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Direito do trabalho 1

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Tópico 3 - RELAÇÃO DO DIREITO DO TRABALHO COM OS DEMAIS RAMOS DO DIREITO
Apesar do Direito do Trabalho possuir autonomia científica, este está relacionado com diversos ramos do Direito, senão vejamos: 
DIREITO CONSTITUCIONAL:
	O Direito Constitucional é pressuposto dos demais ramos jurídicos, eis que colocado em um plano superior, quer do ponto de vista geral, quer do particular. 
	Verifica-se que é muito próxima a relação entre o Direito Constitucional e o Direito do Trabalho, especialmente quanto à “constitucionalização” do Direito do Trabalho. 
	Após a Segunda Guerra Mundial, as novas Constituições promulgadas em importantes países da Europa atribuíram novo status ao processo de constitucionalização trabalhista (França, Itália, Alemanha, Portugal e Espanha). Além dos direitos laborativos, inseriram princípios jurídicos como a dignidade humana, valorização sociojurídica do trabalho, dentre outros.
	No Brasil, a partir da Constituição de 1934, esta tendência de constitucionalização se firmou, culminando com a Constituição Federal de 1988, que prevê em seus artigos (7º ao 11) a garantia aos direitos trabalhistas.
DIREITO ADMINISTRATIVO:
	Segundo Celso Antônio Bandeira de Mello (2011, p. 37): “O direito administrativo é o ramo do direito público que disciplina a função administrativa, bem como pessoas e órgãos que a exercem”. 
	A Administração Pública tem como atribuição central: organizar, manter e executar a inspeção do trabalho (CF, art. 21, XXIV); organizar o sistema nacional de empregos e condições para o exercício das profissões (CF, art. 22, XVI); e desenvolver, por meio do Ministério do Trabalho, inúmeras atribuições relacionadas com o trabalho nas áreas da migração da mão-de-obra, treinamento, colocação de desempregados e mediação de conflitos, sendo atualmente vedada a sua intervenção ou interferência na organização sindical (CF, art. 8º, I). 
	O Ministério do Trabalho também é competente para apreciar o procedimento administrativo de anotação na carteira de trabalho e previdência social (CTPS) quando a relação de emprego é comprovada de modo incontroverso.
	Segundo o artigo 626 da CLT “Incumbe às autoridades competentes do Ministério do Trabalho, Indústria e Comércio, ou àquelas que exerçam funções delegadas, a fiscalização do fiel cumprimento das normas de proteção ao trabalho”.
DIREITO PROCESSUAL:
	Como assinala Cândido Rangel Dinamarco, a teoria geral do processo constitui uma
“[...] síntese indutiva do significado e diretrizes do direito processual como sistema de institutos, princípios e normas estruturados para o exercício do poder, segundo determinados objetivos: passar dos campos particularizados do processo civil, trabalhista ou penal (administrativo, legislativo e mesmo não estatal) à integração de todos eles num só quadro e mediante uma só inserção no universo do direito è lavor árduo e incipiente, que a teoria geral do processo se propõe a levar avante.” (DINAMARCO, 1998, p. 58/59).
	O Direito Processual do Trabalho é a forma de garantir o cumprimento dos direitos materiais do empregado. Este compreende as figuras da ação, jurisdição e do processo.
	De acordo com o art. 769 da CLT: “Nos casos omissos, o direito processual comum será fonte subsidiária do direito processual do trabalho, exceto naquilo que não for incompatível com as normas deste Título”.
DIREITO CIVIL:
	Segundo Alice Monteiro de Barros (2010, p. 100):
“O Direito do Trabalho relaciona-se com o Direito Civil, no que tange às fontes, à aplicação do Direito do Trabalho, à teoria geral do contrato, aos vícios do negócio jurídico, ao dano patrimonial e moral, à prescrição e decadência, à condição de sócios, etc.”
	Nesse sentido são os ensinamentos de Godinho (2013, p. 75):
“[...] há importantes institutos, regras e princípios do Direito Civil que preservam interesse à área justrabalhista. Ilustrativamente, os critérios de fixação de responsabilidade civil, fundada em culpa, que se aplicam a certas situações de interesse trabalhista (veja-se o caso da responsabilidade do empregador em vista de dano acidentário – art. 7º XXVIII, CF/88)”. 
		
	O art. 8º da CLT, parágrafo único, determina a aplicação do direito civil, subsidiariamente às relações de trabalho. Tal aplicação é ampla, porém é vedada sua aplicação quando a lei trabalhista dispuser da mesma regra, caso em que afastará a aplicação do direito civil. 
DIREITO COMERCIAL:
	A relação entre os dois é de natureza histórica, legislativa e doutrinária, porquanto algumas regras do direito do trabalho surgiram dos códigos comerciais.
	É aplicado subsidiariamente tanto na solução dos problemas trabalhistas como também pelas figuras estudadas por ambos: a empresa, o comerciante e a falência. 
	Nessa esteira é o entendimento de Alice Monteiro de Barros (2010, p. 101): “O Direito Comercial, no que se refere ao conceito de representante comercial, de empresa e estabelecimento e aos efeitos da falência sobre o contrato”.
DIREITO TRIBUTÁRIO:
	São relevantes as relações entre o Direito do Trabalho e o Direito Tributário, mormente em relação ao fato gerador, à incidência de tributos, às contribuições sobre certas verbas trabalhistas, dentre outros.
	As contribuições do FGTS e do PIS-Pasep enfatizam essa relação ainda mais, além da incidência do imposto de renda sobre salários, remuneração e outras verbas de natureza trabalhista.
DIREITO PENAL:
	As principais relações residem na inclusão entre as infrações penais de matéria trabalhista e na unidade de figuras e consequente problema das relações entre o ilícito penal e o ilícito trabalhista. 
	No Código Penal brasileiro, nos artigos 197 a 207, há um capítulo destinado aos “Crimes contra a Organização do Trabalho”. 
	A própria empresa pode aplicar determinadas sanções ao empregado, como exemplo a advertência e a suspensão, decorrentes do poder disciplinar do empregador.
 
	Segundo os ensinamentos de Alice Monteiro de Barros (2010, p. 101):
“O Direito Penal, cujo conceito de dolo e culpa interessam ao Direito do Trabalho, principalmente quando da aplicação do art. 462 da CLT, alusivo aos descontos no salário do empregado por dano ocasionado ao empregador. Na hipótese de dano culposo, torna-se necessário ajuste prévio para autorizar o desconto, o que é dispensável quando há dolo. O estudo das contravenções penais é importante, pois terá influência na própria formação do pacto laboral. Se o objeto do contrato for uma contravenção penal, o ajuste será nulo, em face da ilicitude do objeto. O sistema de sanções penais, livramento condicional, anistia, irá também refletir na cessação do pacto laboral, lembrando-se que o Código Penal dispõe sobre os crimes contra a organização do trabalho, cuja competência não é afeta a essa Justiça especializada, mas repercutirá no contrato, à semelhança do que ocorre em relação aos crimes contra o patrimônio, contra a honra e contra a vida.”
DIREITO DA SEGURIDADE SOCIAL:
	O Direito da Seguridade Social e o Direito do Trabalho também se relacionam. 
	A Constituição Federal disciplina, em seus artigos 194 a 204, a “Seguridade Social”.
	Destaca-se neste tema a proteção à maternidade, principalmente à gestante (art. 201, II, da CR/88) e a assistência social à infância e adolescência (art. 203, da CR/88). 
DIREITO ECONÔMICO:
	O Direito Econômico, que tem como escopo disciplinar as atividades desenvolvidas nos mercados, também se relaciona com o Direito do Trabalho.
	Segundo Sérgio Pinto Martins (2012, p.30):
“A relação com o Direito do Trabalho ocorre quando se verifica a obtenção de uma política de pleno emprego (art. 170, VIII, da CF) e a valorização do trabalho humano (art. 170 da CF), que são, entre outros, os objetivos a serem assegurados pela ordem econômica. A própria política econômica e salarial terá grandes reflexos na relação de emprego, ao se ter em vista o desenvolvimento geral do país e a garantia do bem-estar da nação. O inciso IV do art.1º da Constituição declara, ainda, que um dos objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil é dar respaldo aos “valores sociais do trabalho e da livre iniciativa.”
DIREITO INTERNACIONAL:
	Para Alice Monteiro de Barros (2010, p. 101):
“O Direito do Trabalho mantém ligações com o Direito Internacional Público e Privado, mormente se considerarmos que as convenções internacionais, uma vez ratificadas, passam a integrar o sistema de fontes do direito interno [...]”.
	Ressalte-se que o Direito Internacional Público do Trabalho diz respeito às normas de ordem pública, de âmbito internacional.
	As Organizações Internacionais do Trabalho – OIT editam convenções e recomendações.
	Com a OIT superou-se o estágio tímido de experiências e de acordos bilaterais de trabalho.
	O Direito Internacional Privado do Trabalho versa sobre a aplicação da lei no espaço, tendo em vista o deslocamento da mão-de-obra e pela internacionalização dos grandes grupos econômicos.
	Há que se ressaltar a importância da Declaração Universal dos Direitos do Homem (1948) e a Convenção Europeia dos Direitos Humanos (1950).
RELAÇÃO DO DIREITO DO TRABALHO COM OUTRAS ÁREAS:
Direito do Trabalho e Economia:
	 Economia é a ciência que tem por escopo o estudo da distribuição de riquezas, da produção e do consumo.
	Os fatos econômicos podem influir no direito do trabalho, e a demonstração está na própria história a partir da Revolução Industrial do séc. XVIII, nas ações destinadas à produção de bens e distribuição de riquezas. 
	A realidade econômica do país e a realidade política influenciam inevitavelmente na questão dos salários.
Direito do Trabalho e Sociologia:
	 Cabe à sociologia investigar as estruturas do fato social, amparando-se através de técnicas diversas como a pesquisa, a estatística, os trabalhos de campo, dentre outros.
	Segundo Sérgio Pinto Martins (2012, p. 30):
“Irá a Sociologia analisar as sociedades, os conflitos existentes nela, quanto aos fatos sociais que dão origem às questões trabalhistas, os grupos, as classes, as instituições, os processos, os movimentos sociais, que acabam influenciando na formação das leis, principalmente trabalhistas”.
Direito do Trabalho e Medicina:
	A medicina do trabalho tem por objetivo o estudo dos meios preventivos e reparatórios da saúde do trabalhador. Daí procedem as normas jurídicas de segurança e higiene do trabalho; acidentes e doenças do trabalho; reabilitação profissional; dentre outras.
Direito do Trabalho e Psicologia: 
 
	Psicologia do Trabalho é o ramo da psicologia que se ocupa do estudo das técnicas para adaptação do trabalhador, como criatura humana, à atividade que exerce.
	O psicólogo do trabalho pode tentar melhorar a segurança do trabalho, diminuindo a carga do trabalho, reduzindo o absenteísmo, aumentando o grau de satisfação do trabalhador.
Direito do Trabalho e Administração de Empresas:
	A Administração de Empresas preocupa-se com a organização da empresa, sua forma de produção, que está diretamente relacionado com o poder de direção do empregador.
	Os recursos humanos implicam nas promoções, plano de cargos e salários, remuneração, dentre outros.
Direito do Trabalho e Moral:
	A justiça social se instrumentaliza pela realização do bem comum, este não se concretiza sem a garantia da dignidade da pessoa humana, cujo conceito é de natureza ética. 
	O respeito da honra e da boa fama, o resguardo do decoro e da moralidade, bem como os bons costumes, são formas práticas de se promover a justiça social.
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
BANDEIRA DE MELLO, Celso Antônio. Curso de Direito Administrativo. 28ª ed. São Paulo: Malheiros Editores, 2011.
BARROS, Alice Monteiro de. Curso de Direito do Trabalho. 6ª ed. São Paulo: LTr, 2010.
DELGADO, Maurício Godinho. Curso de Direitos do Trabalho. 9ª ed. São Paulo: LTr, 2010.
DINAMARCO, Cândido Rangel. A Instrumentalidade do Processo. 6ª ed. São Paulo: Malheiros Editores, 1998.
MARTINS, Sergio Pinto. Direito do Trabalho. 28ª ed. São Paulo: Atlas, 2012.
ESTUDO DIRIGIDO
De que modo a inserção de uma ordem econômica e social nas Constituições provocou a Constitucionalização do Direito do Trabalho?
Fundamente a natureza multidisciplinar do Direito do Trabalho.
Qual é o papel das Convenções Internacionais no do Direito do Trabalho?
Qual é a relação do Direito do Trabalho com a moral?
Pesquisar se há relação do Direito do Trabalho com o Direito do Consumidor.

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