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Economia positiva x normativa + Economia x áreas do conhecimento (1)

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Economia Positiva e Normativa
A economia é uma ciência social e utiliza fundamentalmente uma análise positiva, que deve explicar os fatos da realidade. Os argumentos positivos não envolvem juízo de valor, e referem-se a proposições objetivas, tipo se “A”, então “B”. Por exemplo, se o preço da gasolina aumentar em relação a todos os outros preços, então a quantidade que as pessoas irão comprar de gasolina cairá. É uma análise do que é.
Desse ponto de vista, a economia se aproxima da física e d química, que são ciências consideradas virtualmente isentas de juízo de valor. Em economia, entretanto, defrontamo-nos com um problema diferente. Ela trata do comportamento de pessoas, e não de moléculas, como na química. Frequentemente nossos valores interferem na análise do fato econômico.
Nesse sentido, definimos, também, argumentos normativos, relativos a uma análise que contém, explícita ou implicitamente, juízo de valor sobre alguma medida econômica. Por exemplo, na informação “o preço da gasolina não deve subir” expressamos uma opinião ou juízo de valor, ou seja, se é uma coisa boa ou má. É uma análise do que deveria ser.
Supondo, por exemplo, que desejemos uma melhoria na distribuição de renda do país (argumento normativo). É um julgamento de valor e que acreditamos. O administrador de política econômica (policymaker) dispõe de algumas opções para alcançar esse objetivo (aumentar salários, combater a inflação, criar empregos). A economia positiva ajudará a escolher o instrumento de política econômica mais adequado. Se a economia estiver próxima da plena capacidade de produção, aumento de salários, por encarecerem o custo de mão-de-obra, podem gerar desemprego; isso é o contrário do desejado quanto à melhoria na distribuição de renda. Esse é um argumento positivo, indicando que aumentos salariais, nessas circunstâncias, não constituem a política mais adequada.
Inter-relação da economia coma outras áreas do conhecimento.
Embora a economia tenha seu núcleo de análise e seu objetivo bem definidos, ela tem intercorrências com outras ciências. Afinal, todas estudam a mesma realidade e, evidentemente, há muitos pontos de contato.
Economia, Física e Biologia:
O início do estudo sistemático da economia coincidiu com os grandes avanços da técnica e das ciências físicas e biológicas nos séculos XVIII e XIX. A construção do núcleo científico inicial da economia começou a partir das chamadas concepções organicistas (biológicas) e mecanicistas (físicas). 
Segundo o grupo organicista, a economia se comportaria como um órgão vivo. Daí utilizarem-se termos órgãos, funções, circulação e fluxos na teoria econômica. Já para o grupo mecanicista, as leis da economia se comportariam como determinadas leis da física. Daí advém termos como equilíbrio, estática, dinâmica, aceleração, velocidade, forças e outros.
Com o passar do tempo, predominou a concepção humanista, que coloca em plano superior os movei psicológicos da atividade humana. Afinal a economia repousa sobre os atos humanos, e é, por excelência uma ciência social.
Economia, Matemática e Estatística:
Apesar de ser uma ciência social, a economia é limitada pelo meio físico, dado que os recursos são escassos, e se ocupa de quantidades físicas e das relações entre essas quantidades, com a que se estabelece entre a produção de bens e serviços e os fatores de produção utilizados no processo produtivo. Daí surge a necessidade da matemática que permitirá a elaboração de modelos analíticos e da estatística que permitirá avaliar as relações econômicas inexatas a partir de estudo de probabilidades. Ambas são ferramentas que permitem estabelecer relações entre variáveis econômicas.
Economia e Política:
A economia e a política são áreas bastante interligadas. A política fixa as instituições sobre as quais se desenvolverão as atividades econômicas. Nesse sentido, a atividade econômica se subordina à estrutura e ao regime político do país (se é um regime democrático ou autoritário). As prioridades de política econômica (crescimento, distribuição de renda, estabilização) são determinadas pelo poder político.
Economia e História:
A pesquisa histórica é extremamente útil e necessária para a economia, pois facilita a compreensão do presente e ajuda nas previsões. As guerras e revoluções, por exemplo, alteraram o comportamento e a evolução da economia. Por outro lado, também, os fatos econômicos afetam o desenrolar da história. Alguns importantes períodos históricos são associados a fatores econômicos, como os ciclos do ouro e da cana de açúcar no Brasil, e a revolução industrial, a quebra da bolsa de Nova York (1929), a crise do petróleo, que alteraram profundamente a história mundial. Em última análise, as próprias guerras e revoluções são permeadas por motivações econômicas.
Economia e Geografia:
A geografia não é o simples registro de acidentes geográficos e climáticos. Ela nos permite avaliar fatores muito úteis à análise econômica, como as condições geoeconômicas dos mercados, a concentração espacial dos fatores produtivos, a localização de empresas e composição setorial da atividade econômica. Atualmente, algumas áreas do estudo econômico estão relacionadas diretamente com a geografia, como a economia regional, a economia urbana, as teorias de localização industrial e a demografia econômica.
Economia, Moral, Justiça e Filosofia: 
Antes da revolução industrial, no século XVII, a atividade econômica era vista como parte integrante da filosofia, moral e ética. A economia era orientada por princípios morais e de justiça. Não existia, ainda, um estudo sistemático das leis econômicas, e, predominavam princípios como a lei da usura, o conceito de preço justo (discutidos entre os filósofos por Santo Tomás de Aquino). Ainda hoje, a encíclicas papais refletem a aplicação da filosofia moral e cristã às relações econômicas entre homens e nações.

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