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2166 2014

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO	TC 011.468/2014-9
5
GRUPO II – CLASSE VII – Plenário
TC-011.468/2014-9 
Natureza: Representação
Unidade: Conselho Regional de Biomedicina 3ª Região (CRBM-3ª Região)
Interessado: Allbrax Consultoria e Soluções em Informática Ltda. (CNPJ 05.566.010/0001-02)
Advogado constituído nos autos: Cláudia Paiva Bernardes (OAB/GO 22.193) e outros
SUMÁRIO: REPRESENTAÇÃO. CONHECIMENTO. PEDIDO DE MEDIDA CAUTELAR. INDEFERIMENTO. ANÁLISE DE MÉRITO. PROCEDÊNCIA PARCIAL. DETERMINAÇÕES.
RELATÓRIO 
	Adoto, como relatório, a instrução elaborada no âmbito da Secex/GO (peça 16), aprovada pelos dirigentes daquela unidade técnica.
“INTRODUÇÃO
1. Cuidam os autos de representação, com pedido de medida liminar, a respeito de possíveis irregularidades ocorridas no Conselho Regional de Biomedicina 3ª Região, relacionadas ao edital do Pregão Eletrônico n. 1/2014-SRP, apresentada pela empresa Allbrax Consultoria e Soluções em Informática Ltda., com base no art. 113, § 1º da Lei 8.666/93.
2. A presente instrução analisará as respostas da oitiva prévia e diligência efetuadas pela Secex/GO.
HISTÓRICO 
3. A instrução inicial (peça 5) realizou o exame de admissibilidade, concluindo pela apuração da presente representação por preencher os requisitos legais de admissibilidade. Quanto ao exame técnico, propôs oitiva prévia e diligência ao Conselho Regional de Biomedicina 3ª Região de Goiás, tendo em vista a existência de impugnação ao edital impetrado pela representante e a suspensão do certame pelo próprio CRBm3ª (peça 4). 
4. Após a manifestação da unidade técnica (peças 6 e 7), o Ministro Relator anuiu com a proposta apresentada, ante a ausência do periculum in mora, entendendo que o fumus boni iuris deveria ser aquilatado a partir das respostas à oitiva e à diligência (peça 8).
EXAME TÉCNICO
5. Em resposta à oitiva e à diligência promovida por esta Secretaria, por meio dos Ofícios n. 592/2014 e 593/2014 (peças 9 e 10), datados de 5/6/2014, o Conselho Regional de Biomedicina da 3ª Região – CRBm3ª, apresentou, tempestivamente, as informações e/ou esclarecimentos constantes das peças 13 e 14.
6. Teor da oitiva (peça 9): Manifestação sobre os fatos apontados na referida representação, especialmente quanto às seguintes ocorrências relativas ao edital do Pregão Eletrônico 1/2014-SRP: a) ausência de valor global/estimado da contratação; b) ilegalidade da exigência de apresentação de certidão negativa de débito (CND) como único meio para comprovação de regularidade junto à Fazenda Federal e INSS; c) restrição à ampla participação do certame devido à exigência de certidão negativa de débito trabalhista; d) ilegalidade na assinatura do instrumento convocatório pelo pregoeiro; e) ausência de parcelamento do objeto licitado; f) impossibilidade de comprovação da capacidade econômico-financeira das licitantes ante a ausência da exigência de balanço patrimonial e consequente ausência de índices contábeis; g) ausência de indicação do momento para a demonstração do sistema ofertado à administração pública; e h) itens subjetivos nos critérios de julgamento.
7. Manifestação apresentada (peça 13): A autarquia informou sobre o acatamento parcial da impugnação apresentada pela empresa Allbrax Consultoria e Soluções em Informática Ltda., assim, o edital está sendo reformulado e será publicado com as correções dentro de no máximo 60 dias.
8. Afirmou que serão feitas as seguintes correções: acréscimo do valor global estimado; inclusão das certidões positivas com efeitos de negativa; exigência da certidão positiva de débitos trabalhistas com efeito negativo; exigência de balanço patrimonial e demonstrações contábeis do último exercício social; e exigência de amostras e demonstração do sistema (serviço) após a etapa da disputa.
9. Teor da diligência (peça 10): envio de cópia do processo licitatório do Pregão Eletrônico n. 1/2014-SRP, contendo a análise da impugnação efetuada pela empresa Allbrax Consultoria e Soluções em Informática Ltda., bem como informação sobre a data prevista para a continuidade do certame. 
10. Resposta à diligência (peça 14): O CRBm3ª apresentou as mesmas informações contidas na manifestação da oitiva, além do encaminhamento da cópia do procedimento licitatório Pregão Eletrônico n. 1/2014-SRP, contendo a impugnação ao edital e sua respectiva análise pelo pregoeiro.
11. Análise quanto à adoção ou não de medida cautelar. A representante, em suas alegações iniciais (peça 1, p. 1), solicitou o julgamento da presente representação em caráter de urgência, adotando as medidas liminares cabíveis, face as irregularidades e ilegalidades relatadas.
12. Consoante o art. 276 do Regimento Interno/TCU, o Relator poderá, em caso de urgência, de fundado receio de grave lesão ao Erário, ao interesse público, ou de risco de ineficácia da decisão de mérito, de ofício ou mediante provocação, adotar medida cautelar, determinando a suspensão do procedimento impugnado, até que o Tribunal julgue o mérito da questão. Tal providência deverá ser adotada quando presentes os pressupostos do fumus boni iuris e do periculum in mora. 
13. Analisando as informações prestadas pelo CRBm3ª, verifica-se que não há, nos autos, o pressuposto do periculum in mora, apenas o do fumus boni iuris, conforme já mencionado na instrução anterior. A perda do periculum in mora ocorreu com a suspensão do referido pregão determinado pelo próprio CRBm3ª (peça 4). 
14. Dessa forma, conclui-se que a suspensão do Pregão Eletrônico n. 1/2014-SRP, declarada de ofício pelo CRBm3ª, alcançou os mesmos efeitos que a adoção de medida cautelar cabível para o caso em tela, ou seja, evitar o risco de ineficácia da decisão de mérito no âmbito desta Corte de Contas, resguardando o interesse público do certame. Reforça-se que tal entendimento fora acolhido pelo Ministro Relator em seu despacho à peça 8, no parágrafo 5. Assim, propõe-se o indeferimento do pedido da medida cautelar.
15. Análise de mérito. Nos termos do art. 276, §6 º do Regimento Interno, a unidade técnica poderá formular imediatamente a proposta de mérito, após recebimento das eventuais manifestações da parte quanto às oitivas, se o estado do processo permitir. Diante das respostas apresentadas, nota-se que os autos contêm todos os elementos para análise de mérito conforme exposto a seguir.
16. A representante alegara os seguintes vícios no edital do Pregão Eletrônico n. 1/2014-SRP, tanto na impugnação ao edital apresentada perante o CRBm3ª quanto na representação ao TCU:
a) ausência de valor global/estimado da contratação; 
b) ilegalidade da exigência de apresentação de certidão negativa de débito (CND) como único meio para comprovação de regularidade junto à Fazenda Federal e INSS;
c) restrição à ampla participação do certame devido à exigência de certidão negativa de débito trabalhista; 
d) ilegalidade na assinatura do instrumento convocatório pelo pregoeiro; 
e) ausência de parcelamento do objeto licitado; 
f) impossibilidade de comprovação da capacidade econômico-financeira das licitantes ante a ausência da exigência de balanço patrimonial e consequente ausência de índices contábeis; 
g) ausência de indicação do momento para a demonstração do sistema ofertado à administração pública; 
h) itens subjetivos nos critérios de julgamento.
17. O CRBm3ª julgara a referida impugnação parcialmente procedente, de acordo com a análise contida nas páginas 235-244 da peça 14, decisão essa que ensejará a readequação dos termos do instrumento convocatório, no prazo de 60 dias, e não a anulação do certame, de acordo com a resposta do CRBm3ª à oitiva (peça 13).
18. Observa-se que, apesar de a impugnação ter sido julgada parcialmente procedente, não há, na análise do CRBm3ª, quais foram as constatações acolhidas e as justificativas para tal decisão. Entretanto com a resposta da oitiva (peça 13), na qual constam as correções que serão realizadas no edital, é que se verificam quais os itens acatados na impugnação ao edital proposta pela representante (itens ‘a’, ‘b’, ‘c’, ‘f’, e ‘g’ doparágrafo 16 desta instrução).
19. Analisando a fundamentação exposta pela representante para os itens acatados pelo CRBm3ª, verificam-se que os mesmos afrontam os dispositivos da Lei 8.666/93 (art. 40, § 2º, II; art. 31, I) e da Lei 12.440/2011, os princípios legais e constitucionais (transparência, igualdade, ampla competitividade e legalidade) e o entendimento do TCU (AC 1848/2003-P). 
20. Desse modo, a decisão do CRBm3ª em readequar o edital do Pregão Eletrônico 1/2014-SRP, no prazo máximo de 60 dias, foi correta, devendo o TCU, visando garantir seu cumprimento, assinar prazo para que a referida unidade jurisdicionada implemente tais correções no instrumento convocatório.
21. Quanto aos itens não acatados pelo CRBm3ª, cita-se que restaram os seguintes itens: a ilegalidade na assinatura do instrumento convocatório pelo pregoeiro; a ausência de parcelamento do objeto licitado; e os itens subjetivos nos critérios de julgamento.
22. Quanto à primeira constatação, a representante alegou que a assinatura do edital pelo pregoeiro extrapolara sua função legal, transgredindo o princípio da Legalidade, previsto no art. 3º, caput, da Lei n. 8.666/93. Assim, pediu a anulação do edital.
23. Ao consultar os dispositivos legais referentes ao pregão, observou-se que não há vedação para assinatura do edital pelo pregoeiro. Entretanto, o art. 3º, inciso IV, da Lei 10.520/2002 assevera que a designação do pregoeiro pela autoridade competente deverá recair dentre servidores do órgão licitante. Assim, considerando a informação de que o pregoeiro do CRBm3ª é terceirizado (peça 5), propõe-se determinação para que a autoridade competente do CRBm3ª designe pregoeiro dentre os servidores do referido órgão.
24. No tocante à necessidade de parcelamento do objeto, a representante afirmou que, tendo em vista o objeto do edital, a única obrigação da licitante contratada será a disponibilização do sistema e consequente adequação no CRBm3ª da coleta de dados biográficos, biométricos e profissionais, parametrizando de acordo com as exigências da Administração. 
25. A representante ressaltou, assim, que há aglutinação de objetos (sistema e trabalhos gráficos), sendo que os órgãos internos envolvidos não teriam necessariamente uma ligação direta quanto à área de atuação. Concluiu dizendo que o parcelamento do objeto da licitação trará maior competitividade ao certame, reduzindo os preços e trazendo uma melhor prestação de serviço. Assim, requereu o parcelamento ou a anulação do certame.
26. Apesar da argumentação da representante, não se verifica a necessidade de parcelamento do objeto do Pregão Eletrônico n. 1/2014-SRP, isso porque o valor total estimado da contratação é de R$ 154.500,00 (peça 14, p. 22), caso parcelasse a arte de gráfica do leiaute do cartão de identidade profissional, o valor provavelmente seria maior do que o custo desse serviço embutido no escopo da contratação pretendida, e também poderia correr o risco de não compatibilizar a matriz de cores no momento de impressão do cartão, pois pelos orçamentos existe um número máximo de cores utilizado na impressão (peça 14, p. 13). Desse modo, conclui-se que o parcelamento não é viável para a contratação em tela.
27. Com relação à última constatação, a representante alegou que o item 5.1 do edital não descreve as características para a coleta dos dados biométricos tampouco como será a sua validação, assim há possibilidade de falsificação da carteira de identidade profissional. Afirmou que a exigência de digitalização do formulário impresso e da foto do profissional é redundante já que poderia ser realizado de forma eletrônica por uma máquina digital ou webcam HD para coleta de foto e um Pad Eletrônico para coleta da assinatura, assim, os dados ficariam disponíveis instantaneamente para impressão da carteira, proporcionando maior agilidade ao processo e reduzindo os custos da operação, ao evitar o uso desnecessário de papel (alinhando às políticas ambientais).
28. Continuou contestando a exigência do item 6 do edital quanto ao desenvolvimento do leiaute do Cartão com softwares que façam distorções de linha através de algoritmo matemático, para criação de guilhoches. Entendeu que a forma como isso será feito é responsabilidade da Contratada, senão os tais algoritmos deveriam ser descritos em detalhes. Então afirmou que esses itens do edital não são claros e objetivos, prejudicando o julgamento das propostas, assim requereu a correção do referido item.
29. Entende-se que a exigência impugnada pela representante, ao contrário do exposto, foi caracterizada objetivamente, e que cabe à contratante a escolha do processo de captura dos dados biométricos, pois serão os funcionários do CRBm3ª que irão realizá-lo. Quanto ao item 6, verifica-se que trata de um item de segurança desses outros estipulados pelo CRBm3ª, de forma a evitar a falsificação dos cartões a serem emitidos. Assim, verifica-se que tais alegações não procedem.
30. Diante do exposto, verifica-se que o não acolhimento desses três itens pelo CRBm3ª assistem razão, desse modo a considerar a presente representação parcialmente procedente.
CONCLUSÃO
31. O documento constante da peça 1 deve ser conhecido como representação, por preencher os requisitos previstos nos arts. 235 e 237, inciso VII do Regimento Interno/TCU c/c o art. 113, § 1º, da Lei 8.666/93.
32. No que tange ao requerimento de medida cautelar, entende-se que este não deve ser acolhido, por não estar presente nos autos o requisito do periculum in mora.
33. Quanto ao mérito, considera-se a presente representação parcialmente procedente, propondo a assinatura de prazo para readequação do edital, além de determinação para que a designação do pregoeiro recaia dentre servidores do CRBm3ª.
BENEFÍCIOS DAS AÇÕES DE CONTROLE EXTERNO
34. Entre os benefícios do exame desta representação pode-se mencionar correção de irregularidades no edital do Pregão Eletrônico n. 1/2014-SRP e na designação do pregoeiro no âmbito do CRBm3ª.
PROPOSTA DE ENCAMINHAMENTO
35. Ante todo o exposto, submetem-se os autos à consideração superior, propondo:
a) conhecer da presente representação, satisfeitos os requisitos de admissibilidade previstos nos arts. 235 e 237, inciso VII do Regimento Interno deste Tribunal c/c o art. 113, § 1º, da Lei 8.666/1993, para, no mérito, considerá-la parcialmente procedente;
b) indeferir o requerimento de medida cautelar, formulado por Allbrax Consultoria e Soluções em Informática Ltda., tendo em vista a inexistência de um dos pressupostos necessários para adoção da referida medida;
c) com fundamento no artigo 71, inciso IX, da Constituição Federal, c/c artigo 45 da Lei 8.443, de 1992, assinar prazo de 60 (sessenta) dias, para que o Conselho Regional de Biomedicina da 3ª Região, no que tange ao edital do Pregão Eletrônico n. 1/2014-SRP, adote as medidas abaixo, necessárias ao exato cumprimento da lei: acréscimo do valor global estimado; inclusão das certidões positivas com efeitos de negativa; inclusão da certidão positiva de débitos trabalhistas com efeito negativo; exigência de balanço patrimonial e demonstrações contábeis do último exercício social; e exigência de amostras e demonstração do sistema (serviço) após a etapa da disputa;
d) determinar ao Conselho Regional de Biomedicina da 3ª Região, com fundamento no art. 250, inciso II, do RI/TCU, que designe como pregoeiro pessoa pertencente ao quadro de servidores do Conselho Regional de Biomedicina da 3ª Região, conforme os ditames do art. 3º, inciso IV da Lei 10.520/2002;
e) determinar à Secex/GO que monitore os itens ‘c’ e ‘d’ nos presentes autos;
f) dar ciência do acórdão que vier a ser proferido, assim como do relatório e do voto que o fundamentarem, ao representante e ao Conselho Regional de Biomedicina 3ª Região.”
	É o relatório.
 TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO	TC 011.468/2014-9
8
PROPOSTA DE DELIBERAÇÃO
	
	Trata-se de representação formulada pela empresa Allbrax Consultoria e Soluções em Informática Ltda., dando conta de possíveis irregularidadesrelacionadas ao edital do Pregão Eletrônico nº 1/2014-SRP, promovido pelo Conselho Regional de Biomedicina 3ª Região (CRBM-3ª Região), tendo por objeto o sistema de registro de preço visando à contratação de empresa especializada para prestação de serviços de criação de leiaute da Carteira de Identidade Profissional, produção, personalização de cartões em policarbonato, serviços especializados de captura de dados biográficos e biométricos, incluindo aplicações web para captura dos dados/digitalização dos formulários e controle de pedidos web, treinamento dos usuários que irão digitalizar, além da integração com os sistemas que visa atender ao CRBM-3ª Região e suas delegacias.
2.	A presente representação deve ser conhecida por este Tribunal, por atender aos requisitos de admissibilidade previstos nos arts. 235 e 237, inciso VII, do Regimento Interno do TCU, c/c o art. 113, § 1º, da Lei 8.666/1993.
3.	Conforme a instrução transcrita no relatório precedente, foram apontadas pela representante as seguintes possíveis falhas no edital do certame:
	a) ausência de valor estimado da contratação;
	b) 	ilegalidade da exigência de apresentação de certidão negativa de débito (CND) como único meio para comprovação de regularidade junto à Fazenda Federal e INSS;
	c) restrição à ampla participação do certame devido à exigência de certidão negativa de débito trabalhista;
	d) ilegalidade na assinatura do instrumento convocatório pelo pregoeiro;
	e) ausência de parcelamento do objeto licitado;
	f) impossibilidade de comprovação da capacidade econômico-financeira das licitantes ante a ausência da exigência de balanço patrimonial e consequente ausência de índices contábeis;
	g) ausência de indicação do momento para a demonstração do sistema ofertado à administração pública;
	h) 	itens subjetivos nos critérios de julgamento.
4.	Consulta inicial realizada pela Secex/GO junto ao CRBM-3ª Região logrou obter a informação de que o certame seria suspenso. Essa informação foi confirmada, conforme publicação no DOU de 8/5/2014 (peça 4). Dessa forma, restou não caracterizado o requisito do periculum in mora para a adoção da medida cautelar pleiteada pela representante.
5.	Por meio do despacho à peça 8, determinei, com fundamento no art. 276, § 2º, do Regimento Interno do TCU, a oitiva do CRBM-3ª Região, para manifestar-se sobre os fatos apontados na presente representação. Determinei à Secex/GO, ainda, a realização de diligência visando à obtenção de cópia do processo licitatório do Pregão Eletrônico 1/2014, contendo a análise da impugnação efetuada pela empresa Allbrax Consultoria e Soluções em Informática Ltda.
6.	Na resposta à oitiva, foi informado pelo CRBM-3ª Região que o certame encontra-se suspenso, em razão de impugnação formulada pela ora representante, para que sejam corrigidas as impropriedades mencionadas nas alíneas “a”, “b”, “c”, “f”, e “g” do item 3 acima, em relação às quais a impugnação teria sido considerada procedente pela autarquia.
7.	A Secex/GO, em instrução transcrita no relatório supra, considerou procedente a representação em relação a essas ocorrências, por considerar que afrontam os dispositivos da Lei 8.666/1993 (art. 40, § 2º, inciso II, e art. 31, inciso I) e da Lei 12.440/2011, os princípios legais e constitucionais da transparência, igualdade, ampla competitividade e legalidade, bem como entendimento do TCU (Acórdão 1848/2003-TCU-Plenário).
8.	Quanto às ocorrências apontadas nas alíneas “e” e “h” do item 3 acima, a unidade técnica considerou improcedente representação. Já em relação à ocorrência mencionada na alínea “d”, a unidade técnica considera que não há vedação legal para que o pregoeiro seja o signatário do instrumento convocatório. Entretanto, foi verificado que o pregoeiro do CRBM-3ª Região é terceirizado, contrariando o art. 3º, inciso IV, da Lei 10.520/2002, o que ensejou proposta de determinação corretiva.
9.	Acolho como parte das minhas razões de decidir as análises efetuadas pela Secex/GO, exceto quanto às ocorrências apontadas nas alíneas “a” e “g” do item 3 acima, atinentes à ausência no edital de valor estimado da contratação e falta de indicação do momento para a demonstração do sistema ofertado.
10.	Quanto à ausência no edital de valor estimado da contratação, a jurisprudência deste Tribunal tem se firmado no sentido de que, na licitação na modalidade pregão, o orçamento estimado em planilhas de quantitativos e preços unitários não constitui um dos elementos obrigatórios do edital, mas deve estar inserido obrigatoriamente no bojo do processo relativo ao certame. Todavia, sempre que o preço de referência ou o preço máximo fixado pela Administração for utilizado como critério de aceitabilidade de preços, a sua divulgação em edital torna-se obrigatória.
11.	A respeito dessa questão, julgo pertinente colacionar o seguinte excerto do Voto condutor do Acórdão 392/2011-TCU-Plenário, da relatoria do eminente ministro José Jorge:
“35.	Portanto, nas licitações na modalidade de pregão, os orçamentos estimados em planilhas de quantitativos e preços unitários – e, se for o caso, os preços máximos unitários e global – não constituem elementos obrigatórios do edital, devendo, no entanto, estar inseridos nos autos do respectivo processo licitatório. Caberá aos gestores/pregoeiros, no caso concreto, a avaliação da oportunidade e conveniência de incluir tais orçamentos – e os próprios preços máximos, se a opção foi a sua fixação – no edital, informando nesse caso, no próprio ato convocatório, a sua disponibilidade aos interessados e os meios para obtê-los. 
35.1	É claro que, na hipótese de o preço de referência ser utilizado como critério de aceitabilidade de preços, a divulgação no edital é obrigatória. E não poderia ser de outra maneira. É que qualquer regra, critério ou hipótese de desclassificação de licitante deve estar, por óbvio, explicitada no edital, nos termos do art. 40, X, da Lei nº 8.666/1993.” (grifei)
12.	Dessa forma, entendo que deva ser dada ciência à entidade dos termos das disposições do subitem 9.4.2 do acórdão acima mencionado (“9.4.2 na hipótese de o preço de referência ser utilizado como critério de aceitabilidade, a divulgação no edital é obrigatória, nos termos do art. 40, X, da Lei nº 8.666/1993;”). De qualquer forma, a informação prestada pela autarquia representada dá conta de que as modificações que estão sendo feitas no edital, em face da impugnação apresentada pela representante, contemplam a divulgação desse valor.
13.	No tocante à falta de indicação do momento para a demonstração do sistema ofertado, verifico que não constou do edital o requisito de demonstração do sistema por parte do vencedor do certame, sendo, portanto, essa omissão contra a qual se insurge a representante. Entretanto, além do objeto licitado ser amplo no caso em análise, abrangendo softwares e serviços, o que dificultaria a demonstração de pelo menos parte do mesmo, não há nas normas aplicáveis ao pregão a exigência, como parte do procedimento licitatório, de demonstrações das funcionalidades do objeto ofertado. Portanto, a inclusão dessa exigência no edital está afeta à esfera de discricionariedade do gestor. Nesse sentido, o CRBM-3ª Região já manifestou sua intenção de deixar a questão mais clara nas modificações que estão sendo introduzidas no edital. Considero, assim, desnecessária a atuação do Tribunal em relação a esse ponto. 
14.	Por fim, passo a tratar da proposta de determinação em relação ao fato de o pregoeiro do certame ser terceirizado. Embora considere adequada a análise da unidade técnica, entendo que uma determinação impondo a utilização apenas pregoeiro pertencente aos quadros das unidades jurisdicionadas pode ter como efeito a inviabilização de realização de pregão por parte dessas unidades, nos casos em que as mesmas não disponham em seus quadros servidores qualificados para atuar como pregoeiro. Assim, considero mais prudente flexibilizar essa determinação no sentido de se excepcionalizar os casos em que as unidades não tenham capacidade de cumpri-lapela razão acima exposta.
15.	Face a essas considerações, adoto o encaminhamento proposto pela Secex/GO, com as ressalvas acima mencionadas e os ajustes que entendo pertinentes.
	Ante o exposto, manifesto-me por que o Tribunal aprove o acórdão que ora submeto à apreciação deste Colegiado.
TCU, Sala das Sessões Ministro Luciano Brandão Alves de Souza, em 20 de agosto de 2014.
AUGUSTO SHERMAN CAVALCANTI 
Relator
 TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO	TC 011.468/2014-9
9
ACÓRDÃO Nº 2166/2014 – TCU – Plenário
1. Processo TC 011.468/2014-9. 
2. Grupo: II – Classe de assunto: VII – Representação.
3. Interessado: Allbrax Consultoria e Soluções em Informática Ltda. (CNPJ 05.566.010/0001-02).
4. Unidade: Conselho Regional de Biomedicina 3ª Região (CRBM-3ª Região).
5. Relator: Ministro-Substituto Augusto Sherman Cavalcanti.
6. Representante do Ministério Público: não atuou.
7. Unidade técnica: Secex/GO.
8. Advogado constituído nos autos: Cláudia Paiva Bernardes (OAB/GO 22.193) e outros.
9. Acórdão:
VISTOS, relatados e discutidos estes autos de representação formulada pela empresa Allbrax Consultoria e Soluções em Informática Ltda., dando conta de possíveis irregularidades relacionadas ao edital do Pregão Eletrônico nº 1/2014-SRP, promovido pelo Conselho Regional de Biomedicina 3ª Região (CRBM-3ª Região), tendo por objeto o sistema de registro de preço visando à contratação de empresa especializada para prestação de serviços de criação de leiaute da Carteira de Identidade Profissional, produção, personalização de cartões em policarbonato, serviços especializados de captura de dados biográficos e biométricos, incluindo aplicações web para captura dos dados/digitalização dos formulários e controle de pedidos web, treinamento dos usuários que irão digitalizar, além da integração com os sistemas que visa atender ao CRBM-3ª Região e suas delegacias,
ACORDAM os Ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em sessão de Plenário, ante as razões expostas pelo Relator, em:
9.1. conhecer da presente representação, por preencher os requisitos de admissibilidade previstos nos arts. 235 e 237, inciso VII, do Regimento Interno do TCU, c/c o art. 113, § 1º, da Lei 8.666/1993, para, no mérito, considerá-la parcialmente procedente;
9.2. indeferir o requerimento de medida cautelar, formulado pela representante, tendo em vista a inexistência do requisito do periculum in mora necessário para a adoção da referida medida;
9.3. determinar ao Conselho Regional de Biomedicina da 3ª Região que, caso dê continuidade ao Pregão Eletrônico nº 1/2014-SRP, adote as seguintes providências: 
9.3.1. promova as seguintes correções no edital do certame:
9.3.1.1. permita o uso de certidões positivas com efeito de negativa para comprovação de quitação junto à Justiça do Trabalho, de tributos federais e de encargos junto ao INSS;
9.3.1.2. inclua no edital a exigência de apresentação de documentação apta à comprovação da qualificação econômico-financeira da licitante, nos termos do art. 31 da Lei 8.666/1993, observadas as ressalvas previstas no art. 4º, inciso XIV, da Lei 10.520/2002 e no art. 14, parágrafo único, do Decreto 5.450/2005, naquilo que forem aplicáveis à autarquia;
9.3.2. providencie a publicação das modificações no edital, nos termos do art. 20 do Decreto 5.450/2005;
9.3.3. designe como pregoeiro, sempre que disponível, pessoa pertencente ao quadro de servidores do Conselho Regional de Biomedicina da 3ª Região, conforme os ditames do art. 3º, inciso IV, da Lei 10.520/2002;
9.4. dar ciência ao Conselho Regional de Biomedicina da 3ª Região que, na hipótese de o preço de referência ser utilizado como critério de aceitabilidade, a sua divulgação no edital é obrigatória, nos termos do art. 40, X, da Lei nº 8.666/1993;
9.5. determinar à Secex/GO que monitore o cumprimento do subitem 9.3 deste Acórdão;
9.6. dar ciência deste Acórdão, bem como das peças que o fundamentam, ao representante e ao Conselho Regional de Biomedicina da 3ª Região. 
10. Ata n° 32/2014 – Plenário.
11. Data da Sessão: 20/8/2014 – Ordinária.
12. Código eletrônico para localização na página do TCU na Internet: AC-2166-32/14-P.
13. Especificação do quorum: 
13.1. Ministros presentes: Augusto Nardes (Presidente), Benjamin Zymler, Raimundo Carreiro, José Jorge e Bruno Dantas.
13.2. Ministros-Substitutos convocados: Marcos Bemquerer Costa e André Luís de Carvalho.
13.3. Ministros-Substitutos presentes: Augusto Sherman Cavalcanti (Relator) e Weder de Oliveira.
(Assinado Eletronicamente)
JOÃO AUGUSTO RIBEIRO NARDES
(Assinado Eletronicamente)
AUGUSTO SHERMAN CAVALCANTI
Presidente
Relator
Fui presente:
(Assinado Eletronicamente)
PAULO SOARES BUGARIN
Procurador-Geral

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