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Materiais Dentários - Ionômero de Vidro

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Ionômero de Vidro
Ionômero de vidro é o nome genérico de um grupo de materiais baseados na reação do pó de silicato de vidro com o ácido poliacrílico. Seu nome se deve à formação de pó de vidro e ionômero, que contem ácidos carboxílicos.
A princípio, era usado em restaurações estéticas em dentes anteriores de Classes III e V. A partir da descoberta da sua capacidade adesiva e anticárie, passou a ser usado para outros fins, como cimentação, selamento, forramento, etc – o tipo de aplicação varia dependendo da consistência final do cimento, que varia de baixa viscosidade até viscosidade muito alta.
Composição
Pó:
Sílica – fornece resistência;
Alumina – fornece resistência, e é opaca (prejudica estética);
Fluoretos – agem como reserva e fonte de Flúor;
Fosfato de alumínio;
O tamanho das partículas de pó definem o uso do material: 
Restauração > Forramento/Base > Cimentação
Líquido (solução aquosa de):
Ácido poliacrílico
Copolímeros – aumentam a vida útil do material e facilitam seu manuseio, pois reduzem a viscosidade;
Ácido itacônico;
Ácido polimaleico;
Ácido tricarbálico;
Ácido tartárico (opcional) – aumenta o tempo de trabalho e reduz o tempo de presa do Cimento de Ionômero de Vidro;
Reação de presa
Pó (base) + Líquido (Ácido) Matriz polissais + Gel de Sílica
 (Reação de neutralização Ácido-Base)
Os Cimentos de Ionômero de Vidro Convencionais não são fotopolimerizáveis.
O Flúor presente no pó não reage com o líquido e é liberado para o meio. O meio resultante contem 20% de água, de forma que o flúor pode migrar livremente pela região abrangente do cimento de ionômero de vidro.
Íons Cálcio e Alumínio presentes no pó reagem com o líquido, podendo formar:
Poliacrilato de Cálcio (ou Poliacarboxilato de Cálcio):
Aumenta a viscosidade, diminui o brilho e torna o material sensível a umidade;
Poliacrilato de Alumínio (ou Poliacarboxilato de Alumínio);
Confere resistência e aumenta a sensibilidade à umidade do material;
Nem toda partícula de pó reage com o líquido. Todas as que não reagiram tornam-se envoltas por Gel de Sílica Hidratado. Esta estrutura aumenta a resistência do material. Entretanto, está sujeita a:
Sinérese – ocorre quando há perda de umidade pelo material para o ambiente. Isto pode gerar fissuras no material. Para evitar isto, deve-se cobrir o cimento de ionômero de vidro com adesivos ou vernizes.
Embebição – ocorre quando há contaminação por umidade. Isto leva à opacificação do material.
Influenciam no tempo de presa:
Presença de acido tartárico, que age como acelerador do tempo de presa;
Tamanho das partículas de pó. Quanto maior as partículas, maior será o tempo de presa;
Proporção pó-líuido. Quanto mais pó, maior será o tempo de presa;
Temperatura. Quanto maior a temperatura, menor será o tempo de presa;
Cimentos de ionômero de vidro modificados
Modificados por Resina (Híbridos, HEMA, BIS-GMA)
São fotopolimerizáveis, pois é adicionado um composto fotossensível (canforoquinona) no pó.
Além da reação de presa por fotopolimerização, a reação de neutralização ácido/base entre pó e líquido também ocorre, de forma igual ao cimento de ionômero de vidro convencional.
Por fim, ocorre ativação química do componente resinoso, contribuindo para a presa final do material híbrido.
Trata-se de uma versão mais sensível à umidade, menos adesiva e de coeficiente de expansão linear maior em relação ao ionômero de vidro convencional.
Anidros
Trata-se de uma versão em que o ácido poliacrílico é liofilizado e distribuído no pó.
Desta forma, sua composição torna-se:
Pó:
Conteúdo do cimento de ionômero de vidro convencional;
Ácido poliacrílico;
Líquido: 
Água;
Ácido tartárico (opcional);
Com esta composição, o material ganha muito em termos de durabilidade.
Reforçados por metais
Tem sua resistência aumentada. Entretanto, perde em estética e não há liberação de Flúor.
Propriedades gerais dos cimentos de ionômero de vidro
Vantagens:
Coeficiente de expansão térmica linear parecido com o do dente, de forma que infiltrações marginais são improváveis.
Biocompatível, apesar da formação de ácidos. Isto por que estes são orgânicos, ou seja, fracos, e não tendem a ionizar-se por completo. Também, a matriz polissais é composta por macromoléculas incapazes de penetrar os túbulos dentinários.
OBS: em cavidades muito profundas, pode haver leve irritação pulpar, e recomenda-se a execução de um forramento prévio.
Desvantagens:
Baixa resistência à compressão;
Baixa resistência à tração (friável);
Estética desfavorável:
Baixa transluidez;
Alta rugosidade;
Alta porosidade;
Poucas opções de cor;
Opaco;
Difícil polimento;
Características:
Sofre adesão química com a estrutura dentária.
Quanto mais mineralizado for o tecido, mais adesão ocorrerá. Portanto, ocorre mais adesão com o esmalte do que com a dentina. Também, há mais adesão com dentina esclerosada do que com a dentina normal.
Uma boa adesão depende de uma boa manipulação do material. Isto pode ser observado quando o mesmo possui aspecto brilhoso. Portanto, a adesão deverá ser máxima quando o ionômero de vidro possuir este aspecto.
A adesão depende da presença dos ácidos gerados durante a reação de presa. Estes ácidos formam ligações fortes e estáveis com os íons cálcio presentes nos tecidos dentários.
Por fim, a adesão depende de um bom condicionamento da cavidade. Portanto, deve-se remover a Smear Layer (lama de dentina – camada de detritos proveniente do tratamento cavitário por broca) com um condicionamento de ácido poliacrílico a 10% por 10 a 15 segundos, seguido por lavagem da cavidade por 30 segundos e secagem suave com papel absorvente.
OBS: não se deve usar ácido fosfórico, pois este remove muito os íons Cálcio do tecido dentário, o que impede a adesão deste íon com os ácidos do material.
OBS2: quando o produto é fotopolimerizável, o fabricante fornece um produto diferenciado para a remoção da Smear Layer.
A adesão, além de contribuir com a estabilidade e o sucesso da restauração, também contribui com a biocompatibilidade entre o material e a polpa dentária.
Absorve, reserva e libera Flúor durante todo o tempo útil da restauração
O flúor presente no pó não reage com o líquido. Portanto, estes íons ficam dispersos na matriz do cimento de ionômero de vidro. Por ser uma matriz de gel, rica em água (20%), os íons podem se movimentar pela área de ocupação do material, atingindo as superfícies dentárias adjacente e induzindo remineralização (formação de fluoroapatita). Desta forma, o cimento de ionômero de vidro realiza uma ação anticariogênica.
Classificações dos cimentos de ionômero de vidro e utilizações
Tipo I – Agentes de Cimentação
Usado como agente de cimentação, normalmente para coroas, próteses fixas, pinos, dispositivos ortodôntico, etc.
Tem as partículas de menor tamanho: entre 15 e 20 micrômetros;
Tipo II – Agente restaurador
Utilizado em restaurações:
Classe I e II em dentes decíduos;
Classe I conservadora em permanentes;
Classe II apenas proximal ou em túnel;
Classe III com pouco envolvimento estético;
Classe V (cariosa ou erosiva) com pouco envolvimento estético;
OBS: Não usar em classes IV, VI e oclusais, pois sua friabilidade favorece a fratura da restauração.
Tipo III – Agente de base, forramento ou selamento
Tipo IV – Fotopolimerizável
Os do tipo IV podem ter propriedades do Tipo I, II ou III.
Manipulação e uso
Realizar profilaxia da cavidade com pedra pomes e água. Isto contribui para a remoção de placa bacteriana e outros detritos. Sem este procedimento, a adesão fica prejudicada.
Aplicação de solução de ácido poliacrílico a 10% por 10 – 15 segundos, seguida de lavagem com água por 30 segundos e secagem leve com jato de ar ou papel absorvente. Isto contribui para a remoção da Smear Layer e, consequentemente, com a adesão do material.
Isolar a região a ser trabalhada, seja de forma relativa, seja de forma absoluta.
Manipular o material:
Utilizar placa de vidro espessa resfriada – evitar a condensação de água na superfície;Coloca-se o pó e o líquido sobre o vidro seguindo as especificações do fabricante. O líquido deve ser colocado sobre a placa logo antes da manipulação, de forma a evitar que seu conteúdo hídrico sofra alteração (seja por doação ou absorção de água);
Utilizar espátula rígida (N.36);
Separar o conteúdo do pó em duas porções;
Adiciona-se uma porção do pó ao líquido e aglutina-se a mistura por cerca de 30 segundos.
Adiciona-se outra porção do pó ao líquido e aglutina-se a mistura por novos 30 segundos.
A mistura resultante deverá ter aspecto brilhoso, que indica a presença de carboxilas livres, que participarão da adesão ao dente.
O material deve ser levado à cavidade e comprimido através de uma matriz de poliéster previamente ajustada;
O tempo de presa é de aproximadamente 5 minutos;
Quando a matriz de poliéster for removida, deve-se isolar a restauração com verniz ou adesivo;
Excessos grosseiros são removidos por instrumentos afiados (bisturi, por exemplo);
Aplica-se nova camada de verniz ou adesivo;
Faz-se os acabamentos e o polimento:
Para os convencionais, isto deve ser feito 24h depois do procedimento restaurador, através de brocas multilaminadas ou pós abrasivos/lubrificantes, aplicados através de taças, pontas ou discos de borracha.
OBS: Quando se faz o uso do ionômero de vidro como agente de forramento, a sensibilidade pós-operatória é reduzida.
Cimento de Ionômero de Vidro

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