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Fisiopatologia do Sistema Renal - Insuficiência renal aguda e crônica; - Síndrome Nefrótica - Glomerulonefrite pós-estreptococos; - Doença Renal Cística Adquirida Profa. Ma. Tatiana Paixão Anatomia/Fisiologia • Os rins são órgãos pares, que estão localizados na área retro peritoneal, imediatamente abaixo do diafragma. • Recebem uma artéria renal principal cada, que é um ramo importante da aorta. A artéria renal bifurca-se em um ramo anterior e outro posterior antes de penetrar no rim, e ramificam-se sucessivamente em ramos segmentares. • As arteríolas aferentes suprem o tufo de capilares glomerulares, e a arteríola eferente dá origem aos capilares peritubulares. • A drenagem venosa segue o suprimento arterial. Anatomia/Fisiologia • A unidade funcional é o néfron, que consiste de um glomérulo e seu sistema tubular associado, incluindo túbulos proximais, alça de Henle, e túbulos distais. • Os ductos coletores drenam um ou mais néfrons em ductos sucessivamente maiores, que desembocam no sistema caliceal. • A pelve renal drena para o ureter, então para a bexiga urinária e finalmente à uretra, que completa o trato urinário. Anatomia/Fisiologia • O rim de um adulto pesa aproximadamente 150 a 200g e tem a forma de feijão. • Mede aproximadamente 11 x 5 x 5 cm, 1/3 da largura do parênquima é córtex, 2/3 é medular. • Os rins produzem , em média, 1 litro de urina por dia. • Desempenham várias funções, dentre elas: Excreção de metabólitos (ureia, creatinina, ácido úrico, ácidos orgânicos, bilirrubina conjugada, drogas e toxinas); Manutenção da concentração iônica (Na+, K+, fosforo, Ca++, Mg++); Manutenção do equilíbrio acidobásico (Reabsorção de HCO3-); Produção de substâncias pelos seus componentes endócrinos, como eritropoietina, renina e prostaglandinas Anatomia/Fisiologia Anatomia/Fisiologia Anatomia/Fisiologia • A regulação do fluxo sanguíneo renal é feita pelos seguintes mecanismos funcionais: Sistema renina-angiotensina-aldosterona Substâncias vasopressoras medulares (cininas e PGs) Equilíbrio hidroeletrolítico Anatomia/Fisiologia http://143.107.9.121/Ensino/Graduacao/Disciplinas/Exclusivo/Inserir/Anexos/LinkAnexos/Fisiopa tologia%20Sistema%20Renal%201.pdf Conceitos Anúria : ausência de urina Oligúria: volume de urina reduzido; urina concentrada Poliúria: Volume de urina aumentado Disúria: dificuldade ao urinar; associado a dor ou desconforto Polaciúria : necessidade de urinar com intervalos menores que 2h (repetidas vezes), sem aumento de diurese nas 24h Insuficiência Renal Aguda • Insuficiência Renal Aguda (IRA) Principais manifestações Declínio súbito da função renal; Oligúria; Acidose metabólica e hiperpotassemia (hipercalemia) - Decorre de lesões graves nos glomérulos, túbulos, interstício e vasos sanguíneos - Consiste no declínio súbito e grave da função renal a níveis incompatíveis com a vida. retenção de produtos de degradação nitrogenados (ureia e creatinina) e não-nitrogenados Insuficiência Renal Aguda • A IRA é uma síndrome clínica em que existe uma perda súbita e quase completa da função renal (TFG- taxa de filtração glomerular- diminuída) durante um período de horas a dias, com falha para excretar os produtos residuais nitrogenados e manter a homeostase hidroeletrolítica Insuficiência Renal Aguda - Interrupção súbita da função renal; - Causada por obstrução, má circulação ou doença renal subjacente; - Em geral, passa por 3 fases : oligúrica, diurética e de recuperação; - Em geral, reversível com tratamento; - Pode progredir para insuficiência renal crônica e morte Insuficiência Renal Aguda - Em consequência da alteração do volume e da excreção de metabólitos, surge um conjunto de alterações bioquímicas e manifestações clínicas que caracteriza a uremia. - O marco importante da IRA é o aparecimento abrupto de oligúria (diurese abaixo de 400ml/24h ou abaixo de 30ml/h) ou anúria (raro). Todavia, eventualmente, o volume urinário pode manter-se normal ou aumentado (IRA não-oligúrica). Insuficiência Renal Aguda • As classificações de IRA quase sempre se baseiam nos mecanismos que a provocam, como a clássica divisão em : pré-renal, renal e pós-renal. A IRA pré-renal, também denominada oligúria funcional, é provocada por fatores extra-renais, geralmente hemodinâmicos, que determinam redução do fluxo sanguíneo renal, perfusão reduzida dos néfrons e queda da pressão de filtração. - Causas principais são: hipovolemia e choque (desidratação, hemorragias, queimaduras, septicemias, infarto agudo do miocárdio, insuficiência cardíaca, etc.); - A IRA pré-renal é, via de regra, reversível com a rápida correção dos fatores determinantes. Insuficiência Renal Aguda A IRA renal surge por lesão parenquimatosa. Esta pode resultar da manutenção prolongada dos fatores pré- renais citados ou da interveniência de outros, como : - hemólise intravascular, complicações obstétricas,... constituindo a IRA isquêmica. - ação direta de nefrotoxinas, ou seja, IRA nefrotóxica (ex: anti-inflamatórios). Pode também ser causada por doenças primárias do parênquima. Nesta categoria, participam também causas vasculares (IRA vascular), como oclusão das artérias renais, trombose das veias renais etc. Insuficiência Renal Aguda A IRA pós-renal decorre de obstrução das vias excretoras, seja intra-renais, pela precipitação de cristais de ácido úrico, de sulfa etc nos túbulos coletores (hidronefrose intraparenquimatosa), seja em qualquer nível das vias urinárias (cálculos, hiperplasia da próstata, tumores, fibrose retroperitoneal). http://revista.fmrp.usp.br/2003/36n2e4/16insuficiencia_renal_aguda.pdf Sinais e Sintomas da IRA - oligúria; - Uremia; - Anúria (raro); - Desequilíbrios eletrolíticos; - Acidose metabólica; - Anorexia, náusea, emese, diarreia ou constipação intestinal; - Estomatite; - Sangramentos; - hematêmese Insuficiência Renal Crônica • Insuficiência Renal Crônica Declínio lento e progressivo da função renal; Uremia prolongada Resultado final de todas as doenças renais crônicas - Há cicatrizes e retrações na superfície do rim. - O tratamento definitivo é o transplante renal. Tratamento paliativo é obtido com hemodiálise Insuficiência Renal Crônica • É em geral o resultado final de destruição de tecido e perda de função renal gradativas. Pode também resultar de uma doença de início súbito e progressão rápida que destrói os néfrons e causa lesão renal irreversível Insuficiência Renal Crônica - Os néfrons restantes aumentam suas taxas de filtração, reabsorção e secreção; - O parênquima renal se perde; - Diálise e/ou transplante Insuficiência Renal Crônica - Resulta de numerosas nefropatias e representa o declínio da função renal de forma lenta e progressiva. - Decorre, especialmente, da redução do número de néfrons funcionantes, qualquer que seja o componente renal primariamente acometido: glomerular (glomerulopatias crônicas), tubular(defeitos tubulares congênitos), vascular (nefrosclerose vascular maligna), intersticial (pielonefrite crônica, nefrite intersticial) ou vias excretoras (uropatias obstrutivas). Insuficiência Renal Crônica Anormalidades cardiopulmonares ICC, HAS, pericardite e pneumonite urêmicas Manifestações hematopoiéticas Anemia por diminuição da eritropoetina,hemólise urêmica, esplenomegalia Distúrbios hídricos, eletrolíticos e ácido-básicos Acidose metabólica e hiperventilação compensatória Sintomas e sinais gastrointestinais Náuseas, vômitos e sangramentos de ulcerações focais Alterações dermatológicas Coloração amarelada da pele e prurido Distúrbios neuromusculares Miopatia variável, encefalopatia e neuropatia periférica Distúrbios do metabolismo do cálcio, fosfato e dos ossos Hipocalcemia, aumento dos níveis de fosfato Insuficiência Renal • Tratamento : - Dieta restrita em proteínas, sódio e potássio; - Restrição de líquidos; - Diuréticos (não em anúria); - Soroterapia (cuidado!!!) A manutenção do equilíbrio hidroeletrolítico deve ser feita considerando-se os seguintes cuidados: - Balanço hídrico; - Diálise; - Hemodialíse/diálise peritoneal; - Transplante renal; - Tratamento de possíveis alterações concomitantes: cardiovasculares, gastrintestinais, hematológicas, nutricionais... Síndrome Nefrítica Aguda • Síndrome Nefrítica Aguda A síndrome nefrítica é definida como um grupo de distúrbios que afetam os glomérulos renais, ou seja, as estruturas responsáveis pela filtração do sangue. Na maior parte dos casos, resulta dos diferentes tipos de glomerulonefrites, podendo se apresentar de forma aguda, crônica ou rapidamente progressiva. A síndrome aguda se manifesta como uma evolução de glomerulonefrites causadas por infecções por bactérias em várias partes do corpo, particularmente na garganta, no coração e nos órgãos abdominais, e também como resultado do comprometimento renal decorrente de doenças infecciosas como varicela (catapora), hepatites, sífilis e malária, entre outras. As reações do organismo a corpos estranhos, como próteses, igualmente podem provocar a doença aguda. Em todos esses casos, porém, a origem da inflamação renal que leva o indivíduo à síndrome nefrítica está no depósito indevido de determinadas moléculas nos glomérulos, o qual interfere no trabalho da filtração do sangue. Chamadas de imunocomplexos, essas moléculas são formadas por antígenos – qualquer substância capaz de acionar nosso sistema de defesa, como as liberadas por agentes infecciosos – unidos aos anticorpos que os neutralizaram. Síndrome Nefrítica Aguda Quadro clínico caracterizado por: Início súbito; Hematúria geralmente macroscópica; Proteinúria leve ou moderada; Hipertensão arterial; Edema Síndrome Nefrítica Aguda - Esta síndrome tem início súbito e se manifesta por oligúria, edema, hipertensão arterial, hematúria com cilindros hemáticos, proteinúria e retenção variável, às vezes ausente, de escórias nitrogenadas. - Durante sua evolução, podem surgir certas complicações (insuficiência renal aguda, encefalopatia hipertensiva, edema pulmonar agudo, etc). - Seu substrato anatômico é representado pelas glomerulonefrites em sua maioria. Síndrome Nefrítica Aguda - Entre as anormalidades funcionais, ocorre redução da taxa de filtração glomerular (TFG); - As funções tubulares são normais ou pouco alteradas. Aparecem, porém, retenção de sódio e água e consequentemente, edema. - Outros fatores envolvidos seriam alterações da pressão oncótica na rede capilar peritubular, aumento da pressão intersticial, etc. Síndrome Nefrítica Aguda - Contribuem também para o edema fatores secundários, alguns discutíveis, como o aumento da permeabilidade capilar, insuficiência cardíaca congestiva (relacionada com a hipervolemia e hipertensão arterial), associação de síndrome nefrótica, hiperaldosteronismo, etc. Principais manifestações Proteinúria maciça (> 3,5g/dia); Hipoalbuminemia; Edema generalizado (anasarca); Hiperlipidemia; Lipidúria - No adulto, a causa principal é a glomerulonefrite membranosa Síndrome Nefrítica Aguda - A proteinúria, principal elemento da SN, resulta da perda maciça de proteínas plasmáticas pelos capilares glomerulares que ocorre em diversas glomerulopatias. - A hipoalbuminemia é consequência da proteinúria; contribuem, ainda, hipercatabolismo resultante de distúrbios do metabolismo intermediário e alterações na síntese das proteínas. - O edema é devido à redução da pressão oncótica do plasma e pode ser acentuado, incluindo hidroperitônio e hidrotórax (anasarca). Síndrome Nefrítica Aguda - Por causa do aumento da permeabilidade dos glomérulos para lipoproteínas, há perda de lípides; - Ao mesmo tempo, existe aumento da síntese de lipoproteínas pelo fígado; elevam-se, especialmente, os níveis de colesterol ligado a lipoproteínas; - Outros componentes da SN estão relacionados à diminuição da resposta imunitária (perda urinária com redução de imunoglobulinas e componentes do complemento de baixo peso molecular), aumentando a suscetibilidade a infecções, particularmente aos pneumococos e estafilococos. Glomerulonefrite Difusa Aguda (GNDA) Pós-Estreptocócica Glomerulonefrite Difusa Aguda (GNDA) - Pós-Estreptocócica - História de infecção estreptocócica (Streptococcus de faringe há 1-4 semanas); - Mais frequente em crianças de 6 a 10 anos; - há período latente entre infecção e aparecimento da doença; - Há edema e deposição de fibrina - Há complexos imunes circulantes, apresentando-se com padrão granular à imunofluorescência (IgG, IgM) - À ME observam-se depósitos Ag-Ac sub-epiteliais na MBG - O tratamento é conservador, uma vez que a doença é de curso auto-limitado. Em 90% dos casos há completa recuperação. Em 1 a 2% dos pacientes há progressão lenta e crônica www.pucpr.br/saude/temp/.../LPE_nefrourin.doc Doença Renal Cística Adquirida (DRCA) • A DRCA incide nos portadores de insuficiência renal crônica (IRC), em tratamento dialítico numa frequência que varia de um terço à metade dos pacientes, tendo como principal fator determinante o tempo em diálise http://www.scielo.br/pdf/ramb/v43n1/2064.pdf http://www.transdoreso.org/hemodialise.shtml Doença Renal Cística Adquirida (DRCA) • A incidência da DRCA em pacientes submetidos à hemodiálise tem sido descrita variando de 22 a 79,3% ou até 92%. A DRCA pode, eventualmente, trazer complicações como : cistos hemorrágicos, hemorragia retroperitoneal e carcinoma renal. • Em sua maioria, os pacientes são assintomáticos. Podem apresentar dores na região lombar, hematúria ou hematoma periférico, devido à hemorragia cística. Sinais paraneoplásicos como febre, eritrocitose e hipercalcemia, devem levantar a suspeita de câncer de células renais. http://www.scielo.br/pdf/ramb/v43n1/2064.pdf
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