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REVISTA DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE COMPUTAÇÃO Secretarias Regionais incentivam alunos 16 e 18 XIII Maratona de Programação COMPETIÇÕES CIENTÍFICAS Revelando novos talentos 12 a 15 07 Outubro Novembro Dezembro 2008 PA NO RA M A REVISTA DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE COMPUTAÇÃO Outubro Novembro Dezembro 2008 www.sbc.org.br Caixa Postal 15012 CEP: 91.501-970 – Porto Alegre/RS Av. Bento Gonçalves, 9.500 Setor 4 – Prédio 43412 – Sala 219 Bairro Agronomia - CEP: 91.509-900 Porto Alegre/RS Fone: (51) 3308.6835 | Fax: (51) 3308.7142 E-mail: comunicacao@sbc.org.br Diretoria: José Carlos Maldonado (ICMC – USP) Presidente Virgílio Augusto Fernandes Almeida (UFMG) Vice-Presidente Carla Maria Dal Sasso Freitas (UFRGS) Diretora Administrativa Paulo Cesar Masiero (ICMC – USP) Diretor de Finanças Marcelo Walter (UFPE) Diretor de Eventos e Comissões Especiais Edson Norberto Cáceres (UFMS) Diretor de Educação Karin Breitman (PUC-Rio) Diretora de Publicações Augusto Sampaio (UFPE) Diretor de Planejamento e Programas Especiais Aline Santos Andrade (UFBA) Diretora de Secretarias Regionais Altigran Soares da Silva (UFAM) Diretor de Divulgação e Marketing Ricardo de Oliveira Anido (UNICAMP) Diretor de Regulamentação da Profissão Carlos Eduardo Ferreira (USP) Diretor de Eventos Especiais Taisy Silva Weber (UFRGS) Diretora de Cooperação com Sociedades Científicas Editor Responsável: Altigran Soares da Silva (UFAM) Editor Associado: Carlos Eduardo Ferreira (USP) Produção e Execução: Giornale Comunicação Empresarial Fone: (51) 3378.7100 www.giornale.com.br Coordenação: Miqueline De Faveri Redação: Leonardo Tissot, Mariana D’Avila e Miqueline De Faveri Projeto Gráfico: Denise Polidori Editoração: Júlia Teles Fotos: Arquivo SBC Diretora e Jornalista Responsável: Fernanda Carvalho Garcia (Reg. Prof. 8231) eventos | p.04 entrevista | p.06 comenda | p.22 EX PE DI EN TE valores para 2009 Se você deseja renovar a anuidade ou se associar à SBC, confira o valor anual: Estudante: R$ 40,00 Efetivo/ Fundador: R$ 100,00 Institucional: R$ 530,00 Assinante Institucional C: R$ 1.060,00 Assinante Institucional B: R$ 2.020,00 Assinante Institucional A: R$ 3.610,00 A anuidade da SBC vale pelo ano fiscal (janeiro a dezembro). Sócios da SBMicro têm desconto. Adquira as publicações editadas pela SBC por meio do site www.sbc.org.br. nesta edição: EDITORIAL 03 CAMPANHA DE RENOVAÇÃO DA ANUIDADE ASSOCIE-SE A SBC conta atualmente com cerca de 4 mil associa- dos, entre professores universitários, estudantes de graduação e pós-graduação e profissionais da Compu- tação. Possui também aproximadamente 230 universi- dades, centros de pesquisas, empresas e associações de empresas como sócios ou assinantes institucionais. Todos, além de contar com as vantagens de pertencer à Sociedade, contribuem para o desenvolvimento cien- tífico e tecnológico da área no País. De acordo com Carla Dal Sasso Freitas, Diretora Administrativa da en- tidade, a SBC tem por missão fortalecer as atividades de ensino, pesquisa e disseminação do conhecimento em Computação no Brasil. As atividades direcionadas ao ensino e à utilização de informática na escola tam- bém recebem atenção especial. “A SBC conta com uma Comissão de Educação que estuda e propõe melhorias nos currículos de graduação e tem também forte atua- ção na pós-graduação, através do seu Fórum de Coor- denadores de Pós-Graduação”, afirma. No âmbito da pesquisa, a SBC promove diversos even- tos relacionados às mais diversas áreas da Computação, propiciando intercâmbio de conhecimento e formação de parcerias entre os pesquisadores presentes. Além de apoiar a disseminação do conhecimento gerado, através dos anais desses eventos, a Sociedade publi- ca três periódicos, o Journal of the Brazilian Computer Society (JBCS), a Revista Brasileira de Informática na Educação e a Revista Eletrônica de Iniciação Científica, que estão à disposição dos sócios, dependendo do tipo de associação. Recentemente foi lançada uma nova re- vista, a SBC Horizontes, mais voltada para a formação profissional. “Como toda a associação visa fortalecer uma instituição para que ela seja representativa e lute pelos interesses dos seus membros, a associação à SBC é a forma natural que estudantes, professores e profissionais têm de apoiar as atividades promovidas pela Sociedade”, acrescenta. Como fazer para atrair mais talentos para a área de Computação? Como motivar os estudantes a passarem horas e horas aprendendo técnicas de programação e estruturas de dados, ou técnicas de robótica e inteligência artificial, e ainda se divertirem com isso? Nesta edição da Computação Brasil, apresentamos as Olimpíadas Científicas promovi- das pela SBC: a Maratona de Programação, a Olimpíada Brasileira de Informática (OBI) e a Olimpíada Brasileira de Robótica (OBR). O interesse dos jovens na área de Computação e Tecnologia de Informa- ção vem sofrendo uma queda acentuada nos últimos anos. Os motivos para isso são objeto de diversos estudos, mas ainda não há conclusões claras a respeito do que leva menos estudantes do Ensino Médio a se interessarem pela área, apesar das ofertas de emprego continuarem a se ampliar e dos salários continuarem muito bons (mesmo após a crise!). As Olimpíadas Científicas certamente auxiliam na atração de jovens, especialmente os que demonstram talento para trabalhar com tecnologia. Mostramos como funcionam as competições e os enormes ganhos que os participantes têm na sua formação e mesmo em sua carreira. Ex- competidores da Maratona e das olimpíadas contam suas experiên- cias e como a preparação para estes eventos os ajudou a alcançar importantes posições em grandes empresas na área de Tecnologia da Informação. Destacamos também as finais brasileiras da Maratona de Programa- ção, ocorridas nos dias 14 e 15 de novembro de 2008 em Vila Velha, no Espírito Santo. O nível da competição foi excelente, e mostrou um amadurecimento dos times por todo o País, com equipes premiadas vindas de instituições de todas as regiões do Brasil. Mostramos ainda como estas competições são financiadas por meio de parcerias com agências de fomento, com a Fundação Carlos Chagas e mesmo com algumas empresas da área. As competições só existem por causa do trabalho de centenas de vo- luntários que colaboram com a aplicação das provas, organização das sedes, elaboração e correção dos problemas, divulgação local e outras atividades. Procuramos destacar o empenho destas pessoas, sem as quais nenhuma das competições conseguiria sobreviver. Mostramos como o trabalho de divulgação tem se espalhado por todo o País, e como a preparação dos estudantes tem envolvido mais e mais volun- tários. E mal termina a competição, já começa o trabalho do ano se- guinte! Haja fôlego! Desejamos uma ótima leitura, e contamos com o apoio de todos para nos ajudarem a divulgar estas olimpíadas em sua instituição, cidade e região! Para os estudantes, o valor da anuidade é subsidiado, se forem considerados os custos de manutenção da Socieda- de e suas múltiplas atividades. Com uma contribuição mí- nima, eles podem receber a Revista Computação Brasil e participar com descontos consideráveis dos eventos pro- movidos pela SBC, nos quais há sub-eventos diretamente voltados para estudantes, e das Escolas Regionais. Segundo a Diretora, todos os eventos pro- movidos e apoiados pela entidade oferecem descontos na inscrição aos seus sócios. Para se associar, basta preencher o formulário dis- ponível na página da SBC, na seção “Associe- se”, e efetuar o pagamento da anuidade. O associado receberá uma carteira de identifi- cação. A anuidade vale para o ano fiscal, ou seja, de janeiro a dezembro de cada ano. Dúvi- das podem ser esclarecidas através do e-mail sbc@sbc.org.br.Conheça as vantagens de se tornar sócio da Sociedade Brasileira de Computação. Estudantes 0504 EV EN TO S COMPETIÇÕES AJUDAM NA EDUCAÇÃO DE ESTUDANTES OLIMPÍADA BRASILEIRA DE INFORMÁTICA A primeira edição da OBI (Olimpíada Brasileira de Informática) foi realizada em 1999 e envolveu 300 alunos. Este evento é organizado em todas as esco- las estaduais, municipais e particulares, para estudantes dos ensinos Funda- mental e Médio que têm interesse em participar (hoje são mais de 12 mil ins- crições). Atualmente, ela é composta de duas fases e duas modalidades (sendo uma subdividida em duas categorias e outra em três). De acordo com o Prof. Ricardo Anido, Coordenador do evento, o objetivo da competição é “descobrir ta- lentos que possam ser aprimorados des- de cedo, para que se tornem profissio- nais competentes, promovam a carreira de Computação e o uso do computador como ferramenta qualificada, e não sim- plesmente de acesso à Internet”. As provas são presenciais, individuais e ocorrem em um final de semana. Para o ingresso na disputa, há uma idade limite de 20 anos, sendo este o único requisito. Cada instituição tem um pro- fessor representante, que organiza a Olimpíada localmente. A primeira fase é realizada na escola, já a segunda, com grande concentração de participantes, normalmente acontece nas capitais ou grandes cidades. O Prof. Anido destaca que o desempenho dos estudantes tem melhorado muito, em todos os níveis, porque os colégios vêm se preocupando em prepará-los. Ele informa, também, que OS CONCORRENTES COM RESULTADOS SUPERIORES AOS DEMAIS SÃO CONVIDADOS A ESTUDAR COMPUTAÇÃO NA UNICAMP, PA- TROCINADOS INTEGRALMENTE PELA FUNDA- ÇÃO CARLOS CHAGAS. “São entre 60 e 80 escolhidos para o curso, que dura uma semana. Além disso, os quatro melhores classificados da modalidade Sênior são selecionados a participar da IOI (Olimpí- ada Internacional de Informática), orga- nizada anualmente, sempre em países diferentes”. Em 2008, a IOI ocorreu no Egito e em 2009 será na Bulgária. MARATONA DE PROGRAMAÇÃO A Maratona de Programação, patroci- nada pela Fundação Carlos Chagas, faz parte do Concurso de Programação da ACM (Association for Computer Machi- nery), que é a sociedade científica nos Estados Unidos responsável por unir os profissionais, acadêmicos e estudantes de Computação. Chamado ICPC (Inter- national Collegiate Programming Con- test), o evento existe desde os anos 70 e passou a ocorrer em todo o mundo (e não apenas nos Estados Unidos) a partir da década de 90. Na competição bra- sileira, os alunos são confrontados com problemas de diferentes níveis de difi- culdade, para testar seus conhecimen- tos nas áreas de programação, desen- volvimento de algoritmos e estruturas de dados. A primeira fase é distribuída em várias sedes, espalhadas pelo País. Cada uma seleciona os melhores times (formados por três pessoas) para partici- par das finais brasileiras. O Prof. Carlos Ferreira, organizador do evento, escla- rece: “A atuação dos grupos é medida pelo número de problemas que conse- guem resolver durante as cinco horas de prova”. Ele explica que, para que todas as equipes tenham uma formação equi- valente, há um limite à participação de cada aluno. “Esta restrição é de cinco anos desde o início da graduação, ou 23 anos. Por exemplo: se a pessoa está no terceiro ano e sua idade é 27, ain- da pode se inscrever. Ou, se ela já está no mestrado, mas ainda tem 22 anos, também pode”. Para fazer parte desta disputa, os estudantes devem, inicial- mente, encontrar um representante da instituição, que será o técnico e fará o processo de inscrição, explicado no site http://maratona.ime.usp.br. Em sua his- tória de competições, o Brasil ganhou cinco vezes o título latino-americano do ICPC. A melhor classificação do País foi obtida por um time do ITA, em 2005, em San Antonio, no estado americano do Texas. Em abril de 2008, quatro ti- mes brasileiros foram a Banff, Canadá. A final mundial de 2009 será realizada em Estocolmo, na Suécia. COMPETIÇÃO BRASILEIRA DE ROBÓTICA A 1ª CBR (Competição Brasileira de Robótica) foi realizada no ano de 2003, em Bauru (SP), junto com o SBAI (Sim- pósio Brasileiro de Automação Inteligen- te). Desde então, ocorre anualmente, sendo que, nos anos ímpares, realiza-se junto com o SBAI, e, nos pares, com a JRI (Jornada de Robótica Inteligente) da SBC. “A disputa acontece entre alunos de nível superior e professores, e tem como objetivo desenvolver, científica e tecnologicamente, a área de robótica móvel inteligente no Brasil”, explica o Prof. Flávio Tonidandel, organizador da CBR. Para a realização das provas, existe um steering committee, chamado CCR (Comitê de Competições Robóticas), que rege as condições e as caracterís- ticas da disputa. O CCR gerencia tanto a CBR quanto a OBR. As inscrições são feitas pelo site do evento, e é necessá- rio apresentar um artigo chamado TDP (Team Description Paper), que precisa ser aprovado. Já na CBR, a avaliação em algumas categorias é feita por meio de pontuação no desenvolvimento da tarefa e, em outras, apenas por disputa direta entre os participantes. No site do LARC 2008 (Latin American Robotics Competition) há mais informações so- bre as categorias: http://jri2008.dca. ufrn.br/LARC/index_pt.php. “Temos no- tícias de que existem projetos de robôs anfíbios ou submarinos e de navegação de robôs móveis em ambientes contro- lados, que têm o seu desenvolvimento proveniente de resultados obtidos por meio da competição de robótica”, co- memora Flávio. OLIMPÍADA BRASILEIRA DE ROBÓTICA A 1ª Olímpiada Brasileira de Robótica (OBR) ocorreu em 2007, organizada pelo ITA e pela UFRN (Universidade Fe- deral do Rio Grande do Norte). A OBR é uma competição anual, dividida em duas fases, voltada a qualquer aluno dos ensinos Fundamental e Médio. O Prof. Luiz Marcos Gonçalves, organi- zador do evento em 2008, explica que, ENTRE OS OBJETIVOS DA OBR, DESTACAM-SE “DESPERTAR E ESTIMULAR O INTERESSE PELA ROBÓTICA, ÁREAS AFINS E A CIÊNCIA EM GE- RAL, ALÉM DE PROMOVER A SUA INTRODU- ÇÃO NAS ESCOLAS, proporcionar novos desafios aos estudantes, identificar ta- lentos e estimulá-los a seguir carreiras científico-tecnológicas”. Ele afirma que a OBR procura, ainda, “colaborar no desenvolvimento e aperfeiçoamento dos professores e na melhoria do ensino no Brasil”. Para a inscrição, basta ser aluno do en- sino fundamental ou médio (ou de cur- sinho pré-vestibular oficializado); garan- tir que o cadastro na escola seja feito por um alguém autorizado, no site (http:// obr.ic.unicamp.br/); que um professor representante seja definido; e que o alu- no tenha menos de 20 anos completos até o mês de realização das finais. Em 2008, a OBR foi composta de três modalidades olímpicas: Teórica, Prática e Duatlon. As finais ocorreram em três dias de competição, para a Prática, e em três dias de curso e de tarefas práti- cas (de programação de robôs), para a Duatlon. Os melhores colocados destas duas modalidades, em nível nacional, foram convocados para fazer parte da Seleção Brasileira de Robótica, que, em 2009, representará o Brasil no Mundial da RoboCup, em Graz, na Áustria. Neste ano, entre os quase 12 mil participantes de todo o País, mais de 700 atingiram, pelo menos, 80 pontos na modalidade Teórica (o máximo são 100). “Durante as finais, tivemos a grata satisfação de saber que o MEC está interessado em nosso trabalho, com a definição de uma comissão para alavancar esta área de vez no Brasil. Ainda não temos nada ofi- cial, mas esperamos notícias em breve”, finaliza o Prof. Luiz Marcos. Com o objetivo de despertar o interesse pela área de Computação, a OBI, a OBR, a CBR e a MaRatOna de PROgRaMaçãO PRO- MOveMa dIfuSãO de COnheCIMentOS, POR MeIO de atI- vIdadeS que envOlvaM deSafIO, engenhOSIdade e uMa Saudável dOSe de COMPetIçãO. estas disputas procuram, ain- da, colaborar no desenvolvimento e aperfeiçoamento dos profes- sores, ajudando na melhoria do ensino em geral. Conheça melhor cada um destes eventos. M ER CA DO D E TR AB AL HO VALE A PENA COMPETIR especialistas do campo da tecnologia e da Informática contam como a participação nas Olimpíadas de Informáti- ca e de Robótica e nas Maratonas de Programação foram importantes para sua formação profissional. “De forma bastante simplificada, a Olimpíada desen- volveu em mim um conjunto de habilidades que tornou possível minha entrada em empresas como Microsoft e Google. Os problemas resolvidos nesse tipo de compe- tição são semelhantes às perguntas feitas nas entrevis- tas de emprego e fazem parte do dia-a-dia de um enge- nheiro de software, em empresas de alta tecnologia.” Igor de Andrade Lima Gatis, Engenheiro de Software do Google “Participar da Maratona foi fundamental para minha formação. Existe uma série de problemas – aos quais temos pouca exposição durante a faculdade – muito explorados nas competições. A habilidade em resolvê- los em pouco tempo é muito útil, especialmente em entrevistas de emprego.” Thiago Hirai, Engenheiro de Desenvolvimento de Software da Microsoft “O principal benefício de se participar das Olimpíadas é o desenvolvimento da habilidade de resolver proble- mas complexos. Também aprendi vários truques de programação e compreendi, em detalhes, os diversos algoritmos fundamentais da Computação. A participa- ção nas olimpíadas me ajudou a receber ofertas de trabalho da Microsoft (Redmond), uma bolsa de dou- torado na Dinamarca e, recentemente, uma posição de professor na Universidade de Londres.” Paulo Oliva, Professor da Queen Mary, University Of London “Essas competições são excelentes para o desenvolvi- mento do aluno, por fazê-lo estudar tópicos avançados da área, obrigá-lo a trabalhar sob pressão e estresse extremos e acostumá-lo ao trabalho em grupo e à com- petitividade. Para minha carreira foi fundamental, uma vez que os participantes que se dedicam bastante cos- tumam ter todos esses diferenciais já citados, tão fun- damentais não só no mercado, mas também na área acadêmica.” Pedro Demasi, Doutorando em Engenharia de Sis- temas e Computação, Professor Universitário e De- senvolvedor “Participo da Maratona desde 1999. Foi a coisa mais prazerosa da minha vida de estudante. Graças a ela, tenho conhecimento aprofundado em programação, algoritmos e estruturas de dados, otimização, testes, além de capacidade de análise e de adaptação, ge- rência de estresse e treinamento de equipes. Consegui uma bolsa de doutorado por causa dessas qualidades. Estou com várias possibilidades de emprego e os resul- tados da Maratona são meus diferenciais. As grandes empresas lutam para ter um vencedor competente em sua equipe.” Alessandro de Luna Almeida, Arquiteto de Software “Como resolvi seguir carreira acadêmica, não tenho experiência pessoal para dizer se a participação na Maratona ajuda ou não em uma contratação. Mas me parece que somente ter feito parte não seria um grande diferencial, dado que qualquer um pode inscrever seu time e não marcar nenhum ponto. O que realmente chama a atenção é vencer. Com o objetivo de ter um bom currículo, acredito que existam melhores usos da quantidade exorbi- tante de tempo que é necessário para fazer um grupo che- gar ao nível de campeão. Mas com o objetivo de aprendiza- do, não tem comparação. Foi ótimo assimilar as técnicas, ao sentir necessidade delas para resolver as questões, em vez de apenas ler o conteúdo. Aprendi muito mais. Com o tempo você começa a reconhecer certas categorias de enig- mas e aprende a não cometer certos tipos de erros.” Juliana Freire, Doutoranda em Matemática na New York University “Participar da primeira Maratona de Programação no Brasil foi uma experiência fantástica! Aprendi muito nos treinos: técnicas de programação, depuração, coordenação, análise e resolução rápida de problemas; isso tudo me tornou um melhor profissional. A oportunidade de participar da final mundial foi inesquecível.” Alexandre Oliva, Engenheiro de Computação e Mestre em Ciência da Computação “Com a participação e preparação para as Olimpíadas, de- senvolvi minha capacidade de elaboração de algoritmos e resolução de problemas, e passei a escrever código correto, limpo e eficiente em menos tempo. Essas são habilidades valorizadas na hora de entrar no mercado de trabalho. Meu primeiro emprego, quando terminei o mestrado, foi uma indicação de um amigo das competições.” Vinicius Fortuna, Engenheiro de Software do Google “Participar das Maratonas de Programação da SBC/ACM foi uma experiência marcante e inesquecível. Além dos aspec- tos técnicos, me proporcionou viajar e fazer boas amizades. Ter feito parte destas competições foi um fator importante para a minha aceitação em bons programas de mestrado e doutorado. Minha vivência nestas competições foi útil, também, em processos de entrevista para emprego em vá- rias empresas. Certamente os conhecimentos e a experiên- cia adquiridos auxiliaram a lidar com estas situações de alta pressão.” Guilherme de Lima Ottoni, Engenheiro de Computação (FURG), Ph.D em Ciência da Computação (Princeton University) “A Maratona começa como uma maneira divertida de co- locar em prática muito daquilo que se via em sala de aula, mas com pouca oportunidade de aplicação. O espírito competitivo é um incentivo para que você continuamente queira aprender novas coisas. Um competidor da Marato- na adquire uma experiência em programação e resolução de problemas consideravelmente acima da média do seu colega de curso que não participa. E essa experiência é muito valorizada pelas companhias de software, uma vez que grande parte das competições é patrocinada por no- mes como Microsoft, Google e IBM”. Leonardo Bespalhuk Facci, Engenheiro de Desenvolvi- mento de Software da Microsoft 0706 08 SB C SB C VEM AÍ O WCCE 2009 CONHEÇA A PRIMEIRA EDIÇÃO DA SBC HORIZONTES Educação e Tecnologia para um Mundo Melhor é o tema principal do WCCE 2009 (World Confe- rence on Computers in Education). A conferência buscará explorar diferentes perspectivas dentro do tema, cobrindo todos os níveis de educação formal – assim como educação informal, aspectos sociais e desafios enfrentados pelos países em desenvol- vimento. São esperados profissionais de todos os continentes, que trabalham no campo da educa- ção, informação e tecnologias de comunicação. A 9ª edição do WCCE 2009 é um evento da IFIP (International Federation for Information Proces- sing), que conta com a cooperação da Sociedade Brasileira de Computação e, nesta edição, será organizado pela UFRGS, UFSC e IDESTI (Insti- tuto de Capacitação, Pesquisa e Desenvolvimen- to Institucional em Gestão Social de Tecnologia de Informação). A SBC Horizontes é a mais nova publicação da Sociedade Bra- sileira de Computação voltada especificamente para auxiliar estudantes (graduação e pós) e recém-graduados em busca de uma carreira de sucesso em Computação. A revista é eletrônica e formada por uma série de colunas, cada qual com um con- junto de temas específicos. Tem tom informativo e descontraí- do, sem ser exaustivo. O caráter dos textos apresentados na SBC Horizontes é definido por tópicos que discutem diretamente a carreira em Computa- ção. Entre os temas abordados estão vantagens, problemas e dificuldades na carreira, ética, perfis e alternativas de carreira, dicas e estratégias para sucesso, mulheres na Computação, es- tudar/trabalhar no Brasil ou no exterior, eventos promovidos e apoiados pela SBC, entre outros. A intenção é terum repositório organizado de informação para auxiliar a carreira de sócios es- tudantes e recém-graduados da SBC. A revista é publicada a cada trimestre no website http://www. sbc.org.br/horizontes. Os artigos da primeira edição focam em temas como: a língua inglesa e o profissional de Computação, a participação feminina na área, ética e Computação, o profis- sional de banco de dados, como preparar o currículo Lattes, vencendo no mundo globalizado, trabalhar remotamente numa empresa multinacional, estudar nos EUA, cursos de tecnologia, o primeiro evento científico de uma aluna de graduação, alunos premiados, entre outros. CONCURSO DE LOGO O primeiro evento promovido pela SBC Horizontes foi o concur- so para escolha do seu logo. Ernesto Cid Brasil de Matos, do Centro de Ensino Unificado de Teresina (CEUT), criou a opção vencedora. Ele recebeu um kit de produtos da Google Brasil, pa- trocinadora do concurso. O segundo e o terceiro colocados são, respectivamente, Anderson Vicente da Universidade do Oeste Paulista (UNOESTE) e Luís Fernando Heckler, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Parabéns a eles e aos demais participantes que tornaram essa escolha acirrada! PUBLIQUE NA SBC HORIZONTES Convidamos os sócios da SBC a submeterem artigos e matérias para a SBC Horizontes. Instruções completas estão disponíveis no website da revista. O prazo para contribuir com a segunda edição é 15 de março de 2009. Por Mirella M. Moro (UFMG) e Marta Mattoso (COPPE/UFRJ), Editoras-Chefe da SBC Horizontes São aguardadas contribuições em diferentes formatos, como sessões colaborativas interativas, simpósios, demonstrações, painéis, workshops, artigos (completos e resumos) e pôsteres. Todos os trabalhos serão avaliados e os artigos aprovados farão parte dos anais da conferência. Os selecionados irão compor um livro, editado pela Springer-Verlag, e versões ampliadas de alguns artigos serão publicadas em uma edição especial do periódico “Education and Information Technologies”. Os tópicos e perspectivas principais do encontro são: Solida- riedade digital; Educação Continuada; Professores: Métodos de Ensino, Desenvolvimento Profissional e o Papel dos Professo- res; Estratégias de Tomada de Decisão; Networking e Colabo- ração; e Inovação e Criatividade nas Escolas. Cada um dos tópicos pode ser abordado pelas perspectivas Social, Ensino e Aprendizagem, Tecnologia e Infra-estrutura e Pesquisa. O prazo para submissão de contribuições (todos os formatos) é 31/12/2008. A notificação de aceitação será enviada em 28/2/2009. Mais informações no site www.wcce2009.org. Como participar? AGENDA EVENTOS WTA - Workshop de Tecnologia Adaptativa – Dias 29 e 30 de janeiro – São Paulo (SP) ERIN - I Escola Regional de Informática da Região Norte I – De 4 a 6 de março – Manaus (AM) ERAD - IX Escola Regional de Alto Desempenho – De 17 a 20 de março – Caxias do Sul (RS) ERBD - V Escola Regional de Banco de Dados – De 15 a 17 de abril – Ijuí (RS) SBSI - V Simpósio Brasileiro de Sistemas de Informação – De 20 a 22 de maio – Brasília (DF) SVR - XI Symposium on Virtual and Augmented Reality – De 25 a 28 de maio – Porto Alegre (RS) SBRC - XXVII Simpósio Brasileiro de Redes de Computadores – De 25 a 29 de maio – Recife (PE) SBQS - VIII Simpósio Brasileiro de Qualidade de Software – De 1º a 5 de junho – Ouro Preto (MG) CSBC - XXIX Congresso da Sociedade Brasileira de Computação – De 21 a 24 de julho – Bento Gonçalves (RS) SB C 1110 SB CLEITURA INTERATIVA Desde o ano 2000, a Editora Campus-Elsevier estabeleceu um convê- nio com a Sociedade Brasileira de Computação para a produção conti- nuada de uma série de livros, com a chancela da associação. A parceria visa aproveitar a credibilidade institucional da organização e o alto nível de qualidade e distribuição da editora. Esta é a chave do sucesso dessa união: conteúdo de qualidade em obras bem feitas. Por saber que, cada vez mais, os livros têm disputado a atenção e o tem- po do aluno com diversas novidades, vem sendo realizado um investi- mento no desenvolvimento de material complementar a eles. O editor da coleção, Andre Gerhard Wolff, explica: “Uma de nossas propostas é incorporar elementos de jogos eletrônicos, para motivar e provocar posi- tivamente o leitor no processo de aprendizagem”. A série Campus SBC tem por objetivo publicar livros-texto focados nas principais disciplinas da graduação em Ciência da Computação, Engenharia de Computação e Sistemas de Informação. “Com base na definição de currículo referên- cia da SBC (CR99), buscamos na comunidade acadêmica brasileira, autores renomados para a produção dos textos”, informa Andre. A SBC tem uma grade intensa de eventos durante o ano, e esses mo- mentos são utilizados para o lançamento das obras. Além disso, a edi- tora promove mostras em livrarias e palestras em faculdades. “É im- portante salientar que faz parte do processo de divulgação a entrega de livros para professores das disciplinas relacionadas aos temas. Assim, damos a eles a oportunidade para, com o material em mãos, analisar e decidir pela adoção dos mesmos”. As solicitações podem ser feitas por educadores cadastrados, diretamen- te no site da editora. Existe grande expectativa quanto às novidades previstas para 2009. Junto à Coordenadora da Série, Professora Karin Breitman, houve um chamado de serviços e muitas propostas interes- santes foram recebidas. A Série tem alcançado muito sucesso. Até o momento, são seis livros publicados. Na última edição do prêmio Jabuti, a obra “Introdução ao Teste de Software”, dos professores José Carlos Maldonado, Marcio De- lamaro e Mario Jino conquistou o 3° lugar da categoria. “A Série não pára de crescer e estamos sempre em busca de novos títulos. Se o leitor tiver interesse em apresentar uma proposta, basta entrar em contato com a Professora Karin Breitman (karin@inf.puc-rio.br) que ela será avaliada com o maior interesse”, incentiva Andre. Série Campus SBC aposta no desenvolvi- mento de novos materiais, a fim de des- pertar a atenção dos alunos. O Charla 2008 (grand Challenges Workshop), evento voltado aos pesquisadores da área de Computação da américa latina, ocorreu pela primeira vez nos dias 5 e 6 de setembro deste ano, em Buenos aires (argentina). UNINDO AS AMÉRICAS Alunos Destaque Organizado pela SBC e pelo CLEI (Centro Latinoamericano de Estudios en Informática), o seminário teve patrocínio do LATAM Virtual Institute e da Microsoft Research. De acordo com o Vice-Presidente da SBC, Prof. Virgílio Almeida, o evento buscou fomentar o trabalho de grupos de pesqui- sadores na América Latina, com o intuito de identificar e caracterizar problemas de pesquisa que são, ao mesmo tempo, desafiadores em termos científicos e relevantes para a região. O objetivo foi plenamente atingido, já que os temas defi- nidos possuem as características essenciais para suprir as necessidades debatidas: avançar a Ciência da Computação e áreas correlatas; motivar pesquisadores da América Lati- na; e criar colaborações entre diferentes grupos na região. “Essa colaboração poderá formar importantes redes de co- nhecimento, unindo estudiosos de vários países em torno Desde 2003 a Sociedade Brasileira de Computação recompensa os estudantes com melhor desempenho aca- dêmico com o prêmio ALUNO DESTAQUE. O objetivo é incentivar os egressos a investir na carreira. A escolha fica a cargo do delegado institucional e do coordenador de curso da universidade. A premiação é entregue durante as cerimônias de colação de grau, e inclui uma placa personalizada e certificado. Os delegados institucionais que têm interesse em homenagear estudantes da sua instituição devem entrar em contato pelo e-mail institucional@sbc.org.br. A relação completa dos homenageados pode ser encontrada no site www.sbc.org.br.de problemas importantes para todos”, afirma. Os desafios definidos pelo grupo, após os dois dias de debate são: Tecnologias de Informação e Comunicação Orientadas ao Cidadão; Multilinguismo e Identidade Latino-americana em um Mundo Digital; Computação Orientada ao Monito- ramento e Controle Ambiental; e Redes Colaborativas Com- plexas. “O documento resultante do CharLA está em proces- so de elaboração e deverá ser disponibilizado no portal do evento, ainda em fase de construção, no início de 2009”, revela o Presidente da SBC, Prof. José Carlos Maldonado, que representou a entidade no evento, juntamente com os professores Virgílio Almeida e Augusto Sampaio. Participaram do CharLA, no total, 20 pesquisadores da América Latina, além de membros do comitê organizador. Uma nova edição do seminário deve ocorrer em 2010, em local a ser definido. 12 ES PE CI AL ES PE CI AL 13 EM BUSCA DA VITÓRIA e atrativos para os participantes. Ao contrário do que ocorre normalmente, a Maratona não poderia ser realizada com as equipes dispostas em um mesmo ambiente, e sim divididas em oito laboratórios espalhados pelo campus. Para atender a uma das regras estabelecidas da competição – a necessidade dos participantes serem vistos uns pelos outros durante as cin- co horas de prova –, a organização contou com a tecnologia. “Instalamos câmeras em cada laboratório, de forma que todos pudessem acompanhar a Maratona, inclusive os técnicos, que assistiram a tudo no Cine Teatro da universidade”, explica. Esta foi apenas uma das inovações oferecidas pela organização na Maratona deste ano. Outros diferenciais foram o ambien- te praiano, com as equipes confortavelmente instaladas em hotéis a beira-mar, e o tratamento altamente profissional das atividades de recreação e logística para acomodar e transportar os competidores durante os dois dias de evento. “TRABALHA- MOS COM EMPRESAS QUE POSSIBILITARAM UM ÓTIMO ATENDIMENTO ÀS PESSOAS. ISSO COM CERTEZA GEROU UM GASTO MAIOR POR PARTE DA ORGANIZAÇÃO, MAS CONTRIBUIU MUITO PARA A QUALIDADE DA MA- RATONA”, destaca. INTEGRAÇÃO Na manhã de sexta-feira, 14 de novembro, o clima entre as equipes, naturalmente, ainda não era de amizade. Recém- chegados de viagem, os competidores não estavam totalmente integrados – algo normal, especialmente considerando a quan- tidade de pessoas de diferentes estados brasileiros envolvidos na disputa. No entanto, a organização estava decidida a mudar esta situação e preparou atividades de integração que geraram uma reviravolta completa na relação entre os maratonistas. Levadas de ônibus até a Praia da Costa, por volta das 16h, as equipes tiveram a oportunidade de interagir por meio de atividades esportivas, desenvolvidas por recreacionistas profis- sionais. Foram fornecidos materiais esportivos e organizadas pequenas competições, para que todos pudessem aproveitar momentos de diversão e lazer antes do estresse e estado de concentração total que seria exigido no dia seguinte. Divididos em três times – identificados por fitas azuis, verdes e vermelhas – os maratonistas puderam escalar plataformas, dis- putar corridas sobre tábuas e pneus e mergulhar no mar, sendo observados por alguns curiosos moradores de Vila Velha que cruzavam a avenida Antônio Gil Veloso, próxima à orla. Apesar de nublado, o tempo cooperou, sem chuva durante a atividade. Ao final, todos caminharam até a Ilha da Sereia, localizada a poucos metros da beira da praia. Sorridente, o Coordenador Carlos Eduardo Ferreira dizia a quem quisesse ouvir: “Conse- guimos integrar a rapaziada”. As expressões fechadas e tensas foram trocadas por sorrisos, abraços e muitas fotografias entre os competidores. Os treinadores das equipes participantes também aprovaram a atividade. Para o Prof. Armando Gouveia, do ITA (Instituto Tecnológico de Aeronáutica), a integração foi muito positiva. “Ajudou os alunos a descontrair, o que foi importante, pois eles estavam preocupados com a Maratona”, afirmou. O coach das equipes King of Fighters e Fatal Fury, da UFS (Universidade Fe- deral do Sergipe), Thadeu Henrique Rodrigues, tem a mesma opinião. “Um pouco de divertimento é bom para diminuir a tensão que a competição provoca”, analisou. UM LONGO CAMINHO No entanto, o sábado marcou a volta das expressões tensas do dia anterior. A concentração das equipes era bastante ní- tida a qualquer um que transitasse pelos saguões dos hotéis e pelo restaurante Josefa’s, onde os participantes realizaram todas as refeições nos dois dias em Vila Velha. Durante o almo- ço, que ocorreu às 11h30, o burburinho ao redor das mesas era mínimo, deixando claro o foco total dos competidores nos problemas que deveriam resolver em poucas horas. Afinal, a preparação e as dificuldades para chegar à final da Maratona foram grandes para todos os times. Algumas histórias curiosas demonstram a vontade e esforço que muitas equipes tiveram de dispor para chegar à Vila Velha. O Prof. Wladimir Tavares, da UFC (Universidade Federal do Ceará), revelou que, até dois dias antes da viagem, a participa- ção de sua equipe, batizada de AVL Team, era uma incógnita. “Conseguimos as passagens de avião apenas na quarta-feira, dia 12, graças ao apoio da Funcap (Fundação Cearense de Apoio à Pesquisa) e da FCPC (Fundação Cearense de Pesquisa e Cultura). A Pró-Reitoria da UFC só teve condições de ajudar com o valor das inscrições”, conta. Se o clima não era o esperado pela organização e pelos com- petidores da 13ª edição da Maratona de Programação da SBC, que ocorreu em Vila Velha (no Espírito Santo, a 5 Km da capital Vitória), o mesmo não pode ser dito a respeito da motivação dos participantes. O tempo nublado e ventoso – que pouco combina com o cenário de uma cidade praiana – em nada atrapalhou a animação e vontade dos maratonistas, que sou- beram aproveitar cada momento do evento, nos dias 14 e 15 de novembro. Das 51 equipes classificadas para a final, 47 tiveram condi- ções de comparecer e disputar uma vaga na etapa mundial da competição, que ocorre em Estocolmo (Suécia), em abril de 2009. Mais de 140 acadêmicos de Computação estiveram presentes, juntamente com seus técnicos, representando 18 estados brasileiros. No total, mais de 360 equipes competiram nas etapas regionais da Maratona, com 130 universidades en- volvidas na disputa, em 40 sedes. O crescimento ano a ano é notável, especialmente se comparado à primeira edição do evento, ocorrida em 1996, na qual apenas 13 times participaram. Na palestra de abertura da edição de 2008, o Coordenador, Prof. Carlos Eduardo Ferreira, demonstrou satisfação pelo interesse dos estudantes. “É bom ver como essa brincadeira está crescendo”, afir- mou. ORGANIZAÇÃO E CLIMA PRAIANO O Diretor de Sede desta edição da Maratona, Prof. Cristia- no Biancardi, começou a organizar o evento ainda no ano passado. Após realizar as etapas regionais da compe- tição no Espírito Santo em 2006 e 2007, o também Coordenador do curso de Ciência da Computação da UVV foi mais ambicioso: apresentou uma proposta para sediar a final da Maratona no estado. “Em 2007 fui a Belo Horizonte, onde ocorreu a final, para observar como tudo funcionava, assimilar todos os detalhes da or- ganização e, assim, poder realizar aqui um trabalho de alto nível, como é o padrão da Maratona”, revela. Com a colaboração do Prof. Carlos Eduardo, a ci- dade de Vila Velha foi avaliada sob vários aspec- tos: rede hoteleira, estrutura da universidade a XIII Maratona de Programação reu- niu, em sua etapa final, 47 equipes na uvv (Centro universitário vila velha), no espírito Santo. em uma das mais equilibradas edições da competição, a ufPe (unIveRSIdade fedeRal de PeRnaMBuCO) fOI a gRande venCe- dORa, com suas duas equipes conquis- tando a primeira e a terceira colocações. 14 ES PECI AL Os 10 primeiros colocados na Maratona 2008 * Medalha de ouro: 1 – Prático, Cícero e Heitor – UFPE – 7 problemas resolvidos [classificado para a Final Mundial] 2 – Triforce – UFPR – 6 problemas resolvidos [classificado para a Final Mundial] 3 – YaThreeSobas – UFPE – 6 problemas resolvidos ** Medalha de prata: 4 – NULL – UFES – 6 problemas resolvidos [classificado para a Final Mundial] 5 – Posso ajudar? – UECE – 6 problemas resolvidos [classificado para a Final Mundial] 6 – Time Limit Exceeded – UFSC – 6 problemas resolvidos [classificado para a Final Mundial] Medalha de bronze: 7 – Guerreiros da Poli – EP-USP – 6 problemas resolvidos [classificado para a Final Mundial] 8 – Tampureção – Unicamp – 6 problemas resolvidos 9 – End of List – IME-USP – 6 problemas resolvidos 10 – Merputação – Unicamp – 5 problemas resolvidos A lista completa pode ser acessada no endereço http://maratona.ime.usp.br/resultados08/score.php.html. * Seis equipes brasileiras participarão da Final Mundial, em Estocolmo (Suécia), em abril de 2009. As passagens serão patrocinadas pela Fundação Carlos Chagas. ** A equipe YaThreeSobas não poderá representar o Brasil na Final Mundial, já que uma regra do ICPC (International Collegiate Pro- gramming Contest) estabelece que uma mesma instituição – no caso, a UFPE – não pode ter mais de um representante na competição. Assim, a equipe Prático, Cícero e Heitor, melhor classificada, disputará a Final. As equipes da UFS também passaram trabalho para chegar ao Espírito Santo. Para economizar, quatro dos seis competidores e o técnico viajaram de carro de Aracaju (SE) até Salvador (BA), encarando 320 Km de estrada e a travessia em uma balsa. Após deixarem o automóvel no estacionamento do aeroporto, na Bahia, pegaram um vôo até Vitória. “E ainda temos que en- carar a volta”, lembrou o coach Thadeu Rodrigues. Outra equipe que viajou de carro até o local da Maratona – e percorrendo uma distância ainda maior (cerca de 3 mil km) – foi a GoGo40, da UFPA (Universidade Federal do Pará). De acordo com os maratonistas Hector Masuda, Péricles Macha- do e Paulo de Almeida, foi necessário diri- gir por nada menos que seis estados até a chegada ao Espírito Santo, numa viagem de aproximadamente 60 horas. “Saímos no domingo de madrugada de Belém (PA) e chegamos em Vila Velha por volta das 18h de terça”, revelam. Alguns times, no entanto, puderam con- tar com uma melhor estrutura e apoio para disputar a Maratona. Um exemplo é a equipe Amazonas Info, da UFAM (Universidade Federal do Amazonas). De acordo com o técnico – o professor e Coordena- dor do curso de Ciência da Computação da Universidade José Francisco Magalhães Netto –, o convênio com o INDT (Insti- tuto Nokia de Tecnologia) permitiu a compra das passagens e o custeamento das hospedagens. “Ter um apoio forte é essencial, pois ajuda a motivar os alunos a participar de eventos importan- tes como a Maratona e outros promovidos pela SBC”, pondera. Quem também conseguiu um grande suporte foi a UDESC (Universidade do Estado de Santa Catarina), que levou duas equipes à Maratona: TAE e Relax. “O Centro de Formação de Talentos – Datasul, com quem temos uma parceria, patrocinou a vinda de uma equipe. Ao conquistarmos a segunda vaga, a UDESC custeou a viagem do outro time”, revela o técnico Claudio Cesar de Sá. Todo apoio é essencial, principalmente levando em conta que esta é apenas a segunda vez que a uni- versidade catarinense consegue classificar times para a final da Maratona. “Em 2009, nossa idéia é vir com uma equipe ainda mais competitiva. Estamos fazendo atualmente um trabalho de base. Afinal, um bom resultado não acontece da noite para o dia”, completa. CONCENTRAÇÃO, EXPECTATIVA E BALÕES A concentração total valeu a pena. A partir das 14h15 do dia 15 de novembro, as 47 equipes começaram a resolver os 11 problemas propostos nesta edição da Maratona. O equilíbrio foi muito grande e os resultados, ansiosamente acompanhados pe- los técnicos durante as cinco horas da prova. A cada balão que surgia próximo aos computadores onde uma equipe trabalhava (o que representava um novo problema resolvido), seus técni- cos comemoravam. Como é de praxe, nos últimos 60 minutos o placar foi congelado e quem estava do lado de fora não rece- beu mais informações a respei- to de quem estava submetendo resultados e resolvendo os pro- blemas. Os campeões foram os pernam- bucanos do time Prático, Cícero e Heitor, composta por Pedro Bello, Hallan dos Santos e Pablo Pinheiro. Treinando em equipe todos os sábados – e indivi- dualmente durante a semana, desde o mês de março –, eles acreditavam ter condições de apresentar um bom desempenho em sua primeira participação juntos (os três já haviam disputa- do a Maratona separadamente), mas não estavam esperando conquistar o lugar mais alto do pódio tão cedo. “Essa vitória nos motiva a continuar treinando cada vez mais”, afirmam. O trio viajará para o exterior pela primeira vez, quando irão representar o Brasil na Final Mundial da Maratona, na Suécia (juntamente com mais cinco equipes. Confira box). Mas será que eles sa- bem alguma coisa do país nórdico? “Só que é muito frio e tem muita mulher bonita”, brincam. Mas houve mais pernambucanos se destacando. A equipe Ya- ThreeSobas, composta por Víctor Medeiros, Artur de Aquino e Maíra Araújo, ficou em terceiro lugar, e foi uma das únicas a contar com uma menina em sua formação. “Não entendo por que tão poucas mulheres participam da Maratona, pois temos tantas condições de fazer sucesso quanto os homens”, diz Maí- ra. Também competindo pela primeira vez, o time não esperava ir tão longe. “Queríamos ficar pelo menos em 10º lugar para conquistar uma medalha. Mas conseguimos ir além”, come- moram. A treinadora das duas equipes, Prof.ª Liliane Salgado, era só sorrisos após a divulgação dos resultados. Para ela, os gran- des vencedores são os próprios estudantes, não a universidade. “O MAIOR GANHO DA MARATONA É O CONHECIMENTO E QUEM LEVA ESSE CONHECIMENTO É O ALUNO”, reflete. Mas ela também destaca o bom trabalho realizado na UFPE há alguns anos. “Esta foi nos- sa quarta conquista nesta competição. Antes de eu assumir as equipes, a Prof.ª Kátia Guimarães, que fundou a Maratona em nossa universidade, treinou outros times que levaram o título em três oportunidades, e essa vitória também é dela”, afirma. A segunda colocada foi a equipe Triforce, da UFPR, treinada pelo Prof. André Guedes. Curiosamente, os três maratonistas são irmãos: Bruno, Raphael e Eduardo Ribas. Esta foi a se- gunda vez que eles disputaram a competição em família. Em 2007, alcançaram a sétima colocação. Bruno, que acabou de se formar, e Raphael, que concluirá a graduação no final de 2008, não farão mais parte do time no ano que vem. O pri- meiro, no entanto, deve assumir como treinador de uma nova equipe a ser formada, que contará com o caçula Eduardo. “Nosso trabalho flui bem em grupo e queremos manter isso 2009”, afirmam. Na cerimônia de encerramento, a festa ficou por conta dos dez times medalhistas, que subiram ao palco do Cine Teatro da UVV para receberem seus prêmios. “Foi sem dúvida a mais disputada das maratonas, mostrando, como afirmei na aber- tura, que o evento ‘pegou’ no País todo”, disse o Prof. Carlos Eduardo Ferreira. NOVO DESTINO: CAMPINAS No ano que vem, a final da Maratona volta a ocorrer em Cam- pinas (SP), no campus da Unicamp. O Diretor de Sede da com- petição será o Prof. Rodolfo Jardim de Azevedo. A expectativa é de crescimento ainda maior, tanto no número de equipes da pri- meira fase, quanto no de participantes da final. Potencial para isso, o Brasil já vem demonstrando há muitos anos Juízes administram resultados A Maratona de Programação é coordenada, tam- bém, por juízes que realizam um trabalho bastante específico. No Brasil, cinco foram os responsáveisnesta edição: o juiz-chefe, Prof. Ricardo Anido, acompanhado do Prof. Cláudio Leonardo Lucchesi (IC-Unicamp), dos doutorandos Raphael Marcos Menderico (IC-Unicamp) e Pedro Demasi (COPPE/ UFRJ) e do mestrando em Computação Gráfica Fá- bio Moreira. De acordo com eles, 99% do trabalho é realizado antes da Maratona. “Elaboramos, juntamente com outros professores da América Latina, os problemas para a competição, que é a etapa mais trabalhosa”, revelam. Além disso, os juízes recebem as submis- sões durante a prova, conferindo os resultados dos problemas, que são gerenciados pelo software Boca. Segundo eles, os períodos inicial e final de cada Ma- ratona são os mais críticos, pois é quando os com- petidores submetem mais resultados. “Os primeiros e os últimos 30 minutos são os mais complicados, mas em geral não temos problemas para adminis- trar as competições”, afirmam. “foi a mais disputada das maratonas, mos- trando que o evento ‘pegou’ no País todo” 17 EN SI NO CRESCENDO A OLHOS VISTOS nos últimos anos, as competições científicas pro- movidas pela SBC têm apresentado crescimento em muitas regiões do Brasil. grande parte deste aumento na presença de alunos interessados nas Olimpíadas Brasileiras de Informática (OBI) e de Robótica (OBR), bem como na Maratona de Programação deve-se ao trabalho das Secretarias Regionais. 16 individuais de grupos de estudantes. Com uma maior divulgação e apoio, 1.700 alunos do Sergipe estiveram presentes na competição naquele ano. O número au- mentou ainda mais em 2008, chegando a 3.200 estudantes inscritos. Os estados da Bahia e de Alagoas, que também compõem a regional, apresentaram crescimento semelhante, em- bora numa proporção menor. Entre as estratégias de divulgação implanta- das pela Prof.ª Leila Silva, estão as visitas às escolas de Ensino Médio e Fundamental da região, que possibilitaram uma aproximação com os professores e alunos; o envio de cartazes e car- tas explicativas do evento para esses colégios; contato por meio de correio eletrônico, via listas de discussão; e a realização de cerimônias de premiação dos alunos ganhadores – com veiculação na mídia local, o que valorizou ainda mais suas conquistas –, incluindo a entrega de me- dalhas perante suas famílias, amigos e sociedade em geral. “O efeito é muito positivo. As escolas, os estudantes e os pais ficam mais entusiasmados com o evento. Convidamos todas as escolas premiadas para a cerimônia, bem como as auto- ridades locais, e conferimos as medalhas aos alunos. É uma grande festa”, revela. A importância da participação efetiva dos Secretários Regio- nais e Representantes Institucionais na divulgação das com- petições científicas em todo o País é ratificada pelas lideran- ças da SBC. “A OBI depende muito das Secretarias Regionais. Os locais onde as Olimpíadas funcionam melhor são aqueles onde os Secretários abraçam a causa, vestem a camisa da competição. Nesses lugares é que os resultados aparecem de forma mais contundente”, afirma o Coordenador da OBI, Prof. Ricardo Anido. No entanto, os Secretários não estão sozinhos nesta cami- nhada. A Diretoria de Secretarias Regionais da SBC, liderada pela Prof.ª Aline Andrade (UFBA), está implementando ações e incentivando o trabalho em cada região. A Diretoria tem estimulado os Secretários Regionais e Representantes Institu- cionais a promoverem iniciativas que ofereçam apoio à OBI, submetendo projetos nos editais dos seus estados para este propósito. “Para a OBI 2008, várias regionais implantaram o curso de programação que foi proposto pela organização geral do evento. Os Secretários deram apoio para o desenvolvimen- to destes cursos em várias Regionais, o que foi importante para o crescimento”, diz a Diretora. Outra iniciativa de impacto foram as visitas às instituições de ensino de cada região. “Acredito ser importante entrar em con- tato com professores e alunos, realizar pequenos seminários, Divulgação nos meios de comunicação A divulgação na mídia também é uma estratégia uti- lizada pelo Secretário da Regional Nordeste 1, Pedro Porfírio Muniz Farias (UNIFOR). De acordo com ele, espe- cialmente quando há grande participação de alunos de Ensi- no Fundamental e Médio, é importante atrair a atenção dos meios de comunicação, pois estes ajudam a dar visibilidade aos colégios e a seus bons alunos, o que aumenta o interesse das escolas em apoiar as competições científicas. A preocu- pação atual é a de disseminar a OBI no interior do estado do Ceará, aumentar a participação do público feminino e, tam- bém, tentar atingir a escola pública. Para o Prof. Pedro Porfírio, isso é fundamental para atingir mais público. “No Ceará, 22 escolas de diversas cidades se inscreveram nos últimos anos, o que alavancou nossos índices. Chegamos, inclusive, a ser o enfim, fazer uma divulgação corpo a corpo, mesmo”, aponta o Prof. Wagner Arbex, Representante Institucional em Minas Gerais. Ele acredita, ainda, que, para a OBI, UM TRABALHO DE TUTORIA PODE SER INTERESSANTE PARA SE IDENTIFICAR O POTENCIAL DE ALUNOS DO ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO, COMEÇANDO A TRA- BALHAR SUAS APTIDÕES ANTES MESMO DE ENTRAREM PARA A UNIVER- SIDADE. Já na Maratona de Programação, “o ideal é apresentar os resultados para o mercado, assim como para as instituições de ensino e pesquisa, mostrando o diferencial da qualificação desses estudantes”, pondera. Buscando a participação de mais alunos A maioria dos Secretários Regionais está sintonizada e tra- balhando para o aumento da participação nas competições científicas na sua região. Em Sergipe, por exemplo, o número de participantes tem chegado próximo ao de São Paulo, tradi- cionalmente o estado com os mais altos índices de inscrições. Isso está ocorrendo porque a Secretaria Regional vem atuando fortemente, o que é decisivo para os resultados obtidos. A res- ponsável por este trabalho entre os anos de 2005 e 2007 foi a Prof.ª Leila Silva (UFS), Secretária da Regional Nordeste 3, atualmente coordenada pela Prof.ª Simone Branco. Até o ano de 2007, a participação de alunos da região na OBI era praticamente inexistente, salvo eventuais iniciativas 18 EN SI NO segundo estado em número de participantes na OBI, perden-do apenas para São Paulo, cuja população é muito maior”, analisa. O resultado também se reflete no excelente número de premiações. “Estamos nos articulando com as delegacias institucionais para melhorar também a participação dos ou- tros dois estados da Regional – Maranhão e Piauí”, afirma. Criatividade para atrair alunos Uma iniciativa diferente foi idealizada pela Prof.ª Odette Mes- trinho Passos, Secretária da Regional Norte 1, que englo- ba os estados do Acre, Amazonas e Roraima. Para ajudar a divulgar as competições científicas entre alunos do Ensino Médio e Fundamental, foi criada em 2008 a I Olimpíada de Informática de Itacoatiara (cidade do interior do Amazonas), com o apoio da FAPE- AM (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas). “A expectativa era de que 200 alunos de Ensino Médio e Fundamental partici- passem, mas esse número foi muito maior. No total, 800 alunos se inscreveram, a maioria de escolas públicas, o que demonstra o interesse e potencial da região”, aponta a professora. No to- tal, dez alunos de Ensino Fundamental e dez de Ensino Médio se classificaram. Três estudantes foram premiados com participação no SBIE (Simpósio Bra- sileiro de Informática na Educação), realizado em Fortaleza, entre os dias 12 e 14 de novembro deste ano. A expectativa é aumentar aos poucos a participação na re- gião. Em 2008, quatro alunos da Fundação Nokia de Ensino, através do Prof. Manoel Pantoja, foram premiados com uma medalha de prata (este aluno ganhou também um curso na Unicamp), duas medalhas de bronze e uma de honra ao mé- rito. Além disso, a FundaçãoNokia de Ensino premiou os es- tudantes que se destacaram na OBI sem um reconhecimento oficial. Para divulgar os vencedores, a Secretaria Regional es- palhou outdoors pela cidade de Manaus. Em 2009, espera-se que pelo menos quatro equipes classifiquem-se para a OBI. Buscar apoios para crescer O Prof. Everaldo Artur Grahl (FURB), Secretário Regional de Santa Catarina, sempre busca o apoio dos Representantes Institucionais, pois eles conhecem bem a realidade de cada instituição e estão mais próximos dos estudantes. “O que nós procuramos fazer em nossa região é contatar estes Represen- A Olimpíada Brasileira de Robótica é uma iniciativa da Co- missão Especial de Robótica da SBC (CER-SBC) e do Comi- tê de Robótica da Sociedade Brasileira de Automática (CR- SBA). Sua criação foi motivada pela idéia de estender as já tradicionais competições de robótica, que são voltadas ao ensino universitário, aos níveis escolares mais elementares (Fundamental e Médio). O primeiro projeto para sua realiza- ção foi elaborado no final de 2004, tendo sido enviado em 2005 e também em 2006, ao Edital das Olimpíadas Cien- tíficas do CNPq, sem sucesso em ambas tentativas. Diante dessas recusas, uma nova abordagem foi adotada ainda no final de 2006, para a realização da primeira OBR, em 2007, pelo Prof. Jackson Matsuura (ITA), que aceitou o desafio de organizar a primeira edição do evento, mesmo sem recursos oficiais. Nesse ano, a OBR não teve financiamento oficial, mas graças a patrocínios conseguidos com a EDACOM (re- presentante da LEGO Education no Brasil), da China in Box e da Ocean Air, ela foi um sucesso total. Em sua primeira edição, teve a fantástica marca de mais de 6 mil alunos. Os organizadores acreditam que, graças a este feito, houve uma sensibilização dos responsáveis, e o suporte oficial para 2008 finalmente saiu. A OBR foi uma das cinco olimpía- das científicas que tiveram auxílio oficial do CNPq em 2008. Além disso, recebeu patrocínio (em forma de numerário) da EMBRAER. Houve, também, apoio da EDACOM, na forma de empréstimo de kits para as finais do Duatlon. Os recursos oficiais para a OBR deste ano foram consegui- dos por meio de projeto individual do organizador enviado ao CNPq, assim como os recursos já garantidos para 2009. Nos últimos dois anos, houve outros colaboradores (empresários do ramo ou não) que ajudaram. Certamente, sem o apoio institucional da SBC e da SBA, nada seria possível. A SBC AJUDA IMENSAMENTE, DISPONIBILIZANDO UMA CONTA PARA A OBR, E TAMBÉM COM O SEU PESSOAL QUE, ENTRE OUTRAS ATIVIDADES, GE- RENCIA OS PATROCÍNIOS. O CNPq forneceu R$ 60 mil em 2008 e o mesmo para 2009, no entanto, o montante não será suficiente, pois a previsão é de que o evento cresça muito, atingindo, no míni- mo, 30 mil alunos. Aos patrocinadores, o retorno é imediato, principalmente em forma de marketing. A OBR tem grande repercussão na mídia em quase todas as capitais do Brasil. A maior parte de seu público é, atualmente, vinda de colégios particulares, mas a intenção é justamente atingir o segmento das escolas públicas. O Governo Federal e os empresários certamente terão a lucrar dando suporte à Olimpíada. Pode ser possível, por exemplo, ministrar cursos para professores da rede pública, ensinando a fazer Robótica com baixíssimo custo, usando sucatas. Em troca, as autoridades estaduais cederiam alguma forma de amparo – está em negociação o acerto para estes e outros tipos de patrocínio. A OBR vem da elite intelectual da área, portanto, associar uma marca a isto é, sem dúvida, retorno garantido. E, ao contrário do que possa parecer, o que se almeja é a união com empresários e comunidade, em prol deste objetivo comum. AR TI GO 19 FINANCIAMENTO PARA ROBÓTICA Luiz Marcos coordenador da oBr universidade Federal do rio Grande do Norte (uFrN) lmarcos@dca.ufrn.br tantes e solicitar ajuda na divulgação, que pode se dar por meio do envio de mensagens eletrônicas para as listas locais, palestras em eventos de Computação e, principalmente, nas semanas acadêmicas dos cursos”, explica. De acordo com o professor, a maioria dos eventos científicos estão crescendo em participação e também estão mais estru- turados, permitindo uma maior visibilidade. Especificamente em Santa Catarina, a Maratona de Programação é realizada anualmente na sua edição regional, respeitando o rodízio de regiões e instituições. “Procuramos incentivar a realização de competições locais que servem como seletiva para a edição regional”, afirma. Quanto à OBI, o proces- so é um pouco diferente, pois depende muito da sensibilização das esco- las e, principalmente, de professores de Informáti- ca e Matemática. Procu- ra-se, então, estreitar as relações, buscando apoio dos professores, princi- palmente pelo fato de a Olimpíada de Matemáti- ca ser muito tradicional e forte na região, atraindo jovens para suas competições há anos. A OBI ainda está em crescimento e nem todas as escolas reconhecem ou têm informações cla- ras sobre o evento. Para o ano de 2009, estão sendo busca- dos apoios de prefeituras e de grandes empresas de software da região, visando uma colaboração na divulgação e premia- ção local, além de viabilizar a ida dos classificados para as próximas etapas. a maioria dos eventos científicos estão crescen- do em participação e também estão mais estruturados. após as disputas regionais, a segunda edição da Olimpíada Brasileira de Ro- bótica (OBR)* chegou ao seu final em Salvador (Ba), no mês de outubro. no total, mais de 12 mil estudantes de en- sino Médio e fundamental participaram da competição, que demonstrou potencial para um crescimento ainda maior nos próximos anos. O Presidente da Fundação Carlos Chagas, Prof. Rubens Murillo Marques – que também criou o primeiro curso de Computação do Brasil, na Unicamp, em 1969 – oferece grande apoio às competições científicas da área em todo o País. Este é mais um fator fundamental para o sucesso da união entre a Fundação e a SBC. “A parceria é extrema- mente interessante pois o seu objetivo maior é contribuir para a educação, estimulando os alunos. Isso ajuda a criar oportunidades de emprego para aqueles que se destacam. A Fundação se sente gratificada em participar das com- petições científicas junto à SBC”, afirma o Prof. Marques. O contrato entre as instituições já foi renovado por dois anos, mas a idéia é prolongá-lo por tempo indeterminado. “Ainda temos muitos desafios pela frente”, prevê. OB R 2120 FO M EN TO PARCERIA DE SUCESSO Em 2005, 150 equipes participaram da Maratona de Pro- gramação. Três anos depois, esse número chegou a nada menos que 360. Na OBI, o número pulou de 5.773 em 2006 para 12.822 em 2008. Mas não foi por acaso que o índice de inscrições mais do que dobrou em ambas as competições em um período tão curto de tempo. A SBC fir- mou, em 2006, uma parceria que estabeleceu um diferen- cial importante na promoção destas competições científicas no Brasil. Com o patrocínio da Fundação Carlos Chagas, foi possível investir ainda mais em eventos como a Maratona e a OBI, atingindo um expressivo retorno em tempo recorde. Para o Prof. Carlos Eduardo Ferreira, Diretor de Eventos da SBC, as similaridades ideológicas entre as entidades pos- sibilitaram esta parceria de sucesso. “O objetivo da Fun- dação é apoiar atividades de formação nas várias áreas, e a de Tecnologia da Informação ocupa papel de destaque. A OBI e a Maratona têm como foco atrair talentos para a de Computação e valorizar os estudantes que demonstrem bom desempenho. Se percebe que ambas têm interesses em comum, e a parceria espelha bem isso”, afirma. Mais do que o apoio financeiro, a Fundação Carlos Chagas possibilitou à SBC uma tranqüilidade maior para organizar as competições. Graças ao suporte do patrocinador, a So-ciedade pôde trabalhar com foco mais direcionado. “Sem ter de correr atrás de apoio, pudemos nos dedicar à divulgação dos eventos de forma integral, e desde então o número de participantes só tem aumentado”, revela o Prof. Ferreira. DE OLHO NO FUTURO A OBR 2008 foi um grande sucesso. Depois das etapas regio- nais, que ocorreram entre os dias 8 e 29 de agosto deste ano, 24 equipes chegaram à finalíssima. No total, cerca de 150 estudantes participaram desta última etapa da competição. O evento ocorreu no hotel Bahia Othon Palace, em Salvador, entre os dias 25 e 30 de outubro, e foi bastante elogiado pe- los participantes e professores que acompanharam cada time. “Não temos palavras para descrever o quão linda foi a ‘festa’. Recebemos parabéns de todos os lados e os repassamos aos professores das escolas que nos ajudaram a organizar as pri- meiras fases e também aos que abrilhantaram as finais”, reve- la o Coordenador do evento, Prof. Luiz Marcos (UFRN). As equipes que disputaram as finais da OBR foram divididas em três modalidades: Duatlon (composta por alunos do Ensi- no Médio), Prática Nível 1 (alunos do Ensino Fundamental) e Prática Nível 2 (também do Ensino Médio). Tantas pessoas competindo ao mesmo tempo deram um trabalho extra à or- ganização: foi necessário contratar um gerador, pois a capaci- Os campeões da OBR 2008 Satisfação de ambas as partes estimular ainda mais a participa- ção de alunos de Computação em competições científicas. Com este objetivo, a SBC fIRMOu, eM 2006, uMa PaRCeRIa COM a funda- çãO CaRlOS ChagaS, que já auMentOu eM MaIS de 100% a PReSença de eStudanteS na MaRatOna de PROgRaMaçãO e na OBI (OlIMPíada BRaSIleIRa de InfORMátICa). Parceria já rende frutos Além do crescimento da participação nas competições científicas, muito mais já foi feito desde que a SBC e a Fundação Carlos Chagas uniram forças. No início deste ano, por exemplo, foram oferecidos cursos de programação em 11 cidades para os parti- cipantes da OBI com melhor desempenho (em nível iniciante). Também foi ampliado o número de sedes na primeira fase da Maratona de Programação, que passou de 21, em 2005, para 43 neste ano. “Isso possibilita que times de regiões distantes par- ticipem do evento mais facilmente”, aponta o Prof. Ferreira. O Prof. Ricardo Anido, responsável pela OBI, também aponta outro destaque: as medalhas conquistadas por alunos brasileiros nas Olimpíadas Internacionais. Em 2008, o País ganhou quatro medalhas de bronze, feito que poucas nações conseguem atingir. “Isso demonstra a consistência de nosso trabalho. O objetivo é, em três anos, conquistar uma medalha de ouro internacional, o que deve ocorrer com a seqüência de nossa atuação junto à Fundação”, analisa. dade de potência de energia elétrica fornecida pelo hotel (15 KVA) não suportou as necessidades dos participantes – mes- mo porque as Competições Latino-Americana e Brasileira de Robótica (categorias IEEE e Robocup) também estavam ocor- rendo simultaneamente no mesmo local. “Consumimos quase 20 KVA diariamente”, afirma. Após dois anos realizando a competição, os organizadores acreditam que os objetivos da OBR já estejam sendo alcança- dos. Entre eles, despertar e estimular o interesse de crianças e adolescentes pela Robótica e a ciência em geral, além de promover a difusão de conhecimentos básicos sobre o tema de forma lúdica e cooperativa. “Também QUEREMOS QUE A ROBóTICA SEJA INTRODUzIDA NAS ESCOLAS DE ENSINO MÉDIO E FUNDAMENTAL, IDENTIFICANDO OS GRANDES TALENTOS NA ÁREA, DE FORMA A MELHOR INSTRUí-LOS E ESTIMULÁ-LOS A SEGUIR CARREIRAS CIENTíFICO-TECNO- LóGICAS FUTURAMENTE. Estamos trabalhando neste senti- do”, conclui o Prof. Luiz Marcos. CAMPEÕES DA MODALIDADE PRÁTICA NÍVEL 1: 1º Lugar: Time Hipérion – Colégio Objetivo (SP) 2º Lugar: Time Lampião – Colégio Nossa Senhora de Fátima (BA) 3º Lugar: Time Downloading – Escola Primeiro Mundo (ES) CAMPEÕES DA MODALIDADE PRÁTICA NÍVEL 2: 1º Lugar: Time Legos Sumô – Colégio Christus (CE) 2º Lugar: Time Mamute – Colégio Salesiano Jardim Camburi (ES) 3º Lugar: CIC Sumô 3 – Colégio Anchieta (BA) CAMPEÕES DA MODALIDADE DUATLON: 1º Lugar: Glauber de Souza Rosa – Colégio Sinodal (RS) 2º Lugar: José Messias Pereira dos Santos Jr. – Colégio Anchieta (BA) 3º Lugar: Amyr Lozober, A. Liessin – Scholem Aleichem (RJ) Gabriel Assis Bezerra – Colégio Motiva (PB) Jarley Miranda – Clovis Borges Miguel (ES) Marcony Magno Alves da Silva – Escola São Jorge (PE) * A OBR 2008 foi organizada pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) e as finais contaram com a colaboração da Universidade Federal da Bahia (UFBA). 2322 CO M EN DA HONRA AO MÉRITO Entre os sete novos comendadores que integram a Ordem Nacional do Mérito Científico na área de Ciências Tecnoló- gicas, cinco fazem parte da SBC. Os professores Arndt von Staa, Claudia Bauzer Medeiros, Edmundo Albuquerque de Souza e Silva, Flávio Rech Wagner e Paulo Roberto Freire Cunha compõem – oficialmente – o grupo seleto das maiores personalidades em Ciência e Tecnologia no País. A entrega das insígnias e diplomas será feita pelo Presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em data ainda não definida. Conheça melhor os agraciados ARNDT VON STAA Graduado em Engenharia Mecânica pela PUC-Rio, onde também concluiu mestrado em Informática, o professor do Departamento de Informática da PUC-Rio Arndt von Staa fez o doutorado em Ciência da Computação na University of Waterloo (Canadá). Suas pesquisas são focadas em engenharia de software, mais especificamente em qualidade e teste de software, além de sistemas multi-agente. A indicação da Academia Brasileira de Ciências, acredita ele, deve-se à sua contribuição, desde 1962, para o estabeleci- mento e consolidação da Computação no Brasil. “Participei da criação, na PUC-Rio, do primeiro departamento de In- formática do País. Mais tarde fui o seu diretor por 10 anos. Formei mais de 60 mestres e sete doutores, muitos deles do- centes em outras universidades. Ajudei ainda na criação de diversas empresas através da Incubadora Gênesis da PUC- Rio”, afirma. Entre os destaques de sua carreira, está a criação de um dos primeiros compiladores de compiladores, com o qual foram desenvolvidos inúmeros projetos de pesquisa aplicada por seus colegas e alunos de pós-graduação. Mais adiante, pro- jetou o formatador de textos ATF e o meta-ambiente Talisman para suporte ao desenvolvimento de software. Até julho de 2008, o pesquisador publicou mais de 80 arti- gos arbitrados completos em veículos nacionais e internacio- nais, cinco livros e nove capítulos de livros. Tem 14 softwares desenvolvidos sem registro de patente. CLAUDIA BAUZER MEDEIROS Para a Prof.ª do Instituto de Computação da UNICAMP desde 1985 e que se tornou membro da SBC no ano seguinte, é uma honra e grande responsabilidade ingressar no grupo de comendadores. De acordo com ela, suas principais contribuições para o de- senvolvimento tecnológico do Brasil são liga- das à disseminação do conhecimento científico: formação de alunos (pós-graduação e graduação) e publicações. “O Brasil precisa muito de gente competente em Computação. A for- mação recebida, principalmente no nível de pós, influencia muito a carreira de um profissional ou pesquisador. Trata-se de uma enorme responsabilidade, pois cada orientador é um multiplicador não apenas de conhecimento, mas também de metodologia de trabalho, incitação à pesquisa e ética”, sa- lienta. Engenheira Eletricista formada pela PUC-Rio e PhD em Com- putação (University of Waterloo, Canadá), Claudia tem livre docência em Bancos de Dados (UNICAMP). É membro da Coordenação de Área de Ciência e Engenharia de Computa- ção da FAPESP, desde 2004, e foi coordenadora do CA-CC do CNPq e vice-coordenadora do Comitê deComputação da CAPES. Pela SBC, exerceu os cargos de conselheira, diretora e presidente. Desenvolve pesquisas em bancos de dados científicos, work- flows e sistemas de informação para biodiversidade e plane- jamento agro-ambiental. Orientou 40 mestres e 10 doutores e publicou mais de uma centena de artigos científicos. Entre os principais prêmios recebidos, estão o Newton Faller (SBC), o Change Agent (Anita Borg) e o Prêmio de Excelência Aca- dêmica zeferino Vaz (UNICAMP), além de Doctor Honoris Causa (Universidad Antenor Orrego, Peru). EDMUNDO ALBUQUERQUE DE SOUZA E SILVA Sócio-fundador da SBC e professor titular da UFRJ – tendo atuado desde 1987 na pós-graduação da COPPE –, Edmundo recebeu a notícia da admissão à Ordem do Mérito Científico com surpresa e alegria. “É muito agradável ter um re- conhecimento como esse depois de 30 anos de trabalho”, diz. Edmundo foi professor visitante de renomadas universidades e centros de pesquisa no exterior, como o T.J. Watson da IBM, UCLA, USC, Chinese University of Hong Kong e Poli- técnica de Torino. Foi co-Presidente do Comitê de Programa Técnico de cinco importantes conferências internacionais do IEEE, ACM e IFIP. Foi também membro do CA-CC do CNPq, Coordenador Adjunto do Comitê de Ciência da Computação da CAPES, e é o Coordenador atual. Além disso, publicou mais de 110 artigos completos com processo de arbitragem, oito capítulos e organizou três livros internacionais. Suas atividades de pesquisa incluem a modelagem e aná- lise de sistemas de Computação e redes de computadores. Atuando nesta área, contribuiu para a ligação do País com a Internet. Edmundo também participa de projetos de grande impacto educacional no estado do Rio de Janeiro, como o consórcio CEDERJ de Universidades públicas do Rio, cujo objetivo é levar educação de qualidade em nível de gradua- ção ao interior do Estado. FLÁVIO RECH WAGNER Professor do Instituto de Informática da UFRGS desde 1977 e atual diretor, Flávio Rech Wagner é graduado em En- genharia Elétrica e Mestre em Ciência da Computação pela mesma Universidade e Doutor em Informática pela Universida- de de Kaiserslautern (Alemanha). Realizou estágios de pós-doutorado na Universidade Joseph Fourier e no Instituto Nacional Politécnico de Grenoble, ambos na França. Foi Professor Visitante da Universidade de Tübingen (Alemanha) e Pesquisador Visitante do Centro Científico Rio da IBM Brasil. Desenvolve pesquisas na área de Engenharia da Computação, atuando principalmente no projeto de sistemas embarcados. Para ele, a admissão à Ordem Nacional do Mérito Científico foi também um reconhecimento à UFRGS e à excelência dos seus grupos de pesquisa. “Fico bastante orgulhoso e emo- cionado. Tive a felicidade de poder fazer essa homenagem à Universidade através do meu nome”, afirma. Atualmente, Flávio é conselheiro titular do Comitê Gestor da Internet (CGI.br). Foi Presidente da SBC e ocupou diversas outras funções em sua Diretoria e Conselho. Atuou também na CAPES e no CA-CC do CNPq e foi ainda membro do CATI, o comitê gestor do fundo setorial de Informática (CT-Info). Em 2004, a SBC conce- deu-lhe o Prêmio Newton Faller por sua atuação na comunidade científica nacional. PAULO ROBERTO FREIRE CUNHA Segundo o atual Diretor do Centro de Informática da UFPE – que atua na instituição como professor titular des- de 1992 –, Paulo Roberto Cunha, o reconhecimento da Academia Brasi- leira de Ciências aos pesquisadores traz visibilidade à SBC e à área da Computação, que cada vez conquistam mais es- paço no cenário científico brasileiro. “Fiquei feliz e surpreso com a notícia”, afirma. Graduado em Enge- nharia Elétrica e mestre em Ciência da Computação pela UFPE, ele concluiu doutorado na University of Waterloo (Canadá) e Pós-doutorado no INRIA (Fran- ça). Foi professor convidado na University of Montre- al (Canadá), no INRIA, na University of Westminster e no Imperial College of Science and Technology (In- glaterra). Prof. Paulo atua ainda como assessor do CNPq e da CAPES e é consultor da Fundação Centro de Pesquisa e Desenvolvimento (CPqD) e membro da SBC, tendo atuado como vice-presidente entre 1993 e 1997. Foi também pró-reitor de Pesquisa e Pós-Graduação da UFPE de 1995 a 2003. Sua pesquisa acadêmica é voltada a sistemas dis- tribuídos, redes de computadores e engenharia de software. Até junho de 2007, publicou 146 artigos completos com arbitragem em conferência nacionais e internacionais, 25 artigos completos em periódi- cos, sete livros e seis capítulos de livros. Orientou 24 dissertações de mestrado e seis teses de doutorado e foi diversas vezes premiado e homenageado pela comunidade acadêmica nacional. A Ordem Nacional do Mé- rito Científico foi instituída em 1993 por decreto do presidente da República e destina-se a premiar personalidades nacionais e estrangeiras que se des- tacam na área científica e tecnológica. Cinco MeMBROS da SOCIedade BRaSIleIRa de COMPu- taçãO fORaM adMItIdOS à ORdeM naCIOnal dO MéRI- tO CIentífICO, na categoria tecnologia, em agosto de 2008. a distinção reconhece o trabalho acadêmico ou político realizado pelos pesquisadores. 24 Com este número da Computação Brasil, fechamos 2008 com a certeza de que cumprimos vários de nossos objetivos. Ao mes- mo tempo, vislumbramos diversos desafios para a continuidade do nosso trabalho na perspectiva do contínuo fortalecimento da área de Computação no Brasil. A SBC completou três décadas de atuação em 2008 e se reno- va ano a ano, pela participação ativa de seu grande contingente de quase 2 mil sócios estudantes que trazem novas demandas e sugestões para a Sociedade, com efetiva participação nos di- versos eventos. A eles é dirigida, principalmente, a mais nova revista da SBC, a SBC Horizontes, cuja primeira edição foi re- centemente publicada, assim como todo o esforço da Comissão de Educação, no estudo e discussão das questões que envol- vem o ensino de graduação e pós-graduação. A SBC, sobretudo, se renova, a cada vez que um evento pro- movido ou apoiado agrega pesquisadores, profissionais e estu- dantes, pois a essência da Sociedade é justamente a integração entre os pares para a discussão de quaisquer questões que di- zem respeito ao ensino, pesquisa, desenvolvimento e aplicação de métodos e sistemas computacionais na solução de proble- mas sociais. Ao longo deste ano foram 38 eventos promovidos (regionais, nacionais e internacionais) que reuniram cerca de 7,7 mil pessoas. A SBC apoiou, também, a realização de outros 56 eventos organizados em sua maioria por universidades ou faculdades isoladas, ou outras sociedades científicas. Nossa SBC fecha o ano com mais de 3,5 mil sócios, entre pesquisadores, profissionais e estudantes, além de 140 insti- tuições afiliadas. Considerando, portanto, seus associados e os milhares de participantes em todos os eventos, promovidos ou apoiados, pode-se avaliar a ordem de grandeza do alcance de suas ações. Há que se ressaltar que a SBC, por meio de suas várias ins- tâncias – Diretoria, Conselho, Secretarias Regionais e Repre- sentações Institucionais –, faz-se presente em várias ocasiões e fóruns, desde as formaturas das centenas de cursos de Com- putação e Informática, nas quais são conferidos os prêmios de Aluno Destaque, e audiências públicas no Legislativo Federal para tratar da questão da Regulamentação da Profissão, até conselhos e comissões de órgãos ligados ao sistema de ciência e tecnologia nacional. VISLUMBRAMOS 2009 COMO MAIS UM ANO DE RENOVAÇÃO E DE TRA- BALHO REDOBRADO. NUNCA A COMPUTAÇÃO NO BRASIL ESTEVE TÃO EVIDENTE, EM TODOS OS NÍVEIS DE ATIVIDADE. A discussão a respeito dos Grandes Desafios para os próximos 10 anos reiniciará em março e culminará sendo o tema do Congresso, em julho. Hou- ve também, em setembro, em Buenos Aires, o evento CharLA
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