Metodologia - 1° semestre

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Metodologia - 1º Semestre
Características dos diferentes tipos de conhecimento
Conhecimento mítico:
Trata-se de um conhecimento subjetivo/individual do mundo Um conhecimento não racional, explica o mundo pondo em cena seres, deuses e heróis para dominar o medo do desconhecido. Não procura entender a natureza. Dispensa prova para aceitação. Baseia-se na experiência de vida, na tradição.
Ex.: mitologia
Conhecimento religioso:
Conhecimento que liga o homem ao divino. Trata-se de uma certeza individual, por tanto não pode ser imposta. Crenças em verdades pré-existentes, aceita pela tradição e não comprovada empiricamente. Objetiva confortar diante das adversidades e dificuldades.
Ex.: dogmas religiosos
Conhecimento filosófico:
Conhecimento questionador. Reflexão crítica diante do mundo, respostas não prontas ou acabadas. Não verificável empiricamente, mas demonstrável racionalmente através de um discurso válido para todos. A evidência racional é o critério da verdade.
Conhecimento vulgar:
Conhecimento imediatista, baseado no senso comum. Ausência de métodos e comprovação empírica.
Ex.: Ditos populares
Conhecimento científico:
Necessita de comprovação empírica e a aceitação pela maioria da comunidade científica. Crítica em relação a revisão dos seus estudos, admitindo falhas e revendo dogmas anteriores. Porém respeita inquestionavelmente os métodos. De caráter racional procura explicar as causas naturais.
O subentendido
Pressuposto semântico
São ideias não expressas de maneira explícita, mas que podem ser percebidas a partir de certas palavras que, por si mesmas, veiculam significações implícitas. O pressuposto é lexical e indiscutível para o falante e para o ouvinte, não permitindo contestações.
Ex.: 
- Certos advérbios: “O resultado da prova ainda não foi divulgado.”.
(Pressuposto: O resultado já deveria ter sido divulgado, ou, o resultado será divulgado com atraso).
- Certos verbos: “O esquema da mala tornou-se público.”.
(Pressuposto: O esquema não era público)
Ideias subentendidas
São insinuações presentes numa frase ou num conjunto de frases que não são marcas linguisticamente. O subentendido é contextual e pragmático. De responsabilidade do ouvinte, por isso, altamente variável.
Ex.:
“Ele é músico, por isso é sensível” o que nos leva a significar que todo músico é sensível.
Premissas subjacentes
São ideias subentendidas, passíveis de interpretação apenas no contexto em que se encontram. Ideia própria daquele que comunica; regra específica do autor.
Perspectivas múltiplas
Várias visões/interpretações para o mesmo fenômeno.
Tipos de métodos
Os métodos são diferentes de procedimentos, são incompatíveis entre si, não existindo a possibilidade de utilização de dois tipos de métodos ao mesmo tempo.
Estudam os procedimentos, as ferramentas e os caminhos. Tem caráter instrumental e não diz respeito ao conteúdo do estudo, e sim a sua forma.
Método dedutivo
Parte do geral para o particular; dos assuntos mais simples para os assuntos mais complexos; da lei geral para o caso concreto.
Ex.: 
“Todo mamífero tem um coração.
Ora, todos os cães são mamíferos.
Logo, todos os cães têm um coração.”.
Método indutivo
Parte do particular para o geral; observa os casos individualmente para a criação de teorias e regras gerais.
Ex.:
“Todos os cães que foram observados tinham um coração.
Logo, todos os cães têm um coração.”.
Método dialético
- Em Platão: método que se utiliza de perguntas e respostas; discussão em busca da verdade;
- Em Hegel: a TESE (ideia) gera a ANTÍTESE, que se contrapõe à tese, surgindo a SÍNTESE, que representa a contradição;
- Em Marx: contexto de luta de classes (TESE), diferentes interesses (ANTÍTESE), que geram a contradição (SÍNTESE).
Método hipotético
Parte do particular para o geral, adotando hipóteses (baseado em referências teóricas) e realizando experimentos para a comprovação das hipóteses levantadas.
Método científico
Utilização de teorias de base ou marcos teóricos.
Procedimentos
Os procedimentos fazem parte do método e podem ser utilizados simultaneamente.
Procedimento histórico
Comparação de um objeto de estudo em épocas diferentes.
- Histórico evolutivo: comparação das características do objeto de estudo na atualidade com as suas características originais, ou a sua evolução ao longo da história;
- Histórico progressivo: comparação de formações anteriores como precursoras do estado atual do objeto.
Procedimento comparativo
Procedimento realizado através do confronto/comparação de atributos.
Procedimento estatístico
Procedimento para a comprovação de relações entre fenômenos quantificáveis. De resposta provavelmente verdadeira, porém sempre com alguma margem de erro.
Procedimento de estudo de caso (monográfico)
Procedimento de estudo de determinados indivíduos, profissões, grupos, entre outros; com obtenção de resultados genéricos.
A pesquisa científica
DEFINIÇÃO: Atividade desenvolvida com a pretensão de conhecimento, orientada metodologicamente
ELEMENTOS: 
- Objeto de pesquisa: Precisa ser um objeto inusitado ou amplamente conhecido, desde que seu tratamento ainda não se tenha esgotado;
- Objetivo da pesquisa: o que se pretende alcançar com o trabalho investigado;
- Justificativas: Pode ser de razões de ordem intelectual (alcançar o saber, adquirir conhecimentos), ou de razões de ordem prática (encontro de soluções para problemas concretos);
- Método utilizado: Conjunto de procedimentos para obtenção de dados;
- Resultado: O que se foi alcançado com o trabalho de investigação.
TIPOS DE PESQUISA CIENTÍFICA:
Exploratória:
Objetiva iniciar a pesquisa e não explicá-la. Proporciona maiores informações sobre o assunto, facilitando a delimitação de um tema do trabalho.
- Levantamento bibliográfico, entrevistas, estudo de caso...
Descritiva:
Possibilita uma análise rigorosa do objeto de pesquisa, mas não o explica e nem propõe soluções.
- Coleta de dados
Explicativa:
Identificação dos fatores determinantes do objeto de estudo, suas causas e motivos.
Prescritiva ou aplicada:
Prescreve soluções. Investiga, comprova ou rejeita as hipóteses sugeridas.
Em um caso de doença, a pesquisa exploratória corresponde a fase em que o médico questiona o paciente quanto aos seus sintomas. Ainda não se tem hipóteses do que possa ser. Trata-se de uma fase em que o médico está realizando um levantamento de dados para sugerir hipóteses das doenças.
A fase seguinte corresponde ao ordenamento das descrições dos sintomas elencados pelo paciente, para que se inicie a fase explicativa, onde já podem ser levantadas hipóteses das possíveis causas e motivos dos sintomas, determinando algumas doenças com as mesmas características. O próximo passo é a pesquisa prescritiva ou aplicada, onde o médico comprova ou rejeita as hipóteses sugeridas e prescreve as soluções para o problema.
Quantitativa ou qualitativa:
- Quantitativa: Tem como objeto de pesquisa tudo que pode ser medido. Traduz em número opiniões e informações. Requer o uso de técnicas estatísticas;
- Qualitativa: Não pretende encontrar a verdade (certo ou errado), mas compreende os motivos que permeiam a prática que se dá na realidade.
Teórica ou prática:
- Teórica: Pesquisa referenciada. Revisão de conceitos e ideias importantes;
- Prática: Pesquisa investigativa. Pesquisa de laboratório ou de campo.
Bibliográfica ou documental:
- Bibliográfica: Pesquisa realizada através da utilização de fontes secundárias, originadas de um estudo ou uma pesquisa anterior;
- Documental: Pesquisa realizada através de documentos primários/originais. Trata-se de um estudo de caso, através de entrevistas.
Experimental (de laboratório) ou de campo
- Experimental ou de laboratório: Pesquisa condicionada a provocar, produzir e reproduzir fenômenos;
- De campo: Pesquisa realizada através de coleta de dados (entrevistas, aplicação de questionários, teses e observações).