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DIREITO TRABALHO 1

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Tópico 4 - HISTÓRICO DO DIREITO DO TRABALHO
INTRODUÇÃO: 
	O Direito do Trabalho, produto do capitalismo, fixou controles ao sistema econômico que se instalou com a Revolução Industrial do séc. XVIII, buscando eliminar as mais perversas formas de utilização da força de trabalho pela economia. (DELGADO: 2011, p.83). 
	Como um ramo jurídico constituído de institutos, princípios e normas, formado a partir de um contexto histórico específico, o Direito do Trabalho se baseia em uma categoria fundamental que resulta de um complexo de determinações que não se esgota na sua criação ou origem, mas incorpora vicissitudes de sua reprodução social. 
	Todo fenômeno, inclusive o Direito, tem um “elemento-pilar” característico, que permite sua identificação, sem o qual o fenômeno não existiria. Essa categoria fundamental, no Direito do Trabalho, é a relação de emprego, que tem por característica principal o trabalho subordinado. 
	Para Godinho, o pressuposto histórico do surgimento do trabalho subordinado é a existência do trabalho livre, tendo em vista que “[...] o trabalho subordinado não ocorre, de modo relevante na história, enquanto não assentada uma larga oferta de trabalho livre no universo econômico-social.” (2010, p.81). 
	Segundo o autor, o trabalho juridicamente livre constitui ainda pressuposto material “[...] porque o elemento subordinação não se constrói de modo distintivo senão em relações em que o prestador não esteja submetido de forma pessoal e absoluta ao tomador dos serviços.” (2010, p.81). 
	Assim, da relação histórica e material existente entre o trabalho livre e o subordinado, verifica-se que há incompatibilidade jurídica entre os regimes de escravidão e servidão e o Direito do Trabalho, porquanto aqueles decorrem de uma sujeição pessoal do trabalhador, e não da subordinação, categoria básica do direito trabalhista. 
	Ressalte-se que, a subordinação configura uma situação jurídica contratual, por meio da qual o trabalhador é direcionado pelo empregador quanto ao modo de realização da prestação de serviços. É, portanto, um critério objetivo, ao contrário do trabalho livre que gera um estado de ausência de liberdade do prestador do serviço, uma sujeição pessoal. 
	Neste sentido, a hegemonia do Direito do Trabalho foi sendo construída a partir do despontamento do trabalhador livre, no final do século XVII, se consolidando apenas com a generalização do sistema industrial na Europa e Estados Unidos, ao longo do século XIX. 
	De acordo com Godinho, 
O Direito do Trabalho é, pois, produto cultural do século XIX e das transformações econômico-sociais e políticas ali vivenciadas. Transformações todas que colocam a relação de trabalho subordinado como núcleo motor do processo produtivo característico daquela sociedade. (2010, p. 82). 
	Dessa forma, o Direito do Trabalho surge como combinação de fatores: 
Fatores econômicos: a utilização da força de trabalho livre, mas subordinada, como um instrumento da relação de produção do sistema emergente; a grande indústria, que suplantou as formas primitivas da organização da produção, consubstanciadas no artesanato e manufatura; e a concentração industrial, “[...] que terá o condão de acentuar outros fatores convergentes, como a utilização maciça da força de trabalho pelo sistema produtivo e a formação de grandes contingentes urbanos operários [...]” (DELGADO Maurício Godinho. 2010 p. 84). 
Fatores sociais: a concentração proletária nos grandes centros industriais, bem como o surgimento de uma inovadora identificação profissional entre as grandes massas obreiras.
Fatores políticos: “[...] as ações gestadas e desenvolvidas no plano da sociedade civil e do Estado, no sentido de fixar preceitos objetivos para contratação e gestão da força de trabalho componente do sistema produtivo então estruturado.” (DELGADO Maurício Godinho). (2010, p. 84). No âmbito da sociedade civil, tem importância fundamental as ações coletivas descobertas pelos trabalhadores. A partir daí, surgiram modalidades novas de normatização jurídica, abrangendo o movimento operário-sindical e os segmentos de ponta do mercado econômico, ensejando o fim da proposição jurídica individualista liberal. 
EVOLUÇÃO: 
	No Direito Romano surgiu a figura da locatio conductio, que se divide em locatio conductio rei (locação de coisas), locatio conductio operis faciendi (empreitada), e locatio conductio operarum (locação da energia de trabalho). 
	Na Grécia Antiga, o trabalho possuía uma conotação material, ou seja, o trabalhador era equiparado a “coisa”, o que possibilitou o desenvolvimento da escravidão. Assim, atribuía-se a condição de escravo àquele que descendia de família escrava, que havia sido penalmente condenado, que era prisioneiro de guerra, que descumpria obrigações estatais, dentre outros. 
	A escravidão caracterizava-se pela ausência de liberdade do indivíduo e pela “coisificação” do trabalhador, que representava a classe econômica mais baixa da sociedade. 
	Assim, os nobres, os senhores feudais ou os vencedores não trabalhavam, pois consideravam o trabalho uma espécie de castigo. 
	Durante a Idade Média existiam três tipos básicos de trabalhadores: os vassalos, subjugados por contrato ao senhor feudal; os servos da gleba, semelhantes aos escravos, pois podiam ser vendidos, dados ou trocados por outros servos e mercadorias; e os artesãos, que trabalhavam por conta própria e vendiam sua mercadoria. 
	Na servidão, os trabalhadores recebiam proteção dos senhores feudais em troca do uso da terra, nesta época o trabalho era considerado castigo e os nobres não trabalhavam. Com a expulsão do servo da gleba, rompimento das formas servis de utilização da força de trabalho. 
	Ainda na Idade Média, existiam as corporações de ofício, das quais eram membros: os mestres, que passavam pela prova da “obra-mestra”, pelos donos das oficinas; os companheiros, que trabalhavam para os mestres, recebendo deles salário; os aprendizes, que eram menores (a partir de 12 ou 14 anos) que recebiam do mestre o ensino metódico do ofício ou profissão, havendo o pagamento de taxas por seus pais. 
	O tempo de trabalho, nesta época, variava de 12 a 18 horas e cada corporação tinha seu estatuto próprio, com normas disciplinadoras das relações de trabalho. 
	As corporações, marcadas pelo autoritarismo e pela ausência de proteção ao trabalhador, foram suprimidas com a Revolução Francesa, em razão do apelo à liberdade individual, da liberdade de comércio e do encarecimento dos produtos das corporações. 
EVENTOS E DOCUMENTOS IMPORTANTES: 
	O Liberalismo do séc. XVIII pregava um Estado alheio à área econômica, conduzindo as relações de trabalho para uma plena autonomia contratual. 
	O capitalista, sempre mais forte, podia impor suas condições com liberdade, sem a interferência do Estado. A igualdade foi valorizada pelo socialismo e a fraternidade (solidariedade) inspirou um sistema de socorros mútuos. 
	A Revolução Industrial (1775) marcou uma fase de transformações, principalmente no direito do trabalho. A partir da descoberta da máquina à vapor, de fiar e tear, as empresas se expandiram permitindo que o trabalho passasse a ser realizado de maneira mais rápida, substituindo-se a mão-de-obra do homem pelas máquinas, gerando desta forma desemprego. Houve então a necessidade de controle das máquinas pelo homem e, consequentemente o trabalho assalariado. 
	Deste momento em diante os trabalhadores começaram a se reunir para reivindicar melhores condições de trabalho, salário e diminuição das horas excessivas trabalhadas. 
	Com a instalação das indústrias o trabalhador prestava o serviço de forma insalubre, exposto a riscos, trabalhando várias horas por dia e permitindo, desta forma, a ocorrência de muitos acidentes de trabalho. 
	Assim, houve a necessidade de proteção ao trabalhador, através da intervenção do Estado, pelos abusos que vinham sendo cometidos. 
	Com a Primeira GuerraMundial (1914-1918) houve disputa entre mercadores e consumidores. 
	No período pós-guerra, surge o que se pode chamar de “constitucionalismo social”, ou seja, a inclusão nas constituições de preceitos relativos à defesa social da pessoa, de normas de interesse social e de garantia de certos direitos fundamentais, incluindo o Direito do Trabalho. 
	A Constituição do México de 1917 foi a primeira Constituição mundial a tratar do tema, protegendo o direito dos trabalhadores. Esta previa uma jornada de 8 horas, proibia o trabalho do menor de 12 anos, limitando a jornada dos menores de 16 anos a seis horas e fixava a jornada máxima noturna em sete horas. Havia proteção à maternidade, salário mínimo, direito à sindicalização, greve, indenização de dispensa, seguro social e proteção contra acidentes do trabalho. 
	Outro marco referente à institucionalização do Direito do Trabalho foi a Constituição de Weimar, de 1919, que disciplinava a participação dos trabalhadores nas empresas. 
	Neste mesmo ano, através do Tratado de Versalhes foi criada a Organização Internacional do Trabalho – OIT, que tem como finalidade a proteção das relações entre empregados e empregadores no âmbito internacional, através da expedição de convenções e de recomendações. 
	A Carta Del Lavoro, de 1927, inspirou-se em um sistema corporativista-fascista. O corporativismo visava organizar a economia em torno do Estado, promovendo o interesse nacional e, além de impor regras à sociedade, inspirou alguns sistemas políticos, como o sistema sindical brasileiro. 
	A Declaração Universal dos Direitos do Homem, adotada pela ONU em 1948, prevê alguns direitos dos trabalhadores, como férias remuneradas, por exemplo. 
	Durante muito tempo se esquematizou a teoria clássica utilizando-se de cada evento histórico que a influenciou separadamente. Todavia, essa sistematização pormenorizada acaba por distanciar o aprendizado dos pontos centrais que efetivamente trouxeram a existência e a necessidade de codificação de leis trabalhistas. 
	Conforme ensinamentos de Mauricio Godinho Delgado, a evolução do direito do trabalho possui quatro fases principais: 
	A princípio, a formação do direito do trabalho teve como marco inicial o Peel’s Act, na Inglaterra, no início do século XIX. Esse teve como característica leis de cunho humanitário, destinadas a aplacarem a violência da desmedida exploração industrial contra mulheres e crianças. Tais normas possuíam um caráter assistemático, sem originar ramo jurídico autônomo. Esta fase ficou conhecida como fase de manifestações incipientes ou esparsas. 
	Em seguida, iniciou-se com o “Manifesto Comunista”, de Marx e Engels, em 1848 e, na França, após os resultados da Revolução de 1848, com a criação do Ministério do Trabalho. Esta fase ficou conhecida como fase de intensificação desse ramo jurídico especializado. 
	A terceira fase, da consolidação do Direito do Trabalho, teve como marco a Conferência de Berlim (1890) que reconheceu vários direitos trabalhistas e a Encíclica Rerum Novarum (1891), carta aberta a todos os bispos debatendo as condições das classes trabalhadoras. 
	A quarta e última fase, marcada pela autonomia do Direito do Trabalho, teve início em 1919, tendo como marco a criação da OIT, e as Constituições do México (1917) e Alemanha (1919). (2010, p. 88) 
CRISE E TRANSIÇÃO DO DIREITO DO TRABALHO: 
	Os países ocidentais desenvolvidos, no final do séc. XX passavam por uma crise econômica sem precedentes (crise do petróleo - 1973). Esta abalou de tal forma o sistema econômico que agravou o déficit fiscal do Estado, provedor das políticas sociais, trazendo crescimento da inflação e aumento da concorrência. 
	Em meio a esta conjuntura, os modelos clássicos de gestão empresarial ganham destaque, em torno dos quais se construíram as normas justrabalhistas. 
	Nesse ínterim, surgem formas alternativas de trabalho , quais sejam, teletrabalho, home - office, terceirização, dentre outros (descentralização administrativa). 
	Nesse contexto, a desregulamentação das regras do Direito do Trabalho passou a compor o centro da cultura do ocidente, com a crescente flexibilização de normas trabalhistas. 
	O neoliberalismo instiga a possibilidade de coexistência entre um sistema desigual de criação, circulação e apropriação de bens e riquezas e um meio social fundado na diferenciação econômica (capitalismo). Todavia, convivendo com a liberdade formal dos indivíduos e com o reconhecimento de normas básicas de sobrevivência social, o neoliberalismo acaba por acentuar as regras do livre mercado, desprezando o Direito do Trabalho, que necessita de renovação. 
MODELOS PRINCIPAIS DE ORDENS JURÍDICO TRABALHISTAS: 
	A organização do mercado de trabalho não possui um único modelo. Suas variáveis são infindáveis, exigindo do arcabouço jurídico inúmeras normas peculiares espelhadas nas diversas experiências dos países centrais. Todavia, é possível estabelecermos três modelos trabalhistas essenciais. 
	A Normatização Autônoma e Privatística pressupõe a legitimação do conflito inter partes. As normas são produzidas a partir da dinâmica do conflito estabelecida entre os sindicatos, associações profissionais e empregadores. Têm-se como exemplo os sistemas inglês e norte-americano (destaque para acordos e convenções coletivas). 
	Na Normatização Privatística Subordinada a criação da norma se dá pelas partes, seguindo processo heterônomo regulamentado pelo Estado, ou seja, a sua essência é privatística. Todavia, sua liberdade de criação está cerceada pela atuação do Estado. O Direito do Trabalho Francês é um exemplo deste modelo. 
	Este último, entitulado Modelo Autoritário, desconsidera a dinâmica da relação conflituosa entre as partes, através de normas proibitivas expressas (atuação direta do Estado) ou de forma indireta onde o Estado descreve de forma minuciosa as relações entre as partes e as práticas para a solução dos conflitos. São exemplos de “justrabalhismo autoritário” os sistemas Italiano, Alemão e Brasileiro. 
EVOLUÇÃO NO BRASIL: 
	Em 1824, a Constituição do Império, que foi inspirada nos princípios exaltados durante a Revolução Francesa, assegurou ampla liberdade para o trabalho e aboliu as corporações de ofício. 
	Alguns anos depois, em 1950, é elaborado o Código Comercial – primeiro Código Nacional – estabeleceu regras relativas ao Processo, ao Direito Civil e ao Direito do Trabalho, sendo, portanto, referência à elaboração dos Códigos posteriores. 
	Mencionava a relação entre o armador e seus tripulantes, versando acerca da possibilidade de aviso prévio, da justa causa, da indenização pela rescisão sem justa causa do contrato a termo, bem como da garantia de salário em caso de acidente. 
	Em 1871, iniciou-se a liberdade dos escravizados, com a promulgação da Lei do Ventre, que estabelecia que os filhos de escravas nasceriam livres, e não escravos. Logo depois, em 1885, é elaborada a Lei Saraiva Cotegipe, ou Lei dos Sexagenários, que libertou os escravos com idade acima de 60 anos após o cumprimento de mais de três anos de trabalho espontâneo. 
	Todavia, a liberdade dos escravos teve seu auge com a Lei Áurea, em 1888, que foi a lei mais importante do império, tendo em vista que aboliu a escravidão. Foi um marco referencial na história do Direito do Trabalho Brasileiro, segundo Godinho: 
[...] ela cumpriu papel relevante na reunião dos pressupostos à configuração desse novo ramo jurídico especializado. De fato, constituiu diploma que tanto eliminou da ordem sociojurídica relação de produção incompatível com o ramo justrabalhista (a escravidão), como, em consequência, estimulou a incorporação pela prática social da fórmula então revolucionária de utilização da força de trabalho: a relação de emprego.(2010, p. 100). 
	Assim, a abolição da escravidão mudou a realidade do Brasil, com a abertura de espaço significativo para o surgimento das condições viabilizadoras do Direitodo Trabalho. 
	A partir daí, embora tenha havido o aumento da mão-de-obra desqualificada e desempregada, eis que não havia mercado de trabalho que suportasse a demanda, a relação empregatícia se apresentou, de modo significativo, no segmento agrícola cafeeiro e, principalmente, na emergente industrialização em São Paulo e no Rio de Janeiro. 
	No ano de 1890, através de um aviso do Ministro da Agricultura, foi determinada a concessão de férias anuais remuneradas de 15 dias para os ferroviários da Estrada de Ferro Central do Brasil. 
	Em 1891, foi promulgada nova Constituição, que reconheceu a liberdade de associação, promoveu a garantia ao livre exercício de qualquer profissão moral, intelectual e industrial, e introduziu um capítulo dedicado a Ordem Econômica e Social. 
	No mesmo ano, através do Dec. 1313/91, foi proibido o trabalho do menor de 12 anos em fábricas, sendo fixada a jornada de sete horas de trabalho para menores entre 12 a 15 anos, para o sexo feminino, e entre 12 e 14 anos, para o sexo masculino. 
	A primeira norma sobre sindicalização e organização sindical surge em 1903, com o Decreto 974/03, e em 1907, foi garantida pelo Decreto 1.637/07 a Organização Sindical dos urbanos. 
	Mais tarde, no Código Civil de 1916 havia previsão acerca da locação de serviços, sendo que parte das suas disposições era aplicada às relações de trabalho, como aviso prévio, contrato determinado, dentre outros. 
	Em 1919, surge a legislação acidentária do trabalho, acolhendo, com algumas limitações, o princípio do risco profissional. 
	Em 1923, a Lei Elói Chaves (Lei 4.682/23), criou a estabilidade decenal apenas para os ferroviários e instituiu o Conselho Nacional do Trabalho, no âmbito do Ministério da Agricultura, Indústria e Comércio. 
	No ano de 1927, o Decreto 17.934-A, conhecido como Código de Menores, estabeleceu a idade mínima de 12 anos para o trabalho, bem como proibiu o trabalho noturno e em minas de subsolo. 
	No período entre 1930 e 1943, ocorreu a fase de institucionalização, ou oficialização do Direito do Trabalho. De acordo com Maurício Godinho: 
Essa fase tem seu marco inicial em 1930, firmando a estrutura jurídica e institucional de um novo modelo trabalhista até o final da ditadura getulista (1945). Terá, porém, o condão de manter seus plenos efeitos ainda sobre quase seis décadas seguintes, até pelo menos a Carta Constitucional de 1988. (2010, p. 103). 
	Nesta fase ocorreu uma intensa atividade administrativa e legislativa do Estado, juntamente ao novo paradigma sociopolítico que se instaurava no país, a hegemonia do segmento agroexportador do café. 
	Um Estado amplamente intervencionista passa a atuar na área da questão social, através da repressão ao movimento operário, bem como da criação de minuciosa legislação, inserindo um novo modelo do sistema justrabalhista. 
	No ano de 1930, Getúlio Vargas tornou-se Presidente da República, criando, no mesmo ano, o Ministério do Trabalho, Indústria e Comércio. A partir deste momento, surgiram vários decretos legislativos que versavam sobre previdência social e sobre as relações trabalhistas. 
	Em 1931, através do Decreto 19.770, é criada a estrutura sindical oficial, com base no sindicato único, submetida ao reconhecimento pelo Estado. 
	A Constituição de 1934, elaborada sob a influência do constitucionalismo social (Constituição de Weimar), foi a primeira que elevou os direitos trabalhistas ao status constitucional, como jornada de 8 horas, férias, repouso semanal, pluralidade sindical, indenização por despedida imotivada, salário mínimo (instituído pela Lei nº. 186/36), e criação das Comissões Mistas de Conciliação e Julgamento, ou seja, da Justiça do Trabalho. 
	Com o Golpe de Estado de Getúlio Vargas em 1937, foi instituído o regime ditatorial, sendo outorgada uma nova constituição, com apoio das Forças Armadas. A Constituição de 1937 tinha índole corporativa e, no campo dos direitos individuais, manteve os direitos assegurados pela antiga Constituição, garantindo, também os direitos coletivos, tais como: reconhecimento dos sindicatos, imposição da contribuição sindical e unicidade sindical, além de prever o contrato coletivo de trabalho. Foi instituído o sindicato único, porém sob a intervenção do Estado, a greve e o lockout foram considerados recursos antissociais. 
	Esta Constituição marca uma fase intervencionista do Estado inspirada na Carta Del Lavoro e na Constituição Polonesa, na qual prevalecia o lema: “Tudo é o Estado, tudo conforme o Estado, e nada contra o Estado”. 
	Com o Decreto-Lei nº 5.452 de 01.05.1943, houve a aprovação da Consolidação das Leis do Trabalho – CLT. 
	Após Getúlio Vargas ser deposto, em 1945, foi promulgada a Constituição de 1946, que foi considerada uma norma democrática. Nela estava previsto o reconhecimento do direito de greve, a participar do lucro das empresas, o repouso semanal remunerado, a estabilidade decenal, dentre outros. 
	Trinta anos depois do golpe do Estado Novo, em 1967, o Brasil ganhou uma nova constituição autoritária, entretanto, nos moldes de ditadura latino-americana. A Constituição de 1967 manteve os direitos já estabelecidos anteriormente. 
	Esta Constituição recebeu a Emenda Constitucional nº 1, em 1969, que dispôs acerca do imposto sindical e proibiu o direito de greve para o Serviço Público e atividades essenciais. 
Ao longo dos anos, foram sendo elaboradas leis esparsas como: a Lei 5.859/72 (domésticos); a Lei 5.889/73 (trabalhador rural); a Lei 6.019/74(trabalhador temporário); e a Lei 7102/83 (vigilantes). 
	No período entre 1987 e 1988, ocorreu uma fase no Direito do Trabalho de superação democrática das linhas centrais do antigo modelo corporativista. Neste momento há uma total desarticulação das normas estatais trabalhistas. 
	Nos dizeres de Delgado, 
A crise e a transição do Direito do Trabalho, que despontaram na Europa Ocidental a partir de meados ou fins da década de 1970, fizeram se sentir tardiamente no Brasil, ao longo da década de 1990 – em pleno processo de transição democrática desse ramo jurídico instigado pela Constituição de 1988. Essa coincidência temporal de processos – o de democratização, de um lado, e, de outro, o de desarticulização radical do ramo justrabalhista – torna dramática a presente fase brasileira de crise e transição do Direito do Trabalho. (2010, p. 108). 
	A normatização privatística, mas subordinada, é o modelo mais compatível com a Democracia e com o padrão econômico, social e cultural do Brasil, que estabelece uma combinação do intervencionismo estatal com a participação da sociedade civil no Direito Trabalhista. 
	Isso significou, no Brasil, a necessidade de reconhecimento dos poderes de negociação coletiva, que não pode prevalece se se concretizar através da renúncia de direitos indisponíveis (Ex.: art. 7º, VI, XIII e XIV da CF/88; art. 5º parágrafo 2º da CF/88 e normas de saúde e segurança do trabalhador.). 
	Neste contexto, foi promulgada a Constituição de 1988, buscando proteger o ser humano, ao priorizar o conceito coletivo e social, em detrimento do conceito individualista e privatista, garantindo a dignidade da pessoa humana. 
	Os direitos trabalhistas incluídos no Capítulo II, “Dos Direitos Sociais”, do Título II, “Dos Direitos e Garantias Fundamentais”, da Constituição, sendo inserido em seu artigo 7º, os direitos individuais e tutelares do trabalho, visando garantir a melhoria da condição social e fornecer instrumentos para a flexibilização de direitos trabalhistas. 
	Existe, ainda, neste ordenamento jurídico, disposição relativa ao sindicato e suas relações (artigo 8º); especificação das regras referentes ao direito de greve (artigo 9º); disposição sobre a participação dos trabalhadores em colegiados (artigo 10º); dentre outros. 
	Em 1999, a Emenda Constitucional nº 24, transformou as Juntas de Conciliação e Julgamento em Varas do Trabalho. E, em 2004, houve a ampliação dacompetência da Justiça do Trabalho, com a Emenda Constitucional nº 45, incluindo controvérsias relativas a outras relações trabalhistas. 
CONSIDERAÇÕES
	Com o surgimento da sociedade capitalista que defende os meios de produção, e a economia de mercado com base na livre iniciativa, é que o vocábulo trabalho teve uma nova conotação. Mas, ainda assim, os detentores do capital têm o trabalho como mercadoria e os trabalhadores se submetem a condições laborais degradantes, pois necessitam do salário (preço do trabalho), para o seu próprio sustento e de sua família. 
	O trabalho deixa de ser eminentemente agrário, criando o trabalho industrial que teve o seu início como o uso da eletricidade, do motor a combustão, da química orgânica, dos materiais sintéticos e da manufatura de precisão, sendo o trabalho administrado por princípios de gerenciamento e organização baseados no modelo taylorista-fordista, eliminando a “porosidade”, ou seja, o tempo não utilizado pelas tarefas produtivas. 
	Neste sistema, a produção era estocada e a empresa verticalizada, com total controle de todas as áreas e fases da produção num único local. Neste contexto surge o Estado do bem estar social, welfare state, direito de segunda geração, ou segunda dimensão, onde os governos têm como objetivo proporcionar aos cidadãos um padrão de vida mínimo, valorizando o trabalho, através da regularização dos salários e programas de assistência social. 
	Porém, na década de 60, com o aumento dos custos da mão de obra além das conquistas sociais, entramos em processo de colapso, que se acentua na década de 70, trazendo recessão e diminuição do consumo, causando o fechamento de empresas e consequentemente, o desaparecimento das “vagas”. 
	O Estado, então, começa a reavaliar o seu modelo que resultou na diminuição de gastos públicos, intensificação das privatizações e tendência à desregulamentação e flexibilização do processo produtivo. 
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA 
CASSAR, Vólia Bomfim. Direito do Trabalho. 4ª Ed. Niterói: Impetus, 2010. 
DELGADO, Maurício Godinho. Curso de Direito do Trabalho. 9ª Ed. São Paulo, LTr, 2010. 
ESTUDO DIRIGIDO
Qual foi a primeira forma de trabalho?
O que vem a ser corporação de ofício? 
O que ocorreu com o Direito do Trabalho na Revolução Industrial? 
Quando surgiu a CLT?
Qual é a importância da Constituição/88 para o Direito do Trabalho?
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