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Engenharia, Origens e Evolução

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XXXV Congresso Brasileiro de Educação em Engenharia – COBENGE 2007 
2P37 - 1 
 
 
ENGENHARIA, ORIGENS E EVOLUÇÃO 
 
 
 
Ana Júlia Ferreira Rocha - juliarocha@mackenzie.com.br 
Gilberto Teixeira da Silva – gteixeira@mackenzie.com.br 
Ana Maria C. Babbini Marmo – marmo@mackenzie.com.br 
Magda Aparecida Salgueiro Duro - magdad@mackenzie.com.br 
Leila Figueiredo de Miranda – engmateriais@mackenzie.com.br 
Yara Maria Botti Mendes de Oliveira – yaraoliveira@mackenzie.com.br 
Universidade Presbiteriana Mackenzie, Departamento de Engenharia de Materiais, Civil e 
Elétrica. Escola de Engenharia - Rua da Consolação, no 896, Consolação - CEP 01302-090 – 
São Paulo – SP 
 
 
 
Resumo: Neste estudo é apresentada sucintamente a história do ensino de engenharia. Esta 
história teve início há milhões de anos, quando nossos ancestrais começaram a elaborar as 
suas primeiras armas e ferramentas, dando início ao desenvolvimento tecnológico. 
Conhecimentos e técnicas se acumularam e foram transmitidas de geração para geração e, 
com o advento da linguagem escrita, tais conhecimentos nas mãos certas, foram sendo 
aperfeiçoados. Sim, como as de Leonardo da Vinci, idealizador de diversos dispositivos muito 
à frente de seu tempo. Porém, se considerarmos a engenharia como um conjunto organizado 
de conhecimentos com base científica aplicado à construção em geral, esta é relativamente 
recente, datada aproximadamente no século XVIII. Já os primeiros engenheiros diplomados 
surgiram na França na École Nationale des Ponts et Chaussés, seguida pela Ècole 
Polytechnique. Em outros países também surgiram outras escolas de engenharia, como em 
Lisboa com a Academia Real de Artilharia, Fortificação e Desenho, nos Estados Unidos com 
a Academia de West Point, na Áustria com o Instituto Politécnico de Viena e no Brasil com a 
Academia Real de Artilharia, Fortificação e Desenho. No Brasil, o ensino de engenharia teve 
origem no ensino militar e só posteriormente aparece, pela primeira vez, a denominação 
Curso de Engenharia Civil. A seguir, no Brasil, foram criadas a Escola Politécnica de São 
Paulo, a Escola de Engenharia de Pernambuco, a Escola de Engenharia Mackenzie em São 
Paulo, e outras. 
 
Palavras-chave: Ensino de engenharia, Engenharia no Brasil. 
 
1 INTRODUÇÃO 
Se procurarmos uma definição de Engenharia, encontraremos: Engenharia é a arte de 
aplicar conhecimentos científicos e empíricos e certas habilitações específicas à criação de 
estruturas, dispositivos e processos que se utilizam para converter recursos naturais em formas 
adequadas ao atendimento das necessidades humanas (FERREIRA, 1986). Dentro deste 
enfoque a Engenharia teve início a partir do instante em que o homem primitivo passou a 
XXXV Congresso Brasileiro de Educação em Engenharia – COBENGE 2007 
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elaborar instrumentos que lhes permitiram suprir suas necessidades imediatas. No passado, 
muitos foram aqueles que se destacaram por projetos brilhantes no ramo da engenharia, como 
Leonardo da Vinci no Codex Atlanticus no qual muitas páginas são dedicadas a moinhos 
d’água, diversos aparelhos hidráulicos, guinchos, escavadeira, roscas de Arquimedes, bombas 
d’água e outros, conforme ilustram as “Figuras 1 e 2”. 
 
 
 
 
Figura 1 - Roda d’Água com Taças – 1503, esboço do Codex Atlanticus (DOESER, 1995). 
 
 
 
Figura 2 - Projeto para Roscas de Arquimedes e Bombas d’Água – 1503 - esboço do Codex 
Atlanticus (DOESER, 1995). 
 
Segundo (TELLES, 1994), no seu livro História da Engenharia no Brasil, “a engenharia 
quando considerada como arte de construir é evidentemente tão antiga quanto o homem, mas, 
quando considerada como um conjunto organizado de conhecimentos com base científica 
aplicado à construção em geral é relativamente recente, podendo-se dizer que data do século 
XVIII”. 
Os primeiros engenheiros diplomados tiveram a sua formação acadêmica promovida pela 
ENPC - École Nationale des Ponts et Chausseés, estabelecimento de ensino que foi fundado 
em Paris, em 1747, por iniciativa de Daniel Trudaine (PARDAL, 1986). É a faculdade de 
engenharia mais antiga do mundo. Considerada por sua formação de engenheiros, ela vem se 
transformando ao longo dos anos em um estabelecimento de ensino superior de alto nível, 
XXXV Congresso Brasileiro de Educação em Engenharia – COBENGE 2007 
2P37 - 3 
 
bem adequada às evoluções do mundo moderno, formando engenheiros dotados de uma 
competência dupla: técnica e gerencial. 
Em 1729, o engenheiro militar francês General Bernard Forrest Belidor publicou o 
primeiro livro que compilou “o que havia até então na ciência do engenheiro” (La Science dês 
Ingéniurs) e também foi pioneiro em fazer um estudo científico das estruturas de arcos e 
muros de arrimo, o que hoje é conhecimento aplicado na engenharia civil. Foi o engenheiro 
inglês John Smeaton, um dos descobridores do cimento Portland (século XVIII), que usou 
pela primeira vez o termo engenheiro civil como caracterização profissional, para distinguir 
dos engenheiros militares (TELLES, 1994). 
Em 1794, Gaspar Monge e Lazare Carnot fundaram a Ècole Polytechnique, que se tornou 
modelo de outras escolas de engenharia. A missão da Ècole Polytechnique consistia em 
oferecer a seus alunos uma formação adequada para desenhar e realizar projetos completos e 
inovadores do mais alto nível, fundamentada a uma sólida cultura multidisciplinar, e 
treinamento com o objetivo de desenvolver atitudes de liderança, visando no futuro à 
ocupação de cargos no âmbito administrativo, científico, tecnológico e pesquisa. Com 
professores renomados como Fourrier, Lagrange, Monge, conforme ilustra a “Figura 3”, 
Poisson, entre outros, o curso tinha a duração de três anos e eram ministradas disciplinas 
básicas de engenharia, para posteriormente os discentes complementarem seus conhecimentos 
em outras escolas especializadas: Ècole de Mines, Ponts et Chausseés, entre outras. 
 
 
 
 
Figura 3 - Gaspard Monge 
Fonte: www.polytechnique.edu (2005) 
 
 
 
 
 
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A “Figura 4” vem ilustrar a importância da estrutura física do Laboratório de Pesquisa da 
Ecole Polytechnique. 
 
 
 
Figura 4 - O 1o Laboratório de Pesquisa da Ecole Polytechnique, 
fundado por L. Leprince-Ringuet 
Fonte: www.polytechnique.edu (2005) 
 
 
É importante verificar que, “a separação na estruturação curricular, entre as diversas 
ciências que participam na formação do engenheiro, colocando-se primeiramente (em bloco) 
as básicas, depois as fundamentais de engenharia e, por fim, as aplicadas de engenharia, 
remonta já às primeiras escolas” (Bringuenti, 1993). 
Segundo (Telles, 1994), conforme a “Tabela 1”, de 1790 a 1821, foram criados os 
primeiros cursos regulares de engenharia, após a École Nationale des Ponts et Chausseés. 
 
Tabela 1 - Primeiros cursos regulares de engenharia, após a École Nationale des Ponts et 
Chausseés e em outros países (TELLES, 1994). 
1790 Lisboa/Portugal Academia Real de Artilharia, Fortificação e 
Desenho 
1792 Brasil Real Academia de Artilharia, Fortificação e 
Desenho 
1802 West Point/Estados 
Unidos 
Academia de West Point 
1803 Espanha (sem informação de nome e local) 
1815 Viena/Áustria Instituto Politécnico de Viena 
1821 Berlim/Alemanha (sem informação de nome e local) 
 
 
2 O PRIMEIRO CURSO DE ENGENHARIA DO BRASIL 
 
Foi criada por carta régia de 1699, com enfoque para o ensino militar a Aula de 
Fortificação, que promovia conhecimentos de engenharia e, posteriormente (1738), conhecida 
como Aula do terço de Artilharia. Não era um ensino regulamentado com programa de 
ensino, sabendo-se apenas que tinha a duração de cinco anos, conforme Pardal, 1966. 
Em 17 de dezembro de 1792, a Real Academia de Artilharia, Fortificação e Desenho, nacidade do Rio de Janeiro foi pioneira em ter o curso formal de engenharia no Brasil, segundo 
XXXV Congresso Brasileiro de Educação em Engenharia – COBENGE 2007 
2P37 - 5 
 
registros de (PARDAL, 1986) e (TELLES, 1994). Numa época em que poucos países, além 
da França, possuíam escolas para a formação regular de engenheiros, a criação da Real 
Academia de Artilharia, Fortificação e Desenho repercutiu muito e veio suceder a antiga Aula 
de Fortificação do Rio de Janeiro que tinha como característica o enfoque para o ensino 
militar, tendo já o caráter de um verdadeiro instituto de ensino superior, com organização 
comparável aos demais de sua época. 
Esta Academia foi também precursora em linha direta e contínua, da Escola de 
Engenharia da Universidade Federal do Rio de Janeiro, preparando oficiais para o exército. 
Conforme (TELLES, 1994), “Os oficiais de infantaria e de cavalaria faziam apenas os três 
primeiros anos, os de artilharia os cinco primeiros, e os de engenharia o curso completo. O 
sexto ano era dedicado exclusivamente à engenharia civil”. 
Da Casa do Trem (atualmente parte do Museu Histórico Nacional), a Academia Real 
Militar, criada pela lei de 04 de dezembro de 1810, foi a próxima escola com ensino 
regulamentado. O ensino nessa Escola abrangia um curso teórico de Ciências Matemáticas, 
Físicas e Naturais, um curso de Engenharia e Ciências Militares, e um curso de Engenharia 
Civil voltado para as técnicas de construção de estradas, pontes, canais e edifícios, ministrado 
aos não-militares, ou seja, aos civis que freqüentavam as aulas. A Academia Real Militar teve 
sua sede transferida, em 1812, para o Largo de São Francisco de Paula, ocupando o primeiro 
prédio construído no Brasil para abrigar uma escola hoje dita superior. A Escola situada no 
Largo de São Francisco é considerada o Berço da Engenharia Brasileira, funcionando ali até 
1966. Atualmente, o prédio está ocupado pelo Instituto de Filosofia e Ciências Sociais da 
UFRJ. O curso de engenharia da Academia Militar, “Figura 5”, tinha duração de 7 anos. A 
Academia posteriormente recebeu às denominações de Escola Militar e, em 1858, de Escola 
Central. 
 
 
 
 Figura 5 - A Academia Militar foi transformada em Escola Central, 
permitindo o estudo de civis e militares (1860). 
Fonte: www.poli.ufrj.br (2005) 
 
 
Com a transferência do Ministério do Exército para o Ministério do Império em 1874, a 
Escola Central passou a ser denominada Escola Politécnica. A Escola Central promovia 
formação de bacharéis em ciências e, engenheiros civis e também foram criadas outras 
especialidades de engenharia. Seus programas de ensino se tornaram modelo para todas as 
escolas de engenharia brasileiras até o inicio do século XX e devido a sua fama educacional, 
muitas são denominadas, ainda hoje de Escola Politécnica, nome que agora nossa escola 
retoma. 
XXXV Congresso Brasileiro de Educação em Engenharia – COBENGE 2007 
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Personagens ilustres da história brasileira tiveram a sua formação acadêmica em classes e 
salas da Escola Politécnica da UFRJ. Alguns deles tiveram uma projeção tão grande na vida 
nacional que até hoje são homenageados pela sociedade brasileira com os seus nomes em 
ruas, túneis, avenidas, monumentos. 
Logo abaixo a “Tabela 2” ilustra a Evolução Histórica das Escolas de Engenharia do 
Brasil. 
 
Tabela 2 - Evolução Histórica das Escolas de Engenharia do Brasil. 
Fonte: Revista de Ensino de Engenharia (v 10, n 3, nov/1983) com correções baseadas em 
(PARDAL, 1986 e 1996) e (TELLES, 1994). 
 
 1792 
 
Real Academia de Artilharia 
Fortificação e Desenho 
 
1810 
 Academia Real Militar 
 
1822 
 Academia Imperial Militar 
 
1832* 
 Academia Militar e de Marinha 
 
1833 
 Academia Militar da Corte (
1) 
 
1839 
 Escola Militar da Corte 
 1855
1858 
Escola Militar e de 
Aplicação do Exército 
 Escola Central (
2) 
 
 
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Ex
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ci
to
 
1874 
 Escola Politécnica 
 
1896 
 
Escola Politécnica do Rio de Janeiro 
1928
 
Escola de Engenharia 
Militar 
 
1937 1933
 
Escola Nacional de Engenharia Escola Técnica do Exército 
 
 1959In
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1965 
Escola de Engenharia da Universidade 
Federal do Rio de Janeiro 
Instituto Militar de 
Engenharia (IME) 
 
 
 
XXXV Congresso Brasileiro de Educação em Engenharia – COBENGE 2007 
2P37 - 7 
 
 (1) Resultado da fusão da Academia Militar e de Guardas-Marinha que voltaram a separar-se 
em 1833. (2) Aparece pela primeira vez a denominação Curso de Engenharia Civil. 
Como se pode observar na obra dos autores consultados, pode se verificar que o ensino 
de engenharia teve origem no ensino militar com conhecimentos pertinentes à formação 
militar e aprendizado de técnicas próprias à construção com finalidades militares, como 
pontes, fortificações, calçamento, calçadas, entre outros, mas que também se usava na 
construção civil. 
A partir de 1874, começou a ser empregado no Brasil, a denominação engenharia civil 
com a desvinculação da Escola Central do Ministério da Guerra, passando a ser a Escola 
Politécnica. Conforme bibliografia consultada, o ensino de engenharia não militar, no Brasil, 
também se iniciou pela engenharia hoje conhecida como engenharia civil. 
Em 1835, foi fundado na Província de São Paulo, o Gabinete Topográfico. Este 
estabelecimento foi avaliado como o segundo em ensino de estabelecimento no Brasil e 
funcionou até 1838, reabriu em 1840 e fechou outra vez em 1850. 
O modelo para a maioria das escolas de engenharia do Brasil têm sido a Escola de 
Engenharia da UFRJ, logo, ao pesquisar a evolução do ensino de engenharia no país, quanto a 
estruturação, formação, métodos e recursos didáticos, teremos que colocar em destaque esta 
Escola que sempre serviu de referência para as outras. 
 
3 ESCOLAS DE ENGENHARIA NO BRASIL DEPOIS DA UFRJ 
 
Foi o imperador D. Pedro II quem, com a sua vasta erudição e interessado pela riqueza do 
solo brasileiro que em 1874, contratou, por indicação do cientista francês Auguste Daubrée, o 
seu discípulo, o engenheiro Claude-Henri Gorceix (1842-1919), que, na ocasião, estava na 
Grécia, realizando uma série de pesquisas geológicas. Gorceix retornou, não só aceitando o 
convite como, também, prontificando-se a ministrar o ensino da mineralogia e da geologia. E, 
então, em 1876, criava-se a Escola de Minas de Ouro Preto. 
Ainda no século XIX, foram fundadas mais 5 escolas de engenharia e entre 1910 e 1914, 
tivemos o registro de mais cinco. Até então 12 escolas de engenharias, sendo que quatro 4 
estavam em Minas Gerais. 
Os Cursos de engenharia no Brasil até o meados do século XX tiveram o seu início a 
partir de1893. A seguir são apresentados em ordem cronológica e organizados pelos autores, 
baseados em (OLIVEIRA, 2000), as seguintes fundações: 
 
• 1893 - Fundação da Escola Politécnica de São Paulo, denominada hoje USP com os 
seguintes cursos iniciais em Civil e Industrial (período – 2 anos), Agronômico e 
Mecânica (período – 3 anos) e Agrimensor (período – 2 anos); 
• 1895 – Fundação da Escola de Engenharia de Pernambuco, denominada hoje UFPE 
com os seguintes cursos iniciais em Agrimensor (período – 2 anos) e Civil (período – 
5 anos); 
• 1896 – Fundação da Escola de Engenharia Mackenzie, denominada hoje UPM com o 
curso inicial em Civil (período – 5 anos); 
• 1896 – Fundação da Escola de Engenharia de Porto Alegre, denominada hoje UFRG 
com o curso inicial em Civil;XXXV Congresso Brasileiro de Educação em Engenharia – COBENGE 2007 
2P37 - 8 
 
• 1897 - Fundação da Escola Politécnica da Bahia, denominada hoje UFBA com os 
seguintes cursos iniciais em Geógrafo (período – 4 anos) e Civil (período – 5 anos); 
• 1911 - Fundação da Escola Livre de Engenharia, denominada hoje UFMG com os 
seguintes cursos iniciais em Civil (período – 5 anos); 
• 1912 - Fundação da Faculdade de Engenharia do Paraná, denominada hoje UFPR 
com o curso inicial em Civil; 
• 1912 - Fundação da Escola Politécnica de Pernambuco, denominada hoje UFPE com 
os seguintes cursos iniciais em Civil e Química Industrial; 
• 1913 - Fundação do Instituto Eletrotécnico de Itajubá, denominado hoje EFEI com os 
seguintes cursos iniciais em Mecânica e Elétrica (período – 3 anos); 
• 1914 - Fundação da Escola de Engenharia de Juiz de Fora, denominada hoje UFJF 
com o curso inicial em Civil Eletrotécnico (período – 4 anos). 
A Primeira Escola de Engenharia particular do Brasil foi fundada em 1896, na cidade de 
São Paulo, apresentada pela “Figura 6”. 
 
Figura 6 – Escola de Engenharia da Universidade Presbiteriana Mackenzie, 
denominada hoje EE-UPM. 
Fonte: Centro Histórico da UPM 
 
Atualmente, verifica-se um número assustador de escolas de engenharia no Brasil. 
Muitas das quais, sem condições de oferecer cursos de qualidade, por não apresentar corpo 
doscente devidamente preparado e desprovidas de recursos tais como: laboratórios, oficinas, 
espaço físico, entre outros. 
 
 
XXXV Congresso Brasileiro de Educação em Engenharia – COBENGE 2007 
2P37 - 9 
 
4 OS ENFOQUES PEDAGÓGICOS NOS CURSOS DE ENGENHARIA 
 
Com fundamentação nos principais fontes consultadas, publicações dos professores 
(PARDAL, 1986 e 1996) e (TELLES, 1994), verifica-se a consideração dispensada aos 
métodos e técnicas de ensino/aprendizagem nesses cursos de engenharia. Ë na “Carta de Lei” 
de 4 de dezembro de 1810, que criou a Academia Militar (considerada como a 1a escola de 
engenharia do Brasil, até bem pouco tempo atrás), que apresenta de forma estruturada a 
organização de um curso de engenharia no Brasil. Alguns itens da estrutura deste curso 
podem ser denominados pedagógicos. 
Os termos ensinar, explicar e dar (o conteúdo), usados no cotidiano pedagógico, o 
destaque das disciplinas básicas e das aulas práticas e, ainda, a recomendação de que os 
professores deveriam escrever seus próprios compêndios (livros), são práticas muitas vezes 
usadas no ensino de hoje. Essas diretrizes contidas na “Carta de Lei” fundamentavam-se no 
que regia a Escola Politécnica de Paris. 
Algumas expressões de elogios eram comuns ao referir-se aos tópicos de disciplinas e aos 
seus autores de referência. Como exemplo, cita-se a recomendação de exercícios e aplicações 
para alunos em relação a Trigonometria: “de que lhe mostrará suas vastas aplicações, 
trabalhando muito em exercitá-los nos diversos problemas e procurando desenvolver aquele 
espírito de invenção, que nas ciências matemáticas conduz à maiores descobertas”. 
A “Carta de Lei”, estruturada em uma série de Capítulos ou Títulos, continha ainda 
outros aspectos pedagógicos, tanto em relação aos deveres e direitos dos alunos como às 
atribuições de seus mestres: 
 
• dos exercícios diários e semanais; 
• da obrigatoriedade dos alunos se dedicarem aos estudos 
• da forma dos exames no final do ano letivo; 
• das aulas predominantemente “expositivas”; 
• da responsabilidade dos estudantes em saber “reproduzir” o que o professor ensinava; 
• da importância das aulas práticas. 
 
Ressalta-se que as recomendações citadas guardam muita semelhança com o praticado no 
ensino de engenharia da atualidade. 
Vale salientar um trecho do Título VIII da “Carta de Lei” que explica como ocorriam os 
exames: 
 “A forma de exame será também diferente e se fará sobre todo o compêndio que se 
explicará, escolhendo cada examinador o ponto que quiser e dando o livro ao candidato, 
para que leia ali e depois explique fechando o livro; pois que assim é que se pode ficar 
no conhecimento que o estudante sabe todo seu compêndio e está no caso de se servir 
dele em qualquer circunstância, que lhe seja necessário”. 
Este formato de exame, vigorou em muitas escolas até a década de 60. Cobrança esta que 
foi utilizada como inspiração para as atuais “provas”, baseadas nas “apostilas” e “listas de 
exercícios” que o professor passa para os estudantes. 
Segundo (TELLES, 1994), o enfoque pedagógico do ensino superior no Brasil, durante 
décadas, “enfocava a memória, paralisando o desenvolvimento da inteligência; ensinava o 
aluno a discorrer com acerto, mas não lhe ensinava a pensar e refletir”. Severas críticas sobre 
a existência de poucas aulas práticas e sobre o fato de o curso de engenharia ser pouco prático 
atravessaram os séculos e chegaram aos dias atuais. 
Como se pode observar não se registra uma grande revolução nos métodos e técnicas de 
ensino/aprendizagem na engenharia. Os avanços tecnológicos permitem o uso de ferramentas 
XXXV Congresso Brasileiro de Educação em Engenharia – COBENGE 2007 
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modernas, melhorando a qualidade de ensino. Porém, será que tais recursos não vêm sendo 
utilizados aplicando-se metodologias antigas? 
O ensino de engenharia tem sido objeto de discussões e reformulações numa escala sem 
precedentes. As razões de tal atenção são múltiplas e variadas, devendo-se destacar, no 
entanto, o impacto que um conhecimento tecnológico atual e dinâmico, que deve ser o objeto 
central do ensino de engenharia, pode exercer sobre a competitividade de empresas 
(ANDRADE, 1997). 
Uma mudança está ocorrendo, no sentido de que a didática e a pedagogia vêm ocupando 
o seu devido espaço na bagagem de conhecimento e de formação do professor de engenharia. 
Ao professor de engenharia não basta mais dominar o conhecimento científico e técnico dos 
conteúdos e os meios disponíveis para ministrar esse conteúdo. É necessário que o docente 
conheça e aplique métodos e técnicas de ensino/aprendizagem consistentes, que possam 
contribuir para a formação de profissionais em condições de atualizar-se e atender às 
demandas da sociedade (OLIVEIRA, 2000). 
 
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 
Para que possamos avaliar a evolução ou o retrocesso do ensino de engenharia se faz 
necessário uma retrospectiva dos objetivos que nortearam a fundação das escolas de 
engenharia no Brasil e no mundo, no que tange ao conjunto organizado de conhecimentos 
com base científica aplicado à construção em geral. 
 Atualmente, verifica-se uma tendência ao tecnicismo pragmático que reduz tudo ao 
conjunto de técnicas e regras sem o conveniente embasamento científico ocasionado pelo 
despreparo didático-pedagógico envolvidos no processo ensino-aprendizagem. Assim, alguns 
professores são formados na graduação e pós-graduação, como copiadores de conteúdos, sem 
que haja uma preocupação em se formar educadores com didática apropriada. Dessa maneira, 
a preocupação é quantitativa, de maneira que o conteúdo seja transmitido em sua totalidade, 
porém sem a preocupação de que ele seja assimilado e compreendido, paralisando o 
desenvolvimento da inteligência, oferecendo ao aprendiz a discorrer com acerto, mas não lhe 
ensinando a pensar e refletir. 
 
 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
 
ABOUT EP - Uma história breve do Ecole Polytechnique. Disponível em: 
<www.polytechnique.edu> Acesso em 5 maio 2005. 
 
ANDRADE, E. de P; BRITO, G. S. X.; OLIVEIRA, M. L. A. Aspectos cognitivos do ensino 
de engenharia face às exigências da competitividade e da inovação tecnológica. In: XVII 
ENCONTRO DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO. Gramado. Anais do Congresso, 1997. 
Gramado: RS, 1997. 
 
BRINGUENTI, I. O ensino de engenharia na escola politécnica da USP: fundamentos 
para o ensino de engenharia. São Paulo EPUSP, 1993. 
 
DOESER, L. Vida e obra deLeonardo Da Vinci. Rio de Janeiro: Ediouro, 1995. 
 
FERREIRA, A. B. H. Novo dicionário da língua portuguesa. Rio de Janeiro: Nova 
Fronteira, 1986. 
 
XXXV Congresso Brasileiro de Educação em Engenharia – COBENGE 2007 
2P37 - 11 
 
NAVEIRO, R. M.; OLIVEIRA, V. F. O projeto de engenharia, arquitetura e desenho 
industrial. Juiz de Fora: Ed. UFJF, 2001. 
 
OLIVEIRA, V. F.. Uma proposta para melhoria do processo de ensino/aprendizagem nos 
cursos de engenharia. Rio de Janeiro, 2000. Tese (Doutorado) - COPPE/Universidade 
Federal do Rio de Janeiro, Brasil. 
 
OLIVEIRA, V. F. Teoria, prática e contexto. In: VI ENCONTRO DE EDUCAÇÃO EM 
ENGENHARIA. Itaipava. Anais do Congresso. Itaipava: RS, 2000. 
 
 O Berço da Engenharia Brasileira. PARDAL, P & LEIZER, L. Revista de Ensino de 
Engenharia, n. 16, dezembro, p. 37-40, 1996. 
 
PARDAL, P. 140 anos de doutorado e 75 de livre docência no ensino de engenharia no 
Brasil. Rio de Janeiro: Ed. UFRJ, 1986. 
 
TELLES, P. C. S., História da engenharia no Brasil: século XX. Rio de Janeiro: Clavero, 
1994. 
 
TELLES, P. C. S, História da engenharia no Brasil: séculos XVI a XIX. Rio de Janeiro: 
Clavero, 1994. 
 
VINCENTI, W. G., What engineers know and how they know it. Baltimore/London: Johns 
Hopkins University Press, 1993. 
 
 
ENGINEERING, ORIGINS AND EVOLUTION 
 
Abstract: In this study the history of the engineering education is presented succinctly. This 
history had begun millions of years, when our ancestral ones had started to elaborate the first 
weapons and tools, starting the technological development. Knowledge and techniques had 
accumulated and had been transmitted from generation to generation and, with the advent of 
the written language, such knowledge in the certain hands, they had been being perfected. 
Yes, in the certain hands, as Leonardo da Vinci´s, idealizer of a sort of devices ahead of his 
time. However to consider engineering as an organized set of knowledge with applied 
scientific base to the construction in general, this is relatively recent, dated approximately in 
Century XVIII. The first certified engineers had appeared in France in the École Nationale 
DES Ponts et Chaussés, followed by the Ècole Polytechnique. In other countries other schools 
of engineering had also appeared, as in Lisbon with the Academia Real de Artilharia, 
Fortificação e Desenho, in the United States with the Academy of West Point, in Austria with 
the Polytechnical Institute of Vienna and in Brazil with the Real Academia de Artilharia, 
Fortificação e Desenho. In Brazil, the engineering education had origin in military education 
and later it only appears, for the first time, the denomination Course of Civil Engineering. 
Then, in Brazil, it had been created the Polytechnical School of São Paulo, the School of 
Engineering of Pernambuco, the School of Engineering Mackenzie in São Paulo, and others. 
 
Key-words: Education of Engineering, Engineering in Brazil.

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