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TEORIA DA BOMBA RELÓGIO
- Essa teoria, muito utilizada nos Estados Unidos ("the ticking time bomb scenario").
- A presente teoria tem o escopo de relativizar a proibição da tortura (que, na nossa Constituição, está no artigo 5o, III). Segundo a teoria, se bombas relógio são instaladas em determinados locais, não havendo outros meios de se localizar as bombas ou desarmá-las, a tortura do terrorista responsável é justificável. 
- Essa teoria apareceu pela primeira vez no romance de Jean Larteguy, "Les Centurions", de 1960, escrito durante a brutal ocupação francesa da Argélia. O herói do livro descobre um plano iminente para explodir bombas em toda a Argélia e deve correr contra o relógio para impedir. 
- O Ministro da Suprema Corte Antonin Scalia disse em uma recente entrevista que "o uso de técnicas de interrogatório duras agora amplamente condenadas como tortura pode não ser inconstitucional”. Segundo a teoria do "cenário da bomba relógio", seria difícil excluir o uso da tortura para obter informações de suspeitos de terrorismo, se milhões de vidas estão em jogo.
- A CIA utiliza-se, por exemplo, do “suplicio da água”.
- As utilizações destes mecanismos sofrem fortes criticas por ser repugnante para a maioria dos doutrinadores. O Estado criaria batalhões de torturadores para alcançar tais fins. Ainda se questiona se esse mecanismo deixaria de ser regra (para descobrir atos de terrorismo), para ser utilizado em outras situações que a diversa da inicial.
- A teoria da bomba relógio estaria ramificada na mesma do direito penal do inimigo.
- A aplicação da tortura com base nesses argumentos não é abarcada pela doutrina em exclusão de ilicitude ou de culpabilidade.
- No direito pátrio, a Lei 13.260 trata de atos de terrorismo, MAS no Brasil essa teoria não é aceita, nem aplicável (porque diversos dispositivos impedem, CR e tratados / convenções internacionais, por exemplo).
- Conforme artigo 16 da Lei 13.260, em casos de investigação, processo e julgamento dos crimes previstos nesta Lei, aplica-se a Lei nº 12.850, de 2 agosto de 2013.
O QUE É ADVERTENCIA / AVISO DE MIRANDA NO PROCESSO PENAL
- Nos Estados Unidos, o réu tem seus direitos constitucionais e civis zelosamente observados, pois sua violação pela polícia ou pelo Promotor de Justiça pode viciar as etapas posteriores do processo. Por exemplo, desde Miranda vs. Arizona, em 1966, o júri é obrigado a desconsiderar as declarações feitas pelo acusado antes de explicitamente advertido de seu direito de recusar-se a falar à polícia.
- Contudo, nem sempre foi assim, como sabemos, em toda parte do mundo. A frase de que o réu tem o direito à assistência e o conselho a sua defesa, é extraído da Sexta Emenda americana. É comum hoje em dia que se tome por certo que uma pessoa acusada sempre teve a assistência de advogados para a defesa. Afinal, a polícia adverte da necessidade do silêncio a todos eles, e depois prendem e interrogam. 
- O certo é que toda pessoa acusada de um crime tem o direito a um advogado se ela puder pagar um. Mas só recentemente é que aqueles que não podiam pagar um advogado, realmente receberam a assistência de advogado. 
- Levou mais de 30 anos, começando em 1932, e três casos de apelação na Suprema Corte americana, antes que as pessoas pobres, que não podiam pagar um advogado, pudessem ter um advogado nomeado pelo tribunal. Estas decisões da Suprema Corte americana foram no sentido que a Sexta Emenda tivesse efeito vinculativo sobre os Estados.
- Podemos citar o exemplo de um caso em que houve completo desprezo pelo princípio em alusão. Em 25 de março de 1931, nove jovens Afro-americanos, sete jovens homens brancos, e duas jovens mulheres brancas estavam viajando através Alabama, quando começou uma briga. Os homens brancos foram atirados para fora do trem. Eles imediatamente notificaram o xerife, e, além de seus ataques, afirmaram que as duas meninas brancas foram estupradas. O trem foi parado por ordem de um xerife na pequena cidade de Paint Rock, Alabama, e os jovens Afro-americanos foram presos. Quando a violência da multidão parecia iminente, eles foram transferidos para Scottsboro, Alabama. Ali, nove iletrados, analfabetos, pobres homens foram julgados pelo crime de estupro, sem qualquer assistência da defesa. No primeiro dia do julgamento, o juiz nomeou um advogado local para funcionar na defesa dos noves homens acusados de estupro. Os nove foram julgados em grupos de três, e o Tribunal levou três dias para julgar e condenar todos os nove, mesmo com o testemunho médico que contradizia a afirmação das meninas do crime de estupro, bem como o fato de uma das supostas vítimas admitir ter inventado a história de estupro e afirmar que nenhum dos Scottsboro Boys teria tocado em nenhuma das mulheres brancas. Todos os nove rapazes, conhecido como Scottsboro Boys, foram condenados à morte, por um Júri composto de brancos.
- Nos Estados Unidos apesar de incorporado à sua Constituição na 5ª emenda, o direito ao silêncio veio a ter efetividade na decisão da Suprema Corte em 1964 com o caso Malloy v. Logan (378 U. S.1 (1964). Que deu garantia do devido processo legal, incorporado na 14ª emenda. Em 1965 no julgamento Griffin v. California – [380. U. S.609 (1965)]. A Suprema Corte Americana proibiu o acusador de realizar qualquer comentário ou alusão sobre o silêncio do acusado durante o julgamento, resultando inconstitucional qualquer tipo de penalidade imposta ao réu no exercício desse direito.
- A Suprema Corte Americana em um caso histórico denominado Miranda V Arizona (384 U. S. 436), por cinco votos a quatro decidiu que “antes de qualquer questionamento, uma pessoa deve ser informada que ela tem o direito de permanecer calada, e que qualquer depoimento que fizer poderá ser usado como prova contra si mesma”. 
- Neste caso a Suprema Corte decidiu que a polícia ao fazer um interrogatório, deve notificar o acusado do direito ao silêncio, determinando a soltura do acusado. Ernesto Miranda, acusado de rapto e estupro, fixou as chamadas Miranda Rules ou regras de instrução. O caso Miranda, contudo, como assinala Dias Neto, foi perdendo a sua força como orientação jurisprudencial, tendo em vista que posteriormente a Suprema Corte Americana no julgamento Beckwith v. United States [425 U. S.341 (1976)], declarou que o direito ao silêncio não se aplica aos interrogatórios em domicilio do acusado, feitos de forma informal, em New York v Quarles, [467 U. S. 649 (1984)], declarou a desnecessidade da detenção formal do inquirido, para efeito do direito ao silêncio e em Oregon v. Mathiason, [492 U. S. 492 (1977)], decidiu que não existe a custódia quando a pessoa comparece voluntariamente a uma delegacia. 
- Estas decisões já tiveram como base o movimento lei e ordem que existe naquele país. Talvez surpreendentemente, o impacto das chamadas “regras Miranda” sobre a polícia, de suspeitos, em face das confissões e convicção tem sido insignificante. Isto pode ser devido a muitas estratégias que os interrogadores policiais usam para evitar, contornar, anular, e algumas vezes até mesmo violar as “regras Miranda” e sua invocação na sua busca de evidências de confissão. Por exemplo, às vezes, a polícia nos interrogatórios evita ter de dar advertências com base nas regras de Miranda, reformulando o interrogatório como uma entrevista de custódia. 
- A polícia faz isso redefinindo as circunstâncias de questionamento, em que o suspeito não está preso, por exemplo, declarando ao acusado, que ele não está preso ou que ele é livre para ir e vir, uma vez que as “Miranda Rules”, apenas é legalmente exigida quando um suspeito está preso sob custódia. Outras vezes, detetives da polícia podem ler três a quatro vezes as advertências do direito ao silêncio, mas não perguntam ao suspeito se ele entende este direito ou deseja renunciar a este mesmo direito, lançando diretamente em interrogatório, como se o consentimento do acusado fosse implícito. Os tribunais têm mantido essa prática, alegando que os suspeitos “implicitamente”renunciaram aos seus direitos (Vorth Carolina v. Butler 1979). 
- Às vezes, os detetives podem obter a isenção explícita através da minimização. Minimizando a advertência, ou a ênfase do significado das advertências Miranda, ocultando assim o relacionamento contraditório entre os interrogadores e os acusados. Uma vez que o suspeito tenha renunciado a seu direito ao silêncio, o tom, o conteúdo, e o caráter do processo de interrogatório podem mudar drasticamente. É típico neste ponto que o processo de interrogatório torna-se acusatório, ante o fato do detetive mudar a forma de fazer as perguntas, bem como o suspeito para dizer-lhe as respostas. O estilo de interrogatório dos detetives pode variar de amigável a agressivo. A polícia conta duas estratégias básicas de interrogatório: 1) criam a ilusão de que a polícia tem o objetivo de “ajudar” o suspeito; 2) a tentativa de transformar a percepção dos suspeitos aumenta de tal forma, que os acusados podem confessar como meio de escapar de uma situação desesperada. Embora existam centenas de técnicas de interrogatório específicas, o interrogatório policial pode ser reduzido para algumas táticas básicas e previsíveis, com sequências repetitivas. 
- As regras de Miranda, podem ser enquadradas no Brasil como principio da não incriminação (ou princípio da imunidade da autoacusação); direito ao silêncio previsto na CF/88.
Art. 5º, LXIII - o preso será informado de seus direitos, entre os quais o de permanecer calado, sendo-lhe assegurada a assistência da família e de advogado.
- O CPP diz que:
Art. 157. São inadmissíveis, devendo ser desentranhadas do processo, as provas ilícitas, assim entendidas as obtidas em violação a normas constitucionais ou legais.
- O STJ entende que conversa informal, sem o aviso do direito ao silêncio, se confessado algo, é prova ILICITA.
Julgado STJ, 6ª Turma, HC 244977 SC
MULHER PODE SER PRESA EM FLAGRANTE COM BASE EM LESÃO A COMPANHEIRO NO AMBIENTO FAMILIAR?
- Crimes de violência em âmbito familiar / doméstico, não cabe aplicação da lei 9.099/95. Não cabe TCO.
- Súmula 542 do STJ, lesão corporal é pública incondicionada na condição de violência em âmbito familiar, vejamos seu teor:
Súmula 542
A ação penal relativa ao crime de lesão corporal resultante de violência doméstica contra a mulher é pública incondicionada.
- No caso do homem que é agredido por mulher em ambiente familiar / doméstico, aplica-se o artigo 129, § 9º, CP. O delegado só pode prender a mulher em flagrante se o homem agredido representar, tendo em vista que volta a aplicar a lei 9.099/95.
- Não pode lavrar TCO no caso de violência em âmbito familiar em que o homem seja o agredido, tendo em vista a pena prevista no artigo 129, §9, CP, podendo prender em flagrante se assim o agredido representar e por não ser crime acima de 4 anos, o delegado arbitrará fiança.
- Pode no âmbito judicial, ser aplicada a SUSPENSÃO CONDICIONAL DO PROCESSO, tendo em vista que a pena mínima é menor de 1 (hum) ano. 
Art. 89. Lei 9.099/95 - Nos crimes em que a pena mínima cominada for igual ou inferior a um ano, abrangidas ou não por esta Lei, o Ministério Público, ao oferecer a denúncia, poderá propor a suspensão do processo, por dois a quatro anos, desde que o acusado não esteja sendo processado ou não tenha sido condenado por outro crime, presentes os demais requisitos que autorizariam a suspensão condicional da pena (art. 77 do Código Penal).
Teoria das leis térmicas NO DIREITO PENAL
- A criminologia é a ciência que busca entender a conduta criminosa, através do estudo do comportamento humano quando se pega numa roupagem delituosa.
- Lombroso, da escola positiva, foi o primeiro a estudar o comportamento do delinquente. Ressaltamos que Lombroso não era jurista e sim psiquiatra. Este entendia que o criminoso era um doente, sofria de uma patologia (atavismo). Para Lombroso, a pessoa já nascia com a pré-disposição delituosa.
- No ano em que nascia Lombroso, o matemático / sociólogo belga Quetelet começou a visualizar a aplicação de estatísticas para explicar a ocorrência de determinados crimes. Sua obra (físico-social), deixou registrado que o clima da região, dentre outros fatores, eram preponderantes para o cometimento do crime. 
- A teoria das leis térmicas (ou CURVA DE QUETELET), foi formulada por Quetelet, em 1835 e apregoava que:
No inverno, são praticados mais crimes contra o patrimônio;
No verão, são mais numerosos os crimes contra a pessoa;
Na primavera, há maior incidência dos crimes contra os costumes (sexuais).
- Quetelet (Adolphe Quetelet) foi o defensor das estatísticas oficiais de medição de delitos, mas se apercebeu que uma razoável quantidade de crimes não era detectada ou comunicada aos órgãos oficiais. São as chamadas cifras negras.
INSTAURAÇÃO DE IP EM LOCAL DIVERSO DA CONSUMAÇÃO DO FATO
- O CPP não estabeleceu uma regra para a instauração do IP.
- Delegado de policia não tem competência, tem atribuição (assim como MP).
- Art. 70, CPP, estabelece regras e competências, adotando a teoria do RESULTADO (ou do evento).
Art. 70.  A competência será, de regra, determinada pelo lugar em que se consumar a infração, ou, no caso de tentativa, pelo lugar em que for praticado o último ato de execução.
        § 1o  Se, iniciada a execução no território nacional, a infração se consumar fora dele, a competência será determinada pelo lugar em que tiver sido praticado, no Brasil, o último ato de execução.
        § 2o  Quando o último ato de execução for praticado fora do território nacional, será competente o juiz do lugar em que o crime, embora parcialmente, tenha produzido ou devia produzir seu resultado. (TEORIA DA UBIQUIDADE)
        § 3o  Quando incerto o limite territorial entre duas ou mais jurisdições, ou quando incerta a jurisdição por ter sido a infração consumada ou tentada nas divisas de duas ou mais jurisdições, a competência firmar-se-á pela prevenção.
        Art. 71.  Tratando-se de infração continuada ou permanente, praticada em território de duas ou mais jurisdições, a competência firmar-se-á pela prevenção.
- Se não for arguida incompetência, será preclusiva.
- O INQUERITO POLICIAL é diferente de PROCESSO PENAL.
- Crime de espaço máximo e crime a distância são sinônimo.
- Por questão de politica criminal, o local adequado para abrir IP onde foram praticados homicídios culposos ou dolosos é onde ocorreram os atos executórios independente de onde venha a ser consumado.
- A autoridade que terá atribuição para instaurar flagrante em caso de fugitivo, será onde ela for capturado. Caso o auto de prisão em flagrante seja lavrado em outro local da captura, não há nulidade do procedimento, apenas uma mera irregularidade.
- No caso do latrocínio é analisado como o homicídio, devendo ser apurado onde ocorreram os atos executórios. (TEORIA DA ATIVIDADE)
TEORIA DA PONDERAÇÃO CONCRETA NA ORBITA DO DIREITO PENAL NO TEMPO
- Depois de cumprir todas as fases do processo legislativo previsto na Constituição Federal, a lei penal ingressa no ordenamento jurídico e, assim como as demais leis em geral, vigora até ser revogada por outro ato normativo de igual natureza. É o que se convencionou chamar de princípio da continuidade das leis.
- A revogação é a retirada da vigência de uma lei. Dependendo do seu alcance, pode ser absoluta ou total, conhecida como ab-rogação (ab-rogação = absoluta), ou parcial, denominada derrogação.
- A lei tem que ser revogada formalmente e materialmente. Exemplo: Crime de adultério previsto no artigo 240, CP. Quando ela (lei) é incorporada por outro dispositivo, não ocorre o abolitio criminis e sim, a continuidade normativo-típica, uma vez que ocorreu a revogação formal e não material.
- A abolitio criminis apenas tem efeitos penais com sua revogação, subsistindo seus efeitos extrapenais. 
- A neocriminalização é o surgimento de uma nova lei que venha a criminalizar conduta que anteriormente era considerada típica. Tais situações serão verificadascom a hipertrofia do direito penal; no direito penal expansivo. Todo efeito será da sua vigência para frente e nunca retroagirá para prejudicar quem quer que seja.
- A abolitio criminis se contrapõe a neocriminalização.
- A regra geral é a da prevalência da lei que se encontrava em vigor quando da prática do fato, vale dizer, aplica-se a lei vigente quando da prática da conduta (tempus regit actum). Dessa forma, resguarda-se a reserva legal, bem como a anterioridade da lei penal, em cumprimento às diretrizes do texto constitucional.
Lei penal mais grave ou lex gravior
- E a que de qualquer modo implicar tratamento mais rigoroso às condutas já classificadas como infrações penais, tendo aplicação apenas a fatos posteriores à sua entrada em vigor. Jamais retroagirá, conforme expressa determinação constitucional. 
Exemplos: criação de qualificadora, agravante genérica ou causa de aumento da pena, imposição de regime prisional mais rígido, aumento do prazo prescricional, supressão de atenuante genérica ou causa de diminuição da pena etc.
Abolitio criminis e lei posterior benéfica
- Abolitio criminis é a nova lei que exclui do âmbito do Direito Penal um fato até então considerado criminoso (art. 2.°, caput, CP), ostentando natureza jurídica de causa de extinção da punibilidade (art. 107, inc. n i). Sua configuração reclama revogação total do preceito penal, e não somente de uma norma singular referente a um fato que, sem ela, se contém numa incriminação penal. Com efeito, a abolitio criminis pressupõe a supressão formal (exclusão do tipo penal) e material (exclusão da conduta ilícita do âmbito do Direito Penal) de um fato anteriormente classificado como infração penal.
Alcança a execução e os efeitos penais da sentença condenatória, não servindo como pressuposto da reincidência, e também não configura maus antecedentes. Sobrevivem, entretanto, os efeitos civis de eventual condenação.
- Lei penal benéfica (lex mitior ou novatio legis in mellius) é a que se verifica quando, ocorrendo sucessão de leis penais no tempo, o fato previsto como crime ou contravenção penal tenha sido praticado na vigência da lei anterior, e o novel instrumento legislativo seja mais vantajoso ao agente, favorecendo-o de qualquer modo. – A lei mais favorável deve ser obtida no caso concreto, aplicando-se a que produzir o resultado mais vantajoso ao agente (teoria da ponderação concreta).
- No campo da Lei de Drogas, o Superior Tribunal de Justiça pacificou o entendimento de que o crime ora tipificado pelo art. 28, caput (porte de droga para consumo pessoal), em razão da natureza das penas a ele cominadas, é mais brando do que a figura antigamente prevista no art. 16 da Lei 6.368/1976. Deve, assim, retroagir para alcançar os fatos cometidos sob a égide da lei antiga.
- Nos termos do art. 5.°, XL, da Constituição Federal, a abolitio criminis e a novatio legis in mellius devem retroagir, por configurar nítido benefício ao réu. A retroatividade é automática, dispensa cláusula expressa e alcança inclusive os fatos já definitivamente julgados.
- Pode ocorrer, ainda, ultratividade da lei mais benéfica. Tal se verifica quando o crime foi praticado durante a vigência de uma lei, posteriormente revogada por outra prejudicial ao agente. Subsistem, no caso, os efeitos da lei anterior, mais favorável. Isso porque, como já abordado, a lei penal mais grave jamais retroagirá.
Combinação de leis penais (lex tertia)
- Pode ocorrer o conflito entre duas leis penais sucessivas no tempo, cada qual com partes favoráveis e desfavoráveis ao réu. A discussão reside na possibilidade ou não de o juiz, na determinação da lei penal mais branda, acolher os preceitos favoráveis da primitiva e, ao mesmo tempo, os da posterior, combinando-os para utilizá-los no caso concreto, de modo a formar uma lex tertia, ou seja, uma lei híbrida.
- STF entende atualmente que não existe a possibilidade do magistrado combinar leis para beneficiar o réu, tendo em vista que ele não cabe à função de legislador, muito menos por ofender o principio da legalidade. O STJ segue o mesmo entendimento.
Súmula 501, STJ:
Súmula 501: é cabível a aplicação retroativa da Lei 11.343/06, desde que o resultado da incidência das suas disposições, na íntegra, seja mais favorável ao réu do que o advindo da aplicação da Lei 6.368/76, sendo vedada a combinação de leis.
- Não há consenso doutrinário. No terreno da jurisprudência, historicamente o Supremo Tribunal Federal sempre se posicionou pela impossibilidade de combinação de leis penais. Entretanto, recentemente, o Excelso Pretório rompeu com seu posi​cionamento clássico, e decidiu pelo cabimento, a autor de crime de tráfico de drogas cometido sob a égide da Lei 6.368/1976, do benefício introduzido pelo art. 33, § 4.°, da Lei 11.343/2006.
- Assim decidindo, o Supremo Tribunal Federal abandonou a teoria da pondera​ção unitária ou global e filiou-se à teoria da ponderação diferenciada, pela qual, considerada a complexidade de cada uma das leis em conflito no tempo e a relativa autonomia de cada uma das disposições, é preciso proceder-se ao confronto de cada uma das disposições de cada lei, podendo, portanto, acabar por se aplicar ao caso subjudice disposições de ambas as leis.
- Hoje, entretanto, o Supremo Tribunal Federal, por decisões de suas turmas, está dividido. Ora admite a combinação de leis penais, ora retoma sua clássica posição, filiando-se à teoria da ponderação unitária, ou global, contrária à constituição da lei híbrida. 
- O Superior Tribunal de Justiça, em sua orientação jurisprudencial dominante, não admite a combinação de leis penais.
Lei penal intermediária
- É possível, em caso de sucessão de leis penais, a aplicação de uma lei intermediária mais favorável ao réu, ainda que não seja a lei em vigor quando da prática da infração penal ou a lei vigente à época do julgamento. Essa é a posição consagrada no Supremo Tribunal Federal.
Lei penal temporária e lei penal excepcional (estrito senso)
- Lei penal temporária é a que tem a sua vigência predeterminada no tempo. A lei diz, por exemplo, que sua validade se limita ao dia 31 de dezembro do ano em que foi editada.
- Lei penal excepcional, por outro lado, é a que se verifica quando sua duração está relacionada a situações de anormalidade. Exemplo: É editada uma lei que diz ser crime, punido com reclusão de seis meses a dois anos, tomar banho com mais de dez minutos de duração, durante o período de racionamento de energia.
- Estas leis são autorrevogáveis. Basta a superveniência da data prevista na lei temporária ou o fim da situação de anormalidade relacionada à lei excepcional para que deixem, automaticamente, de produzir efeitos jurídicos. Por esse motivo, são classificadas como leis intermitentes. Se não bastasse, possuem ultratividade (art. 3.°, CP), pois se aplicam ao fato praticado durante sua vigência, embora decorrido o período de sua duração ou cessadas as circunstâncias que a determinaram. Em outras palavras, ultratividade significa a aplicação da lei mesmo depois de revogada. ESSA SITUAÇÃO É CHAMADA DE EFEITO CARRAPATO DA LEI PENAL.
- O fundamento da ultratividade é simples e foi suficientemente explicado pelo item “8” da Exposição de Motivos da antiga Parte Geral do Código Penal: visa impedir que, em se tratando de leis previamente ilimitadas no tempo, possam ser frustradas as suas sanções por expedientes astuciosos no sentido do retardamento dos processos penais.
As leis penais em branco e o conflito de leis no tempo
- Lei penal em branco é aquela cujo preceito secundário é completo, mas o preceito primário necessita de complementação. O problema relativo ao assunto consiste em saber se, uma vez alterado o complemento da lei penal em branco, posteriormente à realização da conduta criminosa, ou seja, com a infração penal já consumada, e beneficiando o agente, deve operar-se a retroatividade.
- É possível abolitio criminis na lei penal em branco, se por exemplo a portaria que determina quais drogas sãoproibidas e simplesmente uma droga deixa de constar nesta portaria.
- Com efeito, o complemento da lei penal em branco pode assumir duas faces distintas: normalidade e anormalidade.
Quando o complemento revestir-se de situação de normalidade, a sua modifica​ção favorável ao réu revela ai alteração do tratamento penal dispensado ao caso. Em outras palavras, a situação que se buscava incriminar passa a ser irrelevante. Nesse caso, a retroatividade é obrigatória. O que era crime deixou de ser. Aplica-se ao caso, portanto, a regra delineada pelo art. 5.°, XL, da Constituição Federal. Por seu turno, quando o complemento se inserir em um contexto de anormali​dade, de excepcionalidade, a sua modificação, ainda que benéfica ao réu, não pode retroagir, com fundamento no art. 3.° do Código Penal (ultratividade). Se no momento em que estava em vigor o complemento havia algo de anormal, ou seja, se se tratava de situação que naquele momento - e não necessariamente no futuro - deveria ser reprimida, a modificação do complemento não pode produzir efeitos aos casos ante​riormente praticados, ou seja, cometidos em período de anormalidade. Essa é a posição do Supremo Tribunal Federal.
CENA PORNOGRAFICA NA ORBITA DO ECA x STF
- Cena pornográfica ou sexo explicito é um tipo penal aberto.
O tipo penal 241- E, do ECA complementa essa lacuna com o conceito.
Art. 241-E.  Para efeito dos crimes previstos nesta Lei, a expressão “cena de sexo explícito ou pornográfica” compreende qualquer situação que envolva criança ou adolescente em atividades sexuais explícitas, reais ou simuladas, ou exibição dos órgãos genitais de uma criança ou adolescente para fins primordialmente sexuais. (Incluído pela Lei nº 11.829, de 2008)
- Guilherme Nucci defende que o artigo 241-E, deixou lacunas quanto à questão da vestimenta da criança e do adolescente e com isso é ATIPICO.
- A questão foi levada ao STJ, em sua 6ª Turma, que a norma explicativa do 241-E, e foi decidido que não se restringe a exibição dos órgãos genitais, na verdade deve ser dada uma interpretação conforme artigo 6º, do ECA.
Art. 6º Na interpretação desta Lei levar-se-ão em conta os fins sociais a que ela se dirige, as exigências do bem comum, os direitos e deveres individuais e coletivos, e a condição peculiar da criança e do adolescente como pessoas em desenvolvimento.
Buscando a inteligência da lei, o STJ entende que poses eróticas em que uma criança / adolescente faça parte, mesmo que esteja com roupa (órgãos genitais cobertos), ingressa no conceito de pornografia, quando incontroversa a finalidade de explorar a sexualidade. DEVE EXISTIR O DOLO (desejo lascivo), para configurar os crimes dos artigos 240 / 241 - E.
Julgado STJ, 6ª Turma, REsp 1543267 / SC
 - Caso sejam encontradas fotos de crianças / adolescentes em poses sensuais / eróticas, no CELULAR a pessoa pode ser presa em flagrante por se tratar de CRIME PERMANENTE, tendo em vista que armazenar também entra no artigo 241 – B, do ECA.
Art. 241-B.  Adquirir, possuir ou armazenar, por qualquer meio, fotografia, vídeo ou outra forma de registro que contenha cena de sexo explícito ou pornográfica envolvendo criança ou adolescente.
OBS IMPORTANTE 1: Caso uma pessoa venha aliciar uma ADOLESCENTE (16 anos), não cabe tipificar no ECA, tendo em vista que o artigo 241 – D, se refere tão somente a CRIANÇA.
 Art. 241-D.  Aliciar, assediar, instigar ou constranger, por qualquer meio de comunicação, criança, com o fim de com ela praticar ato libidinoso.
OBS IMPORTANTE 2: As causas de aumento previsto no ECA no artigo 240, § 2º, não se aplica a qualquer outro artigo.
PUREZA DA DROGA x FIXAÇÃO DA PENA NO TRÁFICO x STF
- Exemplo, em laudo fica caracterizado que a cocaína não era pura, existia talco como substância presente também. A fixação feita pelo magistrado, com base nos artigos 42 e 59 da Lei 11.343/06, como se a droga fosse pura.
Art. 42.  O juiz, na fixação das penas, considerará, com preponderância sobre o previsto no art. 59 do Código Penal, a natureza e a quantidade da substância ou do produto, a personalidade e a conduta social do agente.
- O STF analisou questão recentemente sobre a pureza da droga e fixação da pena. A 2ª Turma, entendeu que é desnecessário determinar a pureza do entorpecente, irrelevante para a fixação da pena.
Julgado STF, 2ª Turma, HC 132909.
ACESSO AOS AUTOS POR PARTE DE ADVOGADO DE TERCEIRO NÃO INVESTIGADO x STJ
- A lei 13.245/16, altera o Estatuto de Ética da Ordem dos Advogados.
- Essa lei amplia o direito do advogado sobre o Inquérito Policial, entretanto não tornou o IP, com ampla defesa e direito ao contraditório.
- O advogado não pode exigir nenhuma diligência, isto porque o delegado é o “capitão” do IP, determinando o que pode e o que não pode.
- O advogado pode ter acesso aos autos desde que já esteja materialmente produzida e documentada. Diligência em curso, não pode o advogado ainda ter acesso aos autos.
- Súmula 14 do STF reza que:
É direito do defensor, no interesse do representado, ter acesso amplo aos elementos de prova que, já documentados em procedimento investigatório realizado por órgão com competência de polícia judiciária, digam respeito ao exercício do direito de defesa.
- A questão foi para o STJ, em sua 5ª Turma, se ADVOGADO DE TERCEIRO pode ter ACESSO AOS AUTOS EM QUE ELE NÃO É INVESTIGADO, e decidiu que O ACESSO AMPLO DOS AUTOS é permitido ao ADVOGADO DO INVESTIGADO. O acesso de advogado de terceiro e não investigado é RESTRITO. 
Julgado STJ, 5ª Turma
O QUE É A TEORIA DA TINTA DILUÍDA OU DA MANCHA PURGADA OU DA LIMITAÇÃO DO NEXO CAUSAL ATENUADO OU TEORIA DA EXCEÇÃO DA MANCHA OU NÓDOA REMOVIDA
- ORIGEM: direito norte-americano com o nome de “burt paint”.
- CONCEITO: “Ocorre quando um ato posterior totalmente independente afasta a ilicitude originária. O vício da ilicitude originária é atenuado em virtude do espaço temporal decorrido entre a prova primária e a secundária, ou por conta de circunstâncias supervenientes na cadeia probatória”.
- Essa teoria foi adotada no caso Won Sun vs. USA, de 1963 – O cidadão TÍCIO acaba preso e essa prisão foi ilegal porque não havia causa provável de sua prisão. Ele, preso ilegalmente, confessa e delata MÉVIO. MÉVIO, por sua vez, confessa o tráfico e delata CAIO. Nesse sentido, percebam que a prisão ilegal de TÍCIO, resultou a delação de MÉVIO, que resultou na delação de CAIO. 
PERGUNTA-SE: Essa prisão de CAIO é prova lícita ou ilícita? É ilícita por derivação causal. 
O detalhe do caso concreto julgado nos EUA é que, algumas semanas depois, de forma TOTALMENTE INDEPENDENTE, CAIO comparece perante a autoridade e resolve confessar a prática do delito, na presença de seu advogado. A Suprema Corte Americana entendeu que, embora num primeiro momento, a prisão de Caio ter sido ilícita. A posteriori, porém, a partir do momento em que ele, de forma totalmente independente e autônoma, confessa, é como se tivéssemos uma prova que não foi contaminada pelo vício da ilicitude originária. Então, essa circunstância superveniente na cadeia probatória faz essa prova absolutamente lícita.
- Essa teoria já foi adotada pelo STJ e pelo Supremo? Resposta negativa. Não há julgados adotando essa teoria. Não obstante a ausência de julgados, a doutrina tem defendido que essa teoria ou limitação foi colocada no art. 157, § 1º do CPP:
Art. 155,§ 1º São também inadmissíveis as provas derivadas das ilícitas (PROVA ILÍCITA POR DERIVAÇÃO), salvo quando não evidenciado o nexo de causalidade entre umas e outras (TEORIA DO NEXO CAUSAL EVIDENCIADO OU DA MANCHA PURGADA), ou quando as derivadas puderem ser obtidas por uma fonte independente das primeiras. 
- Destarte, de acordo com essa exceção, quando Caio confessa é como se não houvesse nenhum nexo causal entre a confissão dele e a prova ilícita originária. 
Assim, em resumo, a teoria da exceção da mancha ou nódoa removida (a “purged taint exception”), surgiu no direito norte-americano, relaciona-se com a possibilidadede uma ilicitude de prova inicial ser removida por ato independente provocado por terceiro ou pelo acusado. Em outras palavras, não se aplica a teoria da prova ilícita por derivação se a relação entre a ilegalidade entre a prova primária e secundária for atenuada em virtude do decurso do tempo, de circunstâncias supervenientes na cadeia probatória ou da vontade de um dos envolvidos em colaborar com a persecução criminal.
DICAS RÁPIDAS
179 – LIMITAÇÕES À FUNDAMENTAÇÃO PER RELATIONEM
R = É nulo o acórdão que se limita a ratificar a sentença e a adotar o parecer ministerial, sem sequer transcreve-los, deixando de afastar as teses defendidas ou de apresentar fundamentos próprios. Isso porque, nessa hipótese, esta caracterizada a nulidade absoluta do acórdão por falta de fundamentação. STJ, HC 214.049
180 – A lei 13.260/13 definiu o que vem a ser uma organização terrorista, além do que alterou a lei nº. 12.850/13, que versa sobre a organização criminosa, abrangendo o seu conceito para também abarcar os grupos terroristas. Assim, a organização terrorista nada mais é do que uma forma de organização criminosa.
181 – Pode o réu denunciado por delito na forma consumada, posteriormente ser condenado na forma tentada?
R = O réu denunciado por crime na forma consumada pode ser condenado em sua forma tentada, mesmo que não tenha havido aditamento à denúncia. Igualmente, vale ressaltar que a tentativa não é uma figura autônoma, pois sua vontade contrária ao direito existente na tentativa é igual ao direito consumado.
Como réu não se defende da capitulação da denúncia, mas do fato descrito na exordial acusatória, não há nulidade por ofensa ao artigo 384, CPP, quando o magistrado limita-se a dar definição jurídica diversa (crime tentado), da que constou na denúncia (crime consumado), inclusive aplicado pena menos grave.
Julgado STJ, HC 297.551/MG, 05/03/2015
182 – As características da constituição de 1988, macete:
PEDRA 
Promulgada / Escrita / Dogmática / Rígida / Analítica 
183 – Segundo o STJ, a subtração de valores de conta corrente, mediante transferência fraudulenta para conta de terceiros, sem consentimento da vitima, configura crime de FURTO MEDIANTE FRAUDE, previsto no artigo 155, § 4º, inciso II do CP.
184 – O crime de incêndio descrito no artigo 250 do CP, é um crime de perigo concreto e, caso o agente, ao provocar o incêndio, acabe por causar, a titulo de culpa, a morte de alguém, deverá ser responsabilizado pelo crime do artigo 250 C/C 258 do CP, o que acarretará a aplicação da pena do crime de incêndio em dobro.
185 – Salvo exceções legais, a pena imposta não pode deixar de ser aplicada sob nenhum fundamento. Assim, por exemplo, o juiz não pode extinguir a pena de multa levando em conta seu valor irrisório.
186 – Não é possível a pesquisa de DNA paterno nos glóbulos vermelhos adultos, considerando que estes são anucleados.
187 – Pôquer é atividade licita desde que não envolva apostas. TRF 4 região.
188 – O que se entende por nacionalidade potestativa?
R = Trata-se de nacionalidade originária pelo critério Jus Sanguinis (filiação do individuo). Decorre quando filho de pai brasileiro ou de mãe brasileira, que não estejam a serviço do Brasil, vier a residir no Brasil e optar, em qualquer tempo, depois de atingida a maioridade, pela nacionalidade brasileira.
189 – De acordo com o artigo 110 da LEP, o juiz deverá estabelecer a sentença o regime inicial de cumprimento da pena, com observância do artigo 33 do CP, o qual estabelece distinção quanto à pena de reclusão e de detenção.
190 – É vedada a edição de MP’s sobre matéria que vise a detenção ou sequestro de bens de POUPANÇA POPULAR ou qualquer outro ativo financeiro.
191 – Para incidir a qualificadora do “recurso que impossibilita ou dificulta defesa da vitima” há de se observar o recurso usado pelo agente e não a qualidade da própria vitima. Se a vitima é impossibilitada de reagir por sua própria condição física, por exemplo, não há que se falar na citada qualificadora.
192 – O grau de pureza da droga é IRRELEVANTE para fins de DOSIMETRIA DA PENA. A segunda turma do STF entendeu ser desnecessário determinar a pureza do entorpecente. De acordo com a lei, preponderam apenas a natureza e a quantidade da droga apreendida para o cálculo da dosimetria da pena (HC 132909/SP).
193 – A prática de tortura por agente público valendo-se da sua condição, além de caracterizar crime previsto na Lei 9455/97, também é ato de improbidade, consoante decisão veiculada no informativo 577 do STJ.
194 – Não se deve confundir MODALIDADE com TIPO DE LICITAÇÃO.
Tipo é o critério de julgamento a ser utilizado (menor preço, melhor técnica ou técnica e preço, maior lance ou oferta), modalidade é o procedimento a ser fixado em lei (concorrência, tomada de preços...).
195 – A teoria da EFICACIA DIRETA e INDIRETA DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS se aplicam diretamente a todas as relações privadas (particulares). Todos os cidadãos devem, mesmo nas relações uns com os outros, respeitar os direitos fundamentais.
196 – O nascimento da CRIMINOLOGIA é ponto divergente na doutrina. A corrente MAJORITARIA aponta seu marco cientifico ou marco inicial é a publicação da obra L’UOMO DELINQUENTE (1876), por Cesare Lombroso. No entanto, alguns sustentam que se deu com DEI DELITTI e DELLE PENE (1764), de Cesare Bonesana (ou Cesare Baccaria). De todo modo, ambos trouxeram relevante contribuição aos estudos do fenômeno criminal.
197 – DOLO GERAL, segundo NELSON HUNGRIA, “é quando o agente, julgando ter obtido o resultado intencionado, pratica segunda ação com diverso propósito e só então é que efetivamente o dito resultado se produz”.
198 – Os guardas portuários GOZAM de PORTE DE ARMA DE FOGO?
R = NÃO. A lei 12.993/2014, previa o porte de arma de fogo para os guardas portuários. Esse dispositivo foi vetado pela presidente da republica sob a justificativa de que não havia dados concretos que comprovassem a necessidade de sua autorização e que isso poderia resultar em aumento desnecessário do risco em decorrência do aumento de armas em circulação.
199 – A confiança da vitima no autor autoriza a exasperação da pena do crime de estelionato consoante entendimento do STJ.
200 – Aquele que obstrui as investigações que buscam apurar crime praticado por organização criminosa, pratica crime equiparado à organização criminosa.
201 – Desvio de subjetivo quantitativo de conduta ou cooperação dolosamente distinta é o fenômeno descrito no art. 29, § 2º, do CP, em que um concorrente quis participar de crime menos grave do que o crime efetivamente perpetrado.
202 – Quando se trata de crime continuado, a prescrição regula-se pela pena imposta na sentença, não se computando o acréscimo decorrente da continuação. STF súmula 497
203 – A prescrição retroativa tem natureza jurídica de PRESCRIÇÃO DE PRETENSÃO PUNITIVA.
204 – As lesões leves suportadas pela vitima serão absorvidas pelo crime de tortura.
205 – A corte especial do STJ entendeu que fere os princípios da proporcionalidade e da razoabilidade a pena prevista para o tipo penal do artigo 273, §1, B, V, do CP, que trata de exposição a venda de produtos terapêuticos ou medicinais de procedência ignorada. Assim, realizando um ajuste principiológico, entendeu que, no caso, se deve usar a pena prevista no artigo 33 da lei de drogas, inclusive com a possibilidade de diminuição de pena prevista no § 4º do citado dispositivo.
206 – O que se entende por TEORIA SINTOMATICA?
R = É a teoria que sustenta a punição em razão da periculosidade objetiva, isto é, do perigo representado pelo agente, mesmo que o agente não venha a praticar alguma conduta que gere risco de lesão ao bem jurídico. Essa teoria levaria à punição a tentativa inidônea não punível no CP (artigo 17).
O direito brasileiro não adota.
207 – Crime gratuito é aquele cometido sem motivo conhecido. Não há de ser confundido como motivo fútil, presente quando o móvel apresenta real desproporção entre o delito e sua causa moral. 
208 – Impunidade da Cogitação
R = Os princípios cogitationis poenam nemo patitur e de internis non curat praetor são regras gerais, advindas da mais conhecida tradição jurídica romana. A fase de cogitação é ABSOLUTAMENTE impune, uma vez que se desenvolve no campo impenetrável do “claustro psíquico”.
209 – O que é DOLO de dupla consciência necessária?
R = É a consciência e vontade de produzir um resultado como consequência necessária do efeito colateral necessário da conduta. Trata-se da inevitável violação de bem jurídico em decorrência do resultado colateral produzido a título de dolo direto de segundo grau. Percebe-se que a existência de dolo direto de terceiro grau pressupõe a existência de dolo direito de segundo grau. Exemplo: o agente, para matar seu inimigo (fim proposto), coloca uma bomba no avião em que ele se encontra, vindo a matar, além de seu inimigo (dolo direto de primeiro grau), todos os demais que estavam a bordo como consequência necessária do meio escolhido (dolo de segundo grau). Entretanto, uma das pessoas a bordo estava grávida, de sorte que da sua morte decorreu necessariamente o aborto (dolo direto de terceiro grau). No exemplo, o agente deve ter consciência da gravidez para responder pelo resultado.
210 – Normas constitucionais de eficácia plena são aquelas normas que receberam do constituinte normatividade suficiente à sua incidência imediata, ou seja, não necessitam de providencia normativa ulterior para sua aplicação.
211 – Crime de conexão ocasional: NÃO há, na realidade, conexão entre os crimes, pois um não é cometido para assegurar a execução ou para garantir a ocultação de outro. Há, tão somente, uma proximidade física entre várias infrações penais, que não se relacionam entre si. Ex: o agente mata alguém e, em seguida, aproveita a oportunidade para subtrair bens a este pertencentes. 
212 – Existe crime de conduta mista?
R = Sim, crime de conduta mista é aquele cuja conduta reúne ação e omissão. Um bom exemplo, é o artigo 169, II, CP.
Assim, na apropriação de coisa achada, o agente apropria-se da coisa achada (ação), e deixa de restitui-lo ao dono (omissão), configurando-se como crime de conduta mista.
213 – O arrependimento eficaz aplica-se também aos crimes cometidos com violência e grave ameaça (agente descarrega arma na vitima e depois se arrepende, a socorre e evita sua morte); o arrependimento posterior só incide sobre crimes cometidos SEM violência ou grave ameaça.
 214 – Síndrome de Lima é um conjunto de sintomas desenvolvidos por sequestradores em sua atividade criminosa, nas relações de proximidade e compreensão das necessidades das vitimas, resultando em afeto. Ou seja, o oposto a síndrome de Estocolmo. Neste caso, os bandidos têm extrema compaixão pelas vítimas.
215 – O que é direito à perversão no direito penal?
R = Apenas atos projetados no mundo exterior ingressam no conceito de conduta, ou seja, enquanto a vontade do criminoso não se liberta do claustro psíquico que existe na mente do agente, o direito penal não pode agir.
Desta forma, a cogitação nunca é punível, pois não há sequer perigo de lesão ao bem jurídico.
Por esta razão, ao menos em nossas ideias, todos têm o direito de sermos perversos e o direito penal não pode punir esse tipo de pensamento.
216 – O que se entende por exterioridade no concurso de crimes?
R = O concurso de pessoas depende da punibilidade de um crime, a qual requer, em seu limite mínimo, o inicio da execução. Tal circunstância constitui o principio da exterioridade. Assim, um bom exemplo é o artigo 31, CP.
217 – O que se entende por erro do “baile de máscaras”?
R = Trata-se do erro sobre a pessoa (erro in persona), previsto no artigo 20, § 3º, do CP. Neste erro, o agente responderá pelo crime como se tivesse atingido a pessoa visada inicialmente, com todas as suas características.
218 – O que se entende por crime INFAMANTE?
R = Denominação dada ao crime que, devido aos meios empregados e às circunstâncias em que se realizou, ocasiona no meio social uma reprovabilidade maior manifestada sobre o autor do crime e que o desonra, rebaixa e avilta, principalmente levando-se em consideração os motivos que levaram o agente a delinquir e que causam repulsa.
219 – O que é CRIME CONSUNTO e CRIME CONSUNTIVO?
R = Conforme se extrai da denominação, este aspecto da classificação se aplica nos casos de incidência do principio da consunção (ABSORÇÃO). Nessa esteira, crime consunto é o absorvido; consuntivo é o que absorve. Ex: quando a potencialidade lesiva do falso se exaure no estelionato, o crime patrimonial será consuntivo em relação ao crime contra a fé pública, consunto. 
220 – Qual a diferença entre dinheiro NEGRO e dinheiro SUJO?
R = O dinheiro negro é o dinheiro LÍCITO, mas não declarado, não sendo objeto de crime de lavagem de dinheiro, interessando somente à fiscalização tributária e constituído, eventualmente objeto material do crime de sonegação fiscal.
Já o dinheiro sujo é o dinheiro proveniente de atividades ILÍCITAS, sendo objeto material essencial do crime de lavagem de dinheiro.
221 – Homicídio e a desnecessidade de ouvir todas as vítimas.
Não há direito absoluto à produção de prova. Em casos complexos, há que confiar no prudente arbítrio do juiz da causa, mais próximo dos fatos, quanto à avaliação de pertinência e relevância das provas requeridas pelas partes. Assim a obrigatoriedade de oitiva da vítima deve ser compreendida à luz da razoabilidade e da utilidade da colheita da referida prova.
Julgado HC 131158/RS
222 – O que consiste o FENÔMENO DA EROSÃO DA CONSCIÊNCIA CONSTITUCIONAL?
R = Tal fenômeno ocorre quando o Poder Público se abstém de cumprir, total ou parcialmente, o dever de legislar imposto por norma constitucional, acabando por violar a própria integridade da constituição tornando-a ineficaz.
223 – O que é a TEORIA DA IMPRESSÃO ou OBJETIVO-SUBJETIVA nos crimes tentados?
R = Representa um limite à teoria subjetiva, evitando o alcance desordenado dos atos preparatórios. A punibilidade da tentativa só é admitida quando a atuação da vontade ilícita do agente seja adequada para comover a confiança na vigência do ordenamento normativo e o sentimento de segurança jurídica dos que tenham conhecimento da conduta criminosa.
224 – O que é AÇÃO DE PREVENÇÃO PENAL?
R = Consoante entendimento doutrinário, é aquela ajuizada com o objetivo de se aplicar medida de segurança a inimputável do artigo 26, caput, do CP.
225 – O que seria AÇÃO PENAL ADESIVA?
R = Segundo Renato Brasileiro, dois conceitos existem para a ação penal adesiva:
A primeira corrente prega que é possível que o MP ofereça denúncia em crimes de ação penal privada, DESDE QUE visualize a presença de interesse público. Nesses casos, o ofendido pode se habilitar como acusador subsidiário, como se fosse uma espécie de ação penal adesiva. Para a segunda corrente, a ação penal adesiva é a possibilidade de litisconsorte entre o MP, que oferece denúncia em crime de ação penal pública, e o querelante, que oferece queixa em relação ao crime (conexo) de ação penal privada.
226 – A segunda turma do STF reconheceu que a condição de “mula” ou “avião”, não significa, necessariamente, que o agente integre organização criminosa.
227 – Conforme entendimento do STJ, é possível que o crime de falso seja absolvido pela figura delitiva do descaminho quando servir como mero instrumento para a consumação do crime de importação irregular de mercadorias, nele se esgotando sua potencialidade lesiva.
228 - Crime de vitriolagem é aquele perpetrado mediante arremesso de ácido sulfúrico contra a vítima, com o objetivo de lhe causar lesões corporais deformantes da pele e dos tecidos subjacentes. 
Caracteriza, portanto, crime de lesão corporal gravíssima, pela deformidade permanente (art. 129, 2º, inc. IV, do CP: Art. 129.Ofender a integridade corporal ou a saúde de outrem: (...) 2º Se resulta: (...) IV - deformidade permanente). 
229 – Em crime de contrabando de cigarros não pode se aplicar o principio da insignificância conforme decisão do STJ.
230 – O artigo 121, § 5 do ECA (lei 8.069/90), prevê a liberação compulsória do adolescente, menor infrator, aos 21 anos de idade, conforme decisão do STJ.
 231 - 
JULGADOS DIVERSOS
STF: internação só deve ser aplicada quando presentes requisitos do artigo 122 do ECA.
O STF concedeu ordem de oficio para que o paciente fosse aplicado medida socioeducativa diversa da internação. No caso o paciente não ostentava antecedentes criminais e seu envolvimento com o delito de tráfico de maconha foi sem uso de violência e de baixa periculosidade, sem fatos esses que aliados às circunstâncias concretas, “envolveria a concessão da ordem”.
Julgado STF, HC 125016 / SP.
O STJ decidiu que o exercício de acupuntura o delito previsto no 282 do CP (exercício ilegal da medicina, arte dentaria ou farmacêutica), tendo em vista que o artigo em comento é uma norma penal em branco que necessita de regulamentação federal. Nessa esteira, na lei regulamentar do exercício da medicina não prevê acupuntura e por isso estender o entendimento a este seria uma interpretação in malam partem, o que é vedado.
Julgado STJ, RHC 66.641 / SP
Segundo o STF, no julgamento da ADI 3038/SC, a CF/88 estabelece em seu artigo 144, §4, os requisitos necessários para ocupar a direção da Policia Civil há de ser necessariamente, um DELEGADO DE POLICIA DE CARREIRA. Dessa forma, Constituição Estadual não pode determinar diferente da Constituição Federal.
Julgado STF, ADI 3038/SC
Na visão do STF, a prática de ato libidinoso importa em tentativa de estupro, e não na figura consumada, sempre que funcionar como “PRELÚDIO DO COITO”.
Julgado STF, HC 100314
Segundo o STJ, em julgamento de HC pela 6ª turma, o que fora pacificado é o entendimento de que a conduta de apresentar falsa identidade perante autoridade policial para se livrar de flagrante de roubo, caracteriza o crime previsto no artigo 307, CP, sendo inaplicável a tese de autodefesa.

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