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AULAS.EMPRESARIAL.II

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DIREITO EMPRESARIAL II
AULA 1 - A SOCIEDADE LIMITADA
1 - EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA SOCIEDADE LIMITADA
A sociedade limitada é aquela em que os sócios assumem para com a sociedade, a obrigação fundamental de contribuir com o valor de sua cota parte para a formação do capital social (Art. 1.055. O capital social divide-se em quotas, iguais ou desiguais, cabendo uma ou diversas a cada sócio). Atualmente, a sociedade limitada é a opção mais utilizada entre as pessoas que desejam constituir uma sociedade.
A sociedade limitada surgiu na Alemanha em 1892, chegando ao Brasil em 1918, entrando em vigor através do Decreto 3708/1919, que foi completamente revogado em 2002 pelo atual Código Civil.
Obs.: Há entretanto, exceções, como no caso da desconsideração da personalidade jurídica em razão de confusão patrimonial (art. 50 CC) e no
2 - RESPONSABILIDADE DOS SÓCIOS
Conforme comando da 1ª Parte do artigo 1052, a responsabilidade dos sócios é limitada (a responsabilidade de cada sócio é restrita ao valor de suas quotas), eis que eles não respondem com seu patrimônio próprio, mas sim, a sociedade que, personificada, tem personalidade jurídica e patrimônio próprio, respondendo esta ilimitadamente.
Art. 1.052. - (1ª Parte = responsabilidade limitada) Na sociedade limitada, a responsabilidade de cada sócio é restrita ao valor de suas quotas, (2ª Parte = responsabilidade ilimitada) mas todos respondem solidariamente pela integralização do capital social.
Entretanto, a 2ª Parte do artigo prevê como exceção a responsabilidade limitada dos sócios, de forma solidária, quando não ocorrer a integralização do capital social, como no exemplo abaixo:
	Sócios
	Quotas do capital social
	Integralização
	A
	30%
	100%
	B
	40%
	50%
	C
	30%
	100%
Assim, em caso por exemplo, de liquidação forçada, todos os sócios serão solidários em razão daquele (B) que ainda não integralizou o capital social, passando assim a responder ilimitadamente.
Significa dizer que além de responderem pelas suas quotas, respondem também pelas quotas dos outros sócios solidariamente.
Obs.: Assim, em ambas as formas societárias está presente a limitação, mas na sociedade (dita) limitada o sócio tem responsabilidade subsidiária (em relação à sociedade) e solidária (em relação aos demais sócios); e na sociedade anônima apenas existe a responsabilidade subsidiária do acionista. 
Na prática significa que um sócio de uma sociedade limitada – mesmo que já tenha integralizado toda sua parte do capital social – pode ser responsabilizado pela integralização da parte de outro sócio. E isso é outra desvantagem desse tipo societário, ausente na sociedade anônima.
- OUTRAS EXCEÇÕES À RESPONSABILIDADE DOS SÓCIOS
a) Inexata estimação de bens: Art. 1055 § 1o Pela exata estimação de bens conferidos ao capital social respondem solidariamente todos os sócios, até o prazo de cinco anos da data do registro da sociedade.
b) Lucros ou quantias retiradas com prejuízo do Capital Social: Art. 1.059. Os sócios serão obrigados à reposição dos lucros e das quantias retiradas, a qualquer título, ainda que autorizados pelo contrato, quando tais lucros ou quantia se distribuírem com prejuízo do capital.
c) Deliberação contrária ao contrato e à lei: Art. 1.080. As deliberações infringentes do contrato ou da lei tornam ilimitada a responsabilidade dos que expressamente as aprovaram.
d) Dívidas e obrigações trabalhistas e tributárias: a lei também prevê que as obrigações trabalhistas e tributárias se sobrepõe à responsabilidade limitada dos sócios.
e) Omissão da palavra “limitada” no nome empresarial: art. 1158 § 3o A omissão da palavra "limitada" determina a responsabilidade solidária e ilimitada dos administradores que assim empregarem a firma ou a denominação da sociedade
3 - CARACTERISTICAS DA SOCIEDADE LIMITADA
a) Sociedade contratualista: diz respeito ao contrato social. Se o contrato nada disser, será a sociedade regida pelas normas da sociedade simples (Art. 1.053. A sociedade limitada rege-se, nas omissões deste Capítulo (capítulo relativo às ltda), pelas normas da sociedade simples). Poderá, entretanto, se previsto de forma expressa no contrato, reger-se supletivamente pelas normas da sociedade anônima - L. 6404/76 (art. 1053, Parágrafo único: O contrato social poderá prever a regência supletiva da sociedade limitada pelas normas da sociedade anônima).
b) Natureza jurídica: afecctio societatis - sociedade de pessoas com características de sociedade capitalista.
c) Nome empresarial: firma ou denominação (art. 1158 CC), obedecendo o princípio da veracidade e da novidade (Art. 1163 (O nome de empresário deve distinguir-se de qualquer outro já inscrito no mesmo registro. Parágrafo único. Se o empresário tiver nome idêntico ao de outros já inscritos, deverá acrescentar designação que o distinga).
Obs.: A proteção ao nome empresarial somente ocorre após o arquivamento dos atos constitutivos na Junta Comercial.
Art. 1.158. Pode a sociedade limitada adotar firma ou denominação, integradas pela palavra final "limitada" ou a sua abreviatura.
§ 1o A firma será composta com o nome de um ou mais sócios, desde que pessoas físicas, de modo indicativo da relação social.
§ 2o A denominação deve designar o objeto da sociedade, sendo permitido nela figurar o nome de um ou mais sócios.
§ 3o A omissão da palavra "limitada" determina a responsabilidade solidária e ilimitada dos administradores que assim empregarem a firma ou a denominação da sociedade
d) Quanto ao objeto: a sociedade limitada é simples ou empresária.
	Sociedade empresária e Sociedade Simples:
Art. 982. SOCIEDADE EMPRESÁRIA: Salvo as exceções expressas, considera-se empresária a sociedade que tem por objeto o exercício de atividade própria de empresário sujeito a registro - art. 967 CC (RPEM);(...)
SOCIEDADE SIMPLES: (...) e, sociedade simples, as demais (RCPJ).
Art. 982, Parágrafo único. Independentemente de seu objeto, 
 - considera-se sociedade empresária a sociedade por ações (SA); 
 - e, sociedade simples, a COOPERATIVA.
Empresário e Profissional liberal
Art. 966. EMPRESÁRIO – quem exerce profissionalmente (= habitualidade) atividade econômica (=lucratividade) organizada para a produção ou a circulação de bens ou de serviço (=impessoalidade)
Parágrafo único. (Profissional liberal e Sociedade Simples) Não se considera empresário quem exerce profissão intelectual, de natureza científica, literária ou artística, ainda com o concurso de auxiliares ou colaboradores, (...) 
- Empresário Individual e Sociedade Empresária: (...) salvo se o exercício da profissão constituir elemento de empresa.
EMPRESÁRIO INDIVIDUAL: Pessoa Física titular de uma empresa. Sozinho. 100% da empresa é dele. É equiparado a pessoa jurídica pela legislação fiscal - apenas para tratamento fiscal (desde que com registro no CNPJ). Não possui PJ, por isso não há que se falar em sua desconsideração. O empresário individual é aquele que exerce a atividade empresarial enquanto pessoa física, individualmente, tendo como consequência a responsabilidade integral pelas obrigações sociais inclusive com o patrimônio pessoal. ( = confusão patrimonial).
PROFISSIONAIS LIBERAIS são aquelas pessoas que têm toda a liberdade para exercer sua profissão após concluir a graduação ou o curso técnico. Eles prestam serviços na sua área de trabalho, podendo constituir uma empresa individual – o que implica fazer um contrato social registrado em cartório de registro civil de pessoas jurídicas. Mas os profissionais liberais também podem ser empregados de outras empresas, que optam por contratá-los como prestadores de serviços. A classe desses profissionais é composta por médicos, dentistas, advogados, psicólogos, fisioterapeutas, jornalistas, arquitetos, entre outros. Ou seja, eles têm conhecimento específico da área, possuem formação universitária ou técnica e estão registrados de acordo com as leis trabalhistas. Isso os difere dos profissionais autônomos, que trabalham por conta própria e não têm vínculo empregatício,caso de encanadores, eletricistas, pintores etc. 
AULA 2 – QUOTAS NA LTDA
1. CONCEITO DE QUOTAS: quota é a unidade representativa de valor, igual ou desigual, que define a divisão do capital social
2. CARACTERÍSTICAS DAS QUOTAS: 
a) Indivisibilidade: Regra – art. 1056 (1ª parte) As quotas não podem ser divididas em relação à sociedade. EXCETO (2ª Parte), para efeito de transferência.
	Art. 1.056. (1ª Parte) A quota é indivisível em relação à sociedade, (2ª Parte) SALVO para efeito de transferência, caso em que se observará o disposto no artigo seguinte.
	Curiosidades:
- Instrução Normativa do DNRC nº 98/2004: “Embora indivisa, é possível a co-propriedade de quotas com designação de representante”
art. 1056 § 1o No caso de condomínio de quota, os direitos a ela inerentes somente podem ser exercidos pelo condômino representante, ou pelo inventariante do espólio de sócio falecido.
§ 2o Sem prejuízo do disposto no art. 1.052, os condôminos de quota indivisa respondem solidariamente pelas prestações necessárias à sua integralização
b) Iguais ou desiguais: diz respeito ao valor unitário
c) Direitos diferenciados: Quotas ordinárias somente (que dão direito a voto). Obs.: Instrução Normativa do DNRC nº 98/2004 veda a classificação das quotas em ordinárias e preferenciais (“Não cabe para sociedade limitada a figura da quota preferencial”)
d) Titularidade: as quotas são individuais; EXCEÇÃO: podem estar em condomínio.
e) Bem incorpóreo: quotas são bens abstratos, mas econômicos (obs.: assim como a “marca”, por exemplo), eis que a quota só existe no contrato social, representando deveres e direitos dos sócios contidos no contrato social.
3. CESSÃO DAS QUOTAS: Há a possibilidade de cessão das quotas. A regra é a autonomia contratual, assim, se houver previsão no contrato, deve ser respeitada a cláusula. Entretanto: 
 Na omissão do contrato (Art. 1.057):
 a) (1ª Parte) Cessão das quotas pelo sócio a quem seja sócio: o sócio pode ceder sua quota, total ou parcialmente, a quem seja sócio, independentemente de audiência dos outros, 
 b) (2ª Parte) Cessão das quotas pelo sócio a estranho: se não houver oposição de titulares de mais de 1/4 do capital social (+ 25%).
	Obs.: Se a sociedade Ltda for regida pelas normas da sociedade simples, deverá haver a unamidade dos sócios. (Art. 1.003. A cessão total ou parcial de quota, sem a correspondente modificação do contrato social com o consentimento dos demais sócios, não terá eficácia quanto a estes e à sociedade)
	Responsabilidade dos sócios cedentes
	Sociedade Ltda
	Demais sociedades no CC
	Parágrafo único. A cessão terá eficácia quanto à sociedade e terceiros, inclusive para os fins do parágrafo único do art. 1.003 (responsabilidade solidária até dois anos), a partir da averbação do respectivo instrumento, subscrito pelos sócios anuentes
	Art. 1003, Parágrafo único. Até dois anos depois de averbada a modificação do contrato, responde o cedente solidariamente com o cessionário, perante a sociedade e terceiros, pelas obrigações que tinha como sócio
4. PENHORA DAS QUOTAS: art. 655, IV antigo CPC
5. SUCESSÃO DAS QUOTAS (morte de um sócio): 
Quando do falecimento do sócio – REGRA: liquidação de suas quotas (Art. 1.028. No caso de morte de sócio, liquidar-se-á sua quota) , (...)
(...) salvo (EXCEÇÕES):
I – (clausula contratual não permitir liquidar as quotas) se o contrato dispuser diferentemente;
II – (Dissolução da sociedade) se os sócios remanescentes optarem pela dissolução da sociedade;
III – (Substituição do sócio falecido) se, por acordo com os herdeiros, regular-se a substituição do sócio falecido.
6. CAPITAL SOCIAL
a) CONCEITO: é a parcela em dinheiro ou bens em que se constitui a sociedade empresária.
o capital social de uma sociedade pode ser compreendido como uma medida da contribuição dos sócios, e acaba servindo de referência a sua força econômica. E justamente por traduzir a potência econômica da empresa, ao capital social se atribui a função de garantia dos credores.
Com efeito, o patrimônio engloba o total de ativos (bens e direitos) e de passivos (obrigações) sociais e a diferença entre eles resultará no patrimônio líquido da sociedade. 
b) FORMAÇÃO: os sócios somente poderão contribuir para a formação do capital social com dinheiro, bens ou crédito (direitos), jamais com serviços (art. 1055 § 2o É vedada contribuição que consista em prestação de serviços).
c) PRINCÍPIOS: 
 - Principio da realidade: o capital social tem que corresponder ao valor real, não podendo ser fictício (art. 1055 § 1o Pela exata estimação de bens conferidos ao capital social respondem solidariamente todos os sócios, até o prazo de cinco anos da data do registro da sociedade)
Obs.: O princípio da realidade visa a assegurar que os bens e créditos que compõem o capital social reflitam exatamente o valor das quotas ou ações no ato da subscrição e também nos seus momentos posteriores. Demonstra-se por este princípio a necessidade de realmente existir no patrimônio da sociedade o dinheiro e os bens prometidos a título de capital social e a necessidade de que tais aportes (em especial os bens) possuam o exato valor indicado no ato da subscrição. Por este princípio, procura-se assegurar que o valor efetivamente integralizado cubra inteiramente o capital social nominal e garantir que o capital possua uma efetiva relevância prática e não venha a se transformar em mera cifra contábil
 - Principio da intangibilidade: O capital social não pode sofrer alterações injustificadas . Por esse princípio entende-se que os recursos incluídos na conta do capital social não podem ser empregados pela companhia no pagamento de dividendos ou juros sobre o capital aos acionistas. Os bens e valores ingressados a título de capital social apenas poderão ser devolvidos aos sócios na hipótese de dissolução da sociedade e, mesmo assim, através do procedimento adequado (redução de capital ou reembolso feito à conta do capital social). Como se vê, tal princípio acaba por ressaltar a separação existente entre o patrimônio dos sócios e da sociedade.
AULA 3 - DOS SÓCIOS
1. DIREITO DOS SÓCIOS:
a) DIREITOS PATRIMONIAIS:
* Participação nos resultados sociais (lucros ou perdas) - divididos entre todos os sócios (Art. 1.007. Salvo estipulação em contrário, o sócio participa dos lucros e das perdas, na proporção das respectivas quotas, mas aquele, cuja contribuição consiste em serviços, somente participa dos lucros na proporção da média do valor das quotas).
Obs.: Art. 1.008. É nula a estipulação contratual que exclua qualquer sócio de participar dos lucros e das perdas.
* Participação na partilha da massa residual da sociedade após sua liquidação.
b) DIREITOS PESSOAIS:
* Administração da sociedade (Art. 1.013. A administração da sociedade, nada dispondo o contrato social, compete separadamente a cada um dos sócios).
* Definir estratégia geral dos negócios.
* Fiscalizar de modo geral todas as atividades que dizem respeito à sociedade (obs.: mesmo o sócio minoritário tem direito à fiscalização)
* Direito de retirada da sociedade
 - Nas sociedades limitadas, observar-se-á o comando do art. 1.029: " Além dos casos previstos na lei ou no contrato, qualquer sócio pode retirar-se da sociedade;(...)" 
 (...) se de prazo indeterminado: mediante notificação aos demais sócios, com antecedência mínima de sessenta dias; 
(...) se de prazo determinado: provando judicialmente justa causa.
2. DEVERES DOS SÓCIOS
a) INTEGRALIZAÇÃO DO CAPITAL SOCIAL:
Art. 1.052. Na sociedade limitada, a responsabilidade de cada sócio é restrita ao valor de suas quotas, mas todos respondem solidariamente pela integralização do capital social.
b) SÓCIO REMISSO: aquele que está inadimplente, que ainda não integralizou sua quota
c) QUANTO À AQUISIÇÃO DAS QUOTAS PELA PRÓPRIA SOCIEDADE: A antiga legislação em seu art. 8º admitia que a sociedade limitada adquirisse as suas próprias quotas,desde que estivessem integralizadas. O atual Código Civil nada falou sobre a matéria, mangtendo-se em silêncio. Há duas correntes a respeito do assunto, não havendo entretanto entendimento majoritário, ficando a cargo do STJ decidir:
1ª corrente: a sociedade pode adquirir suas próprias quotas observadas as condições estabelecidasna lei das sociedades anônimas (sociedade de ações). Enunciado 391 JDC.
2ª corrente: a sociedade limitada não pode adquirir suas proprias quotas, eis que tal aquisição já não mais está autorizada pelo Código Civil. Instrução Normativa DNRC 98 de 23/12/2003.
3. RESOLUÇÃO DE UM SÓCIO PERANTE À SOCIEDADE - Em razão de:
a) MORTE:
 - Se o contrato nada disser = liquidar-se-á a quota parte do sócio falecido (Art. 1.028. No caso de morte de sócio, liquidar-se-á sua quota, salvo:)
 - Exceto se:
I - (O contrato prever a não liquidação da quota) se o contrato dispuser diferentemente;
II - (Opção pelo fim da sociedade) se os sócios remanescentes optarem pela dissolução da sociedade;
III - (Substituição do sócio falecido por decisão dos herdeiros) se, por acordo com os herdeiros, regular-se a substituição do sócio falecido.
b) CESSÃO DE QUOTAS:
 * Na Sociedade Limitada: Art. 1.057. Na omissão do contrato, o sócio pode ceder sua quota, total ou parcialmente:
 - a quem seja sócio: independentemente de audiência dos outros, 
 - ou a estranho: se não houver oposição de titulares de mais de um quarto do capital social (sem oposição de mais de 1/4 = mais de 25%)
Parágrafo único. A cessão terá eficácia quanto à sociedade e terceiros, inclusive para os fins do parágrafo único do art. 1.003, a partir da averbação do respectivo instrumento, subscrito pelos sócios anuentes.
	*Cessão na Sociedade Simples:
Art. 1.003. A cessão total ou parcial de quota, sem a correspondente modificação do contrato social com o consentimento dos demais sócios, não terá eficácia quanto a estes e à sociedade.
Parágrafo único. Até dois anos depois de averbada a modificação do contrato, responde o cedente solidariamente com o cessionário, perante a sociedade e terceiros, pelas obrigações que tinha como sócio.
c) DIREITO DE RETIRADA:
Art. 1.029. Além dos casos previstos na lei ou no contrato, qualquer sócio pode retirar-se da sociedade; (...)
(...) se de prazo indeterminado: mediante notificação aos demais sócios, com antecedência mínima de sessenta dias; 
(...) se de prazo determinado, provando judicialmente justa causa.
Art. 1.077. Quando houver modificação do contrato, fusão da sociedade, incorporação de outra, ou dela por outra, terá o sócio que dissentiu o direito de retirar-se da sociedade, nos trinta dias subsequentes à reunião, aplicando-se, no silêncio do contrato social antes vigente, o disposto no art. 1.031.
Art. 1.031. Nos casos em que a sociedade se resolver em relação a um sócio, o valor da sua quota, considerada pelo montante efetivamente realizado, liquidar-se-á, salvo disposição contratual em contrário, com base na situação patrimonial da sociedade, à data da resolução, verificada em balanço especialmente levantado.
d) EXCLUSÃO:
 - Do sócio Remisso: art. 1058: Não integralizada a quota de sócio remisso, os outros sócios podem, sem prejuízo do disposto no art. 1.004 e seu parágrafo único, tomá-la para si ou transferi-la a terceiros, excluindo o primitivo titular e devolvendo-lhe o que houver pago, deduzidos os juros da mora, as prestações estabelecidas no contrato mais as despesas. Obs.: podem os demais sócios, no entanto, ultimar tentativa para que o remisso integralize suas quotas. 
 - Quebra de dever (justa causa)
* Exclusão de sócio não minoritário = através de ação judicial. Art. 1.030. Ressalvado o disposto no art. 1.004 e seu parágrafo único (= faculdade dos demais sócios de preferir, à indenização, a exclusão ou redução da quota do sócio remisso - em mora), pode o sócio ser excluído judicialmente, mediante iniciativa da maioria dos demais sócios, por falta grave no cumprimento de suas obrigações, ou, ainda, por incapacidade superveniente.
* Exclusão do sócio minoritário = não há necessidade de ação judicial. Art. 1.085. Ressalvado o disposto no art. 1.030, quando a maioria dos sócios, representativa de mais da metade do capital social, entender que um ou mais sócios estão pondo em risco a continuidade da empresa, em virtude de atos de inegável gravidade, poderá excluí-los da sociedade, mediante alteração do contrato social, desde que prevista neste a exclusão por justa causa.
 - Falência do sócio
Art. 1030, Parágrafo único. Será de pleno direito excluído da sociedade o sócio declarado falido, ou aquele cuja quota tenha sido liquidada nos termos do parágrafo único do art. 1.026.
Art. 1.026. O credor particular de sócio pode, na insuficiência de outros bens do devedor, fazer recair a execução sobre o que a este couber nos lucros da sociedade, ou na parte que lhe tocar em liquidação.
AULA 4 - ADMINISTRAÇÃO NA LTDA
1. CONCEITO E NATUREZA JURÍDICA
a) Conceito: A sociedade limitada deve firmar os atos pertinentes ao objeto social por meio de um órgão com características próprias (administração). Assim, administrador é um indivíduo pessoa física, responsável pela atuação da empresa; aquele que pratica os atos fundamentais para que ela se desenvolva e consiga realizar o seu objeto social.
 - Assim: o administrador pratica os atos para a pessoa jurídica e não para os sócios, pessoas físicas!
b) Natureza Jurídica: Diversas teorias cercam a natureza jurídica da administração das sociedades limitadas: a inglesa, fundamentada nas noções de agency, trust e ultra vires (representação); a latina, dando-lhe o caráter de mandato; e a germânica, considerando-a um órgão da sociedade.
Conforme disposto no art. 1011 § 2o , "aplicam-se à atividade dos administradores, no que couber, as disposições concernentes ao mandato". A teoria da representação é contestada, pois os administradores quando dirigem os serviços internos da sociedade, como a contabilidade, não representam a sociedade ou ainda, não podemos considerar uma sociedade como uma pessoa incapaz, logo ela não pode ser representada
Rubens Requião demonstra que na teoria latina o administrador é um mandatário e, por isso, não responde pelas obrigações que assume em nome da sociedade, desde que permaneça nos limites de seus poderes. E, afirma que a teoria é contestada, pois “os administradores podem manifestar a sua vontade pessoal, o que levaria à inaplicabilidade de algumas normas do mandato originário. O mandatário, por outro lado, tem o direito de retenção sobre a coisa administrada, o que não ocorre com o administrador da sociedade”.
Prevalece segundo a doutrina majoritária, a doutrina da organicidade, segundo a qual os administradores não são apenas meros mandatários da sociedade, ou dos sócios, porém manifestantes da própria vontade daquela, fazendo-a presente. Mas, qualquer que seja a concepção prevalecente acerca da natureza jurídica da administração, é ele um órgão “a quem incumbe a gestão e a representação da sociedade com faculdades legais e estatutárias e com responsabilidade ante a sociedade e perante terceiros”. 
c) Limitação: O administrador pratica ações, podendo seu atuar ser limitado por cláusulas específicas no instrumento de nomeação, ou pode sofrer limitação apenas pela atividade própria da empresa.
2. VEDAÇÃO QUANTO À HABILITAÇÃO - Não Podem ser administradores:
a) Estrangeiros (impedidos por lei especial): Conforme lei própria = L. 6815/80 (Lei dos Estrangeiros) Art. 99. Ao estrangeiro titular de visto temporário e ao que se encontre no Brasil na condição do artigo 21, § 1° (trabalhadores ou estudantes de municípios brasileiros limítrofes ao seu país), é vedado estabelecer-se com firma individual, ou exercer cargo ou função de administrador, gerente ou diretor de sociedade comercial ou civil, bem como inscrever-se em entidade fiscalizadora do exercício de profissão regulamentada.
 Obs.: Quanto à vedação societária: Art. 106 L.6815/80: É vedado ao estrangeiro: II - ser proprietáriode empresa jornalística de qualquer espécie, e de empresas de televisão e de radiodifusão, sócio ou acionista de sociedade proprietária dessas empresas.
b) Os condenados criminalmente: Art. 1011 § 1o Não podem ser administradores, além das pessoas impedidas por lei especial, os condenados a pena que vede, ainda que temporariamente, o acesso a cargos públicos; ou por crime falimentar, de prevaricação, peita ou suborno, concussão, peculato; ou contra a economia popular, contra o sistema financeiro nacional, contra as normas de defesa da concorrência, contra as relações de consumo, a fé pública ou a propriedade, enquanto perdurarem os efeitos da condenação. 
c) Impedidos por ordem profissional: Como por exemplo: Membros do MP, Magistrados, Deputados e Senadores, leiloeiros, funcionário público federal civil ou militar da ativa.
 - obs.: em relação ao funcionário estadual e municipal, observar as respectivas legislações
 - obs.: À Pessoa jurídica também é vedada a administração (poder de administrar), conforme determina o art. 1.054 c/c 997, VI do CC.
3. QUALIFICAÇÃO DOS AGENTES - Administrador sócio e não sócio.
a) Administrador Sócio: O contrato social além de nada prever, pode prever a administração por todos, alguns ou por um único sócio.
 - Cada sócio exerce os atos de administração separadamente (Art. 1.013. A administração da sociedade, nada dispondo o contrato social, compete separadamente a cada um dos sócios)
 - As decisões são tomadas por consenso de todos os sócios;
 - A administração faculta a alguns sócios tão somente a administração da sociedade, decidindo a matéria pela maioria dos votos.
Atenção - Administração conjunta: no silêncio do contrato, a administração cabe a todos! (Art. 1.014. Nos atos de competência conjunta de vários administradores, torna-se necessário o concurso de todos, salvo nos casos urgentes, em que a omissão ou retardo das providências possa ocasionar dano irreparável ou grave).
b) Administrador Não Sócio: Trata-se de uma novidade do Código Civil de 2002 que independe de previsão no contrato social, porém, a lei prevê requisitos para sua nomeação (designação), como por exemplo art. 1061:
 - Capital social não integralizado: unanimidade dos sócios para aprovação de sua designação;
 - Capital social integralizado: 2/3 (66,6 %) dos sócios para aprovação.
4. FORMAS DE NOMEAÇÃO DO ADMINISTRADOR: Art. 1.060. A sociedade limitada é administrada por uma ou mais pessoas designadas no contrato social ou em ato separado.
 - Administrador sócio: contrato social - Art. 997: A sociedade constitui-se mediante contrato escrito, particular ou público, que, além de cláusulas estipuladas pelas partes, mencionará: VI - as pessoas naturais incumbidas da administração da sociedade, e seus poderes e atribuições.
Obs.: art. 1060 §único. A administração atribuída no contrato a todos os sócios não se estende de pleno direito aos que posteriormente adquiram essa qualidade.
 - Administrador não sócio: através de ato separado - Art. 1.062: O administrador designado em ato separado investir-se-á no cargo mediante termo de posse no livro de atas da administração.
Obs.: Art. 1.012. O administrador, nomeado por instrumento em separado, deve averbá-lo à margem da inscrição da sociedade, e, pelos atos que praticar, antes de requerer a averbação, responde pessoal e solidariamente com a sociedade.
5. PODERES E ATRIBUIÇÕES
a) Poderes:
 - Praticar todos os atos incluídos no contrato social e pertinentes ao objeto social;
 - Administração dos bens sociais e sua conservação;
- Atuar em nome da sociedade 
 - Deliberações - Art. 1.071: Dependem da deliberação dos sócios, além de outras matérias indicadas na lei ou no contrato:
 *De mais de 1/2 (metade) do capital social:
 III - a destituição dos administradores; IV - o modo de sua remuneração, quando não estabelecido no contrato;
VIII - o pedido de concordata.
 *De no mínimo 3/4 do capital social:
V - a modificação do contrato social;
VI - a incorporação, a fusão e a dissolução da sociedade, ou a cessação do estado de liquidação;
OBS.: Não há correspondência quanto aos incisos: I - a aprovação das contas da administração; VII - a nomeação e destituição dos liquidantes e o julgamento das suas contas;
b) Responsabilidades: Art. 1.011. O administrador da sociedade deverá ter, no exercício de suas funções, o cuidado e a diligência que todo homem ativo e probo costuma empregar na administração de seus próprios negócios.
 - Regra geral: a sociedade responde pelos atos do administrador.
 - Exceção: responsabilidade do administrador (art. 1013 § 2o : Responde por perdas e danos perante a sociedade o administrador que realizar operações, sabendo ou devendo saber que estava agindo em desacordo com a maioria).
 - Hipóteses em que é cabível ação contra terceiros em razão dos atos praticados pelo administrador (art. 1015 § único: O excesso por parte dos administradores somente pode ser oposto a terceiros se ocorrer pelo menos uma das seguintes hipóteses):
I - se a limitação de poderes estiver inscrita ou averbada no registro próprio da sociedade 
II - provando-se que o excesso cometido pelo administrador era conhecida do terceiro (no que configura assim a má-fé por parte deste terceiro)
III - (Teoria dos Atos Ultra Vires): Quando o administrador praticar operação evidentemente estranha aos negócios da sociedade: Responde assim ilimitadamente pelos danos causados à sociedade e a terceiros.
Obs.: Deverá, entretanto, sempre ser observada a boa-fé da pessoa jurídica, evidenciando que esta não se beneficiou pelos atos praticados pelo administrador, conforme vem se posicionando as recentes decisões judiciais.
Obs.: Teoria dos atos ultra vires (protege a pessoa jurídica) X enquanto que a Teoria da transferência (proteje a pessoa física)
6. DESTITUIÇÃO DO ADMINISTRADOR: O administrador pode deixar de exercer sua função em três hipóteses: término do prazo previsto, destituição e renúncia.
 - Por Término do prazo previsto (prazo determinado): ao término do prazo quando estipulado no contrato social;
 - Por Destituição: Se administrador sócio (1063 §1º) = aprovação de no mínimo 2/3 do capital social (se o contrato não dispuser diferente).
 - Renúncia: 1063 § 3o A renúncia de administrador torna-se eficaz, em relação à sociedade, desde o momento em que esta toma conhecimento da comunicação escrita do renunciante; e, em relação a terceiros, após a averbação e publicação.
7. CONSELHO FISCAL
a) Instituição: Os órgãos fundamentais da sociedade limitada são: assembleia ou reunião de sócios, administração e conselho fiscal (quando houver previsão contratual que permita a sua existência). O conselho fiscal é facultativo, tendo em vista que a sociedade limitada não precisa ter conselho fiscal, mas se o contrato dispuser sobre sua adoção, sem prejuízo dos direitos de fiscalização normalmente exercidos pelos sócios, o conselho fiscal tem atribuições legais expressas para exercer o controle fiscal da administração social. Em poucas palavras, possuir ou não um conselho fiscal é uma opção dos sócios.
b) Quanto à Composição: art. 1066 § 1o : Não podem fazer parte do conselho fiscal, além dos inelegíveis enumerados no § 1o do art. 1.011, (impedidos e condenados) os membros dos demais órgãos da sociedade ou de outra por ela controlada, os empregados de quaisquer delas ou dos respectivos administradores, o cônjuge ou parente destes até o terceiro grau.
 c) Atribuições: A função essencial do conselho fiscal é a de exercer permanente fiscalização sobre os órgãos de administração da sociedade, especificamente em relação às contas, e à legalidade e regularidade dos atos de gestão. Sua atuação é instrumental, já que disponibiliza aos sócios as informações necessárias para o exercício do direito de fiscalizar e exara parecer sobre a regularidade das prestações de contas.
d) Indelegabilidade: art. 1.070 - 1ª parte: As atribuições e poderes conferidos pela lei ao conselho fiscal não podem ser outorgados a outro órgãoda sociedade, (...)
e) Responsabilidade: art. 1070 - in fine: (...) e a responsabilidade de seus membros obedece à regra que define a dos administradores (art. 1.016).
AULA 5 - DELIBERAÇÃO NAS SOCIEDADES LIMITADAS
I - REUNIÃO E ASSEMBLÉIA: Art. 1.072. As deliberações dos sócios, obedecido o disposto no art. 1.010 (maioria dos votos) serão tomadas em reunião ou em assembleia, conforme previsto no contrato social, devendo ser convocadas pelos administradores nos casos previstos em lei ou no contrato.
*Art. 1.010. Quando, por lei ou pelo contrato social, competir aos sócios decidir sobre os negócios da sociedade, as deliberações serão tomadas por maioria de votos, contados segundo o valor das quotas de cada um.
a) Obrigatoriedade para Assembleia: 1072 § 1o A deliberação em assembleia será obrigatória se o número dos sócios for superior a dez.
b) Dispensa - possibilidade: art. 1072 § 3o A reunião ou a assembleia tornam-se dispensáveis quando todos os sócios decidirem, por escrito, sobre a matéria que seria objeto delas.
II - LEGITIMIDADE DE CONVOCAÇÃO:
a) Pelos Administradores: De acordo com o artigo 1072 CC, os administradores são detentores da legitimidade para convocar os sócios para deliberarem, através de reunião ou assembleia os assuntos elencados no artigo 1071.
b) Art. 1.073. A reunião ou a assembleia podem também ser convocadas:
 - Inc. I - Por Sócio: quando os administradores retardarem a convocação, por mais de 60 dias, nos casos previstos em lei ou no contrato, ou por titulares de mais de um quinto do capital, quando não atendido, no prazo de oito dias, pedido de convocação fundamentado, com indicação das matérias a serem tratadas;
 - Inc. II - Pelo Conselho Fiscal: Art. 1.069. Além de outras atribuições determinadas na lei ou no contrato social, aos membros do conselho fiscal incumbem, individual ou conjuntamente, convocar a assembleia dos sócios se a diretoria retardar por mais de 30 dias a sua convocação anual, ou sempre que ocorram motivos graves e urgentes.
III - FORMAS DE CONVOCAÇÃO: a convocação da assembleia deve ser feita por edital, publicada no mínimo, em 3 jornais de grande circulação, devendo:
 - a primeira convocação anteceder um prazo de 8 dias da data da assembleia;
 - e a segunda convocação em um prazo de 5 dias.
art 1152 § 3o: O anúncio de convocação da assembleia de sócios será publicado por três vezes, ao menos, devendo mediar, entre a data da primeira inserção e a da realização da assembleia, o prazo mínimo de oito dias, para a primeira convocação, e de cinco dias, para as posteriores.
1. DISPENSAS DE FORMALIDADE: art. 1072 § 2o Dispensam-se as formalidades de convocação previstas no § 3o do art. 1.152, quando todos os sócios comparecerem ou se declararem, por escrito, cientes do local, data, hora e ordem do dia. 
2. DISPENSA DE DELIBERAÇÃO: Art. 1072 § 3o A reunião ou a assembleia tornam-se dispensáveis quando todos os sócios decidirem, por escrito, sobre a matéria que seria objeto delas (unanimidade e por escrito).
3. QUORUM DE CONVOCAÇÃO (1074) X Quórum de Deliberação (1071 c/c 1076)
Art. 1.074. A assembleia dos sócios instala-se com a presença:
 - em primeira convocação: de titulares de no mínimo 3/4 do capital social, e, 
 - em segunda convocação: com qualquer número.
4. QUORUM DE DELIBERAÇÃO: Art. 1.071. Dependem da deliberação dos sócios, além de outras matérias indicadas na lei ou no contrato:
*(art. 1076, I - votos no mínimo de 3/4 - 75% do capital social):
V - a modificação do contrato social;
VI - a incorporação, a fusão e a dissolução da sociedade, ou a cessação do estado de liquidação;
*(art. 1076, II - votos de mais de 1/2 - 50% do capital social):
II - a designação dos administradores, quando feita em ato separado;
IV - o modo de sua remuneração, quando não estabelecido no contrato;
VIII - o pedido de concordata
*(art. 1076, III - pela maioria de votos dos presentes, nos demais casos previstos na lei ou no contrato, se este não exigir maioria mais elevada):
I - a aprovação das contas da administração;
VII - a nomeação e destituição dos liquidantes e o julgamento das suas contas;
*Outros quóruns:
* Designação de Administradores não sócios: Art. 1.061. A designação de administradores não sócios dependerá de aprovação da unanimidade dos sócios, enquanto o capital não estiver integralizado, e de 2/3 (66%), no mínimo, após a integralização.
* Destituição de Sócio administrador: Art. 1063 § 1o Tratando-se de sócio nomeado administrador no contrato, sua destituição somente se opera pela aprovação de titulares de quotas correspondentes, no mínimo, a 2/3 (66%) do capital social, salvo disposição contratual diversa.
IV - DIREITO DE RETIRADA (sócio dissidente): Art. 1.077. Quando houver modificação do contrato, fusão da sociedade, incorporação de outra, ou dela por outra, terá o sócio que dissentiu o direito de retirar-se da sociedade, nos trinta dias subsequentes à reunião, aplicando-se, no silêncio do contrato social antes vigente, o disposto no art. 1.031.
*Art. 1.031. Nos casos em que a sociedade se resolver em relação a um sócio, o valor da sua quota, considerada pelo montante efetivamente realizado, liquidar-se-á, salvo disposição contratual em contrário, com base na situação patrimonial da sociedade, à data da resolução, verificada em balanço especialmente levantado (Obs.: § 1o O capital social sofrerá a correspondente redução, salvo se os demais sócios suprirem o valor da quota).
1. REEMBOLSO - APURAÇÃO PARCIAL DE HAVERES: art. 1031 § 2o A quota liquidada será paga em dinheiro, no prazo de noventa dias, a partir da liquidação, salvo acordo, ou estipulação contratual em contrário. (obs.: primeiro se dissolve, depois liquida e por fim partilha-se).
V - DELIBERAÇÕES CONTRÁRIAS À LEI OU AO CONTRATO SOCIAL: Art. 1.080. As deliberações infringentes do contrato ou da lei tornam ilimitada a responsabilidade dos que expressamente as aprovaram.
AULA 6 - SOCIEDADE ANONIMA
1. EVOLUÇÃO HISTÓRICA: A SA surge no Brasil em 1891, com base ruralista. Em 1940 a SA passa a ter uma base industrial, até a chegada em 1946 da atual legislação, que dá a esse tipo societário uma base empresarial, utilizada assim até hoje.
2. LEGISLAÇÃO - Art. 1.089 CC: A sociedade anônima rege-se por lei especial, aplicando-se-lhe, nos casos omissos, as disposições deste Código - LEI 6404/76.
3. RESPONSABILIDADE DOS SÓCIOS - Art. 1.088 CC: Na sociedade anônima ou companhia, o capital divide-se em ações, obrigando-se cada sócio ou acionista somente pelo preço de emissão das ações que subscrever ou adquirir. Assim, a responsabilidade do acionista é limitada ao preço de emissão das ações subscritas ou adquiridas.
Obs.: Em regra, todos os bancos são SA. Exceções: CEF (empresa pública); BB (sociedade de economia mista).
4. DENOMINAÇÃO
Art. 3º A sociedade será designada por denominação acompanhada das expressões "companhia" ou "sociedade anônima", expressas por extenso ou abreviadamente mas vedada a utilização da primeira ao final.
Obs.: vedada assim a utilização da expressão "companhia" no final da denominação. Ex.: Fundição Progresso Companhia
§ 1º O nome do fundador, acionista, ou pessoa que por qualquer outro modo tenha concorrido para o êxito da empresa, poderá figurar na denominação.
5. CARACTERISTICAS
a) Grandes empreendedores;
b) Mínimo de 2 sócios (pessoas físicas ou jurídicas)
c) Impessoalidade: na SA não se admite affectio societatis eis que esta não é elemento específico do estatuto social.
d) Sociedade de Capital: As ações em que se divide o seu capital, são consideradas bens móveis. Obs.: valores mobiliários são (conforme art. 2º Lei nº 6.385/76) : ações, partes beneficiárias, debêntures; bônus de subscrição, entre outros
e) Mercantil: art. 2º, § 1º: Qualquer que seja o objeto, a companhia é mercantil e se rege pelas leis e usos do comércio.
f) Influencia econômico-política
g) Capital Aberto ou Fechado
 - Companhia Aberta: caracteriza-se quando estiver disponível os seus valores mobiliários para negociação;
 -Companhia Fechada: Não disponibiliza os seus valores mobiliários.
 - Capital autorizado: Quando a SA autoriza a venda das ações, respeitando porém, o direito de preferencia. 
6. SOCIEDADE COMANDITA POR AÇÕES (280 a 284 L. 6404/76)
A sociedade em comandita por ações rege-se pela mesma lei 6.404/76, especificamente nos arts. 280 e 284, e também no código civil de 2002, da sociedade personificada, capítulo IV.
Ao lado da SA, a sociedade em comandita por ações é um dos dois tipos de sociedade por ações admitidos no direito brasileiro. O direito português também prevê esse tipo societário.
As sociedades por ações (isto é, a sociedade anônima e também a do tipo “em comandita por ações”) são sempre empresárias, conforme estabelece o NCC no § único do art. 982.
Consiste numa sociedade sob firma ou razão social, na qual figuram duas classes de sócios. Os comanditados e comanditários.
 - Responsabilidade dos sócios: Sociedade em comandita por ações é aquela em que o capital, tal como nas sociedades anônimas, se divide em ações, respondendo os acionistas apenas pelo preço das ações subscritas ou adquiridas, assumindo os diretores (sócio comanditado) responsabilidade solidária e ilimitada pelas obrigações sociais.
Os sócios comanditados respondem ilimitadamente perante terceiros e o sócio comanditário (que não é otário), limitadamente perante o sócio comanditado. A representação da sociedade se dá pelos diretores, que deverão ser necessariamente acionistas. O diretor é nomeado por tempo indeterminado no ato constitutivo e a sua responsabilidade é subsidiária e ilimitada frente às obrigações da sociedade.
A responsabilidade e do diretor de forma ilimitada e subsidiariamente, conforme o art. 1091, CC/02, in verbis: "Somente o acionista tem qualidade para administrar a sociedade e, como diretor, responde subsidiária e ilimitadamente pelas obrigações da sociedade". No caso de existir mais de um diretor, todos responderão de forma solidária e ilimitada. O diretor destituído ou exonerado continua, durante dois anos, responsável pelas obrigações sociais contraídas sob sua administração. (inteligência do art. 1.091 § 3, CC/02). Só pode ser destituído por deliberação de acionistas que representem, no mínimo, dois terços do capital social.
 - Assembleia Geral: não tem poderes, sem o consentimento dos diretores ou gerentes, para deliberar determinadas matérias, como a modificação do objeto essencial da sociedade, aumentar ou diminuir o capital social, emitir debentures ou criar partes beneficiárias, nem aprovar a participação em grupo de sociedade.
Obs.: Não existe na Comandita por Ações: Conselho de Adminsitração; Capital Autorizado; Bônus de Subscrição.
AULA 7 - COMPANHIA ABERTA e COMPANHIA FECHADA
1. CONCEITO - Art. 4o: Para os efeitos desta Lei, a companhia é aberta ou fechada conforme os valores mobiliários de sua emissão estejam ou não admitidos à negociação no mercado de valores mobiliários. Assim, será companhia aberta quando seus valores mobiliários são admitidos à negociação no mercado (oferta e negociação públoica) e fechada, em situação contrária, quando da oferta e negociação particular.
2. MERCADO DE VALORES MOBILIÁRIOS
Mercado de valores mobiliários é um segmento do mercado financeiro que tem como característica o investimento em captações públicas, em dinheiro ou bens com valor monetário, onde o investidor fornece capital de risco a um empreendimento ou projeto. Nestes casos, o investidor não tem poder de gerenciamento direto, mas pode vender sua participação a qualquer momento (no mercado aberto) ou numa data de vencimento previamente especificada, se houver um contrato.
No Brasil, todos os valores mobiliários têm que ser registrados na CVM - Comissão de Valores Mobiliários.
Segundo o site da CVM, os valores mobiliários mais negociados no Brasil são ações, debêntures e quotas de fundos de investimento.
3. CARACTERISTICAS DAS COMPANHIAS ABERTA e FECHADA
a) CIA FECHADA:
 * Valores sem a emissão no Mercado de Valores Mobiliários (oferta privada)
 * Affectio Societatis moderada
 * Fiscalização excepcional da CVM (Comissão de Valores Mobiliários). Obs.: a regra é que a CVM fiscalize as sociedades de capital aberto.
 * Benefícios fiscais (CVM/IN 265/97)
b) CIA ABERTA:
 * Registro na CVM (Comissão de Valores Mobiliários)
 * Valores admitidos no Mercado de Valores Mobiliários (oferta pública)
 * Normas rígidas: transparência; publicidade mais acentuada
 * Fiscalização da CVM (Comissão de Valores Mobiliários)
3. VALORES MOBILIÁRIOS: Divisão:
 - Primário: ações novas = mercado de balcão
 - Secundário: ações já circulantes
 Mercado de Balcão Bolsa de Valores
 Títulos: Títulos:
 Operação de subscrição Operação de Negociação
 CIA ABERTA ACIONISTA ACIONISTA ACIONISTA
 
 Instituição Financeira) Bolsa de Valores (corretoras)
 Mercado Primário Mercado Secundário
4. MERCADO NOVO: ações que adotam regras de proteção diferenciadas das demais em circulação. Compõe um subgrupo dentro do próprio mercado chamado Mercado Novo.
5. COMISSÃO DE VALORES MOBILIÁRIOS (CVM)
a) Instituição: Lei 6385/76 - Dispõe sobre o mercado de valores mobiliários e cria a Comissão de Valores Mobiliários.
Art. 5o É instituída a Comissão de Valores Mobiliários, entidade autárquica em regime especial, vinculada ao Ministério da Fazenda (instituição governamental), com personalidade jurídica e patrimônio próprios, dotada de autoridade administrativa independente, ausência de subordinação hierárquica, mandato fixo e estabilidade de seus dirigentes, e autonomia financeira e orçamentária. 
b) Caracteristicas:
 - Ficalizadora: a CVM tem por obrigatoriedade, fiscalizar a SA de capital aberto e Bolsa de Valores. A CVM pode assim instaurar processo administrativo.
 - Registraria: É seu dever registrar a sociedade de capital aberto. Se não estiver registrado, não pode negociar.
 - De Fomento: Fornecimento de cursos gratuitos; orientação a empresários, etc.
 - Regulamentar: Possui regulamentação própria - L. 6385/76 - regulamentar o mercado de capitais
 - Consultiva: "Portal Transparência"

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