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A GESTÃO ESCOLAR E OS DESAFIOS DA EDUCAÇÃO DE ALUNOS SURDOS nota maxima

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A gestão do ensino e os desafios da educação inclusiva: sobretudo o processo de ensino e aprendizagem de alunos surdos.
MARINHO, Ingrid Carolyne Gonçalves[1: Graduação em Licenciatura em Pedagogia pela Uniabeu, Rio de Janeiro – RJ. Pós Graduação em Docência e Gestão do Ensino Superior pela Universidade Estácio de Sá, Rio de Janeiro - RJ. E-mail: ingridgonçalvesmarinhoo@gmail.com. Orientador: Luciane Dias Rodrigues.]
Resumo
Na busca da compreensão sobre o papel da gestão escolar diante do desafio de postular uma educação inclusiva, principalmente em relação ao processo educativo de alunos surdos interpretou-se o tipo de gestão mais eficiente para promover uma educação de qualidade para todos assimilando os desafios e percepções que precisam ser enfrentados para conseguir na prática as aplicações teóricas a respeito da inclusão. Através de uma pesquisa qualitativa de natureza descritiva com delineamento em estudos bibliográficos relacionou-se os desafios da docência para com o processo de ensino e aprendizagem que valorize as diferenças proporcionando estratégias e recursos pedagógicos como meio de proporcionar a igualdade no desenvolvimento das aquisições do saber de qualidade a todos os alunos, inclusive para os que têm necessidades educacionais especiais, como é o caso dos alunos surdos. A gestão democrática é o tipo de administração escolar que envolve a participação de todos os atores inerentes ao desenvolvimento do ensino escolar, por isso é a dimensão participativa que descentraliza o poder único fazendo com que todos participem dos processos de organização e também das tomadas de decisões envolvendo a participação de todos na busca de uma educação que inclui e promove a igualdade.
Palavras-Chave: Gestão do Ensino, Educação Inclusiva, Alunos Surdos.
Introdução
O objetivo de uma educação de qualidade é pautado, garantido e resguardado pelas legislações vigentes, para que seja eficaz diante da formação plena do sujeito e que seus desdobramentos sejam estendidos a todos os educandos, de forma que a educação se adeque as necessidades e peculiaridades de cada um.
Uma educação para todos considera o educando como sujeito central do processo de ensino e aprendizagem, valorizando suas conquista, considerando seu tempo de aprendizagem e assegurando meios para que ela se desenvolva independentemente de suas necessidades em relação á aquisição de conhecimentos.
Atender o alunado especial com qualidade requer modificações na estrutura organizacional da instituição de ensino e adaptação do conteúdo curricular escolar para que eles tenham todas as oportunidades de se desenvolver plenamente, assim como o aluno que não necessita de recursos especiais.
Uma educação que se preocupa com a inclusão deve ter uma orientação educacional preocupada com a organização estrutural o qual a escola esta fundamentada, de maneira que todas as esferas educativas estejam voltadas para a valorização das diferenças e buscas de equidade no processo de ensino e aprendizagem em todos os seus níveis.
Por ser necessário e inerente á uma educação do futuro, parte integrante de uma sociedade justa de direitos e valores, que respeite a pessoa em si e o educando como ator principal da educação escolar, valorizando suas diferenças e adaptando as suas necessidades e condições de aprendizagem frente ao processo de ensino, a gestão escolar precisa ser imponente para fazer acontecer na prática à teoria da educação inclusiva de qualidade voltada para todos os educandos.
Se realmente desejamos uma sociedade justa e igualitária, em que todas as pessoas tenham valores iguais e direitos iguais, precisamos reavaliar a maneira como operamos em nossas escolas, para proporcionar aos alunos com deficiência as oportunidades e as habilidades para participar da nova sociedade que está surgindo. Então nessa sociedade não tem lugar para a exclusão e a segregação (STAINBACK e STAINBACK, 1999, p. 29).
Para que consiga esse efeito de forma eficaz, o gestor e toda a equipe escolar enfrentam desafios complexos, mas não impossíveis de serem superados, como a exclusão e a segregação no processo de ensino. Os quais, superados, tornam a administração do ensino e aprendizagem vigoroso, passíveis de enfrentamento e próximos a eficiência e eficácia da aprendizagem que promove o desenvolvimento pleno.
O gestor deve buscar comportamentos de pensamentos e ações cooperativas a serviço da inclusão estimulando ações de superação das desigualdades na busca do ensino eficaz. É de fundamental importância a superação dessas barreiras previsíveis e pode fazê-la através de palavras e ações adequadas que reforçam o apoio aos educadores (SAGE, 1999, p.46).
Justamente por estes desdobramentos e enfrentamentos que a gestão escolar vivência no seu processo de busca a uma educação igualitária e de qualidade que se fez necessário o estudo de tal temática, visando abarcar maiores conhecimentos a respeito do assunto. 
Dessa forma, buscou-se compreender o papel da gestão escolar diante dos esplendorosos desafios educacionais, os quais necessitam fazer valer na prática cotidiana a teoria de uma educação igualitária e de qualidade estendida a todos os educandos, visto que por lei já é resguardado e assegurado meios de desenvolvimento de tal direito.
Visando interpretar o tipo de gestão mais eficiente para se promover uma educação para todos interpretando a gestão democrática como mais eficiente diante do objetivo escolar de superação das desigualdades e equidade do processo de aquisição do saber.
Dessa maneira, relacionar-se há os enfrentamentos da gestão e da docência para com o ensino da educação de pessoas com necessidades especiais, principalmente em relação aos desafios recorrentes ao processo de ensino, em suas adaptações e recursos necessários ao bom desenvolvimento da aprendizagem, principalmente para com o alunado surdo.
Na busca da melhor metodologia para o desenvolvimento deste estudo cientifico considerou-se os apontamentos de Minayo (2003) o qual acredita na metodologia como sendo o caminho do pensamento a ser seguido, de forma a abordar um conjunto de técnicas para construir uma determinada realidade, ou seja, atividade básica da pesquisa científica.
Para Alvez-Mazzoti e Gewandsznajder (1998) dentre os tipos de pesquisas existentes tem a qualitativa que coloca o pesquisador em contato direto com o objeto de estudo, sendo essencial na construção descritiva de uma interpretação de fenômenos.
A pesquisa qualitativa não procura enumerar e/ou medir os eventos estudados, nem emprega instrumental estatístico na análise dos dados, envolve a obtenção de dados descritivos sobre pessoas, lugares e processos interativos pelo contato direto do pesquisador com a situação estudada, procurando compreender os fenômenos segundo a perspectiva dos sujeitos, ou seja, dos participantes da situação em estudo (GODOY, 1995, p.58).
Visto que o objetivo deste trabalho científico remete-se a busca de informações para interpretação de fenômenos da realidade, acredita-se que a pesquisa qualitativa seja a que melhor se adequa na busca deste conhecimento.
Dessa forma, através de uma pesquisa qualitativa de natureza descritiva com delineamento em estudos bibliográficos, definiu-se como melhor forma de conquistar os objetivos propostos e abarcar de maneira geral o desenvolvimento desta pesquisa científica.
Desenvolvimento
A educação escolar para ter a característica qualitativa de um meio eficaz de mediação do conhecimento e desenvolvimento pleno do sujeito precisa atender alguns requisitos em relação á sua estrutura de funcionamento, dinâmica de interação e participação dos profissionais envolvidos com o processo de ensino, desenvolvimento dos objetivos curriculares e formas de desempenho das atividades pedagógicas.
Uma escola se distingue por um ensino de qualidade, capaz de formar dentro dos padrões requeridos por uma sociedade mais evoluída e humanitária, onde promove a interatividade entre os alunos, entre as disciplinas curriculares, entre a escola eseu entorno, entre as famílias e o projeto escolar. Definimos um ensino de qualidade a partir de critérios de trabalho pedagógico que implicam em formação de redes de saberes e de relações que se enredam por caminhos imprevisíveis para chegar ao conhecimento. (MANTOAN, 2002, p. 62)
A escola de qualidade promove a integração das pessoas, fazendo com que pais, alunos, professores e toda comunidade escolar participem ativamente das tomadas de decisões e dos enfrentamentos em face dos diferentes caminhos que possam ser tomados para que se alcance a aquisição plena do conhecimento.
Tendo como apoio as criações de politicas públicas e as legislações vigentes a educação de qualidade busca a promoção da igualdade entre os sujeitos, independentemente de suas diferenças valoriza o educando em todos os sentidos. Garantido e fazendo valer os seus direitos fundamentais, assegurando dessa forma uma educação com superioridade voltada para todas as pessoas.
Uma educação para todos é aquela que considera os domínios e os diferentes tipos de interesses dos seus alunos, pondera a bagagem cultural que o educando já possui além daquela que ele adquire na escola, respeita as diferenças e os ritmos de aprendizagem de cada um, além de promover um ambiente inclusivo, acolhedor e valorizador do sujeito. O qual compreende as necessidades e especificidades de cada um de forma a auxiliar no desenvolvimento e assegurar a participação de todos no processo de ensino e aprendizagem. 
A educação pautada no processo de inclusão tem seus princípios baseados na justiça da igualdade, de forma que respalda o direito de todos a uma participação ativa e com condições qualitativas ao desenvolvimento de aprendizagens significativas.
Educação inclusiva não significa educação com representações e baixas expectativas em relação aos alunos, mas sim a compreensão do papel importante das situações estimulantes, com graus de dificuldade e de complexidade que confrontem os professores e os alunos com aprendizagens significativas. (SANCHES & TEODORO, 2006, p.73)
Segundo Aranha (2004) a escola inclusiva garante a qualidade de ensino educacional a cada um de seus alunos, reconhecendo e respeitando a diversidade e respondendo a cada um de acordo com as suas necessidades. De forma a promover recursos e estímulos que supram as necessidades individuais e auxiliem no desenvolvimento de todas as potencialidades do educando.
Escolas inclusivas devem reconhecer e responder as necessidades diversas de seus alunos acomodando ambos os estilos e ritmos de aprendizagem e assegurando uma educação de qualidade a todos através de um currículo apropriado dos arranjos organizados, estratégias de ensino e parceria com as comunidades. (BRASIL, 1994, p.61)
Este modelo de educação, que inclui, reconhece e promove a igualdade ao mesmo tempo em que permeia a possibilidade de acessibilidade a todos os educandos, promovendo adaptações curriculares e participação de todos no processo de ensino e aprendizagem.
No Brasil o movimento de educação para todos tem seu marco histórico frisado por dois importantes acontecimentos: A conferência mundial de educação para todos e a Declaração de Salamanca. Referências importantes para conscientização e promoção de mudanças em pró da inclusão na educação.
A conferência mundial de educação para todos aconteceu em novembro de 1991 em Jointem na Tailândia o qual reuniram acadêmicos e políticos diversos de todas as regiões do mundo com o principal objetivo de refletir sobre as questões inerentes ao educar e aprender com eficiência e qualidade para o século XXI.
Os resultados de tais discussões objetivaram a erradicação do analfabetismo e a universalização do ensino, fazendo com que compromissos oficiais pelo poder público fossem firmados perante a comunidade internacional.
Em suma, essa conferência alertou para a necessidade de melhoria na qualidade da educação básica estipulando metas para serem cumpridas e estratégias para que os objetivos de uma educação de qualidade acessíveis a todos pudessem ser assegurados.
Através desse compromisso firmado foi que uma mobilização em torno da promoção de uma educação inclusiva estendida a todos os educandos que se foi examinado mudanças nas politicas necessárias para se desenvolver uma educação capaz de atender a todas as crianças, sobretudo as que têm necessidades educativas especiais.
	De acordo com Mittler (2003) essas mudanças são necessárias principalmente para propor uma radical reforma do atual modelo de escola, em todos os seus segmentos, principalmente em relação aos sistemas de ensino. Para que não haja a segregação, exclusão ou discriminação e para que as trocas de experiências e aprendizagens sejam auspiciosas para a vida do educando.
	Em 1994, na cidade de Barcelona, Espanha; aconteceu a Conferência mundial sobre necessidades educativas especiais: acesso e qualidade. Os resultados dessa conferência foram registrados na Declaração de Salamanca, definindo novas concepções de necessidades educacionais especiais e ações de politica e reorganização da inclusão.
	Essa Declaração de Salamanca é um dos principais documentos mundiais relacionados à inclusão social, pois proporciona além da garantia de direitos as pessoas com necessidades especiais a tomada de direitos em uma sociedade menos desigual.
	Dessa forma conceituam-se as necessidades especiais de aprendizagem e os direitos de todos a uma educação de qualidade de forma a diminuir as desigualdades e promover as relações justas em detrimento das situações de aprendizagem.
	A partir desses pressupostos é possível redefinir o espaço escolar como sendo aquele que deve proporcionar a inclusão, ampliando as formas de ingresso e permanências de educandos bem como ampliando o acesso de alunos com necessidades especiais nas salas comuns, criando condições e meios de adaptações às peculiaridades diante do processo de ensino e aprendizagem, capacitando educadores com intuito de um desenvolvimento de ensino de qualidade para todos.
A educação inclusiva pressupõe um movimento contra qualquer tipo de exclusão que venha ocorrer dentro dos espaços educacionais do ensino regular, na medida em que esta baseada na defesa dos direitos humanos de acesso, ingresso e permanecia com sucesso em escolas de boa qualidade, o que, necessariamente, implica previsão e provisão de recursos de toda ordem, possibilitando a todas as pessoas oportunidades educacionais adequadas, respeitando, durante todo o processo de aprendizagem, a individualidade, bem como as limitações inerentes a cada ser (CARVALHO, 2006, p. 36).
	Segundo a Declaração de Salamanca (1994), o princípio de escola inclusiva faz referência ao fato de todas as crianças aprenderem juntos sem preceitos de dificuldades ou diferenças que elas possam ter. Reconhecer as necessidades, apoiar as diferenças principalmente em relação ao desenvolvimento da aprendizagem e buscar adaptações de conteúdos são referências de uma educação inclusiva.
	Uma educação inclusiva valoriza as diferenças e supre as necessidades educacionais especiais, sendo estas não somente o atendimento ás crianças com deficiência, mas também aquelas que em algum momento estão tendo dificuldades de desenvolver a aprendizagem sejam de caráter temporário ou até mesmo permanente.
	Todas as crianças, independente de cor, raça, credo, etnia devem ter o direito de aprender reconhecido e exercido. Reconhecer a diversidade e valorizar as diferenças é papel da escola inclusiva que deseja proporcionar um ensino qualitativo e igualitário para seus alunos.
	Através do reconhecimento e da valorização é possível adaptar conteúdos e estimular os educandos, respeitando sempre a maturação biológica e o ritmo de aprendizagem de cada um, inserindo aos poucos graus de dificuldades e complexidades em pró do desenvolvimento de aprendizagens relevantes.
	Para que o processo de inclusão seja efetivado em todas as esferas educativas, as escolas precisam estar organizadas de forma a ter desde a gestão educacional até mesmo os processos deensino e aprendizagens preocupados em romper com os paradigmas de retrocesso que não considera e nem valoriza as diferenças.
	É preciso uma nova politica educacional onde faça valer na teoria e na prática as ações da inclusão sobre o processo de ensino. Essas mudanças começam pela instancia maior que rege todos os setores da escola, ou seja, o seu sistema de organização interno: a gestão.
	São vários os tipos de gestões que podem ser exercida diante do regimento de uma instituição destinada à mediação do conhecimento, no entanto, segundo Mattos (2010) somente a gestão democrática é capaz de colocar na prática as concepções teóricas a respeito do processo de inclusão. Justamente por respeitar a diversidade como um dos seus princípios e por determinar a participação de todos na totalidade dos procedimentos de organização e tomada de decisão.
A política de educação inclusiva tem o propósito não apenas de incluir todos, mas também de descentralizar as responsabilidades do sistema educacional. Toda a comunidade escolar é parte fundamental no gerenciamento das escolas, pais, alunos, funcionários e professores passam a assumir um novo papel como gestores da educação (MICHELS, 2006, p.13).
O gestor que prioriza a administração escolar participativa cria meios de participação envolvendo toda comunidade escolar: alunos, professores, funcionários internos, pais de alunos enfim, todos que estão ligados direta e indiretamente com o processo de ensino e aprendizagem desenvolvido na determinada instituição de ensino.
Uma administração escolar participativa é orientada pela promoção solidária da participação por todos da comunidade escolar, na construção da escola como organização dinâmica e competente, tomando decisões em conjunto, orientadas pelo compromisso com valores, princípios e objetivos educacionais elevados, respeitando os demais participantes e aceitando a diversidade de posicionamentos (LUCK, 2004, p. 5).
Segundo Luck (2006) é preciso diante de uma gestão democrática implementar programas educativos com diretrizes democráticas, de forma a contribuir por meio da participação coletiva com soluções de acordo com as problemáticas existentes tomando decisões conjuntas como meio de efetivar os resultados diante da resolução de um problema, tendo acompanhamento e avaliação dos desempenhos pautados na transparência e com base na realidade ao qual a instituição escolar esta inserida.
	Promover por meio de uma gestão democrática participativa a educação escolar inclusiva é desenvolver um processo de ensino e aprendizagem pautada no respeito aos direitos humanos, no qual propicia os benefícios de um ensino de qualidade por meio da igualdade de oportunidades e valorização das diferenças.
	Para Tezani (2010) existem quatro passos para efetivar a inclusão no ambiente educativo, sendo eles: planejamento e desenvolvimento curricular inclusivo, preparação da equipe de trabalho para atuar de maneira cooperativa e que compartilhe os diferentes saberes, envolver a comunidade escolar através de dispositivos eficientes de comunicação e refletir constantemente sobre a prática desenvolvida diante do processo de ensino e aprendizagem que inclui.
	No entanto, os desafios para romper com o processo de exclusão e promover a educação efetivamente inclusiva vai além dos planejamentos e replanejamentos das estruturas organizacionais e práticas da escola. As propostas teóricas precisam ter eficiência nas terminalidade da prática cotidiana.
	Para muitas necessidades educacionais especiais, embora a escola desenvolva mecanismos em torno do planejamento e adaptações do currículo de forma a desenvolver a pedagogia com as competências inclusivas e modifique através da gestão democrática do ensino os processos de tomadas de decisões, a falta de material e recursos de adaptação a ser requeridos para o trabalho qualitativo e oportunizador para a inclusão dificulta mais ainda todo esse processo.
	Esse é o caso da educação de pessoas surdas, onde a falta de material de pesquisa para desenvolvimento de um trabalho educativo pleno e eficiente para o educando dificulta até mesmo as adaptações curriculares e criações de recursos que possibilitem uma educação de qualidade e igualitária ao aluno surdo.
	Além disso, é perceptível observar que as mudanças precisam ocorrer de forma sistemática e inovadora, para garantir que a comunidade surda seja atendida com eficiência no ensino regular tanto quanto os educandos da comunidade ouvinte.
	Outro grande impasse que o processo de ensino e aprendizagem inclusivo que o alunado com necessidades educacionais especiais de surdes enfrentam consistem nos números de atendimento escolar, o qual a comunidade ouvinte é muito maior do que a comunidade surda, dessa forma a gestão escolar precisa estar empenhada para garantir o ensino da língua de sinais como meio de eficiência do ensino e aprendizagem bem como garantir o ensino de língua portuguesa como segunda língua, de acordo com as recomendações legais oficiais.
	O Decreto n°5.626/2005 é o documento que regulamenta a Lei n°10.436/2002 que assegura aos alunos surdos que eles sejam instruídos em instituições escolares em Língua Brasileira de Sinais (Libras) como primeira língua e a língua portuguesa como segunda língua, tanto na modalidade oral quanto na modalidade escrita.
A língua de sinais como uma primeira língua é essencial para que o surdo, vendo-se a si mesmo, possa enxergar o outro, o ouvinte e, enxergando o outro, possa adentrar no mundo da linguagem escrita desse, de forma mais apropriada. A língua de sinais pode, assim, ser representada como a porta de entrada que dará acesso ao entendimento da cultura de um grupo, [...] da cultura surda (DORZIAT & FIGUEIREDO, 2003, p.36).
	Esse entendimento da cultura de um grupo consiste em outro empasse em relação à educação de pessoas surdas, pois a comunicação eficiente consiste na sistematização entre a comunidade falante e a comunidade surda, o qual o aluno surdo encontra-se sempre em desvantagem linguística, justamente por pela quantidade de pessoas ouvintes representarem números maiores. Lacerda (2006) diz que se o aluno surdo não compartilha uma língua com seus colegas em contrapartida ele também não tem garantia de acesso aos conhecimentos trabalhados.
	O correto seria que as instituições de ensino oferecessem a tosos os alunos a disciplina de libras, para que todos efetivamente tivessem acesso à comunicação eficiente, comunidade ouvinte com comunidade surda sem a necessidade continua de um intérprete para desenvolver a comunicação de forma plena.
	O estabelecimento do ensino da linguagem de sinais implica na preparação do professor para trabalhar eficientemente com o seu educando, ou contar com o apoio do intérprete de libras, duas opções que são muito difíceis de serem encontradas, justamente porque o desenvolvimento de politicas públicas dificulta essa etapa tão importante e necessária à efetivação da inclusão.
	 O profissional intérprete de libras, segundo Quadros (2004) é aquele que atua interpretando a língua de sinais na educação, intermediando as relações entre professores, alunos e toda comunidade escolar, efetivando a comunicação eficiente entre todos os sujeitos, entre comunidade ouvinte e comunidade surda.
	Muito ainda precisa ser conquistado em relação à efetivação da inclusão, principalmente para com os alunos surdos. O profissional intérprete de libras é um direito garantido do aluno surdo, no entanto a busca profissional por essa formação atualmente vem do interesse do professor consciente de sua necessidade em se capacitar para se adequar com as mudanças e promover a acessibilidade e inclusão, bem como poder desempenhar em sala de aula o processo de ensino e aprendizagem eficaz para todos os seus educandos.
	É necessário cobrar do poder público, meios para o desenvolvimento eficaz de uma educação inclusiva, pois segundo Cartolano (1998) a educação especial quase sempre é vista como formação reservada aqueles educadores que desejam trabalhar especificamente comalunos com necessidades educativas especiais. 
No entanto, é fato que para efetivar uma educação definitivamente inclusiva deveria se ter o preparo formativo para todos os profissionais da educação, principalmente educadores que precisam estar preparados para lidar com a diversidade e desenvolver plenamente o conhecimento com oportunidades igualitárias para todos.
	Os professores carregam essa necessidade de especialização e se sentem na obrigação de procurar meios e recursos próprios para se aprimorarem, pois é a maneira mais fácil de conseguir desenvolver em sala de aula um trabalho eficientemente inclusivo para com os educandos.
	Visto que o poder público garante todo o processo inclusivo por meio da teoria prevista nas legislações, assim como mostra os caminhos que precisam ser percorridos, mas não providencia na prática os meios necessários para se fazer valer a escola inclusiva.
	Dessa forma, além de buscar formação continuada especifica o professor comprometido e disposto a desenvolver a inclusão em sala de aula acaba criando materiais e recursos para garantir a participação plena de todos os alunos diante da aquisição de conhecimentos; como é o caso dos exemplos a serem mostrados abaixo:
Fonte: Material elaborado pela autora.
Isso porque na efetivação de uma educação que inclui, a gestão escolar deve se preocupar em atender às necessidades de todos os alunos, fazendo com que todo o sistema educativo esteja empenhado para com uma educação inclusiva. Se preocupando com a modificação da estrutura de funcionamento, preparação dos profissionais, criação de oportunidades e recursos em todos os níveis de ensino promovendo na teoria e na prática a inclusão educacional, excluindo todos os impasses de desigualdade e discriminação.
Conclusão
	Em caráter de conclusão é possível evidenciar que a gestão escolar tem um papel muito importante diante da efetivação de uma escola que supera todas as situações de desigualdades proporcionando aos seus educandos oportunidades iguais de evolução diante do processo de ensino e aprendizagem.
	A gestão democrática participativa é o tipo de administração escolar mais indicada para a promoção da inclusão, justamente por ressaltar a participação de todos os envolvidos com a educação escolar nos processos de tomadas de decisões e resolução de problemas que impeçam de praticar uma educação para todos.
	Embora a prática da educação estendida a todos com preceitos de igualdade enfrente determinados desafios em relação aos caminhos sugeridos pela teoria na efetivação da inclusão, não impede que os educadores, gestores e todos os profissionais envolvidos direta e indiretamente com a educação escolar busquem meios de exercer uma prática educativa que inclua e elimine toda e qualquer forma de exclusão.
	A educação de pessoas com necessidades especiais precisa ainda de muitas conquistas para se tornar efetivamente inclusiva, no entanto professores e gestores comprometidos com a educação para todos, podem e devem buscar recursos e adaptações para tornar o ensino qualitativo que valorize o aluno e desenvolva todas as suas potencialidades independentemente de qualquer peculiaridade.
Referências
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