Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
03/10/2017 1 Mudanças Climáticas Mudanças Climáticas GlobaisGlobais DISCIPLINA:DISCIPLINA: Conservação da Biodiversidade PROFESSORA: PROFESSORA: Ana Gabriela Delgado Bieber EE--MAIL: MAIL: gabieber@gmail.com Sumário 1) Contextualização do problema 2) Mudanças climáticas em períodos passados 3) Indícios das mudanças climáticas na Atualidade 4) Previsões de mudanças para o séc. XXI 5) Iniciativas para conter as atuais mudanças climáticas 6) Principais efeitos das mudanças climáticas sobre as espécies Mudanças Climáticas Globais Carvão mineral e carvão vegetal usados para gerar energia em fábricas. Posteriormente também o petróleo passa a ser usado Revolução Industrial Queima de Combustíveis para o Transporte (de Cargas ou Pessoas) Desmatamento de Grandes Áreas Florestais Resultado: Aquecimento Global Fonte: IPCC; Figura: Begon, 2006 03/10/2017 2 Resultado: Alterações no Padrão de Precipitação Fonte: www.ipcc.ch Resultado: Aumento do Nível do Mar Fonte: www.ipcc.ch No estudo da poluição atmosférica, distinguem-se três grandes problemas globais: � o Efeito Estufa (Mudanças Climáticas) � o Buraco na Camada de Ozônio � a Chuva Ácida Mudanças no Clima: uma Conseqüência da Poluição • O clima da Terra está em constante mudança desde sempre • Os seres vivos sempre precisaram se adaptar às novas condições ambientais, a fim de sobreviver e se reproduzir • Espécies que não se adaptavam, extinguiam-se • Para muitas espécies, essa mudança significa movimento. • Estabelecer-se em outra área com condições climáticas mais adequadas Clima em Épocas Passadas Fonte: http://www.biohabitats.com. Thoughts on Climate-Driven Species Movement Exemplo: Mudanças Climáticas do Pleistoceno Pleistoceno durou de 2,6 milhões a 11,7 mil anos atrás Fonte: www.scotese.com Exemplo: Mudanças Climáticas do Pleistoceno 03/10/2017 3 • Glaciações são devidas provavelmente à variação da posição da Terra relativamente ao Sol e à conseqüente alteração na energia solar recebida principalmente no Hemisfério Norte -> ciclos de Milankovitch •16 ciclos de glaciação no Pleistoceno - com fases de 50.000 - 100.000 anos • 4 mais importantes (na Europa – Würm, Riss, Mindel e Günz; na América do Norte, Wisconsin, Illinois, Kansas e Nebraska) • Períodos glaciais (frios e secos) eram intercalados por períodos interglaciais (quentes e úmidos) • O aquecimento pós-glacial foi de cerca de 8°C (última Era do Gelo acabou há 20.000 anos atrás) Exemplo: Mudanças Climáticas do Pleistoceno Exemplo: Mudanças de distribuição após última glaciação Pleistocênica • Mudanças na distribuição de 4 spp. de plantas na América do Norte após o último período glacial • Dados foram baseados em grãos de pólen depositados em lagos e brejos • Distribuição pretérita de plantas é bem melhor conhecida do que a de animais Fonte: Ricklefs 2010 Dois grandes pontos diferenciam as mudanças climáticas observadas atualmente das mudanças passadas: 1) Rotas de migração - Para algumas espécies existem rotas. Ao alterar a paisagem em nome do desenvolvimento, agricultura e infra-estrutura, nós, humanos, dificultamos a movimentação natural dessas espécies na paisagem. 2) Ritmo da mudança climática - Cientistas do clima alertam que a taxa de variação durante o próximo século será pelo menos 10 vezes mais rápida do que qualquer mudança de clima nos 65 milhões de anos anteriores. • Mas espécies também tem mudado sua distribuição mais rapidamente do que esperado pelos cientistas Mudanças Climáticas: Pleistoceno x Antropoceno Fonte: http://www.biohabitats.com. Thoughts on Climate-Driven Species Movement •Acredita-se que a elevação da temperatura do ar na superfície terrestre desde a Revolução Industrial até hoje teria sido de 0,8°C. •Os cientistas apontam que é provável que o planeta se aqueça pelo menos 1,5°C até o fim deste século. •Na maioria dos cenários, é provável que o aquecimento global ultrapasse os 2°C, resultando em eventos climáticos extremos mais intensos e frequentes. Aquecimento Global Atual Tais mudanças poderiam resultar no: � derretimento das calotas polares; � com conseqüente aumento no nível do mar; � grandes mudanças no padrão climático global; � e na distribuição das espécies. Aquecimento Global Atual GEEs - Gases do Efeito Estufa O CO2 e demais gases (CH4, N2O) do efeito estufa ocorrem naturalmente na atmosfera. Sem esses gases a Terra seria inadequada, muito fria pra sobrevivência – porque a maior parte da luz absorvida pela superfície da Terra seria irradiada de volta ao espaço. GEEs e Efeito Estufa 03/10/2017 4 Mantém a temperatura média da Terra e viabiliza a existência de vida. Efeito Estufa - Natural Maior intensidade da liberação, aumento da temperatura da Terra. Efeito Estufa - Antropogênico Aumento da Temperatura Maior intensidade da liberação, aumento da temperatura da Terra. Efeito Estufa - Antropogênico Aumento da Temperatura Antes de 1850, a concentração de CO2 na atmosfera era na ordem de 280ppm. Durante os últimos 150 anos, ela aumentou para mais de 350ppm. Metade desse aumento ocorreu durante os últimos 30 anos, e continua crescendo! Emissões de CO2 Fonte: Ricklefs 2010 Aumento na Concentração de GEEs na Atmosfera Fonte: www.ipcc.ch 10000 5000 0 Tempo (antes de 2005) 10000 5000 0 Tempo (antes de 2005) 10000 5000 0 Tempo (antes de 2005) CO2 CH4 N2O Emissões por tipo de GEE, segundo o Inventário Brasileiro das Emissões e Remoções Antrópicas de Gases de Efeito Estufa, de 30 de novembro de 2009 Período do inventário, de 1990 até 2005 Emissões de GEEs no Brasil 03/10/2017 5 Principais fontes de emissão de GEEs, segundo o Inventário Brasileiro das Emissões e Remoções Antrópicas de Gases de Efeito Estufa. Emissões de GEEs no Brasil Principais fontes de emissão de CO2, segundo o Inventário Brasileiro das Emissões e Remoções Antrópicas de Gases de Efeito Estufa. Emissões de CO2 no Brasil • Criado em 1988 pela Organização Meteorológica Mundial e pelo Programa Ambiental das Nações Unidas. • O objetivo do IPCC é fornecer informações técnicas, científicas e socioeconômicas, de forma relevante e sem posicionamento específico, visando embasar decisões governamentais. • Constatação de que as alterações climáticas são principalmente provocadas por CO2 emitido pela queima de combustíveis fósseis. • Em 2007, o IPCC e AL Gore dividiram o premio Nobel da Paz, pelo trabalho de ambos na conscientização da comunidade e das lideranças mundiais para o problema e as conseqüências da mudança climática. http://www.ipcc.ch/organization/organization_history.shtml Relatórios: 1) IPCC Assessment Report -1990 2) IPCC Assessment Report -1995 3) IPCC Assessment Report – 2001 4) IPCC Assessment Report – 2007 5) IPCC Assessment Report – 2013-2014 6) IPCC Assessment Report – 2022 (expectativa) http://www.ipcc.ch/organization/organization_history.shtml Segundo o quinto relatório do IPCC, publicado em 2014, há 95% de certeza científica que as alterações no clima são causadas pelas atividades humanas. Previsões do IPCC Previsões do IPCC (2014) - Temperatura O relatório reforçou que o aumento poderia ser limitado a 2ºC, se uma grande mudança na matriz energética e no consumo acontecer. 03/10/2017 6 Previsões do IPCC (2014) – Gelo no Ártico Previsões do IPCC (2014) – Nível do Mar Previsões do IPCC (2014) – pH do Oceano � Recursos hídricos: possível redução da oferta de água potável em certas regiões, maior incidência de secas e aumento de disputas por água; � Biodiversidade: projeções sugerem uma elevação do risco de extinção de espécies no século 21 por pressões como poluição e aumento das espécies invasoras; Previsõesdo IPCC 2014 – Principais Impactos � Ecossistema marinho: risco de diminuição das populações em zonas tropicais devido ao aumento da temperatura e à acidificação. Rendimentos de pesca devem cair � Produção de alimentos: certos cultivos em áreas tropicais (como arroz, trigo e milho na América do Sul) podem sofrer impacto negativo. Previsões do IPCC 2014 – Principais Impactos � Amazônia: ameaça de savanização devido ao aumento da temperatura; � Inundações: populações de áreas costeiras devem sofrer com aumento do nível do mar. Nas cidades, maior quantidade de chuvas deve causar enchentes e deslizamentos de terra. Previsões do IPCC 2014 – Principais Impactos 03/10/2017 7 Principais Iniciativas Globais para Conter as Emissões de GEEs e as Mudanças Climáticas • Segunda Conferência das Nações Unidas para o Meio Ambiente e Desenvolvimento, realizada no Rio de Janeiro, contou com a participação de mais de 160 líderes de Estado que assinaram a Convenção Marco Sobre Mudanças Climáticas. • Estabelecimento de metas para que os países industrializados permanecessem no ano de 2000 com os mesmos índices de emissão de CO2 de 1990. • Agenda 21 - plano de ação para ser adotado global, nacional e localmente, por organizações do sistema das Nações Unidas, governos e pela sociedade civil, em todas as áreas em que a ação humana impacta o meio ambiente Protocolo de Kyoto - 1997 • Ratificado em 1998; em vigor desde 2005. • Objetivo: reduzir em 5,2% em relação ao nível de 1990, as emissões de gases poluentes responsáveis pelo efeito estufa e aquecimento global entre 2008 e 2012. • Medidas para atingir as metas de redução: • aumento da eficiência energética em setores relevantes da economia; • promoção de práticas sustentáveis de manejo florestal, florestamento e reflorestamento; • promoção de formas sustentáveis de agricultura; • promoção e pesquisa de tecnologias de seqüestro de dióxido de carbono. • Acordo não atingiu seus objetivos iniciais, pois entre os anos de 2005 e 2012 houve um aumento da emissão mundial destes gases em 16,2%. • Apenas países desenvolvidos (listados no Anexo 1) eram obrigados a cumprir metas absolutas de cortes de emissão de CO2 • Criação de três mecanismos de mercado, ou de “flexibilização”: • Comércio de emissões (entre países desenvolvidos) • Implementação conjunta (projetos de redução de emissões bancados por países desenvolvidos em nações do ex-bloco socialista) • Mecanismo de Desenvolvimento Limpo, ou MDL (projetos de redução de emissões bancados por países industrializados nos países em desenvolvimento ou subdesenvolvidos): • Esses países ganham créditos de Reduções Certificadas de Emissões (RCE) - “créditos de carbono”. Protocolo de Kyoto - 1997 Cerca de 100 países ratificaram o documento. Protocolo de Kyoto - 1997 • na Rio-92, se criou a Convenção de Mudanças Climáticas (UNFCCC – United Nations Framework Convention for Climate Change), que começou a vigorar em 21 de março de 1994, e atualmente conta com 195 países-membro. • Todos os anos a partir de 1995, ocorre a Conferência das Partes (COP) para reavaliar objetivos e ações propostas pela Convenção: • COP1 – Berlin • COP3 – Kyoto • COP20 - Lima • 21ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP21) realizada em dezembro de 2015, Paris COP 21, Paris 03/10/2017 8 • Ápice de mais de 20 anos de negociações • 195 países e a União Européia produziram um dos documentos mais importante do século XXI: acordo universal que define como a humanidade combaterá o aquecimento global nas próximas décadas • Coalizão de Alta Ambição – aliança liderada pelas Ilhas Marshall, inclui os países-ilha e os países mais vulneráveis além de gigantes econômicos (como EU, EUA e Brasil), mas não teve adesão de China e Índia. • Novo acordo passará a vigorar em 2020 Fonte: http://www.observatoriodoclima.eco.br/ Fonte: http://www.oeco.org.br/especiais/cop21/ COP 21, Paris Intended Nationally Determined Contributions(INDCs) •Plano que define as medidas que cada país adotará para cortar emissões de gases de efeito estufa e para proteger sua população, seus ecossistemas e sua infra-estrutura dos efeitos das mudanças climáticas. • Segundo o ex-presidente do México, Felipe Calderón, as metas não têm peso de lei mas são “socialmente vinculantes” • Nações tinham que submeter INDCs para a UNFCCC (Convenção de Clima das Nações Unidas) antes da COP21 •Consulta:http://www4.unfccc.int/submissions/INDC/Submis sion%20Pages/submissions.aspx COP21 – Acordo de Paris • “Conter o aumento da temperatura média global em bem menos do que 2oC acima dos níveis pré-industriais e envidar esforços para limitar o aumento de temperatura a 1,5oC acima dos níveis pré-industriais, reconhecendo que isso reduziria de maneira significativa os riscos e os impactos da mudança climática”. • Revisões das INDCs a cada cinco anos das metas, a partir de 2023; • Financiamento de US$ 100 bilhões por ano dos países desenvolvidos para países em desenvolvimento. Em 2025 pode ser definida nova cifra. • Mecanismo de perdas e danos, para apoiar os países mais vulneráveis em relação a impactos inevitáveis. Fonte: http://www.observatoriodoclima.eco.br/ Fonte: http://www.oeco.org.br/especiais/cop21/ COP21 – Detalhes ausentes no texto final • Retirada menção ao objetivo de longo prazo de descarbonizar a economia, ou de atingir a neutralidade de carbono, ou de cortar no mínimo 70% das emissões mundiais de gases-estufa até 2050. • Meta de temperatura não vem acompanhada de um roteiro dizendo como o mundo pretende limitar o aquecimento a menos de 2oC ou a 1,5oC. • Segundo cientistas do clima, meta estabelecida não é baseada nos fatos. Fonte: http://www.oeco.org.br/especiais/cop21/ François Hollande, presidente francês, Laurent Fabius, presidente da COP21, e Ban Ki-Moon, secretário-geral das Nações Unidas, comemoram o novo acordo do clima. INDC do Brasil • Brasil é o 12º maior emissor de CO2 • Meta: reduzir até 2025 suas emissões de gases em 37% em relação a 2005 e indicação de chegar a 43% em 2030. • Ressalva: Atualmente, já reduziu 41% do que foi emitido em 2005, graças à redução do desmatamento. • Pode usar mercado de créditos de carbono. INDC dos EUA • Meta: reduzir até 2025 suas emissões de gases entre 26 e 28% em relação aos níveis de 2005 • Não está considerando nenhuma contribuição do mercado internacional de créditos de carbono 03/10/2017 9 INDC da União Européia • União Européia: 28 países membros • Meta: reduzir até 2030 suas emissões de gases de efeito estufa em pelo menos 40% em relação aos níveis de 1990 • Não está considerando nenhuma contribuição do mercado internacional de créditos de carbono INDC de Palau • Meta indicativa: reduzir até 2025 suas emissões de gases de efeito estufa em 22% em relação aos níveis de 2005 ao aumentar uso de energia renovável e aumentar eficiência energética. • Não está considerando nenhuma contribuição do mercado internacional de créditos de carbono Pesquisa Voltada ao Assunto – Mudanças Climáticas e Biodiversidade Revistas voltadas ao assunto: • Global Environmental Change – desde 1990 – Impact Factor (2015): 5,679 • Global Change Biology – desde 1995 – Impact Factor (2015): 8,444 Maioria dos trabalhos concentra-se em plantas e vertebrados: • Maior interesse do público leigo • Maior conhecimento científico (taxonomia, fisiologia, ecologia) • Maior interesse econômico Principais mudanças em espécies/comunidades: • fenologia • distribuição geográfica • perda de interações Pesquisa Voltada ao Assunto – Mudanças Climáticas e Biodiversidade Fenologia - Plantas florescem mais cedo � Artigo publicado em 2002 na Science por Alastair Fitter e seu pai,Richard Fitter. � Como hobby, Richard anotava a data do primeiro florescimento de plantas, a chegada de aves na primavera, as datas de partida das borboletas ao final do verão e outros sinais da passagem das estações. � Análise dos dados de florescimento de 385 spp. de plantas nas imediações de Oxford (Inglaterra), por 47 anos, forneceu indícios claros que a maioria das spp. têm começado a florescer mais cedo (em média, 4,5 dias) – ou seja, para elas a primavera chega mais cedo. Fonte: http://www2.uol.com.br/sciam/reportagens/quando_a_primavera_chega_mais_cedo.html Alterações na temperatura e outros aspectos do clima proporcionam uma mudança nos padrões físico-químicos sobre os quais os nichos das espécies estarão sobrepostos no futuro -> Condições & Recursos são afetados As unidades de conservação já estabelecidas para espécies- chave poderão estar nos lugares errados, e as espécies atualmente apropriadas para projetos de restauração podem não ter mais sucesso. Além disso, é provável que cada uma das regiões do mundo esteja sujeita a um novo conjunto de espécies invasoras, pragas e doenças. Mudanças na distribuição das espécies 03/10/2017 10 Exemplo: Formigas e Plantas da Região Florística do Cabo, África do Sul •Vegetação arbustiva sempre- verde, de clima semi-árido, dominada por plantas dependentes de fogo; •Um dos hotspots de biodiversidade; •Mais de 6.000 plantas endêmicas: •20% das plantas são mirmecocóricas •Região considerada sensível às mudanças climáticas: •Aumento de 1,8ºC nos próximos 50 anos Fonte: Botes et al. 2006 Exemplo: Formigas e Plantas da Região Florística do Cabo, África do Sul • Coleta de formigas com pitfalls em 17 faixas altitudinais • Pelo menos, 4 spp. mirmecocóricas • Temperatura, juntamente com altitude e atributos vegetacionais, explicaram grande parte da variação na composição de formigas Baseado em: Botes et al. 2006, Ants, altitude and change in the northern Cape Floristic Region. J. Biogeogr. 33: 71-90 Fonte: Botes et al. 2006 Exemplo: Formigas e Plantas da Região Florística do Cabo, África do Sul • Formigas características das maiores altitudes seriam perdidas • A formiga mirmecocórica Camponotus niveosetosus seria substituída por uma outra mirmecocórica, Tetramorium quadrispinosum • Não haveria apenas efeito unidirecional: clima -> vegetação -> formigas Fonte: Botes et al. 2006 A partir destes resultados, Botes et al. (2006) prevêem que as alterações climáticas terão os seguintes efeitos sobre as formigas: C. niveosetosus T. quadrispinosum Provável Extinção de Espécies com Distribuição Restrita Espécies com distribuição restrita podem vir a se extinguir porque não conseguem colonizar os novos lugares propícios: • Existência de barreiras geográficas (como montanhas, grandes rios, etc.) • Ocorrência em fragmentos isolados aliada a uma baixa capacidade de dispersão da espécie Exemplo Hipotético: Atta robusta, a saúva da restinga Baseado em : Teixeira et al. 2008. Atta robusta: endemismo, extinção ou ausência de estudos? In: Vilela et al. (eds.). Insetos Sociais – da Biologia à Aplicação. Editora UFV. Fonte: Teixeira et al. 2008 • Atta robusta encontra-se apenas nas restingas do RJ e ES • Barreira geográfica ao sul seria a Serra do Mar • Com cenário futuro de aumento de temperatura e aumento do nível do mar, a saúva preta provavelmente não conseguiria se dispersar para o sul ou para o interior Fonte: Teixeira et al. 2008 Exemplo Hipotético: Atta robusta, a saúva da restinga 03/10/2017 11 • Estudo na Ilha de Guriri – ES mostrou que a espécie interage com diásporos de 36 spp. de plantas na restinga • Sementes são abandonadas em trilhas ou sobre o ninho – maior densidade de plântulas nestes locais • Solo do ninho deve ser mais rico que o solo da restinga Fonte: Teixeira et al. 2008 Exemplo Hipotético: Atta robusta, a saúva da restinga Perda hipotética de Atta robusta pode também significar perda de interações Pesquisa com 704 espécies de corais revelou que aproximadamente 33% delas estão ameaçadas de extinção com o crescente aumento de temperatura do planeta. http://www2.uol.com.br/sciam/noticias/aquecimento_global_ameaca_recifes_de_corais.html Recifes de Corais Ameaçados Esses organismos constroem estruturas que sustentam uma grande quantidade de seres marinhos. Se eles perdem espaço no oceano, também são prejudicados peixes, moluscos, lulas, crustáceos e caranguejos, entre outros. Recifes de Corais Ameaçados As principais ameaças aos corais estão ligadas à poluição e mudanças climáticas: - Branqueamento: devido à perda das algas zooxantelas simbióticas que geralmente vivem dentro dos corais (sendo responsáveis por parte de sua alimentação e pela sua cor característica); - Acidificação dos oceanos: os esqueletos de recifes de corais são formados a partir dos íons carbonato presentes na água do mar, o processo de acidificação dos oceanos pode reduzir a concentração desses íons; - Surgimento de doenças: corais enfraquecidos pelo branqueamento estariam ainda mais sujeitos a doenças Recifes de Corais Ameaçados http://www2.uol.com.br/sciam/noticias/aquecimento_global_ameaca_recifes_de_corais.html • O grupo de vertebrados mais ameaçado de extinção (30% das spp.) • I Congresso Mundial de Herpetologia, Inglaterra, 1989 – cientistas relataram observações a respeito da diminuição de algumas populações desses animais. • A maior parte dos declínios tem sido registrada em regiões tropicais montanhosas. • Destaque para Austrália e Américas • Relatos de declínio são mais freqüentes para espécies de médio e grande porte • Possíveis causas: • Destruição de hábitats • Chuva ácida • Inseticidas, herbicidas, fungicidas e resíduos industriais • Introdução de espécies exóticas Declínio Global de Anfíbios Fonte: Verdade et al. 2010. Rev. Estudos Avançados 64 • Mas, grande vilão seria o fungo Batrachochytrium dendrobatidis (Bd), cuja proliferação tem sido favorecida pelo aquecimento global. • Detectado em todos os continentes, menos na Antártida, ele está por trás do declínio de dezenas de espécies de anfíbios no mundo. • Duas das espécies de anfíbios mais amplamente comercializadas no mundo, a rã-touro (Lithobates catesbeianus) e a rã aquática africana (Xenopus laevis) são hospedeiras assintomáticas do Bd, transmitindo para outros anfíbios Declínio Global de Anfíbios Fonte: Verdade et al. 2010. Rev. Estudos Avançados 64 03/10/2017 12 A quitridiomicose altera a capacidade da pele dos anfíbios de fazer o balanço de íons. As concentrações no sangue se alteram e o animal acaba morrendo de ataque cardíaco. Declínio Global de Anfíbios Fonte: Verdade et al. 2010. Rev. Estudos Avançados 64 Declínio Global de Anfíbios Rã-touro (Lithobates catesbeianus), um dos vetores assintomáticos da quitridiomicose Rã-do-riacho (Hylodes magalhaesi), uma das primeiras espécies brasileiras a ser diagnosticada com a quitridiomicose. Mudanças Climáticas e Invasões Biológicas Três fatores são determinantes para o sucesso da invasão biológica: • Fatores históricos • História de vida da espécie • Adequação climática Fonte: Duncan et al 2001. J Anim Ecol; Dukes & Mooney 1999. Tree Elementos da mudança global Efeito em invasões biológicas ↑ [CO2] positivo/negativo mudança climática positivo ↑ de deposição de N positivo perturbação positivo ↑ fragmentação positivo Resumo: Principais efeitos das mudanças climáticas sobre as espécies • Efeito sobre a capacidade de espécies tornarem-se invasoras e deslocarem outras espécies • Mudança da distribuição geográfica das espécies • Com prováveis extinções caso indivíduos não sejam suficientementerápidos ou habitat esteja fragmentado • Mudança na fenologia das espécies • Interações mutualísticas entre espécies podem vir a ser afetadas por: • falta de sincronização entre espécies • aumento de produtividade da vegetação • mudança da distribuição geográfica de alguma(s) espécie(s) envolvida(s) Bibliografia utilizada • Begon et al. 2006. Ecology - from Individuals to ecosystems. • Primack & Rodrigues 2001. Biologia da Conservação. (parte do Cap. 2) • Ricklefs 2010. A economia da natureza, 6ª edição. Editora Guanabara Koogan, Rio de Janeiro. (pags 397-400, pags 517- 519) • Smith & Smith 2006. Elements of Ecology. 6th edition. • http://www.observatoriodoclima.eco.br/ •http://www.oeco.org.br/tag/cop21/ •http://www.scientificamerican.com/report/do-or-die-the-global- climate-summit-in-paris/?WT.mc_id=SA_ENGYSUS_20151210 •http://www.cambioclimatico.org/tema/introduccion-al-cambio- climatico •https://www.cdp.net/en-US/Pages/HomePage.aspx •http://agencia.fapesp.br/os_desafios_brasileiros_para_o_cumpri mento_das_metas_de_reducao_de_emissoes_de_co2_/22423/ •http://www.ipcc.ch
Compartilhar