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direito penal I aula 2 sistemas penais

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2. Sistemas Penais no Mundo
 Alguns países adotaram um dos três sistemas penitenciários clássicos: 
o da Filadélfia, 
o de Auburn e o
 Inglês, dito progressivo. 
IMP! Assim para uma perfeita compreensão torna-se necessário um breve resumo sobre estes três sistemas e verificamos qual adotamos
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2. Sistemas Penais no Mundo
e Sistema Progressivo Brasileiro 
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2.1 Sistema Filadélfia
O Sistema Pensilvânico iniciou-se no ano de 1790 na Walnut Street Jail, uma velha prisão já existente na Filadélfia, Estado da Pensilvânia, transferindo-se mais tarde para a Eastern Penitenciárias.
Conforme Manoel Pedro Pimentel: “foi construída por um renomado arquiteto, Edward Havilland e que significou um notável progresso para sua arquitetura e pela maneira como foi executado o regime penitenciário em seu interior”. Este sistema propagou-se para outras prisões do país.
 
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Tendo como características principais:
-  reclusão na cela;
-  isolamento constante;
-  sem trabalho e visitas familiares;
- arrependimento pela leitura da bíblia (meditação e silêncio).
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Conforme cita Mirabete: 
“era um sistema onde o sentenciado deveria cumprir pena em isolamento celular absoluto em sua cela, e sair somente em casos de exceção.”
Na tentativa de superar os problemas do sistema da Filadélfia surge o sistema de Aubun.
 MIRABETE. Júlio Fabrini. Manual de Direito Penal. 8ª ed. São Paulo : Atlas, 1994, pg. 239-240.
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2.2 Sistema de Auburn
 
Origina-se em Nova York com a construção da Penitenciária na cidade de Auburn em 1818, funcionando inicialmente com 80 celas e em 1821 quando entraram em funcionamento as demais alas que estavam em construção.
Suas características eram:
> incomunicabilidade absoluta,
trabalho obrigatório durante o dia,
> isolado noturno.
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Para Francisco Bueno Arus: ”este sistema foi adotado em toda Europa em fins do século XIX; era um regime de isolamento, por sua intensidade aflitiva servia ao fim da pena retribucionista, porém as ilusões de conseguir pela incomunicação a emenda espontânea se dissiparam rapidamente.” 
 ARÚS, Francisco Bueno. Programa Comparativo dos Modernos Sistemas Penitenciários. RT 441, julho de 1972, pg. 298-303.
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Ponto que possibilitou sua extinção foi esta regra de absoluto silêncio, pois trata-se de uma imposição desumana, fazendo com que os presos deste sistema comunicassem com sinais feitos com as mãos, formando uma espécie de comunicação peculiar. 
Outro ponto desfavorável também foi a proibição de visitas de familiares e outras pessoas, falta de lazer e aprendizado.
 Possibilitando assim o surgimento de várias críticas quanto a este sistema, onde podemos destacar a figura do coronel Manuel Montesinos y Molina onde foi conhecido na Espanha como percursor do Tratamento Penal Humanitário, defendendo a reeducação do condenado, e a ressocialização da pena. 
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Suas idéias no ano de 1834 foram postas em prática quando foi nomeado diretor do presídio San Augustin Valência, onde criou um esquema de trabalho remunerado, extinguiu os castigos corporais.
Pimentel: “estabeleceu regras que poderiam ser consideradas como sementes dos regulamentos penitenciários ou dos códigos de execuções penais de hoje”. 
O sistema de Aubun serviu de base para o surgimento de um terceiro sistema o Progressivo.
 PIMENTEL, Manoel Pedro. Sistema Penitenciário. RT639, 1989, pg. 266-267.
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2.3 Sistema Inglês ou Progressivo
 
Este sistema guardava certa semelhança com o sistema espanhol, porém trouxe várias mudanças significativas. 
Tendo como origem às idéias do capitão da Marinha Real Inglesa conhecido como Alexander Maconochie nomeado diretor do Presídio do condado de Narwich, na ilha de Norfolk, na Austrália,
 onde ficou impressionado com as péssimas condições que os presos chegavam a ilha, muitas vezes com moléstias, e debilitados, muitos morriam ao longo da viagem e os que sobreviviam apresentavam grande debilidade física e facilmente levados a degradação e a morte. 
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Maconochie introduziu o sistema de vales “MARK SYTEM” 
onde neste sistema a duração da pena não era exclusivamente determinado pela sentença condenatória mas também pela 
boa conduta e dedicação ao trabalho;
 ele recebia marcas ou vales se apresenta-se conduta positiva e perdia caso contrário
 FARIAS, João Francisco Junior. Manual de Criminologia. Paraná, pg. 134.
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2.4 Sistema Progressivo irlandês
 
Originou-se através de Walter Crofton, diretor dos Presídios da Irlanda onde adotou o sistema de vales e inovou ao conceder ao preso, antes do livramento condicional um período de experiência que devia trabalhar no campo, onde era testado e preparado para retornar a vida livre em sociedade.
 quatro etapas: o penal, na cela; da reforma, pelo isolamento noturno; o intermediário, com trabalho em comum e o da liberdade definitiva, que se tornava definitiva pelo bom comportamento 
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Neste sistema a pena era dividida em três períodos: inicialmente isolamento celular absoluto; isolamento noturno e trabalho durante o dia e semi-liberdade e trabalho fora da prisão.
Segundo Arús Bueno: “no século XX, depois da I Guerra Mundial, este sistema progressivo generalizou-se, sendo iniciado na Inglaterra e Espanha no século anterior. Foi adotado na Bélgica em tempos de Ducpeitiax e Schevene (1831), abandonado em 1919. por volta do ano de 1931 praticamente foi adotado em todos os regimes penitenciários.”.
Diferenciando-se desse sistema surge o Sistema Irlandês.
 ARÚS, Francisco Bueno. Panorama Comparativo dos Modernos Sistemas Penitenciários. RT 441, Julho de 1972, pg. 304.
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Assim o acesso a cada uma destas quatro etapas era feita progressivamente, através de ganhos de vales.
Arus Bueno: “a meta do sistema era dupla, constitui um estímulo à boa conduta e a adesão do recluso ao regime que se lhe aplica, e conseguir por este regime a boa disposição anímica do condenado, para alcançar paulatinamente a sua reforma moral e sua preparação para futura vida em liberdade.”
 ARÚS, Francisco Bueno. Panorama Comparativo dos Modernos Sistemas Penitenciários. RT 441,julho de 1972, pg. 299-304.
 
 
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> neste sistema o ideal para o condenado seria a prática para que se desenvolva em cada estabelecimentos diversos, como um estabelecimento semi-aberto para regimes intermediários e aberto para o período de pré-liberdade.
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2.5 Sistema Progressivo no Brasil
 
O Brasil em seu Código Penal de 1940 e posteriormente com a reforma penal de 1984 adotou o Sistema progressivo, porém forma progressiva na execução.
 Lei de Execução Penal n.º 7.210 prevê a forma progressiva em seu art. 112.
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 Sistema Progressivo Brasileiro prevê inicialmente um sistema de isolamento por prazo não superior a 3 meses na pena de reclusão, 
depois trabalho em comum durante o dia e
 possibilidade de transferência para a colônia agrícola 
ou similar e ao final a obtenção do livramento condicional.
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Conforme orientação do autor Mirabete a Lei n.º 6.416 de 24/05/77 o isolamento passou a ser facultativo e mais tarde com a Lei n.º 7.209(LEP) exclui-se o isolamento e a execução da pena passou a ocorrer em três fases ou regimes fechado, semi-aberto e aberto e prevê ainda a possibilidade início do cumprimento da pena em regimes menos severos.
 
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Com a Lei n.º 7.209 além de manter os três regimes possibilitou o condenado a cumprir as penas privativas de liberdade em estabelecimentos penais diversos e em seu art. 112
 a possibilidade de transferência para o regime menos rigoroso quando o preso já tenha cumprido 1/6 da pena em regime anterior, 
com como observadas condições que indiquem a progressão e 
a contrário senso (art.118 da LEP) quando o condenado demonstrar inaptidão e má conduta 
(fato definido com crime doloso)
poderá ir para o sistema mais rigoroso trata-se da REGRESSÃO.
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O sistema progressivo brasileiro é integrado por três regimes penitenciários conforme o art. 33 do CP em: 
regime fechado, 
semi-aberto 
 aberto. 
A conceituação do sistema progressivo encontra-se no art. 33 § 2º CP onde dispõe “as penas privativas de liberdade deverão ser executadas em forma progressiva”.
 
 
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Fonte: Curso Especialização Direito Penal Almeida, Andreia Alves de Almeida, UNITOLEDO/SP 2003;
Direito Penal V1, 2011: Cesar Roberto Bitencourt ,

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