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Gerenciamento de Resíduos em Serviços de Saúde

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Universidade Do Oeste De Santa Catarina
Área De Ciências Biológicas E Da Saúde
Curso: Odontologia
Disciplina: Biossegurança e Ergonomia
Professores: Aline Costenaro e Soraia Almeida Watanabe Imanishi
Acadêmicos: Ana Claudia Ramos; Daiane Witti; Felipe Miranda
Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos de Serviços de Saúde (PGRSS) em postos de saúde da rede municipal de Belo Horizonte - MG
Joaçaba - 2014
Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos de Serviços de Saúde (PGRSS) em postos de saúde da rede municipal de Belo Horizonte - MG
Autores : Michel William Nazar, Isabela Almeida Pordeus, Marcos Azeredo Furquim Werneck.
Introdução
Com o avanço da urbanização e da industrialização, mais precisamente após a Revolução Industrial (1760-1830), por muito tempo foi discutido o que fazer com os resíduos de toda essa industrialização gerada. Infelizmente, ainda é comum encontrarmos resíduos que são despejados sem o mínimo cuidado.
Esse tipo de atitude, vem degradando a sociedade e o meio ambiente a cada dia. 
Fonte: site Eder Luiz
Política Nacional de Resíduos Sólidos
Em 2010 foi instituída a Política Nacional de Resíduos Sólidos, sob a lei nº 12.305 que altera a Lei. 9.605/98.
A lei faz a distinção entre resíduos (lixo que pode ser reaproveitado ou reciclado) e rejeito (o que não é passível de reaproveitamento). A lei se refere a todo tipo de resíduos .
Tem como objetivo também a não geração, redução, reutilização e tratamento de resíduos sólidos, bem como a destinação final ambientalmente adequada dos rejeitos
Normas e Diretrizes
O Conselho Nacional do Meio Ambiente – CONAMA estabelece pela Resolução nº 5, de 5 de agosto de 1993: 
Art. 1º Para os efeitos desta Resolução definem-se:
§ II - Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos: documento integrante do processo de licenciamento ambiental, que aponta e descreve as ações relativas ao manejo de resíduos sólidos, no âmbito dos estabelecimentos mencionados no art. 2º desta Resolução, contemplando os aspectos referentes à geração, segregação, acondicionamento, coleta, armazenamento, transporte, tratamento e disposição final, bem como a proteção à saúde pública;
Art. 2º Esta Resolução aplica-se aos resíduos sólidos gerados nos portos, aeroportos, terminais ferroviários e rodoviários e estabelecimentos prestadores de serviços de saúde. (Revogadas as disposições que tratam de resíduos sólidos oriundos de serviços de saúde pela Resolução n° 358/05).
Foi criado uma nova Resolução que determina os locais de aplicação do gerenciamento de resíduos e seus tipos.
Art. 1º Esta Resolução aplica-se a todos os serviços relacionados com o atendimento à saúde humana ou animal, inclusive os serviços de assistência domiciliar e de trabalhos de campo; laboratórios analíticos de produtos para saúde; necrotérios, funerárias e serviços onde se realizem atividades de embalsamamento (tanatopraxia e somato conservação); serviços de medicina legal; drogarias e farmácias inclusive as de manipulação; estabelecimentos de ensino e pesquisa na área de saúde; centros de controle de zoonoses; distribuidores de produtos farmacêuticos; importadores, distribuidores e produtores de materiais e controles para diagnóstico in vitro; unidades móveis de atendimento à saúde; serviços de acupuntura; serviços de tatuagem, entre outros similares.
No estado de Minas Gerais, e na capital Belo Horizonte, foi implantando por uma legislação municipal pelo Decreto nº10296, de 13 de julho de 2000, que o PGRSS passa a ser implantado em todos os estabelecimentos que geram esses resíduos.
O risco pelos resíduos gerados por serviços de saúde está sendo comparado aos gerados pelos resíduos domésticos. 
Resíduos perfurocortantes e de culturas microbiológicas devem ser manuseados de forma segura, pois o risco de contaminação na coleta, transporte, e despejo é mais alta. 
O CONAMA define três grupos específicos para a prática odontológica:
1. Grupo A – Infectantes ou Biológicos (Atenção aos resíduos perfurocortantes); 
2. Grupo B – Químicos (Mercúrio, que está relacionado a preparação do amálgama);
3. Grupo D – Comuns.
Materiais e Métodos
Para o presente estudo foram utilizados de:
Técnica quantitativa;
Entrevista estruturada, com formulários;
Avaliadas 56 unidades que apresentavam atendimento odontológico, das 105 disponíveis;
Foram entrevistados em cada unidade o gerente, um atendente de consultório odontológico e um auxiliar de serviços gerais.
Itens Avaliados
Aspectos técnicos e operacionais avaliados:
a) Classificação e caracterização dos resíduos, mi- nimização (redução, reutilização, recuperação, reciclagem ou substituição de um determinado resíduo por outro menos perigoso), segregação (separação dos resíduos segundo suas características físicas, químicas, biológicas e radiológicas), tratamento prévio, acondicionamento, coleta e transporte interno, externo e existência de abrigo externo. 
Aspectos gerais e organizacionais avaliados: 
a) fiscalização, área construída, licenciamento ambiental, planta baixa com discriminação das áreas geradoras de resíduos e presença de responsável técnico.
Aspectos de recursos humanos avaliados:
a) registro e controle de vacinação dos trabalhadores, programa de segurança e medicina do trabalho, programa de prevenção de riscos ambientais, programa de controle médico e saúde ocupacional, comissão de controle de infecção hospitalar e treinamento em manejo de resíduos de serviços de saúde.
Para cada entrevistado foi realizado um tipo de formulário fechado. 
Também foi feito um formulário de observação, para correção de eventuais respostas errôneas dos entrevistados. 
Este foi o primeiro estudo baseado na legislação municipal, o que dificultou pela ausência de outros estudos e estatísticas. 
Estimativa de volume médio de resíduos gerados por unidade básica de saúde era de 270 litros por dia;
Nenhuma das unidades possuía um plano de gerenciamento de resíduos de serviços de saúde;
98,1% não tinham os seus resíduos caracterizados e nenhuma das unidades pesquisadas adotava qualquer processo de minimização. Somente as agulhas e o mercúrio eram segregados (100%), porém eram dispensados com outros resíduos. 
Todas as unidades pesquisadas utilizavam sacos de plástico brancos, sem o símbolo de lixo infectante, para acondicionamento de todos os tipos de resíduos;
Isso gera um desconforto, pois pode ocasionar contaminação no deslocamento destes sacos plásticos;
Porém, em todas unidades foram encontradas o papelão resistente com simbologia adequada para acondicionamento dos resíduos perfurocortantes.
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Discussão
O gerenciamento de resíduos odontológicos nas unidades da rede municipal de saúde de Belo Horizonte deixavam muito a desejar, sendo que nenhuma unidade adotava qualquer processo de minimização.
Com exceção das agulhas e do mercúrio, todos os outros resíduos infectantes não eram separados dos resíduos comuns.
 Na Austrália, foi constatado que 100% dos resíduos infectantes odontológicos eram segregados dos resíduos comuns.
A segregação dos resíduos gerados é importante, para diminuir o volume dos resíduos, pois sem a segregação adequada todas as outras etapas do gerenciamento ficam comprometidas.
Neste estudo, 98,1% das unidades não faziam tratamento prévio de seus resíduos.
No presente estudo, as unidades utilizavam recipientes de vidro com água (46,3%) ou plástico com água (53,7%) para armazenar os resíduos de mercúrio, sendo que os recipientes plásticos são mais aconselháveis. 
O processo de minimização adequado para os resíduos de mercúrio e amalgama é a reciclagem. A substituição do amálgama por algum material restaurador uma outra opção de minimização.
A coleta dos resíduos externamente era deficiente e perigosa, pois como não era identificados e separados corretamente, os profissionais de coleta poderiam ser contaminados com esses resíduos.
Nenhuma das unidades em Belo Horizonte possuía plano de gerenciamento de resíduos de serviços de saúde. 
Para que um PGRSS seja implantado,
é necessário que a unidade esteja equipada adequadamente e os funcionários treinados, além da contribuição de órgãos públicos. 
Artigo Extra: Gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saúde
Segundo a Pesquisa Nacional de Saneamento Básico realizado no ano de 2.000 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), grande maioria dos municípios brasileiros não efetua a coleta, o tratamento e a disposição final dos resíduos corretamente.
Foram pesquisados todos os 5.507 municípios existentes no Brasil no ano de 2.000 (Atualmente existem 5.564 municípios).
Resultados:
Cerca de 2.038 dos municípios (37%) não realizavam a coleta.
Somente cerca de 3.469 os municípios (63%) realizavam a coleta (não está descrito se corretamente).
Cerca de 3.084 dos municípios (56%) despejavam seus resíduos no solo. Onde em cerca de 925 municípios (30%) correspondiam a lixões comuns. E no restante, cerca de 2.159 municípios (70%) correspondiam a lixões especiais/sanitários. 
De todos os 5.507 municípios brasileiros apenas 385 (7%) realizavam a coleta, o tratamento e a disposição final corretamente.
Volume de resíduos coletados por região do Brasil, em toneladas, por dia em 2.000.
Conclusão
Para alcançar a eficiência, é importante um diálogo entre órgãos públicos, trabalhadores, e a população em geral para buscar alternativas a esses desafios. 
Enquanto isso não ocorrer, a saúde e a qualidade de vida da população encontram-se vulneráveis aos riscos provenientes de resíduos de serviços de saúde ineficiente e inadequado.

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