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Resenha do filme Moonlight AnaLuisa

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2 de dezembro de 2017 
Ana Luisa Oliveira da Nóbrega Costa 
150005211 
Professora Maria Pia Guerra 
O filme Moonlight: Sob a Luz do Luar trata da história de vida de um 
homem negro e homossexual residente de um subúrbio em Miami, que 
abrange o contexto da identidade afro-americana nos EUA na década 80. 
(Moonlight, 2017) 
A cenas refletem 3 estágios da vida de Chiron, uma criança frágil e retraída 
que era apelidada de “Little”, um adolescente frustrado e que sofria 
bullying no ensino médio e um adulto forte, que demonstra sua vivência e 
jornada até chegar onde ele está. 
É interessante notar que o filme aborda uma temática do debate acerca da 
importância relativa das faculdades inatas de um indivíduo em contraste 
com as suas experiências pessoais. Ou seja, uma ideia daquilo que é inato, 
características com as quais o indivíduo nasce e aquilo que é adquirido, 
características que o indivíduo adquire ao longo de sua vida. 
O filme demonstra, também a ideia do racismo norte-americano no qual 
Pire aborda no texto “É para rir? A atuação do tribunal de justiça do estado 
do rio de janeiro nos casos envolvendo liberdade de expressão e racismo 
nos discursos humorísticos“. Este, possui uma ideia clara do preconceito 
de origem, no qual define os lugares sociais a partir da presença ou 
ausência de gota de sangue negro. Chiron vive em um bairro periférico, 
usualmente frequentado por negros e possui uma vida repleta de 
questões, preconceitos e vivências que um típico homem negro 
americano enfrenta ao longo de sua vida. (Pire, 2015) 
Nesse ínterim, Chiron passa por momentos de autodescoberta e 
identificação da sua identidade homossexual, especialmente em uma das 
cenas mais intensas do filme, no qual o adolescente passa por sua 
primeira experiência sexual em uma praia com o seu amigo. Essa cena 
RESENHA DO FILME MOONLIGHT: SOB A LUZ DO LUAR
RESENHA DO FILME 
MOONLIGHT: SOB A LUZ DO LUAR
retrata a aliança do filme com as causas LGBT e envolve a ideia de 
transferência de confiança e emoção à alguém que abrace a sua 
identidade. 
Quando Chiron é apenas uma criança, ele sofre com o abuso de sua mãe, 
que é usuária de crack e passa a conviver com um homem traficante e uma 
mulher, Juan e Teresa, representando uma certa admiração de como 
Chiron se vê no futuro. É interessante abordar o contraste que o filme 
mostra a respeito das drogas, onde por um lado elas destroem e viciam, o 
que é visto na personagem da mãe, e por outro elas funcionam como fuga 
ou empoderamento, mostrado no Juan e posteriormente no próprio 
Chiron, que se torna traficante de drogas quando adulto. 
A masculinidade negra é outro contexto abordado fortemente pelo filme, 
pois o personagem principal passa por diferentes estágios de sua vida, 
onde durante sua infância e adolescência se demonstra frágil fisicamente 
e emotivo, um menino que adora dançar e imitar o Michael Jackson, e 
quando cresce, para sobreviver nesse mundo repleto de racismo e 
preconceitos, aparece um adulto forte, com uma musculatura que protege 
ele da sua própria vulnerabilidade. (Vieira, 2017) 
Com isso, o filme configura um equilíbrio das representações da 
masculinidade negra, demonstrando a realidade atual vivida em um bairro 
real norte-americano que precisa ter mais voz, a realidade de pessoas que 
precisam de mais representatividade. Isso configura novamente, uma 
analogia ao texto de Pire do preconceito e racismo norte-americano 
representado em lugares físicos, como os bairros periféricos de Miami. 
Chiron começa a sua descoberta da homossexualidade na adolescência, 
quando tem sonhos com seu amigo Kevin, que participa de um ritual de 
trote no dia seguinte da primeira relação sexual deles e bate em Chiron. 
No dia seguinte, na escola, Chiron joga uma cadeira nas costas do garoto 
que mandou Kevin bater nele. Isso demonstra uma intensa mudança no 
comportamento de Chiron daí pra frente porque começa a transformar a 
criança retraída e que não acredita e não sabe quem é, em um homem 
mais seguro de si. 
Quando adulto, Chiron recebe o apelido de “Black“, e tem como trabalho 
traficar drogas em Atlanta. Sua mão está internada na clínica de drogas e 
frequentemente liga para ele visitá-la. No dia seguinte, Black recebe um 
telefonema de Chiron, que pede desculpas pelo que aconteceu em sua 
adolescência e o convida para visitá-lo em Miami. Quando Black vai para 
RESENHA DO FILME MOONLIGHT: SOB A LUZ DO LUAR
Miami visitar Kevin, descobre que este trabalha em um restaurante e 
começa aí, uma das cenas mais românticas do filme. 
Nesse contexto, Kevin prepara um jantar para Black, que bebe um vinho 
com ele e posteriormente vão para a casa de Kevin. Esse romantismo 
representado pela cena é muito importante no entendimento da 
representatividade negra no cinema. No contexto brasileiro, o ideal de 
branqueamento acabou por vincular a figura do negro a características 
negativas, não apenas durante a vigência da escravidão, mas depois de 
sua abolição formal. Assim, a internalização de características pejorativas e 
inferiorizantes exerce um efeito devastador no processo de constituição 
de identidades individuais e coletivas. (Pire, 2015) 
Isso é muito bem representado pelo filme, pois a subjetivação do negro 
em Moonlight é influenciada por uma imagem distorcida de Chiron por si 
mesmo, decorrente da internalização de noções de inferioridade e 
subalternização, pela crença na necessidade de negação de suas 
referencias de pertencimento racial como condição de aceitação social e 
pela assimilação de um ideário que coloca no negro a responsabilidade 
pelas desigualdades raciais. (Moonlight, 2017) 
Assim, o filme retrata de maneira inovadora e real a auto-aceitação da 
identidade negra e homossexual, masculinidade, racismo e preconceitos, 
e uma contraposição entre o inato e o adquirido, frequentemente 
vivenciados por pessoas que precisam de mais representatividade em 
lugares que precisam ser mais ouvidos como os bairros periféricos dos 
EUA. 
 
VIEIRA, Andressa Carvalho. “MOONLIGHT–SOB A LUZ DO LUAR” E A 
PERSPECTIVA ECOLÓGICA DO CRIME NA MODERNIDADE LÍQUIDA: SOMOS 
QUEM PODEMOS SER?. Revista Transgressões, v. 5, n. 1, p. 99-108, 2017. 
MOONLIGHT: Sob a luz do luar. Direção: Barry Jenkins. Produção: Adele Romanski; 
Dede Gardner; Jeremy Kleiner. Distribuição: A24; NOS; Diamond Films. 2017.1 filme 
(111 min). 
PIRE, T. Mulholand, C. “É para rir? A atuação do tribunal de justiça do estado do rio 
de janeiro nos casos envolvendo liberdade de expressão e racismo nos discursos 
humorísticos“. 2015. XXIV Encontro Nacional do CONPEDI - UFD. Direitos 
fundamentais. 
RESENHA DO FILME MOONLIGHT: SOB A LUZ DO LUAR 
REFERÊNCIAS

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