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Resenha crítica do cap. 9 do livro "Morte e desenvolvimento humano" Maria Júlia Kovács

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Morte e desenvolvimento humano (Maria Júlia Kovács, 1992, 235 páginas)
Nas 16 páginas que integram o capítulo nove do livro “ Morte, separação, perdas e processo de luto”, a psicóloga paulista Maria Júlia Kovács e seus colaboradores debatem os vários aspectos sobre o tema em questão trazendo uma reflexão do que seria a morte em vida.
A autora apresenta questões acerca da morte e as diferenças entre a sua percepção antes e o seu entendimento hoje em dia, como o fato de que hoje vivemos uma morte invertida, onde as pessoas não comentam sobre a morte, ou seja uma morte escondida, sendo esta a culpada de muitos problemas psicológicos em pessoas por conta de um processo errôneo, no qual os indivíduos deveriam passar por ele naturalmente.
Ela também debate sobre alguns processos específicos de luto, como por exemplo, o choque, o desejo ou busca, a desorganização/desespero e a organização. Depois que os indivíduos passam por essas fases, ao entrar no processo de reorganização, a morte já é aceita e a vida precisa ser começada. O luto é processo variável podendo durar anos, meses ou até mesmo nunca ter fim. 
Nas mortes inesperadas, ocorre o que é chamado de uma ruptura brusca, isso acaba provocando em alguns indivíduos uma revolta acompanhada de desespero. No caso de doenças graves onde há uma patologia, e por conta desse problema de saúde o indivíduo acaba por falecer, o luto acontece de forma antecipada, um tipo de luto com a pessoa ainda vida, justamente pelo fato dele ter sido acompanhado e cuidado por um longo período de tempo. Ver a dor e o sofrimento desse indivíduo acaba fazendo com que as pessoas que o cercam se sintam impotentes perante o caso em questão e a morte desse paciente acaba causando um alívio, principalmente pela dor que se vai.
As pessoas também podem desenvolver um luto patológico, com obsessão e a não aceitação do processo de perda. Um exemplo disso vem dos casos onde ocorre uma separação brusca. Nesse ponto, a culpa, o ódio, a autopunição e a vingança acabam sendo sentimentos comuns nesse processo, levando talvez a melancolia e por vezes ao suicídio. Segundo Caruso, essa fase de luto é a pior fase, sendo até mais séria que a própria morte, principalmente pelo fato de que esse processo se torna uma vivência de morte em vida.
É preciso saber lidar com o processo de morte desde a infância, justamente para o seu aprendizado e um entendimento acerca dos processos de perda juntamente com a sua consequente superação. Fato é que, dependendo da cultura, essa fase é abordada de forma distinta, sendo ela extremamente importante e necessária nos processos de superação da dor da perda por parte dos indivíduos enlutados.

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