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PRÉ-NATAL Profª Silvana S. Zanotelli Departamento de Enfermagem CEO - UDESC PAISM – 1984 Estatuto da Criança e do Adolescente - 1990 Programa de Assistência à Saúde Perinatal - 1991 Alojamento Conjunto – 1993 Programa de Humanização no Pré-natal e Nascimento (PHPN) – 2000 Oito Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM) – 2000 Política Nacional de Atenção Integral à Saúde da Mulher (PNAISM) – 2004 Pacto Nacional pela redução da Morte Materna e Neonatal – 2004 Política Nacional de Atenção Obstétrica e Neonatal - 2005 BRASIL – redução da mortalidade infantil nas últimas décadas Óbitos neonatais aquém do desejado Mortes por causas evitáveis Atenção pré-natal, ao parto e ao recém- nascido ainda deficientes Parceria de estados, do Distrito Federal e de municípios para a qualificação do pré-natal, parto e nascimento, puerpério e atenção integral à saúde da criança e sistema logístico (transporte sanitário e regulação). Humanização do parto e do nascimento, com ampliação das ações baseadas em evidências; Organização dos serviços de saúde enquanto uma rede de atenção à saúde (RAS); Acolhimento da gestante e do bebê, com classificação de risco em todos os pontos de atenção; Vinculação da gestante à maternidade; Gestante não peregrina; Realização de exames de rotina com resultados em tempo oportuno. Planejamento familiar - Lei nº 9.263/96 As atividades desenvolvidas na avaliação pré-concepcional devem incluir anamnese e exame físico, com exame ginecológico e exames laboratoriais. O objetivo do acompanhamento pré- natal é assegurar o desenvolvimento da gestação, permitindo o parto de um recém-nascido saudável, sem impacto para a saúde materna, abordando aspectos psicossociais e as atividades educativas e preventivas. 1° PASSO: Iniciar o pré-natal na Atenção Primária à Saúde até a 12ª semana de gestação (captação precoce) 2° PASSO: Garantir os recursos humanos, físicos, materiais e técnicos necessários à atenção pré-natal. 3° PASSO: Toda gestante deve ter assegurado a solicitação, realização e avaliação em tempo oportuno do resultado dos exames preconizados no atendimento pré-natal. 4° PASSO: Promover a escuta ativa da gestante e de seus(suas) acompanhantes, considerando aspectos intelectuais, emocionais, sociais e culturais e não somente um cuidado biológico: "rodas de gestantes". 5° PASSO: Garantir o transporte público gratuito da gestante para o atendimento pré-natal, quando necessário. 6° PASSO: É direito do(a) parceiro(a) ser cuidado (realização de consultas, exames e ter acesso a informações) antes, durante e depois da gestação: "pré-natal do(a) parceiro(a)". 7° PASSO: Garantir o acesso à unidade de referência especializada, caso seja necessário. 8° PASSO: Estimular e informar sobre os benefícios do parto fisiológico, incluindo a elaboração do "Plano de Parto". 9° PASSO: Toda gestante tem direito de conhecer e visitar previamente o serviço de saúde no qual irá dar à luz (vinculação). 10° PASSO: As mulheres devem conhecer e exercer os direitos garantidos por lei no período gravídico- puerperal. Cada localidade deve ter desenhado o fluxo das usuárias A partir da avaliação da necessidade de cada usuária, o acesso a outras redes assistenciais deve ser garantido: Rede de Média e Alta Complexidade, Rede de Urgência e Emergência, Rede de Atenção Psicossocial, Rede Oncológica ... Equipe: ACS AUXILIAR/TÉCNICO DE ENFEMAGEM MÉDICO CIRURGIÃO DENTISTA ENFERMEIRO Orientar as mulheres e suas famílias sobre a importância do pré-natal, da amamentação e da vacinação; Realizar o cadastramento da gestante no SisPreNatal e fornecer o Cartão da Gestante devidamente preenchido; Realizar a consulta de pré-natal de gestação de baixo risco intercalada com a do(a) médico(a); Solicitar exames complementares de acordo com o protocolo local de pré- natal; Realizar testes rápidos; Prescrever medicamentos padronizados para o programa de pré- natal (sulfato ferroso e ácido fólico, além de medicamentos padronizados para tratamento das DST); Orientar a vacinação das gestantes (contra tétano e hepatite B); Identificar as gestantes com algum sinal de alarme e/ou identificadas como de alto risco e encaminhá-las para consulta médica; Realizar exame clínico das mamas e coleta para exame citopatológico do colo do útero; Desenvolver atividades educativas, individuais e em grupos; Orientar as gestantes e a equipe quanto aos fatores de risco e à vulnerabilidade; Orientar as gestantes sobre a periodicidade das consultas e realizar busca ativa das gestantes faltosas; Realizar visitas domiciliares durante o período gestacional e puerperal, acompanhar o processo de aleitamento e orientar a mulher e seu companheiro sobre o planejamento familiar. A consulta de enfermagem é uma atividade independente, realizada privativamente pelo enfermeiro, e tem como objetivo propiciar condições para a promoção da saúde da gestante e a melhoria na sua qualidade de vida, mediante uma abordagem contextualizada e participativa. O profissional enfermeiro pode acompanhar inteiramente o pré-natal de baixo risco na rede básica de saúde, de acordo com o Ministério de Saúde e conforme Lei do Exercício Profissional, regulamentada pelo Decreto nº 94.406/87. Consulta de enfermagem na atenção à gestante Teste rápido de gravidez TIG (atraso menstrual de mais de 15 dias) – BetaHCG USG - o exame deve ser realizado entre 10 e 13 semanas, utilizando-se o comprimento cabeça–nádega para determinar a idade gestacional. Gonadotrofina coriônica - Beta HCG Semanas Valores (mUI/mL) 1 semana 5 a 50 mUI/mL 1 a 2 semanas 50 a 100 2 a 3 semanas 100 a 5000 3 a 4 semanas 500 a 10.000 4 a 5 semanas 1000 a 50.000 5 a 6 semanas 10.000 a 100.000 6 a 8 semanas 15.000 a 200.000 2 a 3 meses 10.000 a 100.000 SINAIS DE GRAVIDEZ Atraso menstrual; Manifestações clínicas (náuseas, vômitos, tonturas, salivação excessiva, mudança de apetite, aumento da frequência urinária e sonolência); Modificações anatômicas (aumento do volume das mamas, hipersensibilidade nos mamilos, tubérculos de Montgomery, saída de colostro pelo mamilo, coloração violácea vulvar, cianose vaginal e cervical, aumento do volume abdominal). Amolecimento da cérvice uterina, com posterior aumento do seu volume; Paredes vaginais aumentadas, com aumento da vascularização (pode-se observar pulsação da artéria vaginal nos fundos de sacos laterais); Positividade da fração beta do HCG no soro materno a partir do oitavo ou nono dia após a fertilização. Presença dos batimentos cardíacos fetais (BCF), que são detectados pelo sonar a partir de 12 semanas e pelo Pinard a partir de 20 semanas; Percepção dos movimentos fetais (de 18 a 20 semanas); Ultrassonografia: o saco gestacional pode ser observado por via transvaginal com apenas 4 a 5 semanas gestacionais e a atividade cardíaca é a primeira manifestação do embrião com 6 semanas gestacionais. O calendário deve ser iniciado precocemente (no primeiro trimestre) e deve ser regular, garantindo-se que todas as avaliações propostas sejam realizadas e que tanto o Cartão da Gestante quanto a Ficha de Pré-Natal sejam preenchidos. O total de consultas deverá ser de, no mínimo, 6 (seis), com acompanhamento intercalado entre médico e enfermeiro. Até 28ª sem – mensalmente; Da 28ª até a 36ª sem – quinzenalmente; Da 36ªaté a 41ª sem – semanalmente. O acompanhamento da mulher no ciclo grávido-puerperal deve ser iniciado o mais precocemente possível e só se encerra após o 42º dia de puerpério, período em que a consulta de puerpério deverá ter sido realizada. É um software desenvolvido para acompanhamento adequado das gestantes inseridas no Programa de Humanização no Pré-Natal e Nascimento (PHPN), do Sistema Único de Saúde. Apresenta o elenco mínimo de procedimentos para uma assistência pré-natal adequada, ampliando esforços no sentido de reduzir as altas taxas de morbi-mortalidade materna, perinatal e neonatal. Anamnese História clínica Identificação Dados socioeconômicos Antecedentes familiares Antecedentes pessoais Antecedentes ginecológicos Sexualidade Antecedentes obstétricos Gestação atual Data do primeiro dia/mês/ano da última menstruação – DUM (anotar certeza ou dúvida); Peso prévio e altura; Sinais e sintomas na gestação em curso; Hábitos alimentares; Medicamentos utilizados na gestação; Internação durante a gestação atual; Hábitos: fumo, álcool e drogas ilícitas; Ocupação habitual Aceitação ou não da gravidez pela mulher, pelo parceiro e pela família, principalmente se for adolescente; Identificar gestantes com fraca rede de suporte social; Cálculo da idade gestacional e data provável do parto. Regra de Näegele consiste em somar sete dias ao primeiro dia da última menstruação e subtrair três meses ao mês em que ocorreu a última menstruação (ou adicionar nove meses, se corresponder aos meses de janeiro a março) Exemplo = DUM 20/09/14 +7 -3 DPP 27/06/15 I. Quando a data da última menstruação (DUM) é conhecida e certa: Uso do calendário: some o número de dias do intervalo entre a DUM e a data da consulta, dividindo o total por sete (resultado em semanas); II. Quando a data da última menstruação é desconhecida, mas se conhece o período do mês em que ela ocorreu: Se o período foi no início, meio ou fim do mês, considere como data da última menstruação os dias 5, 15 e 25, respectivamente. Proceda, então, à utilização de um dos métodos descritos . III. Quando a data e o período da última menstruação são desconhecidos: Quando a data e o período do mês não forem conhecidos, a IG e a DPP serão inicialmente determinadas por aproximação: ▪ medida da altura do fundo do útero ▪ início dos movimentos fetais (18 e 20 semanas) Até a 6ª semana, não ocorre alteração do tamanho uterino; 8ª semana - dobro do tamanho normal; 10ª semana - três vezes o tamanho habitual; 12ª semana - o útero é palpável na sínfise púbica; 16ª semana - entre a sínfise púbica e a cicatriz umbilical; 20ª semana - altura da cicatriz umbilical; A partir da 20ª semana, existe relação direta entre as semanas da gestação e a medida da altura uterina. Porém, este parâmetro torna-se menos fiel a partir da 30ª semana de idade gestacional. Exame físico geral Exame obstétrico Palpação obstétrica; Medida e avaliação da altura uterina; Ausculta dos batimentos cardiofetais; Registro dos movimentos fetais; Teste de estímulo sonoro simplificado (Tess); Exame clínico das mamas; Exame ginecológico (inspeção dos genitais externos, exame especular, coleta de material para exame colpocitopatológico, toque vaginal). Na primeira consulta: Hemograma; Tipagem sanguínea e fator Rh; Coombs indireto (se for Rh negativo); Glicemia de jejum; Triagem para sífilis; Teste rápido diagnóstico anti-HIV; Anti-HIV; Toxoplasmose IgM e IgG; Sorologia para hepatite B (HbsAg); Exame de urina e urocultura; Ultrassonografia obstétrica (não é obrigatório), com a função de verificar a idade gestacional; Citopatológico de colo de útero; Exame da secreção vaginal (se houver indicação clínica); Parasitológico de fezes (se houver indicação clínica); Eletroforese de hemoglobina (se a gestante for negra, tiver antecedentes familiares de anemia falciforme ou apresentar história de anemia crônica). Interpretação dos dados da anamnese, o exame clínico/obstétrico e instituição de condutas; Orientação sobre a alimentação e o acompanhamento do ganho de peso gestacional; Incentivar o aleitamento materno exclusivo até os seis meses; Fornecer todas as informações necessárias e respostas às indagações da mulher, de seu companheiro e da família; Prescrever suplementação de sulfato ferroso e ácido fólico para profilaxia da anemia; Orientar a gestante sobre os sinais de risco e a necessidade de assistência em cada caso; Referenciar a gestante para atendimento odontológico; Encaminhar a gestante para imunização antitetânica , não estiver imunizada; Referenciar a gestante para serviços especializados quando for indicado. Realizar ações e práticas educativas individuais e coletivas. Os grupos educativos para adolescentes devem ser exclusivos dessa faixa etária, devendo abordar temas de interesse do grupo. Recomenda-se dividir os grupos em faixas de 10-14 anos e de 15-19 anos, para obtenção de melhores resultados; Agendar consultas subsequentes. Anamnese atual sucinta Exame físico direcionado (avaliar o bem-estar materno e fetal); Verificação do calendário de vacinação; Avaliar o resultado dos exames complementares; Revisão e a atualização do Cartão da Gestante e da Ficha de Pré-Natal. I. Controles maternos: Cálculo e anotação da idade gestacional; Determinação do peso e cálculo do índice de massa corporal (IMC); Medida da pressão arterial; Palpação obstétrica e medida da altura uterina; Pesquisa de edema; Exame ginecológico, incluindo das mamas, para observação do mamilo. Conceitua-se hipertensão arterial na gestação os seguintes parâmetros: níveis tensionais absolutos iguais ou maiores do que 140mmHg de pressão sistólica e iguais ou maiores do que 90mmHg de pressão diastólica, mantidos em medidas repetidas, em condições ideais, em pelo menos três ocasiões. Todas as consultas Procedimento: Explique o procedimento à gestante e a deixe em repouso por pelo menos 5 minutos em ambiente calmo. Certifique-se de que ela não está com a bexiga cheia; não praticou exercícios físicos há pelo menos 60 minutos; não ingeriu bebidas alcoólicas, café ou alimentos; não fumou nos 30 minutos anteriores. Posicionamento da gestante: posição sentada, com as pernas descruzadas, com os pés apoiados no chão e o dorso recostado na cadeira e relaxado. O braço deve estar na altura do coração, livre de roupas, apoiado, com a palma da mão voltada para cima e o cotovelo ligeiramente fletido. A PA também pode ser medida no braço esquerdo, na posição de decúbito lateral esquerdo, em repouso. Identificar o crescimento fetal; Diagnosticar os desvios da normalidade a partir da relação entre a altura uterina e a idade gestacional; Identificar a situação e a apresentação fetal. 1º tempo 2º tempo Fonte: (BRASIL, 2005e). 3º tempo 4º tempo Fonte: (BRASIL, 2005e). Longitudinal Transversa Fonte: (BRASIL, 2005e). Cefálica Pélvica Fonte: (BRASIL, 2005e). Fonte: (BRASIL, 2005). Fonte: (BRASIL, 2000). Fonte: (BRASIL, 2005e). Fonte: (BRASIL, 2005e). A coleta do material do colo do útero para exame colpocitopatológico deve ser realizada a partir de uma amostra daparte externa, a ectocérvice. A coleta da parte interna, a endocérvice, não deve ser realizada nas gestantes. Para a coleta do material, é introduzido um espéculo vaginal e procede-se à escamação ou esfoliação da superfície externa do colo por meio de uma espátula de madeira (espátula de Ayre). Inspeção estática e dinâmica: identifique visualmente achatamentos dos contornos da mama, abaulamentos ou espessamentos da pele das mamas, assimetrias, diferenças na cor da pele, na textura e no padrão de circulação venosa. Palpação: examinar todas as áreas do tecido mamário e linfonodos axilares e supraclaviculares, em busca de nódulos, espessamentos, modificações na textura e temperatura da pele. Algumas orientações relacionadas ao cuidado com as mamas para o aleitamento podem ser enfatizadas Sugere-se o uso de sutiã durante a gestação; Sugerem-se banhos de sol nas mamas por 15 minutos (até as 10 horas da manhã ou após as 16 horas) ou banhos de luz com lâmpadas de 40 watts, a cerca de um palmo de distância; É desaconselhável o uso de sabões, cremes ou pomadas no mamilo; É contraindicada a expressão do peito (ou ordenha) durante a gestação para a retirada do colostro. II. Controles fetais: Ausculta dos batimentos cardiofetais; Avaliação dos movimentos percebidos pela mulher e/ou detectados no exame obstétrico/registro dos movimentos fetais; Teste de estímulo sonoro simplificado (Tess), se houver indicação clínica. Constatar a cada consulta a presença, o ritmo, a frequência e a normalidade dos batimentos cardíacos fetais (BCF). Deve ser realizada com sonar, após 12 semanas de gestação, ou com Pinard, após 20 semanas. É considerada normal a frequência cardíaca fetal entre 120 a 160 batimentos por minuto. Método de registro diário de movimentos fetais ▪ Escolher um período do dia em que possa estar mais atenta aos movimentos fetais; ▪ Alimentar-se previamente ao início do registro; ▪ Sentar-se com a mão sobre o abdome; ▪ Registre os movimentos do feto, anotando o horário de início e de término do registro. Decúbito dorsal com a cabeceira elevada Ausculta dos BCF por quatro períodos de 15 segundos e cálculo da média Realizar o estímulo sonoro sobre o polo cefálico fetal durante três a cinco segundos. Observar o abdome materno, procurando identificar movimentos fetais visíveis; Imediatamente após o estímulo, repetir a ausculta dos BCF por novos quatro períodos de 15 segundos e refazer a média dos batimentos. Teste positivo: presença de aumento mínimo de 15 BCFs em relação à medida inicial ou presença de movimentos fetais fortes e bruscos Teste negativo: ausência de resposta fetal BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Atenção ao pré-natal de baixo risco. Brasília : Editora do Ministério da Saúde, 2012. ______. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Ações Programáticas e Estratégicas. Área Técnica de Saúde da Mulher. Pré-natal e puerpério: atenção qualificada e humanizada - manual técnico. Brasília, 2005. ______. Ministério da Saúde. Caderneta da gestante. 2014.
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