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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA - UFSM-RS FERNANDA LAHM MARTINS DIÁRIO DE HISTÓRIA DAS RELAÇÕES INTERNACIONAIS II SANTA MARIA 2017 FERNANDA LAHM MARTINS DIÁRIO DE HISTÓRIA DAS RELAÇÕES INTERNACIONAIS II Portfólio apresentado à Disciplina de História das Relações Internacionais ao professor Dr. José Renato Ferraz da Silveira. SANTA MARIA 2017 SUMÁRIO INTRODUÇÃO.................................................................................................................1 AULA Nº 10......................................................................................................................2 AULA Nº 11......................................................................................................................3 AULA Nº 12......................................................................................................................5 AULA Nº 13......................................................................................................................7 CONSIDERAÇÕES FINAIS..........................................................................................11 REFERÊNCIAS..............................................................................................................12 1 INTRODUÇÃO O objetivo do portfólio é registrar todas as informações adquiridas em sala de aula, de uma forma com que agregue todo o conhecimento passado pelo professor; também como forma de incentivo para pesquisas individuais fora do período de aula e curiosidades sobre cada assunto comentado. A partir do momento que esse portfólio é elaborado, cria-se um maior hábito de estudo devido ao aperfeiçoamento do mesmo, cujo precisa ser redigido após o final de cada aula. Assim, além do assunto ser trabalhado pelo professor em sala de aula, ele também é aprofundado pelo aluno, pois exige que seja revisada toda a matéria, corroborando seus conhecimentos sobre. Comentário: A ideia da criação é ótima, tende a agregar ainda mais conhecimento aos alunos. Também serve para rápida visualização do que foi trabalhado na disciplina no semestre e absorvido pelo estudante. 2 Aula nº 10- 29/05/2017 “Os povos que tiveram o poder industrial e o poder da invenção e ciência serão capazes de derrotar todos os outros” Paul Kennedy A aula teve como cronograma a entrega de provas e fichamentos já avaliados e o estudo do capítulo 5 de Paul Kennedy, O advento de um mundo bipolar e a crise das potências médias: primeira parte, 1885-1918; abordando a belle époque. A Belle Époque foi um período em que Paris foi o centro intelectual, artístico, econômico, científico e médico. A indústria do cinema foi fundada nesse momento, na França, e alguns dos pioneiros foram Louis Lumiére e Georges Méliès. Na literatura ganhavam destaque o realismo, naturalismo e o simbolismo; já na pintura, o modernismo era mais trabalhado. O pensamento em alta era o darwinista- o que gerava preocupação na sociedade sobre questões sociais e internas. Kennedy citava a Teoria dos Três Impérios, em que acreditava que os Estados Unidos, a Rússia, o Reino Unido e talvez França iriam exercer uma liderança. Também afirmava existir três níveis de analise, seriam elas: a partir da base produtiva militar e industrial; a partir de fatores geopolíticos, estratégicos e socioculturais que influenciam as reações de cada Estados individual; e as modificações diplomáticas e políticas que também afetavam as probabilidades de êxito ou fracasso das grandes guerras de coalizão. Comentário: aula leve e o professor se mostrou aberto a conversar sobre a prova e esclarecer possíveis dúvidas dos alunos quanto a correção e ao conteúdo. 3 Aula nº 11 – 05/06/2017 O cronograma dessa aula foi a situação das potências na 1ª Guerra Mundial. Começamos pela Itália, que possuía um sólido bloco de 30 milhões de pessoas. Não possuía um grande exército e marinha, mas estes eram respeitados. Possuía um atraso econômico, principalmente no sul rural (analfabetismo, agricultura italiana, produto e riqueza nacional per capta eram comparáveis aos das sociedades camponesas da Espanha e leste da Europa, a Itália não possuía carvão). Seus índices eram de rápido crescimento industrial, porém ainda abaixo das potências tradicionais. Na concepção dos outros governos, era melhor ter a Itália como aliada do que inimiga. O Japão passou por um processo de modernização em 1868, a partir da Revolução Meiji. Assim, entrava em vigor uma nova constituição baseada no modelo prussiano-alemão, com um sistema judicial reformado. Houve a expansão de seu sistema educacional, de forma a elevar sua taxa de alfabetização, e teve seu calendário alterado, além de uma mudança no vestuário e sistema bancário moderno. Contrataram técnicos da marinha inglesa para orientar e criar uma esquadra japonesa moderna e seus oficiais japoneses foram mandados às academias militares navais ocidentais. Contavam também com armas modernas, e o estado estimulou a criação da rede ferroviária, telégrafos e linhas de navegação. No Japão, o poder econômico e naval podem ser comparados, sendo uma relação párea. A Alemanha era uma semi-hegemonia na Europa continental, e possuía um rápido crescimento industrial, comercial, militar e naval. A Áustria- Hungria não possuía uma debilidade aparente, mas era constituída de uma sociedade multiétnica, fato que era gerava focos de tensão. A França possuía um sentimento de revanchismo e também a necessidade de alianças e coalisões em relação aos alemães (Alsácia- 4 Lorena). A Grã-Bretanha possuía a marinha mais reconhecida mundialmente, porém ficou marcada pela redução de produtividade e queda de competitividade. A Rússia apresentou uma melhoria nos índices industrial e comercial, mas possuía uma economia imatura e a necessidade de modernização e superação de pontos de entrave. Os Estados Unidos era um gigante econômico, comercial e industrial, e era marcado pelo isolacionismo político. Entre os resultados da 1ª GM, estavam a morte de mais de 15 milhões de pessoas. Foi uma guerra de trincheiras em que metralhadoras e artilharia arrasaram uma geração de jovens da Europa. Destruiu o império Otomano, Russo e Austro-húngaro. A partir dessa guerra os EUA e o Japão se tornaram atores importantes mundialmente. Acreditava-se também que a guerra seria longa, e não curta. As razões seriam a artilharia utilizada, que obrigariam os soldados a permanecer nas trincheiras e impossibilitariam a guerra de manobras. Na obra de Paul Kennedy, são apontados fatores que levaram à vitória dos Aliados, sendo eles: a ineficiência da participação italiana, a lenta exaustão da Rússia, a intervenção americana e o colapso final das potências centrais. Comentário: aula um pouco cansativa por ser em parte ditada, mas acredito ter sido muito produtiva. 5 Aula nº 12- 12/06/2017 Na aulado dia 12, tínhamos um cronograma que incluía o Tratado de Versalhes e exigências, e concepções da ordem internacional. O personagem trabalhado em aula foi Woodrow Wilson. O Tratado de Versalhes, que foi assinado em 28/06/1919, foi ratificado na Liga das Nações em 10/01/1920, e foi um acordo de paz assinado pelos países europeus ao término da 1ªGM. Ao assinar, a Alemanha assumia a responsabilidade pelo conflito mundial e passava a ter a obrigação de cumprir uma série de exigências, sendo elas políticas, econômicas e militares. Essas exigências impostas a Alemanha partiam das nações vencedoras da guerra, em especial Inglaterra e França. Entre elas, estavam: reconhecer a independência da Áustria; devolver os territórios conquistados de Alsácia Lorena e França; devolver a Polônia das províncias de Posen e Prússia Ocidental; entre outros. Também deveria pagar aos países vencedores uma indenização de prejuízos da guerra, e teriam sua aeronáutica proibida. Deveria ter seu exército e sua marinha reduzida e era proibida de fabricar tanques e armamentos. Entre as concepções na ordem internacional, na visão de Wilson, estavam: a revolução nas concepções e práticas e da diplomacia inauguram uma nova era de entendimento e de paz entre as nações; erradicar a diplomacia secreta e a celebração de alianças entre blocos de países; substituir a paz de equilíbrio de potências pela paz fundada no debate público e democrático das questões internacionais, fazer valer o direito dos povos de se autodeterminarem e de dispor livremente de si próprios; eliminar a guerra por um mecanismo de sangue, economia e políticas ao agressor a ser gerido por uma liga de nações; instituir o princípio de segurança coletiva. 6 Já a respeito da França, tratando-se de Clemenceau, podemos lembrar do enfraquecimento alemão; do controle à longo prazo a ser exercido sobre seu rival e introduzir uma nova divisão da Europa Ocidental. Os países satisfeitos eram a França, Tchecoslováquia, Iugoslávia, Romênia e Polônia; e os países descontentes a Alemanha, Áustria, Hungria, Bulgária, Turquia e Itália. Comentário: Aula muito interessante, os resumos oferecidos pelo professor são de extrema ajuda e utilidade; de maneira a ajudar a fixar o conteúdo para os alunos. 7 Aula nº 13- 26/06/2017 Na aula do dia 26, trabalhamos a situação das potências entre 1920 e 1930. Os Estados Unidos estava marcado pelo seu isolamento, época em que se absteve dos assuntos europeus. Outra característica eram seus empréstimos. Na URSS, estava sendo resolvendo questões internas. Lenin aplicava a Nova Política Econômica, também conhecida pela sigla NEP. Esse plano recuava com as ações centralizadoras do comunismo de guerra e permitia que algumas práticas do sistema capitalista ainda fossem empregadas. Dessa forma, pretendia-se dar “um passo para trás, para depois dar dois à frente”. Ou seja, reaquecer a economia através do capitalismo e, logo em seguida, ampliar o conjunto de ações socialistas. A França enfrentava três dilemas, a impossibilidade de uma aliança com os britânicos; e uma reconciliação com a Alemanha, que estava fragmentada sem laços de unidade consolidados. Grã-Bretanha estava adotando medidas isolacionistas e de apaziguamento, seguindo o princípio de equilíbrio de poder e de segurança coletiva. A Alemanha possuía dois dilemas: ou cooperava pra depois atacar (o que de fato aconteceu) ou confrontava já para criar dificuldades, o que não era possível por causa das imposições do tratado de Versalhes. Também foi passado sobre o Tratado de Vocarno, negociados na Suiça em 16/10/1925, as potências da Europa Ocidental, aliadas na 1GM, buscavam a manutenção das fronteiras entre a Bélgica e a Alemanha; assim como aquela da França e da Alemanha. Os signatários garantiam que a Alemanha não seria reocupada por Aliados, em troca da Alemanha manter desmilitarizada a área da Renânia. O Tratado Kellogg-Briand, também conhecido como pacto de Paris, foi assinado em 27/08/1928, e foi um tratado internacional estipulando a 8 renuncia à guerra como instrumento de política nacional. Fracassou em seu propósito mas foi significativo no desenvolvimento do direito internacional. A Alemanha necessitava de um estadista suficientemente perspicaz e paciente para corroer as cláusulas discriminatórias do Tratado de Versalhes. Stresemann, em 1923, buscando renovar a força da Alemanha, criou a política de bom cumprimento, que correspondia a uma inversão total da anterior política alemã e ao abandono da guerra de guerrilha diplomática que os seus antecessores tinham sustentado contra as cláusulas do Tratado de Versalhes. Stresmann precisava da ajuda britânica e francesa para se libertar de suas onerosas disposições. A política de cumprimento de Stresmann refletia sobretudo uma avaliação realista dos requisitos da recuperação política e econômica alemã. Ele foi o primeiro dirigente do pós-guerra que explorou as vantagens geopolíticas que o Tratado de Versalhes conferia à Alemanha. Observou a fragilidade da relação dos franceses e ingleses e se utilizou disso. A política de cumprimento gerou um dilema para a França e para a ordem da Europa. A França se sentia cada vez mais pressionada a recuar diante da pressão inglesa e americana, e em 1927 estava reativa e defensiva. Construiu a linha Maginot (que era uma linha de defesa em suas fronteiras) e deu apoio aos países do leste e centro da Europa. Logo após, Japão invade a Manchúria e em 30/01/1933, ocorre a ascensão de Hitler. Em 30/06/1934 tornava-se ditador. Hitler atribuía a derrota da Alemanha a traição e conspiração dos judeus, além da falta de firmeza. Afirmava que a Alemanha só poderia ser vencida por si mesma, e não por estrangeiros. Em 1933 já afirmava sair da Conferência de Desarmamento, e em 1934 confirmava a saída da Liga das Nações, anunciando seu rearmamento. 9 Os ingleses na década de 30 não tinham certeza dos objetivos de Hitler, recusando agir em conjunto com a França, que não possuía coragem para tomar uma atitude sozinha. A França se alinha com os novos estados da Europa Oriental, além de não fazer uma aliança com os soviéticos; dificultando assim uma aliança com a Inglaterra. Apesar da inferioridade militar, os franceses e britânicos sentiam-se superiores, cheios de autoconfiança e vendendo uma ilusão de Europa imortal. Usaram a estratégia de retardar a guerra para conseguir mais alguns meses para que se preparassem. Tinham a perspectiva de vencer a Alemanha pelo cerceamento dos mares e pela ruína econômica criada pelo isolamento. A guerra foi desencadeada em 1939, com a invasão da Polônia por Hitler, e as forças mobilizadas eram favoráveis aos alemães. Os franceses empenharam-se em mostrar a importância de sua aliança com a Inglaterra, e assim duas velhas potências uniam-se, engajados na mesma política de guerra e de paz. Entre os erros alemães, podemos listar: mandar grandes reforços para a África do Norte em 1943 e lutar em mais de um fronte; tratamento estúpido com ucranianos e minorias no leste Europeu, negligenciando possível apoio; arrogância de supor que o código Enigma jamais seria decifrado; preconceito contra o trabalho de mulheres nas fábricas de munição, resultando em perda de mão-de-obra; rivalidades nos escalões superiores do próprio exército; e por último a má alocação de recursos, visto que existia um caos de ministérios e subimpérios rivais, que impediam qualquer avaliaçãoe distribuição coerente de recursos. Entre os erros japoneses, estavam sua estratégia continental, que apresentavam influência do exército sobre operações no pacífico e sudeste da Ásia com o mínimo de força. Os reforços de soldados e aviões na contra- ofensiva foram tardios e insuficientes, além da direção operacional de 10 batalhas decisivas ter apresentado muitos erros. Submarinos mal utilizados; também perdeu a batalha de informação dos códigos e de sua decifração. Comentário: a aula ocorreu de forma produtiva, e eu particular acredito que o conteúdo tratado nesse semestre foi excelente, algo que todos tem um interesse maior. 11 CONSIDERAÇÕES FINAIS A disciplina de História das Relações Internacionais II ministrada pelo professor Doutor José Renato Ferraz da Silveira atingiu minhas expectativas. As aulas sempre fluem de uma maneira ótima, sempre a estimular os alunos a buscar por mais conhecimento. Os textos escolhidos pelo professor vieram a acrescentar e possibilitar uma aprendizagem densa, somado aos resumos que foram de extremo auxílio para a compreensão dos mesmos. Vejo este portfólio como uma excelente maneira de fixação da matéria passada em sala de aula. É fruto de uma pesquisa feita não somente com o que o professor passou em classe, mas também com as buscas feitas no momento da realização do mesmo. Desse modo, acredito que o aluno tenha maior facilidade em absorver o conteúdo para seu futuro, de modo permanente. Em relação ao meu papel como aluna, posso dizer que esse semestre infelizmente me dispersei um pouco, e acredito que posso me esforçar mais, de maneira a ter mais eficácia adquirindo o conhecimento passado. Estou satisfeita com o andamento da disciplina e com as aulas ministradas pelo professor José Renato. 12 REFERÊNCIAS KENNEDY, Paul. O advento de um mundo bipolar e a crise das potências médias: primeira parte, 1885 – 1918 (Capítulo 5) KISSINGER, Henry. A nova face da diplomacia: Wilson e o Tratado de Versalhes (Capítulo 9). In: KISSINGER, Henry. A diplomacia das grandes potências. 2 ed. Rio de Janeiro: Francisco Alves, 1999. KISSINGER, Henry. Stressemann e a volta dos vencidos (Capítulo 11). In: KISSINGER, Henry. A Diplomacia das grandes potências. 2 ed. Rio de Janeiro: Francisco Alves, 1999. KISSINGER, Henry. O fim das ilusões: Hitler e a demolição de Versalhes (Capítulo 12) In: KISSINGER, Henry. A Diplomacia das grandes potências. 2 ed. Rio de Janeiro: Francisco Alves, 1999. SARAIVA, J. F. S. (org.). A agonia europeia e a gestão da nova ordem internacional. In: Relações internacionais contemporâneas: da construção do mundo liberal à globalização. Brasília, Editora da UNB, 2002. KENNEDY, Paul. Estabilidade e mudança num mundo bipolar 1943 – 1980. (Capítulo 7). http://mundoeducacao.bol.uol.com.br/historiageral/nep.htm
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