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CEL 0727 – FILOSOFIA DA EDUCAÇÃO BRASILEIRA AULA 12: Pedagogias histórico-sociais: outra educação é possível – 2 FILOSOFIA DA EDUCAÇÃO BRASILEIRA AULA 12: Pedagogias histórico-sociais: outra educação é possível - 2 Objetivos da aula: Identificar alguns princípios do marxismo e sua proposta de educação; Conhecer e analisar a concepção de intelectual e de escola unitária de Antônio Gramsci; Entender e analisar as bases teóricas e metodológicas da Pedagogia Histórico Crítico- Social dos Conteúdos de Dermeval Saviani; FILOSOFIA DA EDUCAÇÃO BRASILEIRA AULA 12: Pedagogias histórico-sociais: outra educação é possível - 2 Objetivos da aula: Compreender que as teorias pedagógicas consideradas críticas, apesar de apresentarem diferenças entre si, têm em comum o fato de se fundarem em uma mesma concepção de ser humano, qual seja o ser emancipado, livre; Analisar que o ideal de um homem livre só é possível se a prática pedagógica for compreendida na dimensão da prática e política, exercida criticamente do âmbito do cotidiano escolar. “A história da humanidade deve sempre ser estudada e elaborada em conexão com a história da indústria e das trocas” (Marx e Engels) Ver vídeo Filosofos & Educação] Karl Marx (Vol.6) http://vimeo.com/32195080 Contraditoriamente, o sistema capitalista de produção ao aprofundar as relações de dominação e exploração do trabalho, como também, da divisão social do mesmo, acabou por possibilitar, na cultura urbano-industrial, a organização da classe trabalhadora comprometida com a construção de um projeto que superasse as bases de uma sociedade dividida em classes sociais. FILOSOFIA DA EDUCAÇÃO BRASILEIRA AULA 12: Pedagogias histórico-sociais: outra educação é possível - 2 MARXISMO E EDUCAÇÃO Século XIX – a crítica ao capitalismo elaborada por karl Marx e Frederich Engels MARX e ENGELS tratam da problemática da educação ao longo de várias obras, mostrando seus princípios metodológicos e com diretrizes para o processo ensino-aprendizagem. Fundamentalmente essa sua preocupação foi devido aos estudos que realizou acerca das relações: socioeconômicas e políticas no processo histórico. FILOSOFIA DA EDUCAÇÃO BRASILEIRA AULA 12: Pedagogias histórico-sociais: outra educação é possível - 2 MARXISMO E EDUCAÇÃO Algumas preocupações de Marx e Engels, se referem à formação, ao ensino e à concepção de educação articulada com o horizonte daquela época. Segundo Marx, o ponto de partida para a compreensão da história, se deve graças a existência de seres humanos reais, que vivem em sociedade e estabelecem relações entre si, acontecendo o processo de humanização de homens e mulheres dentro da sociedade e pela sociedade. FILOSOFIA DA EDUCAÇÃO BRASILEIRA AULA 12: Pedagogias histórico-sociais: outra educação é possível - 2 MARXISMO E EDUCAÇÃO Marx salienta que a propriedade privada provocou uma mudança radical na divisão do trabalho, pois a partir dela, ocorreu a dicotomia entre trabalho manual e trabalho intelectual, ou seja, entre o saber fazer e o saber pensar. Dessa DICOTOMIA surgem outras: produção e consumo, ócio e trabalho, miséria e opulência. Tais dicotomias acabam propiciando um conflito de interesses em uma sociedade, ou seja, o conflito entre o individual e o coletivo e entre o público e o privado. FILOSOFIA DA EDUCAÇÃO BRASILEIRA AULA 12: Pedagogias histórico-sociais: outra educação é possível - 2 MARXISMO E EDUCAÇÃO Assim, sob a base da economia capitalista, o trabalho perde seu caráter socializante e humanizante, pois, homens e mulheres passam a representar uma força de trabalho que é vendida aos proprietários dos meios de produção com uma aparente garantia de sua sobrevivência. Consequência da ALIENAÇÃO do TRABALHO: quem produz não se identifica com o que é produzido, quanto mais o trabalhador produz, mais ele nega a si mesmo. filosofia.uol.com.br FILOSOFIA DA EDUCAÇÃO BRASILEIRA AULA 12: Pedagogias histórico-sociais: outra educação é possível - 2 MARXISMO E EDUCAÇÃO De acordo com Marx e Engels, na sociedade capitalista a EDUCAÇÃO se constitui como um elemento de manutenção e conservação da hierarquia social. O QUE FAZER PARA SUPERAR ESSAS DICOTOMIAS EXISTENTES em nossa SOCIEDADE? www.emarxcm.com.br FILOSOFIA DA EDUCAÇÃO BRASILEIRA AULA 12: Pedagogias histórico-sociais: outra educação é possível - 2 MARXISMO E EDUCAÇÃO Promover a emancipação do homem e a necessária integração entre ensino e trabalho com uma formação omnilateral, isto é, uma formação abrangente em todos os sentidos. “A integração entre ensino e trabalho constitui-se na maneira de sair da alienação crescente, reunificando o homem com a sociedade. Essa unidade, segundo Marx, deve dar-se desde a infância. O tripé básico da educação para todos: é o ensino intelectual (cultura geral), desenvolvimento físico (ginástica e esporte) e aprendizado profissional polivalente (técnico e científico)”. (Gadotti) reacaodireta.blogspot.com FILOSOFIA DA EDUCAÇÃO BRASILEIRA AULA 12: Pedagogias histórico-sociais: outra educação é possível - 2 MARXISMO E EDUCAÇÃO Desta forma, podemos compreender que o ensino tem um caráter revolucionário e transformador da sociedade e do mundo, ou seja, faz-se necessário um projeto político e pedagógico promovendo os interesses da grande maioria excluída da sociedade aluizioamorim.blogspot.com Assim, a escola, os educadores e os intelectuais assumem um papel fundamental para a construção da consciência de classe dos trabalhadores. FILOSOFIA DA EDUCAÇÃO BRASILEIRA AULA 12: Pedagogias histórico-sociais: outra educação é possível - 2 MARXISMO E EDUCAÇÃO Os Intelectuais e a Educação “Não há atividade humana da qual se possa excluir de toda intervenção intelectual, não se pode separar o “homo faber” do “homo sapiens” enquanto, independentemente de sua profissão específica, cada um é a seu modo ‘um filósofo’, um artista, um homem de gosto, participa de uma concepção do mundo, tem uma consciente linha moral.” Gramsci ao se propor compreender a formação histórica dos intelectuais faz a distinção entre dois tipos de intelectuais. FILOSOFIA DA EDUCAÇÃO BRASILEIRA AULA 12: Pedagogias histórico-sociais: outra educação é possível - 2 GRAMSCI E EDUCAÇÃO São eles os intelectuais tradicionais (o literato, o filósofo, o artista) que, sem razões, se consideram uma classe distinta da sociedade e; os intelectuais orgânicos não descrevem a vida social simplesmente por regras científicas, mas exprimem as experiências e sentimentos que as massas por si mesmas não conseguem exprimir. Gramsci considera que o grupo social emergente que luta para conquistar a sua hegemonia política, aspira a elaboração de sua própria ideologia intelectual, ou seja, ao mesmo tempo em que forma seus intelectuais orgânicos. FILOSOFIA DA EDUCAÇÃO BRASILEIRA AULA 12: Pedagogias histórico-sociais: outra educação é possível - 2 GRAMSCI E EDUCAÇÃO A organicidade do intelectual se mede pela maior ou menor conexão que mantém com o grupo social ao qual se relaciona: eles operam, tanto na sociedade civil quanto na sociedade política ou estado. A primeira representa o conjunto dos organismos privados nos quais se debatem e se difundem as ideologias necessárias para a aquisição do consenso que aparentemente surge de modo espontâneo das grandes massas da população em torno às decisões do grupo social dominante. slideplayer.com.br FILOSOFIA DA EDUCAÇÃO BRASILEIRA AULA 12: Pedagogias histórico-sociais:outra educação é possível - 2 GRAMSCI E EDUCAÇÃO A segunda é onde se exerce o “domínio direto do comando que se expressa no Estado e no regime jurídico” Gramsci aponta para a necessidade de se criar uma cultura própria dos trabalhadores. Para tanto, é fundamental uma educação que permita o surgimento de intelectuais que partilhem as paixões das massas trabalhadoras. http://pcbsaogoncalo.blogspot.com.br/ FILOSOFIA DA EDUCAÇÃO BRASILEIRA AULA 12: Pedagogias histórico-sociais: outra educação é possível - 2 GRAMSCI E EDUCAÇÃO Para ele, a educação tem um papel central na construção do consenso, das formas de pensar e de agir nas culturas ocidentais, ou seja, um instrumento de transformação social que possa conduzir as massas à revolução cultural. Video - Filósofos & Educação] Gramsci (Vol.4) http://vimeo.com/31737533 FILOSOFIA DA EDUCAÇÃO BRASILEIRA AULA 12: Pedagogias histórico-sociais: outra educação é possível - 2 GRAMSCI E EDUCAÇÃO Preocupado em romper com os modelos de escolas vigentes em sua época, Gramsci propõe uma escola unitária contendo duas direções: eliminar a dicotomia entre trabalho intelectual e trabalho manual através de um currículo que privilegiasse tanto as matérias escolares clássicas (língua nacional, matemática, ciências, história, geografia e etc.) quanto os conteúdos ligados à preparação para o mundo do trabalho e; trabalhar a dimensão política da sociedade onde todos tivessem o direito real à mesma cultura independente de sua origem social. FILOSOFIA DA EDUCAÇÃO BRASILEIRA AULA 12: Pedagogias histórico-sociais: outra educação é possível - 2 GRAMSCI E EDUCAÇÃO A Pedagogia Histórico Crítico-Social dos Conteúdos: Pressupostos Teóricos Fundamentada na concepção dialética da história enquanto possibilidade, movimento e transformação, defende a escola como socializadora dos conhecimentos e saberes universais, comprometida com a construção da igualdade real – e não formal como é o caso das pedagogias liberais – entre os homens, ou seja, da construção de uma sociedade igualitária. FILOSOFIA DA EDUCAÇÃO BRASILEIRA AULA 12: Pedagogias histórico-sociais: outra educação é possível - 2 CRÍTICO SOCIAL DOS CONTEÚDOS A ação educativa pressupõe que se faça uma articulação entre o ato político e o ato pedagógico. Compreende-se que a praxis educativa se revela em uma prática fundamentada teoricamente e que a interação social é o elemento de compreensão e intervenção na prática social mediada pelo conteúdo, ou seja, pelo conhecimento sistematizado historicamente pela humanidade. FILOSOFIA DA EDUCAÇÃO BRASILEIRA AULA 12: Pedagogias histórico-sociais: outra educação é possível - 2 CRÍTICO SOCIAL DOS CONTEÚDOS A tarefa desta pedagogia em relação à educação escolar implica: I. a identificação das formas mais desenvolvidas em que se expressa o saber objetivo, reconhecendo as condições de sua produção e compreendendo as suas principais manifestações, bem como as tendências atuais de transformação; II. a conversão do saber objetivo em saber escolar de modo a torná-lo assimilável pelos alunos das camadas populares no espaço e no tempo escolar; III. o provimento dos meios necessários para a prática educativa. FILOSOFIA DA EDUCAÇÃO BRASILEIRA AULA 12: Pedagogias histórico-sociais: outra educação é possível - 2 CRÍTICO SOCIAL DOS CONTEÚDOS praxistecnologica.wordpress.com FILOSOFIA DA EDUCAÇÃO BRASILEIRA AULA 12: Pedagogias histórico-sociais: outra educação é possível - 2 CRÍTICO SOCIAL DOS CONTEÚDOS Estrutura Teórico-Metodológica Seu método estimula a iniciativa: dos alunos; do professor, favorecendo o diálogo dos alunos entre si e com o professor, valoriza o diálogo com a cultura acumulada historicamente. http://livrepensamento.com/tag/dermeval- saviani/ FILOSOFIA DA EDUCAÇÃO BRASILEIRA AULA 12: Pedagogias histórico-sociais: outra educação é possível - 2 CRÍTICO SOCIAL DOS CONTEÚDOS Para tanto, deve-se levar em conta: os interesses dos alunos, os ritmos de aprendizagem e o desenvolvimento psicológico, mas sem perder de vista a sistematização lógica dos conhecimentos, sua ordenação e gradação para efeitos do processo de transmissão-assimilação dos conteúdos cognitivos. 1º Passo: Prática social – professores e alunos se encontram em níveis diferentes de compreensão (conhecimento e experiência) da prática social. Enquanto o professor tem uma compreensão precária (síncrese precária), a compreensão do aluno é de caráter sintético. 2º Passo: Problematização – identificação dos principais problemas postos pela prática social e, em consequência, que conhecimento é necessário dominar. FILOSOFIA DA EDUCAÇÃO BRASILEIRA AULA 12: Pedagogias histórico-sociais: outra educação é possível - 2 CRÍTICO SOCIAL DOS CONTEÚDOS Propõe um método organizado em cinco passos 3º Passo: Instrumentalização Apropriação dos instrumentos teóricos e práticos necessários ao equacionamento dos problemas detectados pela prática social, ou seja, trata-se da apropriação por parte das camadas populares das ferramentas culturais necessárias à luta social que travam diuturnamente para se libertarem das condições da exploração em que vivem. FILOSOFIA DA EDUCAÇÃO BRASILEIRA AULA 12: Pedagogias histórico-sociais: outra educação é possível - 2 CRÍTICO SOCIAL DOS CONTEÚDOS 4º Passo: Catarse – elaboração superior da estrutura em superestrutura na consciência dos homens. Trata-se da efetiva incorporação dos instrumentos culturais, transformados agora em elementos ativos de transformação social. 5º Passo: Prática social. Como ponto de chegada, supõe uma igualdade entre professores e alunos, ou seja, ambos devem estar na mesma condição, ou seja, de uma visão sintética da realidade. FILOSOFIA DA EDUCAÇÃO BRASILEIRA AULA 12: Pedagogias histórico-sociais: outra educação é possível - 2 CRÍTICO SOCIAL DOS CONTEÚDOS www.coladaweb.com FILOSOFIA DA EDUCAÇÃO BRASILEIRA AULA 12: Pedagogias histórico-sociais: outra educação é possível - 2 CRÍTICO SOCIAL DOS CONTEÚDOS Afirma O movimento que vai síncrese (visão caótica do todo) à síntese (uma visão de totalidade de determinações e de relações numerosas), pela mediação da análise (as abstrações e determinações mais simples), constitui uma orientação segura tanto para o processo de descoberta de novos conhecimentos (método científico) como para o processo de transmissão-assimilação de conhecimentos (método de ensino). O saber veiculado na escola, deve ser um instrumento de compreensão da realidade social e atuação crítica e democrática para a transformação da realidade. FILOSOFIA DA EDUCAÇÃO BRASILEIRA AULA 12: Pedagogias histórico-sociais: outra educação é possível - 2 CRÍTICO SOCIAL DOS CONTEÚDOS Papel da escola É a socialização do saber elaborado às camadas populares de forma crítica e histórica. FILOSOFIA DA EDUCAÇÃO BRASILEIRA AULA 12: Pedagogias histórico-sociais: outra educação é possível - 2 CRÍTICO SOCIAL DOS CONTEÚDOS A tendência da pedagogia crítico-social dos conteúdos propõe uma síntese superadora das pedagogias tradicional, renovada e tecnicista, valorizando a ação pedagógica enquanto inserida na prática social concreta. Entendendo a escola como mediação entre o individual e o social, exercendo aí a articulação entre a transmissão dos conteúdos e a assimilação ativa por parte de um ALUNO CONCRETO (inserido em um contexto de relações sociais); dessa articulação resulta o saber criticamente reelaborado. FILOSOFIA DA EDUCAÇÃO BRASILEIRA AULA 12: Pedagogias histórico-sociais: outra educação é possível - 2 PRÓXIMA AULA A Crise da sociedade contemporâneae seus reflexos na educação. Trará a crítica ao modelo pedagógico centrado exclusivamente na estratégia da criação de oportunidades iguais (meritocracia), e salvacionismo. A educação precisará ser pensada, também, como espaço intercultural e de inclusão das diferenças. A educação inclusiva e intercultural é o desafio. Precisa estimular essa discussão entre os estudantes: como a escola está aberta às diferenças socioculturais, além de atenta à desigualdade socioeconômica? FILOSOFIA DA EDUCAÇÃO BRASILEIRA AULA 12: Pedagogias histórico-sociais: outra educação é possível - 2 PRÓXIMA AULA A Crise da sociedade contemporânea e seus reflexos na educação. Em grupo discutir as crises do capitalismo no século XX; Analisar as consequências do modo de produção capitalista na educação brasileira; pesquisar no Livro Proprietário: Filosofia da Educação Brasileira: A crise do Capitalismo no Século XX e a Educação Brasileira nas Últimas Décadas. Capitulo 5. Trazer amostras de vídeos, onde essas crises são bem analisadas.
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