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roteiro filme (e a vida continua)

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Universidade Estadual de Feira de Santana
Disciplina: Epidemiologia
Discente: Rayciane Santos Suzart
Roteiro para discussão do filme
“E A VIDA CONTINUA”
Retrata o contexto do aparecimento da AIDS, esboçando todo um panorama sobre as dificuldades de se caracterizar e identificar essa nova doença, bem como sobre sua influência na mudança dos hábitos comportamentais da época.
Quando esses casos são notificados ao Centro de controle de doenças de Atlanta, uma equipe é montada para o levantamento de dados. Esses pesquisadores, entram em contato com doentes e familiares, e lançando mão de um instrumento, fazem os primeiros questionários e coletas de informações. Além de utilizarem fichas e prontuários médicos, classificados como unidade de investigação agregada, para complementar o estudo. Neste instrumento são utilizadas variáveis quantitativas, como por exemplo “Número de relações sexuais/ano” e qualitativas relacionadas à pessoa, tais como: estilo de vida, alimentação, ambientes frequentados ( com particular atenção às saunas , local que aparecia nas pesquisas como possível locus de transmissão ). Os objetivos dessa investigação é chegar a causa dessa nova doença, bem como entender como esta era disseminada.
Destacaria o processo de utilização os dados quantitativos, pois através desses ficava muito evidente que aquela doença atingia determinado grupo social, que no caso eram os homossexuais. Porém, apesar de parecer evidente, no decorrer do final fica claro que devemos considerar todas as informações relevantes, uma vez que se levarmos apenas uma fase do levantamento de dados, podemos ter erros no resultados.
As evidências surgidas de que a transmissão da AIDS se fazia, principalmente, por via sexual partiram do momento em que a Saúde Pública identificou que a maioria dos infectados eram frequentadores da Sauna Gay em São Francisco ou que tiveram relações sexuais com frequentadores da mesma.  Foi possível levantar a hipótese de que a AIDS também era transmitida por via sanguínea, a partir do momento que detectaram hemofílicos transfundidos contaminados e após detecção da doença em um recém-nascido, perceberam que a doença não era restrita aos homossexuais. Desconfiaram assim, que a transmissão era feita pelo sangue.
As hipóteses são que a doença era transmitida através de relação sexual e era uma doença exclusiva dos homossexuais, tanto que a enfermidade é tida socialmente como uma espécie de castigo divino, sendo veiculada nas mídias como a “peste gay” ou o “câncer gay”. E posteriormente, que a doença é causada por transfusão sanguínea.
Os meios de transmissão identificados foram através da relação sexual e a doação de sangue. As principais medidas de controle propostas pelo CDC foram o fechamento das saunas, que foi reprovado pelos próprios usuários afirmando que eles estariam reprimindo o homoafetividade, já que estes locais eram dados como símbolo do movimento gay, com isso as saunas continuaram em funcionamento e o monitoramento dos indivíduos infectados; e o uso de teste de Hepatite B para doadores dos bancos de sangue.
Os setores da sociedade envolvidos foram: a minoria social, os homossexuais do gênero masculino e os políticos. Os homossexuais mesmo sendo minoria, fizeram diversos protestos e lutavam pelos seus direitos, bem como para a defesa desta parcela da sociedade. Já os políticos, mesmo sendo uma doença com um grau muito alto de mortalidade, não atraia interesse desse setor, os quais estava mais preocupado em arrecadar verbas para a guerra que se instaurava e não disponibilizava ajuda econômica ou sequer materiais para equipar o laboratório de pesquisa. 
Com a possibilidade de se tratar de um Retrovírus, como nos casos de câncer felino e hepatite B, para acelerar as descobertas e o isolamento do vírus, o Dr. Don Francis firma uma parceria com 2 Institutos de pesquisa que mais tarde brigarão na justiça pela patente do retrovírus causador. Neste ponto, o filme critica ativamente a posição do Dr. Gallo enquanto pesquisador, devido fato que vai de contra aos princípios éticos do mesmo, uma que ele se apossa de dados do outro instituto e usá-los como seus. 
A Epidemiologia é um ramo da ciência que estuda na população, a ocorrência, a distribuição os fatores determinantes dos eventos relacionados com a saúde. Voltada para a compreensão do processo saúde-doença no âmbito de populações, preocupa-se com o desenvolvimento de estratégias para as ações voltadas para a proteção e promoção da saúde da comunidade.
A epidemiologia constitui também instrumento para o desenvolvimento de políticas no setor da saúde. Sua aplicação deve levar em conta o conhecimento disponível, adequando-o às realidades locais.
Através do filme, percebe-se que o uso da epidemiologia foi crucial, à procura pelos fatores determinantes, à frequência e distribuição da doença (resultou em dados que puderam ser usados como comparativo para a quantidade de casos entre as cidades), destacar os locais onde eram necessárias maiores intervenções e os agravos causados pela virose. Foi fundamental para o monitoramento de doenças conhecidas bem como a identificação de problemas emergentes; estudo da história da doença; monitoramento das condições de saúde dos indivíduos infectados; validação de métodos diagnósticos; identificação de problemas a serem investigados por meio de estudos de geração de hipóteses; descrever a magnitude, a tendência e a distribuição dos problemas de saúde em populações humanas. E consequentemente por esse ramo da ciência ter sido tão útil para a descoberta da doença, podemos considerar que graças a Epidemiologia foi possível desvincular a síndrome à homossexualidade, a descoberta do agente infeccioso e como ele “vive” e age, as formas de prevenção e a produção das medicações para controle.

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