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coagulopatias Alunos: beatriz souza Ediele Barreto Joselina menezes Kaique gomes COAGULOPATIAS HEREDITÁRIAS As coagulopatias hereditárias são doenças hemorrágicas resultantes da deficiência quantitativa e/ou qualitativa de um ou mais fatores da coagulação, envolvidos na fisiologia da hemostasia secundária. COAGULOPATIAS HEREDITÁRIAS A rede de fibrina, formada neste processo de hemostasia, tem apenas a função de estabilizar o instável tampão plaquetário, de modo que toda a cascata da coagulação tem como função principal formar estruturas que estabilizem e fixem o tampão plaquetário no local da lesão até que o endotélio seja reparado. HEMOSTASIA SECUNDÁRIA - CASCATA DA COAGULAÇÃO Classificação DAS COAGULOPATIAS Hereditárias As coagulopatias hereditárias podem estar relacionadas com a carência de qualquer um dos fatores envolvidos nesta fisiologia da hemostasia. Elas podem ser classificadas, basicamente, em: Deficiência de fibrinogênio (fator I), que se subdivide em: Afibrinogenemia Hipofibrinogenemia Disfibrinogenemia Deficiência de protrombina (fator II) Deficiência de fator V Deficiência de fator VII Deficiência de fator VIII - Hemofilia A Deficiência de fator IX - Hemofilia B Deficiência de fator X Deficiência de fator XI Deficiência de fator XII Deficiência do fator estabilizador da fibrina (fator XIII) Doença de von Willebrand hemofilia Doenças genéticas hereditárias que incapacitam o corpo de controlar sangramentos (hemostasia). doença de von Willebrand COAGULOPATIAS ADQUIRIDAS As coagulopatias adquiridas estão associadas a múltiplas alterações da coagulação (no que diz respeito, portanto, ao mecanismo de hemostasia secundária), sendo que a deficiência de Vitamina K e as hepatopatias se configuram entre as mais comuns em animais. O diagnóstico se dá pelas características clínicas e pelos resultados dos testes como tempo de pró-trombina (TP), tempo de tromboplastina parcial ativado (TTPA) e tempo de trombina (TT). Deficiência DE VITAMINA K A vitamina K é um co-fator fundamental para a gamacarboxilação hepática dos fatores D, VII, IX e X, além dos anticoagulantes endógenos proteína C e proteína S. Sem a vitamina K estes fatores têm o seu efeito prejudicado pela falta da terceira carboxila nos resíduos de ácido glutâmico. Este radical é fundamental para a interação com o fosfolipídio plaquetário e com o cálcio ionizado. ETIOLOGIA Condições clínicas relacionadas com a deficiência da vitamina K. O recêm-nato, por exemplo, tem baixas reservas de vitamina K e fica propenso à sua carência, principalmente se for prematuro e alimentado exclusivamente com leite materno (pobre em vitamina K). A doença hemorrágica do recêm-nato (como é chamada esta entidade) pode ser prevenida ou tratada pela aplicação parenteral de vitamina K 1mg. Baixa ingestão de fontes de vitamina K: fígado, vegetais de folhas verdes (espinafre, couve-flor, repolho), leite, tomate, arroz integral, ervilha, vegetais, sementes de soja, chá verde, gema de ovo, aveia, trigo integral, batatas, aspargos, pepinos, manteiga, queijo, carne de vaca e de porco, presunto, cenouras e milho. Baixa absorção DIAGNÓSTICO Nesses pacientes a principal forma de realizar o diagnóstico através do tempo de atividade de protrombina (TAP ou TP) que avalia o fator VII, sendo o primeiro par.metro que se altera no coagulograma. TRATAMENTO O tratamento é a reposição da vitamina 10mg parenteral, restaurando a hemostasia em 10-12h. A via pode ser subcutânea ou venosa. A administração intramuscular pode acarretar na formação de hematoma. O plasma fresco congelado é utilizado nos casos de urgência hemorrágica. HEPATOPATIAS O hepatócito sintetiza todos os fatores da coagulação. Portanto, quando há sofrimento hepático, poderá se desenvolver uma coagulopatia por deficiência de diversos fatores, da via intrínseca (IX, XI, VIII), extrínseca (Vil) e comum (I, II, X, V) da coagulação. A gama-carboxilação dos fatores do complexo protrombínico (II, VII, IX, X) está deficiente, especialmente do fator VII, razão pela qual predomina o alargamento do TP, como acontece na deficiência de vitamina K e no uso de cumarínicos. ACHADOS LABORATORIAIS Os exames a serem solicitados incluem o hemograma, o coagulograma e dosagem de fibrinogênio para realização do diagnóstico diferencial com CIVD (pois nos hepatopatas, esta está normal). Plaquetopenia no hemograma Deficiência de fatores de coagulação: altera tanto o tempo de protrombina (TP) como tempo de tromboplastina parcial ativado (TTPA). Sendo esta uma forma de diferenciação da coagulopatia por vitamina K, já que nesta observa-se somente uma elevação da TP. Exacerbação da fibrinogenólise, com tendências ao sangramento Tendência trombótica: deficiência de Antitrombina, proteínas C e S TRATAMENTO Reposição de vitamina K; Complexo protrombínico (Prothromplex®): quando o paciente apresenta sangramentos ativos. Plasma fresco congelado: para casos de hemorragia grave e com sangramento digestivo com risco de choque. INIBIDORES CIRCULANTES DOS FATORES DA COAGULAçãO O aparecimento de auto-anticorpos anti-fator VIII (do tipo IgG) pode ocorrer em algumas circunstâncias da prática médica, tal como: o hemofílico A que recebeu componentes do sangue; na puérpera; no lúpus eritematoso sistêmico; em algumas imunodeficiências. Este anticorpo inativa o fator VIII, provocando uma diátese hemorrágica, às vezes, bastante grave ETIOLOGIAS Presença de inibidores na hemofilia: o uso crônico dos fatores de coagulação estimula a formação de anticorpos contra os fatores que são infundidos no paciente. Doenças auto-imunes: LES Uso de medicamentos: principalmente penicilina e eventualmente a procainamida. DIAGNÓSTICO O diagnóstico pode ser sugerido diante de um quadro de paciente hemofílico com sangramentos de difícil controle e refratários à reposição de fator VIII. O coagulograma revela um TTPA bem alargado e um TP normal ou alargado. O quadro pode ser agudo e auto-limitado ou se cronificar. TRATAMENTO Sabe-se, portanto, que o paciente não responde á reposição de crioprecipitado, plasma fresco congelado ou fator VIII purificado, pois o anticorpo inibe o fator VIII exógeno também. A alternativa mais viável é a infusão do concentrado de complexo protrombinico – o Prothromplex – por conter pequenas quantidades dos fatores II, IX e X ativados, “desviando” a utilização do fator VIII na cascata da coagulação. Entre os hemoderivados, somente o Prothromplex controla a hemorragia destes pacientes. A plasmaferese e o uso de imunossupressores (ex.: ciclofosfamida) pode ser necessário nos casos crânicos e refratários. COAGULAçãO INTRAVASCULAR DISSEMINADA A coagulação intravascular disseminada (CIVD) configura uma expressão clínica de diversas doenças sistêmicas graves. Trata-se de uma grave desordem adquirida da hemostasia, relacionada a doenças não menos graves, como a sepse bacteriana por Gram negativos, as complicações obstétricas (descolamento prematuro de placenta, feto morto retido, embolia amniótica), neoplasias malignas (adenocarcinoma mucinoso, LMA promielocítica - M3), politrauma, grande queimado, hemólise intravascular aguda etc. Fase isquêmica: isquemia e necrose de extremidades com gangrena Fase hemorrágica: sangramentos diversos e difusos, espontâneos ou não. “O paciente sangra por todos os orifícios, tubos e drenos”. FORMAS CLÍNICAS DA CIVD Forma aguda: relacionada à sepse, trauma, complicações obstétricas, LMA. O consumo de fatores da coagulação e de plaquetas não consegue ser compensado por um aumento da produção hepática e medular. Estes pacientes se manifestam muito mais com sangramento. Forma Crônica: quase sempre relacionada a tumores sólidos secretores de fator tecidual. Como há uma resposta compensatória hepática e medular, o consumo excessivo de fatores da coagulação e de plaquetas é reposto. As manifestações principais passam a ser de repetidas tromboses. CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS O diagnóstico de CIVD agudo deve ser suspeitado em qualquer paciente grave, com os fatores de risco previamente assinalados, que se apresenta com diátese hemorrágica (hemorragia cutâneo-mucosa, gastrointestinal, pulmonar, cerebral etc.). A hemostasia primária está prejudicada principalmente pelo consumo plaquetário (trombocitopenia). Os critérios que definem o diagnóstico são: Hipofibrinogenemia (< 70-100mg/dL) Aumento dos PDF, especialmente o D-dímero. Alargamento do TTPA, do TP e do TT (tempo de trombina) Trombocitopenia Anemia hemolítica com esquizócitos TRATAMENTO Tratamento da doença de base; Medida de suporte: A conduta transfusional deve ser indicada apenas se sangramento ativo ou procedimento invasivo. Com isso, incluímos reposição de plaquetas, hemácias. Plasma fresco congelado: é utilizado por possuir todos os fatores de coagulação 20ml/kg/dia. Crioprecipitado: no plasma tem pouco fibrinogênio enquanto nesta há uma alta concentração de fibrinogênio. Concentrado de plaquetas: naqueles pacientes que apresentam sangramentos intensos. Heparina em baixas doses: controverso Infusão intravenosa de proteína C ativada: sepse, caro e de difícil acesso. Referência
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