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Curso Preparatório para a OAB – 2ª Fase 
Letícia Alencar 
 
1 
 
DIREITO ADMINISTRATIVO 
Prof. Caio Bartine 
Twitter: @caiobartine 
 
11/02/2012 
PRÁTICA ADMINISTRATIVA PARA EXAME DA OAB 
1. Utilização da legislação administrativa sem comentários: considerações básicas. 
Observância das legislações administrativas mais importantes e relevantes para a 2ª fase. A 
linha seguida pela OAB tem acompanhado, de forma reiterada, uma sequência de leis (Estatuto 
da Cidade, Consórcios Públicos, Ação Popular e outras que serão mencionadas ao longo das 
aulas). 
Os diplomas normativos mais relevantes para o estudo da OAB é a Constituição Federal e a 
legislação extravagante. 
Além da leitura das leis em sentido estrito, é preciso que se tenha em mente que é necessário 
estudar as súmulas (sejam elas vinculantes, editadas pelo STF, ou não, consolidados pelos 
tribunais superiores de um modo geral, bem como os enunciados de súmula editados pelo 
Tribunal de Contas da União). 
2. Conteúdo da prova da 2ª fase: 1 peça processual e 4 questões discursivas. A peça processual 
vale 5 pontos, porém não é o suficiente para a aprovação no exame. Deste modo, é essencial que 
se estude, com rigor, o direito material. 
3. Bibliografia Básica: (i) Vade Mecum RT 2012; ou o Mini Código RT de Legislação 
Administrativa; (ii) Direito Administrativo. Celso Spitzcovsky. Ed. Método. 13ª Edição; (iii) 
Material de Apoio (Site do Damásio > Área do Aluno). Bibliografia de apoio: (i) Curso de 
Direito Administrativo. Maria Sylvia Zanella Di Pietro.
1
 Ed. Atlas. 
PRINCIPAIS PEÇAS ADMINISTRATIVAS 
Existem 4 (quatro) principais peças utilizadas na prática administrativa: 
(i) Parecer e Recursos Administrativos: são peças realizadas no âmbito do exercício da 
própria Administração Pública. Ou seja, não se trata de uma peça judicial. 
 Impugnação Administrativa em Processo Administrativo Disciplinar; e 
 Recurso em Processo Licitatório. 
(ii) Petição inicial: esta peça, vale dizer, diz respeito às questões administrativa apreciadas 
pelo Poder Judiciário. Este poder, todavia, não analisa o mérito do ato, mas sim e tão 
somente o cumprimento de normas constitucionais ou legais. 
 Ação Indenizatória: utilizada nos casos em que haja uma desapropriação 
indireta
2
 ou responsabilidade civil do Estado
3
. 
 
1
 Ao longo dos últimos exames realizados pela FGV para a prova da OAB, tem-se verificado uma 
tendência da instituição de acompanhar a obra da Prof. Maria Sylvia Zanella Di Pietro. 
2
 Realizada nos casos em que o Poder Público realiza uma desapropriação em casos outros que não 
aqueles previstos em lei ou na forma prevista em lei. 
3
 Exemplo: empresa concessionária de serviço público que presta serviços de transporte coletivo e 
atropela transeunte. O STF já sumulou que a responsabilidade civil do Estado se estende para os casos em 
Curso Preparatório para a OAB – 2ª Fase 
Letícia Alencar 
 
2 
 
 Ação de cobrança: muito utilizadas nos casos de descumprimento, pelo 
Poder Público, das cláusulas estabelecidas nos contratos administrativos 
(nos casos de desobediência das chamadas cláusulas imutáveis, v.g., as 
cláusulas relativas ao equilíbrio econômico-financeiro do contrato). 
 Mandado de Segurança (individual e coletivo); 
 Ação Popular (Lei 4.717/1975); 
 Habeas Data: trata-se de uma ação voltada ao conhecimento ou retificação 
de informações em órgãos públicos ou banco de dados – é preciso, todavia, 
que se esgotem as vias administrativas; 
 Ação Civil Pública: não se trata de uma peça comum de ser cobrada no 
exame da OAB – é bastante parecida com a ação popular, com diferenças 
relativas à legitimidade; 
 Ação de Improbidade Administrativa: o fundamento legal desta ação é a 
própria Constituição Federal e a Lei 8.429/2002, a qual determina as 
condições específicas para o seu ajuizamento. A declaração de improbidade 
não decorre do descumprimento de norma penal e produz efeitos em três 
esferas: administrativa, penal e civil. 
É possível que um particular qualquer seja condenado em meio a uma ação 
de improbidade administrativa. Isto ocorrerá nos casos em que o particular 
beneficiar, concorrer ou induzir a prática de ação que consubstancie a 
improbidade administrativa. 
 Ação de Desapropriação. 
(iii) Defesas: 
 Contestação: em determinadas ações, tal como a desapropriação, só é 
possível que se conteste a existência de vícios processuais ou o valor pago a 
título de indenização pelo Poder Público. Qualquer discussão relativa, por 
exemplo, a inexistência de interesse público não será cabível nesta ação. 
Seria preciso, neste caso, ajuizar uma ação autônoma. 
 Defesas da Administração (informações em mandado de segurança, pedido 
de suspensão da segurança); 
 Defesa Prévia em face de Ação de Improbidade: não se trata de uma 
contestação propriamente dita. Por meio desta peça o indivíduo traz os 
fundamentos do não descumprimento de qualquer norma que enseje a 
condenação por improbidade administrativa. 
(iv) Recursos: nos casos em que se tratar de recursos, o próprio examinador da OAB deverá 
fornecer a tese. Será, nestes casos, preciso que se saiba tão somente quais os requisitos 
de caráter processual. 
 Apelação; 
 Agravo de Instrumento: é geralmente cabível nos casos de negativa de 
liminar ou de tutela antecipada (tratam-se das interlocutórias que 
comumente, na esfera administrativa, enseja a interposição do recurso de 
agravo); 
 Recurso Ordinário Constitucional – ROC; 
 Recurso Extraordinário; cabível tão somente nos casos de afronta direta à 
constituição federal, desde que cumprido o requisito do prequestionamento; 
 
que o desempenho da atividade do estado em virtude da prestação de serviços caberá, inclusive, nos casos 
em que se trate de terceiros que não sejam usuários do serviço. 
Curso Preparatório para a OAB – 2ª Fase 
Letícia Alencar 
 
3 
 
 Recurso Especial; 
 Reclamação Constitucional: peça utilizada nos casos de descumprimento de 
súmula vinculante. 
ANÁLISE DO EXAMINADOR DA 2ª FASE 
1. Peça Prático-profissional: 
(i) Adequação da Peça ao Problema Apresentado: em determinados casos o 
examinador da OAB entende ser caso de fungibilidade, de modo que um item será 
desconsiderado, na correção, porém os outros itens serão avaliados pelo 
examinador. Nos casos em que a peça for inteiramente descabida, todavia, ela não 
será analisada. 
(ii) Raciocínio Lógico Jurídico: a linha de defesa que se espera do candidato é 
específica. Deve-se saber utilizar os fundamentos lógico-jurídicos necessários. 
(iii) Capacidade de Interpretação e Exposição; 
(iv) Fundamentação e Consistência: o fundamento pode ser legal, constitucional, 
sumular, ou todos eles, o que não pode é não fundamentar a peça com qualquer 
destes fundamentos. 
(v) Ortografia e correção gramatical: as peças devem ser redigidas, obviamente, em 
terceira pessoa. 
(vi) Técnica Profissional: trata-se da forma de apresentação da peça. 
Na inicial, por exemplo, é aconselhável que se qualifique o autor a partir da metade 
da folha, o nome da parte deve vir em destaque, bem como o nome da ação. 
Após a qualificação do réu, coloca-se dois pontos e já se deve seguir, na sequência 
(linha abaixo) a tratar sobre os fatos (I – Fatos). Após a exposição dos fatos, coloca-
se o direito (a transcrição de súmulas ou lei deve vir acompanhada do recuo – 
começar a escrever a partir da metade da folha). 
Nos casos em que for cabível,na peça, tutela liminar ou antecipada, é preciso que 
se abra um tópico específico após aquele relativo ao direito (II – Direito). É 
possível que se coloque algo do tipo: A – Da Concessão de Liminar/ Tutela 
Antecipada.
4
 
O último tópico é o do pedido (III – Pedido). É aconselhável que se abra o pedido 
em tópico (citação; procedência do pedido etc.). Trata-se de um método em que não 
se esquece de requerer tudo aquilo que for realmente necessário. 
O professor recomenda que se abra, após o pedido, um tópico específico para as 
provas (IV – Das Provas). Isto serve para que, na hora de elaborar a peça, se deixe 
em destaque as provas a serem produzidas, de modo que não seja requerida nos 
pedidos a produção de provas de forma equivocada, isto é, quando não cabível na 
ação proposta (ex. mandado de segurança). 
O último tópico é o do valor da causa (V – Valor da Causa). 
O valor deve vir descrito por extenso. Após a menção ao valor da causa, coloca-se a 
expressão ‘Termos em que, pede-se deferimento’ (centralizado na folha). Por fim, o 
local, data, e, a seguir, o nome e assinatura do advogado (OAB/..., nº...). 
ANÁLISE DAS QUESTÕES PRÁTICAS 
 
4
 Liminar – expectativa de direito; Tutela antecipada – já há praticamente um direito incontroverso. Os 
requisitos, portanto, não são os mesmos. 
Curso Preparatório para a OAB – 2ª Fase 
Letícia Alencar 
 
4 
 
De um modo geral, serão observados 3 (três) quesitos nas questões práticas da prova: 
(i) Objetividade. 
(ii) Clareza de Informações: nas questões não é preciso defender os interesses de 
ninguém. É preciso, tão somente, expor o direito. 
(iii) Raciocínio Lógico-jurídico. 
ESTRUTURA DA PEÇA PRÁTICO-PROFISSIONAL 
1. Estrutura do Parecer: 
O parecer é uma peça opinativa. O profissional é contratado a fim de que se manifeste sobre 
determinada questão. Trata-se de uma peça prático-profissional simples, sem a necessidade de 
grandes formalidades. O parecer deve ser escrito em primeira pessoa, é a única peça que 
segue esta regra. 
A estrutura básica de um parecer deve observar os seguintes requisitos: 
(i) Indicação do número do parecer (Parecer nº __); 
(ii) Consulente/ interessado: trata-se da pessoa que solicitou a opinião daquele 
profissional (Consulente: ________); 
(iii) Assunto a ser tratado: é preciso que se estabeleça de uma forma sucinta o assunto 
do qual se está tratando, ex. dispensa de licitação (Assunto: _________); 
(iv) Ementa: trata-se da utilização de palavras-chave que identifica tudo aquilo que se 
está escrevendo. Exemplo: uma empresa pública requer a opinião técnico-jurídica a 
respeito de contratação de pessoal sem concurso público por conta de calamidade 
pública. Neste caso, é recomendável que se coloque uma ementa da seguinte 
maneira: ‘Ementa: Empresa Pública. Contratação de Pessoal. Inexistência de 
Concurso Público. Calamidade Pública’. O ideal é que se identifique de três a 
quatro palavras-chave. (Ementa: ______); 
(v) Relatório: o relatório nada mais é que a transcrição do próprio problema 
apresentado. Após transcrever o relatório, é preciso que se coloque a seguinte 
expressão: ‘É o relatório’. (I – Relatório); 
(vi) Fundamentação Legal: (II – Fundamentação). 
(vii) Conclusão: ‘ante o exposto, o parecer conclui (...). É o parecer.’. (III – Conclusão). 
(viii) Desfecho: local, data./ nome e assinatura do advogado (OAB nº). 
2. Estrutura da Petição Inicial: 
Os requisitos estabelecidos pelo art. 282 do Código de Processo Civil devem ser observados. 
Algumas pontos, merecem destaque: 
(i) Competência: aqui, é preciso que se observe se se trata de uma matéria originaria da 
primeira instância ou se o caso trata de competência originária de tribunais. 
Para isto, inicialmente procede-se à análise das matéria que são da competência da 
Justiça Federal (art. 109 da Constituição Federal), bem como a do Juizado Especial 
Cível Federal (Lei 10.259/2001). 
 Aqui, vale ressaltar que a fundação pública federal é considerada como 
sendo uma autarquia fundacional, de modo que, quando ela se configurar 
como parte na ação, a competência para processar a ação será da justiça 
federal. Vale observar que tal competência especial é aplicável para as 
Curso Preparatório para a OAB – 2ª Fase 
Letícia Alencar 
 
5 
 
fundações públicas constituídas com personalidade jurídica de direito 
público.
5
 
 As agências federais, inclusive, não deixam de ser uma autarquia. Nos 
casos em que a agência reguladora for estadual, a competência para 
processar as ações relativas a ela será da justiça estadual. Porém, em se 
tratando de agência reguladora em nível federal, a competência será da 
justiça federal.
6
 
 São autarquias federais em regime especial, vale dizer, o CADE, CVM, 
CMN e BACEN. Deste modo, nos casos em que se configure como parte 
qualquer destas entidades, a competência para processar estas ações será da 
justiça federal. 
 As ações cujo autor ou a ré seja uma Agência Executiva7 serão sempre 
processadas perante a Justiça Federal. 
 No caso dos Consórcios Públicos,8 é preciso que sejam observados os 
quesitos da Lei 11.107/2005. No caso de consórcio firmado entre vários 
Estados, é preciso que seja estabelecido no Contrato qual será a sede 
administrativa no consórcio. Neste caso, será competente para apreciar os 
pleitos relativos ao consórcio firmado entre estados a justiça estadual do 
local da sede administrativa. 
Nos casos em que a União se configurar como parte no consórcio a ação 
deverá, necessariamente, da justiça federal. 
 Em se tratando de sociedade de economia mista, qualquer que seja ela, a 
competência será sempre da justiça estadual (Súmula 556 do Supremo 
Tribunal Federal). 
 Ou seja: 
Autarquia 
Fundação Pública  Competência da Justiça Federal 
Empresa Pública 
 
Sociedade de Economia Mista  Comp. da Justiça Estadual 
 
Uma vez descoberta a justiça competente – se estadual ou federal – é 
preciso que se verifique se a ação promovida é cabível no Juizado Especial 
 
5
 São também consideradas fundações públicas aquelas fundações dotadas de personalidade de direito 
privado. A denominação ‘fundação pública’ para estes casos se deve aos interesses perseguidos pela 
fundação (interesses de natureza pública). 
6
 As grandes agências reguladoras federais que se tem atualmente são: ANP, ANEEL, ANAC, ANA, 
ANTT, ANTAQ, ANCINE, ANATEL, ANS, ANVISA. 
7
 Agência Executiva é a qualificação dada a uma determinada autarquia ou fundação pública pelo 
Ministério ao qual se vinculem quando estas entidades celebrem, com o Poder Público, um contrato de 
gestão. 
Como se trata de um Ministério, tem-se que: as Agências Executivas serão sempre federais! 
8
 O Consórcio Público é uma forma de gestão associada, de natureza contratual, firmada entre entes 
públicos federados, que se associam para a prestação de serviços públicos em comum objetivando maior 
eficiência. 
Existem vedações legais à constituição de consórcios em determinadas circunstâncias, quais sejam: (i) 
não é possível a constituição de consórcio entre a União e Municípios de forma direta, pois, para tanto, é 
preciso que o Estado no qual se encontre o município faça parte do consórcio; (ii) Não é possível que um 
determinado Estado firme um consórcio com determinado Município pertencente a outro Estado, exceto 
nos casos em que o Estado ao qual pertence este Município também faça parte. 
Curso Preparatório para a OAB – 2ª Fase 
Letícia Alencar 
 
6 
 
Federal ou não. De um modo geral, as ações de até 60 salários mínimos 
serão processadas perante oJuizado Especial Civel Federal. 
Em determinadas hipóteses, todavia, não será possível ajuizar a ação no 
Juizado Especial Civel Federal: 
 
Mandado de Segurança 
 
Nunca serão processadas perante o 
Juizado Especial Federal 
(art. 3º da Lei 10.259/2001) 
Ação Popular 
Ação de Desapropriação 
Ação de Improbidade 
Ações que versam sobre interesses 
difusos e coletivos 
 
É possível que se figure como autores em Juizados Especiais Cíveis 
Federais (art. 6º): (i) pessoas físicas; (ii) microempresas; (iii) empresas de 
pequeno porte. Podem se configurar como ré: (i) a União; (ii) Autarquias; 
(iii) Fundações; e (iv) Empresas públicas federais. 
(ii) Endereçamento da Peça: o endereçamento da peça deve ser realizado da seguinte 
maneira: 
 Justiça Federal: 
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ FEDERAL 
DA __ VARA FEDERAL/ CIVEL DA SEÇÃO/SUBSEÇÃO 
JUDICIÁRIA DE ___. 
 Juizado Especial Cível Federal: 
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ FEDERAL 
DO JUIZADO ESPECIAL CÍVEL FEDERAL DE ____. 
 Justiça Estadual: 
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO 
DA VARA CÍVEL DA COMARCA DE ___ DO ESTADO DE 
___. 
(iii) Preâmbulo da Peça: 
 Em se tratando de Pessoa Física, é preciso que sejam inseridas as seguintes 
informações: 
Nome, nacionalidade, estado civil, profissão, portador da 
Cédula de Identidade RG nº_________ e devidamente inscrito 
no CPF/MF sob o nº _______, residente e domiciliado na 
_________, bairro, cidade, Estado, por meio de seu advogado 
que esta subscreve (instrumento de mandato incluso), com 
escritório na __________, bairro, cidade, Estado, onde receberá 
as devidas intimações, nos termos do art. 39, I, do CPC, vem 
respeitosamente à presença de Vossa Excelência, conforme os 
artigos (colocar os artigos que fundamentam a ação – e não o 
direito, é indispensável fazer menção, inclusive, ao art. 282 do 
CPC). 
 
 Nos casos em que se tratar de Pessoa Jurídica, a qualificação deverá ser 
realizada da seguinte maneira: 
Nome, pessoa jurídica de direito público ou privado (identificar 
a natureza da pessoa jurídica), devidamente inscrita no CNPJ 
Curso Preparatório para a OAB – 2ª Fase 
Letícia Alencar 
 
7 
 
sob o nº ____, com sede na ______, bairro, cidade, Estado, 
representada neste ato por seus representantes legais, por meio 
de seu advogado que esta subscreve (instrumento de mandato 
incluso), com escritório na ________, bairro, cidade, Estado, 
onde receberá as devidas intimações, nos termos do art. 39, I, 
do CPC, vem respeitosamente à presença de Vossa Excelência, 
conforme os artigos (colocar os artigos que fundamentam a 
ação – e não o direito, é indispensável fazer menção, inclusive, 
ao art. 282 do CPC). 
 Para que se realize a qualificação da parte contrária (réu ou ré), é preciso 
que se sejam observadas as seguintes formalidades: 
União; 
Estados; 
Municípios; 
Distrito Federal 
(...), pessoa jurídica de direito público interno, 
representada por meio do seu representante judicial 
(ou procurador), com endereço na ___, Estado de 
____, pelos motivos de fato e de direito a seguir 
expostos/ aduzidos: 
Autarquia; 
Fundação Pública 
(...), pessoa jurídica de direito público, com sede na 
______, bairro, cidade, Estado, por meio de seu 
representante judicial (ou procurador), com endereço 
na ____, Estado de _____, pelos motivos de fato e de 
direito a seguir expostos/ aduzidos: 
Empresa Pública; 
Sociedade de 
Economia Mista; 
Concessionária. 
(...), pessoa jurídica de direito privado, devidamente 
inscrita no CNPJ sob o nº ____, com sede na 
______, bairro, cidade, Estado, por meio de seu 
representante judicial (ou procurador), com endereço 
na ____, Estado de _____, pelos motivos de fato e de 
direito a seguir expostos/ aduzidos: 
 
(iv) Fatos do Problema: 
Como descrevê-los no problema? 
Não ‘criar’ os fatos, apenas transcrevê-los, de forma a indicar a terminologia 
adequada à ação proposta. 
Para Mandado de Segurança e Habeas Data: impetrante/ impetrado; Demais Ações: 
autor/ réu; Recursos: recorrente/ recorrido. 
(v) Dos Fundamentos de Direito: 
A primeira análise será da Constituição Federal, para posterior análise das leias 
extravagantes e das súmulas aplicáveis. 
(vi) Dos Pedidos: 
O pedido deve ser certo e determinado, uma vez que são interpretados de maneira 
restritiva. 
Geralmente, na inicial, se requer: citação, procedência do pedido, provas, valor da 
causa e desfecho. 
14/02/2012 
AÇÕES ORDINÁRIAS 
1. Espécies de Ações Ordinárias: 
Em meio ao universo de ações ordinárias, vale destacar as seguintes 
Curso Preparatório para a OAB – 2ª Fase 
Letícia Alencar 
 
8 
 
 Ação Indenizatória 
 De Responsabilidade Civil; e 
 De Desapropriação indireta 
 Ação de Cobrança 
 Ação Ordinária Inominada 
 Ação Anulatória (?) 
2. Características das ações ordinárias: 
 Fundamento Jurídico: os requisitos da petição inicial desta ação são aqueles previstos 
pelo art. 282 do CPC; 
 Tutela Antecipada: podem existir ações em que se faz pertinente o pedido de tutela 
antecipada, nos termos do art. 273 do CPC. 
 Exceções ao uso da Tutela Antecipatória: em matéria administrativa, não será cabível a 
concessão de tutela antecipada em determinados casos. De acordo com a Lei do 
Mandado de Segurança traz vedação ao uso de liminar, o que se estende para as tutelas 
antecipadas (art. 7º, § 2º, da Lei 12.016/2009), o que ocorrerá nas seguintes hipóteses; 
(i) entrega de mercadoria ou bens provenientes do exterior (nos casos de apreensão 
indevida, todavia, é possível que o indivíduo preste alguma caução a fim de que o bem 
seja liberado por determinação judicial – não se trata de algo comum em matéria 
administrativa); (ii) reclassificação ou equiparação de servidores públicos; (iii) 
concessão de aumentos, extensão de vantagens ou pagamentos de qualquer natureza. O 
cabimento de tutela, além de indevido nestas hipóteses, é vedado por lei. 
3. Ações Ordinárias em Espécie: 
AÇÃO INDENIZATÓRIA 
3.1. Ação Indenizatória de Responsabilidade Civil do Estado: o cabimento desta ação se dá nos 
casos em que se deseja a reparação de um dano causado por um determinado agente público, 
ou aquele cumpridor de função pública autorizado pelo Estado, ou seja, aquele que esteja no 
exercício de alguma função público (concessionária, agente público etc.). 
 Partes: 
Esta ação tem como partes a pessoa que sofreu o dano (autor) e o ente público que cometeu o 
dano, podendo ser um ente público federado, outro ente da administração indireta ou 
concessionária ou permissionária de serviços públicos (réu). 
Por mais que o dano seja causado por agente público, este não se configurará no pólo passivo. O 
réu da ação indenizatória será o ente federado. É possível que o Estado promova uma ação de 
regresso. Para isto é necessário que o Poder Público se encontre provido dos seguintes 
elementos: (i) sentença condenatória transitada em julgado; (ii) prova da existência de culpa ou 
dolo por parte do agente. (Observação: a ação de regresso é imprescritível! É possível, 
inclusive, que os sucessores sejam acionados – vide art. 37, parágrafo quinto, da CF/1988) 
Nos casos em que a ré for alguma concessionária, não é possível que se coloque no pólo passivo 
o poder concedente, isto se deve ao fato de que o Poder Público possui responsabilidade 
subsidiária (entendimento jurisprudencial e doutrinário) – de modo que não responde 
diretamente. 
Curso Preparatório para a OAB – 2ª Fase 
Letícia Alencar 
 
9 
 
O fundamento desta ação é o art. 37, parágrafo sexto, da Constituição Federal de 1988. Adotou-
se, no Brasil,a Teoria do Risco Administrativo. De acordo com esta teoria, tem-se que, já que o 
Estado age, ele assume o risco do negócio. 
Pela teoria geral, vale dizer, nos casos de omissão, a responsabilidade do agente seria subjetiva. 
Ou seja, o particular que sofreu o dano deveria comprovar, de maneira genérica, a existência de 
culpa/ dolo por parte do agente. 
A jurisprudência predominante é no sentido de que o Estado responderá objetivamente na 
omissão nos seguintes casos: 
(i) Quando o Estado estiver na condição de garante.9 Isto é, naquelas situações em que 
o Poder Público, ou aquele que lhe faça as vezes, está tutelando alguém ou alguma 
coisa. Exemplo: a responsabilidade do estado pelos danos causados a indivíduo que 
se encontra detido em presídio; ou com relação às crianças que estudam em 
colégios públicos, nos casos em que elas são, por exemplo, lesionadas. 
(ii) Nos casos de dano nuclear. 
A Teoria do Risco Administrativo admite algumas excludentes de ilicitude. De um modo geral, 
isto ocorrerá nos casos de culpa exclusiva da vítima. 
Observação: a FGV tem adotado um posicionamento nas provas que o Ente Federado, entes da 
Administração Pública Indireta e concessionárias de serviços públicos respondem objetivamente 
mesmo nos casos de omissão.
10
 Trata-se de uma teoria publicista bastante conservadora. 
Exceção: existe um caso em que a Teoria do Risco Integral encontra respaldo em lei. Nos 
termos da Lei 10.744/2003, os atos terroristas praticados contra aeronaves civis faz com que a 
responsabilidade do estado seja objetiva na ação ou omissão, bem como não se pode alegar a 
presença de qualquer tipo de excludente. 
 Endereçamento: 
Nas ações de competência da Justiça Federal, coloca-se: EXCELENTÍSSIMO SENHOR 
DOUTOR JUIZ FEDERAL DA __ VARA CÍVEL/ VARA FEDERAL DA SUBSEÇÃO 
JUDICIÁRIA DE ___. 
Nas ações de competência da Justiça Estadual, coloca-se: EXCELENTÍSSIMO SENHOR 
DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ___ VARA CÍVEL DA COMARCA DE ___. 
 Preâmbulo: 
NOME, nacionalidade, estado civil, profissão, portador da Cédula de Identidade RG nº 
__, devidamente inscrito no CPF/MF sob o nº __, residente e domiciliado na ___, 
bairro, cidade, Estado, por meio de seu advogado que esta subscreve (instrumento de 
mandato incluso), onde receberá as devidas intimações, nos termos do art. 39, I, do 
 
9
 Responde nos casos em que a situação for comum, previsível e normal. Nos casos em que é impossível a 
previsão de que aquele evento ocorreria, não responde o Poder Público – é o entendimento do STJ. 
10
 Confirmar: a teoria do risco integral é a posição adotada pela GV? De acordo com esta teoria, não 
existe qualquer excludente de responsabilidade. Esta teoria é aquela em que o Estado responderia de 
forma objetiva em qualquer circunstância, inexistindo a possibilidade de aplicação de qualquer tipo de 
excludente. 
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Letícia Alencar 
 
10 
 
CPC, vem respeitosamente à presença de Vossa Excelência, com fundamento nos art. 
37, parágrafo sexto, da CF e art. 282 do CPC, propor a presente 
AÇÃO INDENIZATÓRIA DE RESPONSABILIDADE CIVIL
11
 
Em face de (indicar o ente federado, ente da Administração Pública Indireta ou 
Concessionária que cometeu o dano), cm endereço na ___, bairro, cidade, Estado, na 
pessoa de seu representante legal, pelos motivos de fato e de direito a seguir aduzidos. 
* Nos casos em que se tratar de ente federado (União, Estado, Distrito Federal e Município), 
colocar: pessoa jurídica de direito público interno, com endereço na (...), por meio de seu 
representante legal, pelo motivo que de fato e de direito a seguir aduzidos. 
Em se tratando de Empresa Pública, Sociedade de Economia Mista ou Concessionária, é preciso 
colocar: pessoa jurídica de direito privado, devidamente inscrita no CNPJ sob o nº __, com 
endereço no __, por meio de seu representante legal. 
 Dos Fatos: 
Deve-se colocar uma transcrição do problema com a terminologia adequada: autor e réu. 
 Direito: 
É preciso demonstrar o nexo de causalidade entre a ocorrência do dano e a lesão ao particular, 
ensejando a responsabilidade civil extracontratual do Estado, respondendo objetivamente pela 
utilização da Teoria do Risco Administrativo. 
(Como se trata de prova elaborada pela FGV, adotar a corrente segundo a qual a 
responsabilidade do estado será objetiva independentemente de se tratar de ação ou omissão). 
 Pedidos: 
Ante ao exposto, requer 
(i) A procedência do pedido12 para os fins de condenar a (...) ao pagamento da 
indenização (...); 
(ii) A citação do Réu, na pessoa de seu representante legal, para contestar o feito e 
acompanhá-lo até o final; 
(iii) A condenação do Réu nas custas processuais e honorários advocatícios; 
(iv) Protesta provar o alegado por todos os meios de prova em direito admitidos, 
especialmente pela prova documental acostadas na inicial e outras que se fizerem 
necessárias ao esclarecimento do Douto Juízo. 
Ao final, colocar: Dá-se à causa o valor de R$ ___ (valor por extenso)./ Termos em que,/ Pede 
deferimento./ Local, data./ Nome e assinatura do advogado/ OAB/__ Nº ___. 
3.2. Ação Indenizatória de Responsabilidade Civil do Estado: o cabimento desta ação se dá nos 
casos em que: (i) o Estado invade área particular sem observância dos preceitos constitucionais 
 
11
 O Professor fala que, de um modo geral, não há que se falar em pedido de concessão de tutela 
antecipada. 
12
 Deve-se requerer a procedência do pedido!! E não a procedência da ação! Trata-se de um erro de 
técnica frequentemente cometido. O pedido já é procedente desde o seu início. 
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Letícia Alencar 
 
11 
 
e legais, acarretando esbulho possessório; ou (ii) quando se utiliza de algum instrumento de 
intervenção na propriedade privada, esvaziando o direito de propriedade (exemplo: servidão 
administrativa que impõe restrições excessivamente severas, tal ocorre, v.g., nos casos em que 
se institui direito de passagem que impossibilita o proprietário de construir, reformar etc.). 
 Partes: 
O autor desta ação será o proprietário que teve seu direito de propriedade afetado. O réu será o 
ente público que cometeu a desapropriação indireta, podendo ser qualquer ente público 
autorizado por lei. 
 Fundamentos Jurídicos: 
Esta ação encontra respaldo no art. 5º, XXIV, CF e art. 15, parágrafo terceiro, e 35 do Decreto 
3.365/1941. 
Deverá ser demonstrado pelo candidato a efetiva ocorrência do esbulho possessório ou do 
esvaziamento do direito de propriedade, sem a devida observância constitucional e legal. 
 Juros compensatórios: vide Súmula 618 do STF. São requeridos caso já tenha sido ocupado 
o imóvel; não se confunde com os juros moratórios, que são devidos nos casos em que haja 
demora no pagamento da indenização. 
 Pedidos: (i) procedência do pedido para determinação da fixação do quantum indenizatório; 
(ii) citação do réu; (iii) condenação em custas processuais e honorários advocatícios. 
 Provas: notadamente prova pericial para determinação do valor da justa indenização. 
16/02/2012 
PRINCÍPIOS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA 
1. Legalidade: “a Administração Pública só pode fazer o que a lei permite. No âmbito das 
relações entre particulares, o princípio aplicável é o da autonomia da vontade, que lhes permite 
fazer tudo o que a lei não proíbe. (...) Em decorrência disso (princípio da legalidade), a 
Administração Pública não pode, por simples ato administrativo, conceder direitos de qualquer 
espécie, criar obrigações ou impor vedações aos administrados; para tanto ela depende delei”.13 
2. Impessoalidade: “exigir impessoalidade da Administração tanto pode significar que esse 
atributo deve ser observado em relação aos administrados como à própria Administração: 
 No primeiro sentido, o princípio estaria relacionado com a finalidade pública que deve 
nortear toda a atividade administrativa. Significa que a Administração não pode atuar 
com vistas a prejudicar ou beneficiar pessoas determinadas, uma vez que é sempre o 
interesse público que tem que nortear o seu comportamento. (...) 
 No segundo sentido, o princípio significa, (...) que ‘os atos e provimentos 
administrativos são imputáveis não ao funcionário que os pratica, mas ao órgão ou 
entidade administrativa da Administração Pública, de sorte que ele é o autor 
 
13
 DI PIETRO, MARIA SYLVIA ZANELLA. Direito Administrativo. 24ª Edição. São Paulo: Atlas, p. 
65. 
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Letícia Alencar 
 
12 
 
institucional do ato. Ele é apenas o órgão que formalmente manifesta a vontade 
estatal’.14 
3. Moralidade: “sempre que em matéria administrativa se verificar que o comportamento da 
Administração ou do administrado que com ela se relaciona juridicamente, embora em 
consonância com a lei, ofende a moral, os bons costumes, as regras de boa administração, os 
princípios de justiça e de equidade, a idéia comum de honestidade, estará havendo ofensa ao 
princípio da moralidade administrativa”. 
“A imoralidade administrativa surgiu e se desenvolveu ligada à idéia de desvio de poder, pois 
se entendia que em ambas as hipóteses a Administração Pública se utiliza de meios lícitos para 
atingir finalidades metajurídicas irregulares. A imoralidade estaria na intenção do agente. 
Essa a razão pela qual muitos autores entendem que a imoralidade se reduz a uma das hipóteses 
de ilegalidade que pode atingir os atos administrativos, ou seja, a ilegalidade quanto aos fins 
(desvio de poder)”15. 
3.1. Atos de Improbidade: tais atos podem ser combatidos por meio de dois instrumentos: 
 Ação Popular: de acordo com a CF/1988, tem-se como legitimado ativo para a 
propositura desta ação qualquer cidadão – ou seja, Pessoas Físicas somente. Cidadão, 
vale dizer, é o nacional de um Estado que se encontra no pleno exercício dos direitos 
políticos – não confunda: não é qualquer pessoa). O interesse perseguido por meio de 
uma ação popular são interesses que transcendem a esfera individual. 
Nos termos da Súmula 365 do STF, a pessoa jurídica não possui competência para 
ajuizar ação popular. O Ministério Público, inclusive, não possui legitimidade ativa para 
propô-la. É preciso ter em mente, porém, que essas pessoas podem combater atos de 
improbidade, mas a via adequada não será a ação popular. 
Pode configurar-se no pólo passivo desta ação: (i) a pessoa física que praticou o ato; e 
(ii) terceiros que tenham se beneficiado com o ato. Ou seja, caso se trate de uma ação, 
deverão ser acionados tanto o doador, quanto o donatário. 
 
 Ação Civil Pública: A CF/1988 atribuiu ao Ministério Público a competência para a 
propositura desta ação (art. 129, § 1º, da CF/1988). Atualmente, todavia, admite-se que 
outras pessoas proponham ação civil pública, desde que previsto em lei. O art. 5º da Lei 
da Ação Civil Pública, vale dizer, prevê como competentes: (i) Defensoria Pública, (ii) 
Ministério Público, (iii) União, (iv) Estados, (v) Distrito Federal, (vi) Municípios, (v) 
Autarquias, (vi) Fundações, (vii) Empresas Estatais e (viii) Associações. 
Os particulares poderão combater os atos de improbidade quando representados por 
associação constituída há, pelo menos, um ano. 
Pode configurar-se no pólo passivo desta ação: (i) os agentes públicos, conforme 
definido no art. 2º da Lei 8.429/1992 (Lei de Improbidade Administrativa). Agentes 
Públicos envolve todas as pessoas que estejam dentro da administração, não importando 
como elas tenham ingressado. Busca-se, ao colocar que o agente público poderá ser 
acionado, colocar que é qualquer deles, seja funcionários, seja servidores; (ii) 
particulares nos casos em que tenham contribuído para que o ato ocorresse ou tenham 
do ato se beneficiado. 
 
14
 Idem ibidem, p. 68. 
15
 Idem ibidem. 
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Letícia Alencar 
 
13 
 
 
 Sanções aplicáveis: a previsão das sanções aplicáveis àqueles que cometem atos de 
improbidade são previstas pelo art. 37, § 4º, da CF/1988: (i) perda da função; (ii) 
suspensão dos direitos políticos; (iii) indisponibilidade de bens (ou seja, bloqueio de 
bens); (iv) ressarcimento de danos aos cofres públicos. 
Observação 1: É possível que todas as sanções incidam cumulativamente. 
Observação 2: De um modo geral, exige-se o trânsito em julgado da sentença a fim de 
que sejam aplicadas as sanções aos infratores. 
Exceção: nos casos em que se trata de decisão de órgão colegiado não transitada em 
julgado, o indivíduo poderá se tornar inelegível (Lei da Ficha Limpa). 
4. Publicidade: a Administração Pública, em nome do s interesses que representa, tem a 
obrigação de dar transparência a todos os seus atos e todas as informações armazenadas em seu 
banco de dados, Vide o art. 5º, XXXIII: todos têm o direito de obter, dos órgãos públicos, 
informações de interesse particular, coletivo ou geral. 
 Habeas Data: utilizado nos casos em que se trata de informação personalizada, ou seja, 
a seu respeito. Caso não se trate de informação pessoal, mas que seja de interesse 
particular, coletivo ou geral, será cabível a impetração de mandado de segurança. 
5. Eficiência: a Administração Pública, em nome dos interesses que representa, tem a obrigação 
de manter a qualidade dos seus sérvios com economia de gastos. 
RESPONSABILIDADE DO ESTADO 
É a obrigação atribuída ao Poder Público de indenizar os danos causados a terceiros pelos seus 
agentes (todos que estão dentro da administração) agindo nesta qualidade. 
A ação que se ajuíza no judiciário para que se obtenha a indenização devida é a ação 
indenizatória pelo rito ordinário. A ação é ajuizada pela vítima e terá, em seu pólo passivo, o 
Estado. Ou seja, não se trata de uma ação movida contra o agente. 
As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras de serviços públicos 
responderão pelos danos causados pelos seus agentes (art. 37, parágrafo sexto, da CF/1988). Isto 
ocorrerá somente nos casos em que o agente público causador do dano o tiver feito quando 
estiver agindo nesta qualidade. 
O agente público, porém, pode causar dano a terceiros quando age como simples particular. 
Nestes casos, restará excluída a responsabilidade do Estado, de modo que caberá única e 
exclusivamente ao agente responder pelos danos causados. 
No Brasil, a responsabilidade do Estado é objetiva. Sendo assim, não se trata de uma 
responsabilidade subjetiva, as quais se baseiam em culpa ou dolo. 
Nas ações em que se discute a responsabilidade civil do estado, não é preciso que a vítima 
comprove a culpa ou o dolo do agente do estado ao provocar-lhe o dano. A responsabilidade é 
objetiva uma vez que se baseia no conceito de nexo de causalidade. 
O nexo de causalidade, vale dizer, é a relação de causa e efeito entre o fato já ocorrido e as 
conseqüências dele resultantes. 
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Letícia Alencar 
 
14 
 
Variante do Risco Administrativo: pela variante do risco administrativo, o Estado, acionado em 
juízo, só responde pelos danos que efetivamente tenha causado a terceiros. Assim sendo, poderá 
invocar em sua defesa, excludentes ou atenuantes de responsabilidade. São três os possíveis 
argumentos:(i) caso fortuito; (ii) força maior; (iii) culpa exclusiva da vítima. 
Nos casos em que o dano for causado por concessionário ou permissionário, eles poderão ser 
acionados em juízo pela vítima. A responsabilidade, nesta hipótese, será objetiva. Isto se deve 
ao fato de que serviço público é uma relação de consumo.
16
 
Pela Constituição Federal de 1988 pouco importa se o terceiro era ou não era usuária de um 
serviço público (princípio da isonomia). 
Para efeito de responsabilidade, pouco importa saber quem causou o dano e pouco importa 
saber quem sofreu o dano. O que importa saber é quem ocasionou o dano. 
Desde agosto de 2009, o STF decidiu, através do Recurso Extraordinário nº 591.874, que a 
responsabilidade civil das pessoas jurídicas de direito privado prestadoras de serviços públicos é 
objetiva relativamente a terceiros usuários e não usuários de serviços públicos, segundo decorre 
do art. 37, parágrafo sexto, da Constituição. 
A inequívoca presença do nexo de causalidade entre o ato administrativo e o dano causado a 
terceiro não usuário do serviço público é condição suficiente para estabelecer a responsabilidade 
objetiva. 
Caso o estado seja condenado em juízo, na ação que a vítima propôs, o art. 37, parágrafo sexto, 
da Constituição Federal coloca que ele poderá entrar com uma ação de regresso contra o agente. 
Para isto, é preciso que a responsabilidade do agente seja subjetiva. Em se tratando de 
responsabilidade de concessionária, aplica-se ainda o art. 25 da Lei de Concessões. 
23/02/2012 
MANDADO DE SEGURANÇA 
 Fundamento Jurídico: este remédio constitucional encontra fundamento no art. 5º, LXIX, da 
CF/88, bem como na Lei 12.016/2009. 
 Cabimento: para que seja cabível a impetração de mandado de segurança, é preciso que 
exista um ato de autoridade. Além disso, tal ato deve causar uma lesão ou deve apresentar uma 
ameaça de lesão ao direito líquido e certo do impetrante. Por fim, é preciso que se trate de uma 
lide que não seja amparada por outra garantia, trata-se, portanto, de um remédio residual.
17
 
Direito líquido e certo, vale dizer, é aquele direito que se mostra de plano, ou seja, aquele direito 
evidente, sobre o qual não repousam dúvidas. O direito líquido e certo pressupõe prova pré-
constituída. Sendo assim, caso seja necessário comprovar o direito pleiteado por meio de perícia 
ou testemunhas, v.g., não é possível que se fale em direito líquido e certo. 
 
16
 O próprio Código de Defesa do Consumidor coloca que serviços públicos implica uma relação de 
consumo com os usuários do serviço. O próprio CDC prevê a responsabilidade objetiva dos fornecedores 
de bens e serviços. Sendo assim, de um jeito ou de outro, a responsabilidade seria objetiva. 
17
 Verificar se não é cabível a impetração de habeas corpus, habeas data, mandado de injunção (o seu 
objeto é o reconhecimento da mora legislativa em regulamentar dispositivo constitucional) ou outro 
remédio constitucional. 
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15 
 
Em suma, é preciso que sejam atendidos quatro requisitos para o cabimento do mandado de 
segurança: (i) ato de autoridade; (ii) lesão ou ameaça de lesão; (iii) direito líquido e certo; (iv) 
não amparada por outra medida. 
Não se impetra Mandado de Segurança em face de agente ou pessoa, mas sim contra ato da 
autoridade coatora X, do órgão X vinculada ao (ente federativo). 
 Prazo: é possível a impetração de mandado de segurança por aquele que teve o seu direito 
líquido e certo lesado ou ameaçado por ato de autoridade dentro dos 120 dias subseqüentes à 
data da ciência do ato. 
O prazo de 120 dias estabelecido pela lei possui a natureza de prazo decadencial. Ou seja, não 
há suspensão, nem interrupção. Não atinge, todavia, o direito, uma vez que é possível que o 
indivíduo pleiteie o seu direito pelas ações que se regem pelo rito ordinário. 
Para o ato omissivo que seja de prestação periódica, o prazo se renova a cada período. 
Exemplo: não recebimento de vencimentos que deve ser pago mensalmente (a cada mês se 
renova, sendo assim, os vencimentos inadimplidos há mais de 120 dias não poderão ser 
pleiteados por meio de mandado de segurança). 
 Vedações ao uso do MS: o art. 5º da Lei do Mandado de Segurança coloca que não será 
cabível o uso do Mandado de Segurança nos casos em que se tratar de: (i) ato do qual caiba 
recurso administrativo com efeito suspensivo, independentemente de caução; (ii) de decisão 
judicial transitada em julgado (ou seja, da qual não seja cabível a interposição de qualquer tipo 
de recurso). 
Além do disposto pela Lei do Mandado de Segurança, foram editadas súmulas pelos tribunais 
superiores que prevêem outras vedações ao cabimento do mandado de segurança. Vale, neste 
sentido, fazer menção às Súmulas 101, 266 e 269 do STF, segundo as quais: (i) não será cabível 
a interposição de mandado de segurança contra lei em tese – o que o STF quis dizer foi que 
não é cabível MS para os casos em que deveria ser proposta as ações constitucionais de controle 
concentrado de constitucionalidade; (ii) não será cabível a impetração de mandado de 
segurança para substituir ação popular – isto se deve ao fato de que a ação popular visa 
desfazer o ato e, sobretudo, a condenação do agente a indenizar os cofres públicos; (iii) nesta 
linha, não será possível, também, impetrar mandado de segurança como sucedâneo de ação de 
cobrança. Embora em alguns casos o mandado de segurança tenha por objeto uma 
contraprestação pecuniária, esta medida visa, em regra, uma obrigação de fazer ou de não fazer. 
Quando se realiza uma ação de mandado de segurança não se tem por objetivo a obtenção de 
um benefício econômico direto. É possível que isso ocorra de forma indireta. 
 Espécies de Mandado de Segurança: 
 Quanto ao momento do ato coator: 
 Preventivo: tem cabimento nos casos em que existe tão somente uma 
ameaça de lesão. Neste caso não se conta o prazo de 120 dias, uma vez 
que não existe o ato coator em si. 
 Repressivo: trata-se do mandado de segurança impetrado nos casos em 
que houver uma lesão. Aqui, a propositura da ação está sujeita ao 
prazo decadencial de 120 dias. 
 Quanto à legitimidade ativa: 
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16 
 
 Individual: o mandado de segurança será individual nos casos em que 
alguém, em nome próprio, defende direito próprio. Não importa que se 
configurem no pólo ativo uma, duas ou vinte pessoas, para que se 
classifique como mandado de segurança individual, é preciso que se 
defenda direito próprio. 
Em se tratando de mandado de segurança individual, é possível que o 
impetrante seja uma pessoa física ou jurídica. É preciso, vale dizer, 
que a propositura do ação seja realizada por intermédio de causídico. 
 Coletivo: o mandado de segurança coletivo é típica substituição 
processual. Ou seja, alguém, em nome próprio, defende direito alheio 
que pertence a uma coletividade. Exemplo: advogado do sindicato dos 
servidores públicos que impetra mandado de segurança a fim de 
defender os interesses da sua categoria. 
A legitimidade para a propositura de um mandado de segurança é 
concentrada, isto é, somente algumas pessoas a possuem. O art. 5º, 
LXX, da CF/1988 c/c art. 21 da Lei do Mandado de Segurança coloca 
quem são os legitimados: (i) partido político com representação no 
Congresso Nacional; (ii) entidades de classe ou associações de classe 
constituídas há mais de um ano – o juiz pode, excepcionalmente, 
dispensar o prazo de um ano, se entender necessário. 
* É preciso que a menção ao caráter coletivo do mandado de segurança 
venha indicado desde o preâmbuloda peça: “(...) vem impetrar 
mandado de segurança coletivo”. 
** Se for mandado de segurança coletivo, é preciso, ainda, abrir um 
capítulo para tratar sobre a legitimidade ativa para a impetração do 
mandado de segurança. 
*** No âmbito do mandado de segurança coletivo, a legitimidade é 
concentrada, ou seja, não é atribuída a uma pessoa jurídica ou a uma 
pessoa física especificamente. 
 Quanto à legitimidade passiva: é preciso indicar o cargo que ocupa a autoridade pública, 
bem como a pessoa jurídica de direito público à qual pertença esta autoridade (Estado, 
União, Distrito Federal, Município, Autarquia, Fundação).
18
 
A pessoa jurídica, vale dizer, deve ser obrigatoriamente intimada, sob pena de nulidade. 
É possível, vale dizer, que o particular seja o agente coator de mandado de segurança! 
Isto ocorrerá nos casos em que o particular estiver no exercício de uma função pública. 
Exemplo: diretor de faculdade, que exerce uma função delegada do Ministério da 
Educação. 
 Endereçamento: (i) o art. 102, I, da CF/88 estabelece os casos de competência originária do 
Supremo Tribunal Federal; (ii) o art. 105, I, estabelece os casos de competência originária do 
Superior Tribunal de Justiça; (iii) em se tratando de ato praticado pelo governador, vice ou 
membro da mesa da assembleia legislativa, ter-se-á a competência do Tribunal de Justiça; (iv) 
Caso se trate de mandado de segurança contra ato do juiz, a competência será sempre do 
Tribunal de Justiça; (v) caso se trate de autoridade federal, a competência será da justiça 
federal (art. 109, VIII); (vii) por fim, caso se trate de autoridade estadual ou municipal, tem-se 
a competência da justiça estadual. 
 
18
 Como se trata da pessoa jurídica de direito público, não é para colocar o órgão ao qual pertença o 
agente, uma vez que não se trata de uma pessoa jurídica. 
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17 
 
 Preâmbulo: aqui, é preciso fazer menção: (i) às partes da ação (impetrante e impetrado, 
lembre-se que além da menção à autoridade coatora é preciso mencionar a pessoa jurídica de 
direito público à qual ela esteja vinculada); (ii) impetrar mandado de segurança, bem como 
requerer a concessão da medida liminar; (iii) fundamento jurídico da ação, é possível que se 
coloquem os seguintes dispositivos: art. 5º, LXIX + art. 1º da Lei do MS, bem como o art. LXX 
+ art. 2º da Lei do MS – dependendo da espécie do Mandado de Segurança. 
 Pedido: (i) concessão de liminar; (ii) procedência do pedido; (iii) notificação da autoridade 
coatora; (iv) oitiva do MP; (v) citação/ ciência do feito ao órgão de representação judicial da 
pessoa jurídica interessada (vide Súmula 631 do STF – é possível colocar na peça: ‘citação do 
ente público na pessoa de seu representante legal para integrar a lide na condição de 
litisconsorte passivo’); (v) condenação do impetrado no pagamento das custas processuais (não 
é possível solicitar a condenação em honorários!). 
 Modelo do Mandado de Segurança Coletivo: 
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA __ VARA CÍVEL DO 
FORO DA COMARCA DE ... 
(5 linhas) 
Nome do Impetrante, nacionalidade, estado civil, profissão, portador do documento de 
identidade RG ..., inscrito no CPF sob o nº ..., domiciliado e residente na rua (endereço 
completo), vem, por seu advogado (instrumento de mandato acostado – doc. 1), com 
fundamento no art. 5º, LXX, da Constituição Federal de 1988 e artigo 1º da Lei 12.016/2009, 
impetrar MANDADO DE SEGURANÇA COLETIVO com pedido de liminar, contra ato do 
Sr. Nome da Autoridade Coatora, pertencente a Nome da Pessoa Jurídica, pelos motivos de fato 
e de Direito a seguir expostos. 
I – Dos Fatos: 
[narrar o problema] 
Como será demonstrado a seguir, o impetrante tem direito líquido e certo ... 
II – Da Legitimidade* 
Preliminarmente, cumpre destacar que o Impetrante tem legitimidade ativa para a propositura do 
presente “mandamus”, já que é... 
A esse respeito, o artigo 5º, inciso LXX, da Constituição da República determina: 
[transcrição do dispositivo normativo] 
No mesmo sentido, a Lei do Mandado de Segurança confere ... [espécie de legitimado] a 
legitimidade extraordinária ou substituição processual para atuar em juízo em favor de ... 
(informar substituídos). 
Portanto, tem o impetrante legitimidade ativa para a presente ação mandamental. 
(*somente em se tratando de mandado de segurança coletivo). 
III – Do direito líquido e certo 
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18 
 
[tese de direito administrativo} 
IV – Da Liminar 
O artigo 7º, III, da Lei 12.016/2009, autoriza o juiz a suspender o ato coator quando houver 
fundamento relevante e a demora na prestação da tutela, capaz de gerar a ineficácia da medida. 
No presente caso, como ficou amplamente demonstrado, o impetrante teve direito líquido e 
certo violado, corroborando a relevância dos fundamentos. 
Além disso, caso não seja concedida a liminar, o Impetrante ... [perigo de dano]. 
Infere-se, portanto, presentes os requisitos que autorizam a liminar no mandado de segurança. 
V – Do Pedido e Requerimentos 
Desde logo, requer a concessão da liminar para ..., sendo a Autoridade intimada para 
cumprimento com as cominações previstas no parágrafo único do artigo 14, do Código de 
Processo Civil. 
Por todo o exposto, requer a Vossa Excelência a procedência do pedido para a concessão da 
segurança para determinar à Autoridade que ..., confirmando a liminar concedida. 
Requer seja a autoridade coatora notificada para, no prazo legal, apresentar suas informações, 
bem como seja dada ciência do feito ao órgão de representação judicial da pessoa jurídica 
interessada. 
Requer, ainda, em conformidade com o disposto no art. 12 da Lei 12.016/2009 a oitiva do 
membro do representante do Ministério Público. 
(**Não cabe pedido de honorários advocatícios em mandado de segurança!) 
Observações: vale destacar, na Lei do Mandado de Segurança, o art. 7º e 12. Dá à causa o valor 
de R$ ... (valor por extenso). 
Termos em que, 
Pede deferimento 
Local, Data 
Advogado (OAB número 
25/02/2012 
PODERES DA ADMINISTRAÇÃO 
1. Poder Vinculado: aplicado aos casos em que o administrador encontra-se diante de situações 
que comportam soluções únicas e anteriormente previstas em lei. Deste modo, não existe, aqui, 
espaço para a realização de um juízo de valores (conveniência e oportunidade). 
2. Poder Discricionário: é aquele em que o administrador não se encontra diante de situações 
que comportam solução única, existindo espaço para um juízo de valores, ou seja, de 
conveniência e oportunidade. 
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19 
 
Exemplo: proprietário de bar que ingressa com um 
pedido ante a Administração Pública para a colocação 
de mesas e cadeiras na calçada localizada à frente do 
estabelecimento do requerente. 
3. Poder Hierárquico: é o poder que a Administração Pública possui para se auto-organizar, ou 
seja, organizar a sua própria estrutura. Por meio deste poder hierárquico, a Administração fixa 
os campos de competência das figuras que integram a sua estrutura.
19
 
A Administração Pública, nas quatro esferas de governo (federal, estadual, municipal e 
distrital), é formada por uma estrutura direta e por uma estrutura indireta: 
(i) Estrutura Direta: é onde se encontram os órgãos da administração pública, os 
quais não são pessoas propriamente, ou seja, não são sujeitos de direitos e 
obrigações. Os órgãos não têm, vale dizer, personalidade jurídica. Além disso, em 
regra, eles não possuem capacidade processual (nem para propore nem para sofrer 
medidas judiciais). Os órgãos nada mais são que centros de competências. 
Exemplos: 
Esfera Federal  Ministérios 
Esfera Estadual  Secretarias de Estado 
Esfera Municipal  Subprefeituras 
As ações devem ser propostas contra a esfera de governo à qual o órgão se encontre 
vinculado. 
(ii) Estrutura Indireta: é onde se encontram pessoas jurídicas. Ou seja, estes entes 
possuem personalidade jurídica, são sujeito de direitos e obrigações e possuem 
capacidade processual. Fazem parte da estrutura indireta da Administração Pública: 
(i) autarquias, (ii) fundações, (iii) empresas públicas, (iv) sociedade de economia 
mista. 
4. Poder Disciplinar: é o poder conferido à Administração para a aplicação de sanções aos seus 
servidores pela prática de infrações de caráter funcional. Este poder é exercido, vale dizer, tão 
somente em relação às sanções de natureza administrativas, dentre as quais: (i) advertência, (ii) 
suspensão, (iii) demissão etc. 
É importante ter em mente a natureza da sanção na medida em que ao servidor podem ser 
imputadas, de forma simultânea, sanções de natureza administrativa, civil e penal, inclusive. 
Além disso, é preciso ressaltar que as infrações são de caráter funcional, ou seja, infrações 
ligadas às atribuições do cargo que o servidor ocupa. 
Para que seja aplicada qualquer das sanções administrativas, é preciso que se cumpram os 
seguintes requisitos: abertura de sindicância ou processo disciplinar em que lhe seja assegurado 
o contraditório e a ampla defesa (art. 5º, LV, da CF/1988). 
No caso de flagrante, inclusive, embora o servidor não possa negar a autoria e a materialidade 
do fato, ele tem direito ao contraditório e ampla defesa, de modo a permitir que o servidor argua 
a presença de atenuantes. É possível desclassificar, com isso, a sanção imposta – v.g., conseguir 
que ao invés de ser aplicada uma demissão, seja aplicada uma advertência (caso não seja obtida 
 
19
 Nos casos em que um ato é emanado de um órgão que não possui competência para fazê-lo, ter-se-á um 
ato inválido e, portanto, ilegal. Tem-se, com isto a importância de se conhecer o poder hierárquico. 
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20 
 
pela via administrativa, é possível o ajuizamento de uma ação de anulação de ato 
administrativo por razão de legalidade). 
O não cumprimento destes requisitos faz com que a aplicação da sanção seja considerada ilegal, 
o que permite que o servidor proponha uma ação no judiciário para a realização do controle de 
legalidade do ato, de modo a se anular a sanção imposta. 
Dependendo do caso, é possível que seja ajuizada uma das seguintes ações: (i) ação anulatória, 
(ii) ação de indenização (em caso de responsabilidade), (iii) ação popular, (iv) ação civil pública 
e (v) mandado de segurança. 
No tocante à vinculação da Administração à decisão proferida pelo judiciário, nestas ações, é 
preciso que se verifique a hipótese tratada: (i) em caso de demissão, caso o indivíduo seja 
absolvido por falta de provas, a decisão não vinculará a administração para efeito de 
reintegração no cargo,
20
 uma vez que o mérito não foi apreciado; e (ii) quando a decisão se der 
com análise de mérito e que o Poder Judiciário conclua pela negativa do fato ou de autoria, a 
absolvição dará direito à reintegração ao servidor, de modo que a decisão será vinculante à 
Administração Pública. 
5. Poder Normativo: utiliza-se, também, a denominação poder regulamentar. O Poder 
Normativo é aquele por meio do qual a Administração expede decretos para oferecer fiel 
execução à lei. 
Vale observar que a competência para a publicação de decretos é exclusiva do Poder Executivo 
(art. 84, IV, da CF/1988 – decreto de execução)21. Tal competência só poderá ser exercida 
dentro dos limites legais, na medida em que o seu objetivo é dar fiel execução à lei. 
Para que seja editado um decreto, portanto, é preciso que exista lei previa, pois, do contrário, o 
decreto será ilegal. Caso isto ocorra, é possível que o indivíduo recorra ao Poder Judiciário, com 
base no art. 84, IV, da CF, a fim de que seja requerida a anulação (cumulada ou não com pedido 
de indenização) do decreto, caso não haja uma ação específica. 
Além disso, não é possível que o decreto, mesmo havendo uma lei prévia, vá além daquilo que 
estabelece a lei, criando direitos e obrigações. Nestes casos, o decreto também será considerado 
ilegal. 
6. Poder de Polícia: é o poder conferido à Administração para limitar, disciplinar, restringir, 
condicionar o exercício de direitos e atividades dos particulares para a preservação dos 
interesses da coletividade. 
O fundamento maior para o exercício do Poder de Polícia é o princípio da supremacia do 
interesse público. Os fundamentos legais encontram-se no art. 145, II, da Constituição Federal e 
no art. 178 do Código Tributário Nacional. 
No exercício do Poder de Polícia a Administração atua de forma discricionária. Isto se deve ao 
fato de que a aplicação de uma medida específica no caso concreto dependerá das suas 
circunstâncias. 
 
20
 Esta decisão pode ser aproveitada para o caso de o indivíduo querer prestar algum concurso público. 
21
 Existe no ordenamento jurídico ainda a figura do decreto autônomo, porém não tem sido levado em 
consideração pela OAB. 
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21 
 
Além de discricionário, o poder de polícia será exercido de forma unilateral (sem, portanto, 
necessidade de autorização judicial) e o ato que o consubstancia é dotado de presunção de 
legitimidade e autoexecutoriedade. 
Atenção: para editar o ato administrativo no âmbito do exercício do poder de polícia não é 
necessário que a autoridade possua o aval do poder judiciário, não quer isto dizer que o 
indivíduo não possa questionar a legalidade do ato nas instâncias judiciais. 
 
ATO ADMINISTRATIVO 
1. Criação do Ato Administrativo: 
Por força dos interesses que representa quando atua (ou seja, os da coletividade), os atos 
administrativos são dotados de atributos e requisitos de validade que não se estendem aos atos 
dos particulares. 
1.1. Atributos: 
 
 Presunção de Legitimidade: trata-se de uma presunção juris tantum, na medida em 
que admite prova em contrário. Esta presunção interfere na medida judicial que será 
ajuizada. 
 
 Imperatividade ou Coercibilidade: trata-se de um corolário do primeiro atributo. Até 
prova em contrário, o cumprimento do ato administrativo é imperativo, ou seja, o seu 
cumprimento é obrigatório, sob pena de aplicação das sanções cabíveis. 
 
 Autoexecutoriedade: a Administração, por conta dos interesses que representa, executa 
sozinha os seus próprios atos. Ou seja, para executar os seus próprios atos, ela não 
precisa de autorização do Poder Judiciário, nem daquele que será atingido pelo ato  
daí dizer-se que a Administração atua de forma unilateral. 
(*o cumprimento destes atributos e requisitos de validade se dá para a preservação dos 
interesses da coletividade!) 
1.2. Requisitos de Validade: o ato administrativo é uma das modalidades de atos jurídicos, 
sendo assim, vale comparar os requisitos de ambos os atos de forma a compará-los: 
Atos Jurídicos em geral 
(art. 104 do CC/2002) 
Atos Administrativo Observações 
Agente Capaz Competência 
 
No tocante aos atos 
administrativos, é por meio do 
Poder Hierárquico que a 
Administração fixa o campo de 
competência das figuras que 
integram a sua estrutura. De 
modo que, caso o ato seja 
emanado por alguém que não 
tem competência para fazê-lo,ele será inválido. 
Objeto Lícito, Possível, Objeto O objeto do ato administrativo 
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22 
 
Determinável ser sempre aquele previsto em 
lei. 
Forma 
* Tem-se a forma 
proscrita ou não defesa 
pela lei 
Forma 
* De um modo geral, 
adota-se a forma escrita, 
porém pode se dar por 
outros meios 
A forma para os atos 
administrativos é mais restrita, 
uma vez que será, 
obrigatoriamente, aquela 
prevista por lei. 
 Finalidade Como a Administração deve 
perseguir uma finalidade 
específica (prevista em lei), 
sempre que o ato não atingir a 
sua finalidade,
22
 ter-se-á 
hipótese de desvio de 
finalidade, de modo que o 
prejudicado poderá acionar o 
Poder Judiciário. 
 Motivo Trata-se de um requisito 
aplicável a todos os atos – sejam 
eles vinculados ou 
discricionários. Isto se deve ao 
fato de que é com base na 
motivação que se verifica se o 
interesse público está sendo 
preservado, sendo, portanto, a 
motivação a base para o 
controle de legalidade dos atos 
administrativos. 
* Teoria dos Motivos 
Determinantes: por esta Teoria, 
a Administração é obrigada a 
motivar os seus atos e, a partir 
disto, ele passa a determinar a 
conduta a ser seguida pelo 
Administrador. Sendo assim, se 
o administrador se afastar dos 
motivos determinados, tem-se 
hipótese de desvio de finalidade 
(que nada mais é que uma forma 
de ilegalidade). 
* Exceção ao cumprimento dos 
motivos determinantes: isto 
ocorrerá, de forma lícita, nos 
casos em que, embora a 
autoridade se afasta dos motivos 
determinantes do ato, passa a 
existir uma mudança nas 
necessidades da coletividade, de 
modo que o interesse público 
passa a demandar que outra 
providência seja tomada, que 
não aquela inicialmente prevista 
na motivação do ato. 
 
 
22
 Diferente do particular, que persegue os seus interesses pessoais. 
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23 
 
2. Formas de Extinção dos Atos Administrativos: 
Existem, por excelência, duas formas de extinção do ato administrativo, quais sejam: anulação 
e revogação do ato administrativo. São também consideradas como forma de extinção, porém, a 
cassação, a caducidade e a contraposição – estas, porém, para situações específicas. 
 ANULAÇÃO REVOGAÇÃO 
Fundamento Ilegalidade 
* Nestes casos o ato é eivado de um 
vício desde o momento da sua 
criação. 
Conveniência e Oportunidade 
*Aqui, apesar de o ato administrativo 
ser lícito, ele não se mostra 
conveniente e oportuno. 
Legitimidade  Administração Pública 
 Poder Judiciário: por 
meio da provação de 
terceiros. 
Administração Pública 
Não poderá ser apreciada pelo Poder 
Judiciário a conveniência e a 
oportunidade dos atos administrativos, 
sob pena de violação ao princípio da 
separação dos poderes. 
Decisão Efeitos ex tunc 
Ou seja, os efeitos da decisão 
retroagem para eliminar todos os 
efeitos decorrentes da edição ato 
desde a sua origem. 
Deste modo, não é possível que se 
invoque a existência de direitos 
adquiridos. 
Efeitos ex nunc 
A decisão que revoga um ato não 
retroage pelo fato de que o ato era 
lícito. Sendo assim, os efeitos gerados 
pelo ato até a sua revogação devem ser 
mantidos, na medida em que baseados 
em ato lícito. Ou seja, cabe espaço 
para alegação de direito adquirido. 
Prazo 5 anos 
* Fundamento: artigo 59 da Lei 
9.784/99. A colocação de prazo 
serve para fornecer segurança 
jurídica às relações jurídicas 
constituídas com base neste ato. 
Inexiste prazo 
Isto se deve ao fato de que a 
conveniência e a oportunidade pode 
surgir a qualquer momento e, além 
disso, a revogação não traz prejuízo à 
segurança jurídica. 
Observações Vale observar que a Administração Pública, ao anular ou revogar algum dos 
seus atos, exerce tal função com base no Princípio da Autotutela. 
Atenção: não confunda o Princípio da Tutela (ou Controle) com o Princípio 
da Autotutela: 
 Princípio do Controle/Tutela: “a Administração Pública direta fiscaliza as 
atividades dos referidos entes (entidades da Administração Indireta), com o 
objetivo de garantir a observância de suas finalidades institucionais”. Trata-
se, portanto, de um controle externo. 
 Princípio da Autotutela: “a Administração exerce controle sobre outra 
pessoa jurídica por ela mesma instituída, pela autotutela o controle se exerce 
sobre os próprios atos, com a possibilidade de anular os ilegais e revogar os 
inconvenientes ou inoportunos, independentemente de recurso ao Poder 
Judiciário”.23 
 
Em matéria de extinção de atos administrativos, é importante lembrar, ainda, o disposto na 
Súmula 473 do STF, segundo a qual: “a Administração pode anular os seus próprios atos 
quando eivados de vícios que os tornem ilegais, porque deles não se originam direitos ou 
revogá-los por motivos de conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos e 
ressalvada, em todos os casos, a apreciação judicial”. 
 
23
 Idem ibidem, p. 70. 
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24 
 
No mérito da revogação o Poder Judiciário não entra, porém, se promovida uma revogação e os 
direitos adquiridos não forem respeitados, é possível que o Poder Judiciário intervenha, na 
medida em que se terá uma hipótese de ilegalidade – e não de conveniência e oportunidade. 
28/02/2012 
AÇÃO ANULATÓRIA 
1. Identificação da peça: ressarcimento em função de ato ilegal, quando não amparado por 
habeas corpus, habeas data, mandado de segurança ou mandado de injunção (geralmente usada 
quando escoa o prazo de 120 dias do MS). Busca-se, com ela, anular o ato administrativo ou 
decisão administrativa. 
Em primeiro, verificar se é o caso de: (i) ação indenizatória de desapropriação, ou (ii) habeas 
data, ou (iii) algum recurso processual, ou (iv) contestação, ou (v) se foi pedido apenas o 
parecer.
24
 
Caso todas as respostas sejam negativas, verificar se é ação indenizatória ou ação anulatória. 
Quando o objetivo principal for o ressarcimento, em função de um ato ilegal ter-se-á hipótese de 
ação indenizatória. Exemplos: 
 Interdição de uma rua provocando a falência da loja do cliente; e 
 Danos ao imóvel do cliente próximo a uma obra do metro. 
Quando a ênfase for desfazer um ato ou processo administrativo para buscar restaurar uma 
condição ou direito anterior que o cliente possuía, cumulando ou não com pedido indenizatório, 
ter-se-á hipótese de ação anulatória. Exemplos: 
 Agente que foi injustamente demitido e quer retomar o cargo e ser ressarcido; 
 Seu estabelecimento foi indevidamente lacrado e quer reabrir sendo ressarcido; 
 Venceu a licitação, mas foi preterido no momento da adjudicação, querendo ser aquele 
com direito à contratação com eventual ressarcimento de danos. 
Observação: é cabível, em sede de ação anulatória, o requerimento de tutela antecipada, com 
fundamento no art. 273 do CPC. 
 Dúvida: Ação Anulatória ou Mandado de Segurança? É pra fazer mandado de segurança 
desde que dentro do prazo decadencial de 120 (cento e vinte) dias e não dependa de qualquer 
 
24
 Exercício: 
(i) José precisa saber o que consta contra ele nos arquivos da polícia federal – habeas data; 
(ii) José foi citado em uma ação de destituição de propriedade intelectual – Contestação; 
(iii) O Estado requisitou o uso do veículo de José há mais de um ano e alega que não háprevisão para 
devolvê-lo, pois é um veículo de relevante interesse público – Ação de Desapropriação Indireta; 
(iv) Caminhão da prefeitura com excesso de peso abalou a estrutura da garagem da casa de José – Ação 
Indenizatória; 
(v) José está prestando concurso público e acaba de ser excluído, pois a comissão o confundiu com um 
homônimo – Mandado de Segurança; 
(vi) Hospital é interditado em função de matéria jornalística, porém sem processo administrativo, 
causando graves prejuízos – Ação Anulatória; 
(vii) Projeto da Prefeitura de novo viaduto prevê a demolição de igreja barroca tombada há mais de 20 
(vinte) anos – Ação Popular. 
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25 
 
prova a ser produzida e não haja pedido expresso para indenização junto com o desfazimento do 
ato ou processo. 
 Atenção: é pra fazer ação anulatória: (i) quando os fatos ocorreram há mais de 120 (cento e 
vinte) dias; ou (ii) depender de produção de provas; ou (iii) houver a necessidade de pedir 
ressarcimento junto com o desfazimento do ato. 
2. Estrutura da Peça: 
O rito da peça é sempre o ordinário. A petição inicial deverá cumprir os requisitos previstos 
pelo artigo 282 do Código de Processo Civil. 
2.1. Endereçamento: 
A ação poderá ser ajuizada diretamente no tribunal nos casos em que houver regra de foro por 
prerrogativa de função. Isto ocorrerá a depender da autoridade que emanou o ato cujo vício se 
alega na ação anulatória. Ou seja, caso a autoridade goze de foro por prerrogativa de função, a 
competência será diversa em virtude da regra de competência funcional. 
Do contrário, ter-se-á a competência do juiz da vara cível ou, excepcionalmente, vara federal. 
Para que se saiba se a competência é da justiça federal, é preciso que se observe o rol de 
competências estabelecido pelo art. 109 da Constituição Federal de 1988 – de um modo geral, 
envolve interesses da União, autarquias, fundações e empresas públicas). 
2.2. Qualificação das Partes: 
O cliente é o autor da ação. No demais, seguir a qualificação das partes já indicada nas peças 
acima. 
Para qualificar o réu, é preciso que se coloque o nome da pessoa jurídica que tenha expedido o 
ato, bem como a pessoa jurídica de direito público, com endereço etc. 
Observação: não existe ação movida contra órgão, uma vez que eles não possuem capacidade 
processual! É preciso que a ação seja ajuizada em face da pessoa estatal à qual o órgão pertença. 
2.3. Tutela Antecipada: 
A tutela antecipada somente não poderá ser requerida quando não houver, no enunciado, 
emergências e riscos de danos. Muito provavelmente, contudo, existirá emergência e risco de 
dano, é quase da essência da ação anulatória. 
O pedido de tutela antecipada deve seguir a seguinte lógica: (i) o art. 273 do CPC permite o 
pedido de antecipação dos efeitos da tutela quando presentes a verossimilhança e o perigo na 
demora; (ii) no caso em tela, a verossimilhança está patentemente provada; (iii) e há perigo na 
demora, pois .... (este requisito é importante demonstrar); (iv) logo cabível a antecipação da 
tutela. 
2.4. Do direito – A tese: 
As teses principais em matéria de ação anulatória podem ser encontradas nos seguintes 
dispositivos legais: 
 Art. 5º, LIV c/c LV da CF/1988; 
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 Art. 50, VIII, da Lei 9.784/1999; 
 Art. 53, Lei 9.784/1999; 
 Art. 2º, parágrafo único, ‘d’, da Lei 4.717/1965; 
 Art. 64, parágrafo único, da Lei 9.784/1999; e 
 Art. 2º da Lei 4.619/1965. 
 Deve-se citar, ainda, o princípio da inafastabilidade de jurisdição (art. 5º, XXXV, da 
CF/1988). 
CASO TESE 
I - Violou/ não 
concedeu/ descumpriu 
prazos previstos em 
lei de defesa do seu 
cliente 
(i) Art. 5º, LIV c/c LV da CF/1988 – Contraditório e Ampla 
defesa. - Premissa Maior 
(ii) Artigo de lei que confere que aquele prazo foi violado. - 
Premissa Menor 
(iii) Não foi dado o prazo legal, havendo, portanto, 
cerceamento de defesa. – Conclusão 
II - Anulou, revogou, 
suspendeu, convalidou 
atos administrativos 
sem motivação. 
(i) A Constituição Federal exige e a Lei 9.784/1999 no seu 
art. 5º, VIII exige a motivação. – Premissa Maior 
(ii) E no caso, houve violação de direitos, pois anulou/ 
revogou/ suspendeu/ convalidou sem motivação. – 
Premissa Menor 
(iii) Logo, sem a obrigatória motivação não é possível o 
exercício do direito de defesa conforme o art. 5º, LV. 
III - A administração 
pública anulou ou 
revogou algo com ou 
sem motivação após o 
prazo de 5 anos ou 
violando direitos 
adquiridos. 
(i) A CF exige e o art. 53 da Lei 9.784/1999 prevê que atos 
de efeitos positivos só podem ser anulados no prazo de 
até 5 anos. 
(ii) Se for sem motivação, repetir a tese do item (ii) do Caso 
II. 
(iii) No caso a anulação/ revogação foi após os 5 anos ou 
violou direito adquirito. 
(iv) Conclusão: violou direitos adquiridos e o art. 5º, XXXVI 
da CF/1988 da Súmula 473 do STF. 
IV – A decisão, multa 
ou ordem é fundada 
em fato inverídico ou 
inexistente. 
(i) A Lei da Ação Popular (Lei 4.717/1965) em seu art. 2º, 
parágrafo único, alínea ‘d’, que prevê a teoria dos 
motivos determinantes. 
V – Houve recurso 
administrativo pelo 
cliente, contra decisão 
administrativa e a 
sanção foi agravada – 
Reformatio in pejus. 
(i) O parágrafo único da Lei 9.784/1999 só admite o 
agravamento quando for advertido ao recorrente, e, não 
pode agravar somente pela reanálise dos fatos. – 
Premissa Maior. 
(ii) Não houve a prévia manifestação do risco de 
agravamento ou foi agravado por reanálise dos fatos. – 
Premissa Menor 
(iii) Conclusão: violou a exigência da lei que protege o direito 
de defesa. 
VII – O cliente é 
agente público e foi 
condenado em ação de 
regresso por 
indenização que a 
União pagou a terceiro 
(i) Há um prazo decadencial de 60 dias para a União entrar 
com ação de regresso (art. 2º da Lei 4.619/1965); 
O agente público só responde quando agir com culpa ou 
dolo, que deve ser provado pela União, pois ele age com 
impessoalidade. – Premissa Maior 
(ii) Ou violou o prazo e já decaiu ou não há provas de que 
agiu com dolo ou culpa. 
(iii) Conclusão: há descumprimento da lei, com 
responsabilização não amparada por lei. 
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* Em todas, o último parágrafo será: ‘como na hipótese há uma ilegalidade, o ato ou processo 
deve ser anulado conforme o art. 5º, XXXV, da CF/1988, com efeitos retroativos ex tunc’. 
* Observação: nos casos em que houver mais de uma tese, é preciso que se abra o tópico 
relativo ao direito e se coloque: (i) violação ao devido processo legal; (ii) teoria dos motivos 
determinantes dos atos; (iii) conclusão. 
2.5. Pedidos: 
Ante a todo o exposto é a presente para requerer: (i) citação da ré para, querendo, contestar a 
presente ação; (ii) a confirmação da tutela antecipada, tornando-a definitiva; (iii) a procedência 
integral da presente ação, com a condenação da ré em custas e honorários advocatícios; (iv) 
concessão da justiça gratuita (nos casos em que o réu estiver desempregado ou se o enunciado 
disser que ele é pobre); (v) protestando-se por todos os meios de prova em direito admitidos. 
Dá-se à causa o valor de R$ ... . 
Termos em que, 
Pede deferimento. 
01/03/2012 
LICITAÇÕES E CONTRATOS ADMINISTRATIVOS 
LICITAÇÕES 
1. Definição: licitação é um procedimento administrativo por meio do qual a Administração 
escolhe a proposta mais vantajosa para o interesse público nos termos previstos no edital. 
A escolha da melhor proposta é um dever da Administração, do que decorre o seu dever

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