocínio que nos conduz à ideia do DN parte de que todo ser é dotado de uma natureza e de um fim: • A natureza, ou seja, as propriedades que compõem o ser, define o fim a que este tende a realizar; • “... o seu papel na ordem geral das coisas, é indispensável que a sociedade se organize com mecanismos de proteção à natureza humana”. • O adjetivo natural, agregado à palavra direito, indica que a ordem de princípios não é criada pelo homem e que expressa algo espontâneo, revelado pela própria natureza; • Max Weber: “não existe ciência inteiramente isenta de pressupostos e ciência alguma tem condição de provar seu valor a quem lhe rejeite os pressupostos”; • Jacques Leclercq: “sem admitir determinadas evidencias, não é possível viver”; DIREITO NATURAL – 2 NÍVEIS • Ontológico: admitem o DN como ser do Direito, como o legitimo Direito; • Deontológico: representam esse Direito apenas como um conjunto de valores imutáveis e universais, mas identificando com a Ética; • O legislador deve ser, ao mesmo tempo, um observador dos fatos sociais e um analista da natureza humana: • A partir do momento em que o legislador se desvincular da ordem natural, estará criando uma ordem jurídica ilegítima; • O divorcio entre DP e DN gera as chamadas leis injustas, que negam ao homem o que lhe é devido; ORIGEM E VIA COGNOSCITIVA • A origem do DN se localiza no próprio homem, em sua dimensão social; • Conjugação da experiência com a razão; • Verificar o que é peculiar e essencial na natureza humana – que a razão induz os princípios do DN; • Hugo Grócio, considerado o ‘pai do DN’: a) Laicização do DN; b) ‘O DN existiria mesmo que Deus não existisse ou que, existindo, não cuidasse dos assuntos humanos’. • A ordem de raciocínio mais recomendável é a de se partir diretamente da ideia que envolve a natureza humana e o fim a que tende realizar. 3 CARACTERES • Jusnaturalismo atual concebe o DN como conjunto de amplos princípios, a partir dos quais o legislador deverá compor a ordem jurídica; • Princípios mais apontados: a) Vida; b) Liberdade; c) Participação na vida social; d) União para gerar prole; e) Igualdade de oportunidades. • Jurista chileno Eduardo Novoa Monreal: a) Universalidade; b) Perpetuidade; c) Imutabilidade; d) Indispensabilidade; e) Indelebilidade; f) Unidade; g) Obrigatoriedade; h) Necessidade; i) Validez. ESCOLA DO DN • Compreende apenas a fase racionalista, vigente entre os séculos XVI e XVIII, e que teve como corifeus Hugo Grócio, Hobbes, Spinoza, Pufendorf, Wolf, Rousseau e Kant; • Doutrina desenvolvida pela escola, pontos básicos: a) A natureza humana como fundamento do Direito; b) O Estado de natureza como suposto racional para explicar a sociedade; c) O contrato social e os direitos naturais inatos. • Caracteres fundamentais, Luño Peña: a) Racionalista no método; b) Subjetivista no critério; c) Anti-histórica nas exigências; d) Humanitária no conteúdo. • Esta escola deixou-se influenciar, fortemente, pela filosofia racionalista, e pretendeu, more geométrico, formar códigos de DN: a) Imutável, eterno e universal; b) Nos princípios e na prática. • Em suma: natureza humana como a grande fonte do Direito. 4 REVOLUCIONÁRIO OU CONSERVADOR • Os valores essenciais de proteção ao homem formam uma ordem apta a legitimar o DP; • Quando o Estado dispõe de estatutos legais que ferem os direitos do homem, os jusnaturalistas recusam a legitimidade dessa ordem; • DN = Bandeira de Reivindicação; • Colocar o DP em harmonia com DN; • Jusnaturalismo: meio ou instrumento a atacar todas as formas de totalitarismo; • Jacques Leclercq: ‘ os governantes não gostam de ouvir falar de DN, porque este só é invocado para se lhes opor resistência’; • Revolução Francesa: em nome do DN foram condenadas as velhas instituições francesas; • Homo Juridicus: que se identifica com o valor justiça, não se acomoda diante das opressões e desigualdades, combate as distorções sociais, clama pela efetiva proteção à vida e a liberdade; • Falsamente, a ideia de DN pode ser utilizada como instrumento de conservação de uma ordem jurídica injusta e ilegítima por força de manobras de quem detém o poder; • Distinção necessária: não se pode acusar o DN de servir de base aos regimes injustos. Os sofismas é que podem desempenhar esse papel desastroso. Isso é a própria negação do DN; é a postergação dos princípios que orientam a ordem natural das coisas, é o antidireito, é a ilegalidade. CRÍTICA • Dois níveis: a dos que se opõem ao substantivo ‘direito’ e a dos que atacam o adjetivo ‘natural’: a) Substantivo: visa a contestar a concepção de DN ontológico, segundo a qual esta ordem expressa o ser do Direito; b) Adjetivo: é propriamente ao DN deontológico e tem a finalidade de negar qualquer tipo de influência e de importância ao jusnaturalismo, recusando-lhe até mesmo a condição de valor ético; • DN deontológico, principais nomes: a) Perelman; b) Passerin d’Entreves; c) Bertrand de Jouvenal d) Prelot. 5 • Século XIX, o positivismo, de inspiração comtiana, alcançou ampla repercussão no Direito: a) Posição antagônica ao Jusnaturalismo; b) Jusnaturalismo preconizava uma outra ordem jurídica além do Estado. O Positivismo reconhecia como Direito apenas o positivo; • O Positivismo surgiu em uma fase difícil na história do DN, quando o jusnaturalismo se encontrava comprometido pelos excessos da Escola do DN; • Mensagem do positivismo para a ciência: a) Valorização, apenas, dos fatos concretos; b) Realidade observável; Consequente rejeição de todos elementos abstratos. • Em suas diferentes manifestações, o DN é negado pelo positivismo jurídico por considerá-lo ideia metafísica; • Positivismosó admite como válido o método indutivo, que se baseia nos fatos da experiência, recusando valor científico ao método dedutivo, por julgá-lo dogmático; • Escola histórica do Direito X Jusnaturalismo: os pontos de discordância localizam-se nas características de universalidade e imutabilidade; • Historicismo: o direito é um produto da história, vive em permanente transformação; • A moderna concepção jusnaturalista reconhece o DN como conjunto de princípios e não mais um Direito Natural normativo e sistematizador. • O jusnaturalismo se aproxima com o historicismo ao reconhecer que os princípios, em contato com a realidade existencial, se adaptam em conformidade com a variação do tempo e espaço, sem perder a essência; • Direito, linhas dominantes: para o homem realizar seu potencial para o bem. • Eugen Ehrlich: ‘Ambos têm em comum a recusa de aceitar cegamente como Direito tudo aquilo que o Estado lhes apresenta como tal; procuram chegar à essência do Direito por via científica. E ambos localizam a origem do direito fora do Estado: os primeiros na natureza humana, os outros no sentimento de justiça do povo; • Del Vecchio: a) Elementos universais – conteúdo humano b) Elementos históricos – conteúdo nacional. 6 • Miguel Reale: ‘Temos a convicção de que, apesar das incessantes mutações históricas operadas na vida do Direito, há, todavia, um núcleo resistente, uma constante axiológica do Direito, a salvo de transformações políticas, técnicas ou econômicas’; • Stammler, Alemanha: DN de conteúdo variável; • Renard, França: DN de conteúdo progressivo; • Clóvis Beviláquia, Brasil: Chegou a admitir a concepção de Stammler por considerá-la compatível com o empirismo. DIREITOS DO HOMEM E O DIREITO NATURAL • Direitos do Homem é empregada como referência ao conjunto de normas e princípios enunciados sob forma de declarações, por organismos internacionais, dentro do propósito de despertar a consciência dos povos e governantes a necessidade da preservação de valores fundamentais; • Não decorrem de simples convencionalismo: a) Embasamento filosófico sólido e calcado; b) Experiências do homem com o homem; do homem com o Estado. • São conceitos que não se confundem: a) Natural: natureza humana e dela extrai princípios que modelam o DP; b) Homem: Se desprendem do DN, forma menos abstrata dos princípios transformados em normas básicas. • Renard, França: Direitos do homem de conteúdo progressivo; CONCEPÇÃO HUMANISTA DO DIREITO • Extinguir os exageros do jusnaturalismo e do juspositivismo; • Inconcebível o divórcio entre teoria e prática; • Procurar conciliar valores de justiça e segurança; • Essencialidade do jusnaturalismo; • Paz Social: a) Direito; b) Vida; c) Liberdade; d) Igualdade de oportunidade à pessoa humana.
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