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MANUAL DE COLAGEM DE FRAGMENTOS

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COLAGEM DE FRAGMENTOS
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE FEIRA DE SANTANA
Departamento de saúde
ODONTOLOGIA
ESTUDOS INTEGRADOS XVII
Trabalho solicitados pelos docentes
Almiro da Silva Vasconcelos,
Celso Emanoel de Souza Queiroz ,
Gardênia Mascarenhas de Oliveira,
Janira de Andrade Melo Queiroz,
Waldecio Santos Vita.
Trabalho realizado pelos discentes do semestre 2013.2
Feira de Santana
2016
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO
INDICAÇÃO
CLASSIIFICAÇÃO
SELEÇÃO DO MATERIAL
VANTAGENS
DESVANTAGENS
PROTOCOLO DE COLAGEM DE FRAGMENTOS
DICA CLÍNICA 
CONSIDERAÇÕES FINAIS
1 INTRODUÇÃO
Os dentes sempre foram sinônimos de saúde beleza. Os incisivos são dentes que dominam a aparência física do paciente ( SIMONSEN, 1982), sendo, portanto, os responsáveis pela primeira impressão causada pelo indivíduo.
A restauração de dentes anteriores fraturados é importante tanto do ponto de vista estético quanto funcional, e tem sido uma preocupação constante de clínicos e especialistas. 
A colagem de fragmentos de dentes fraturados surgiu em 1964 com Chosak & Eidelman quando relataram um caso de fratura transversal no terço cervical de um incisivo central superior em que foi realizada uma colagem. Foi feito o tratamento endodôntico do dente fraturado, cimentado um pino no interior do canal radicular e a coroa fraturada foi então fixada. Com o sucesso deste caso, Mader 197811 e Tennery 197816, propuseram a colagem do fragmento fraturado utilizando o sistema condicionamento ácido/adesivo(MESCOLOTTI,2003).
2 INDICAÇÃO
Fraturas em dentes anteriores são lesões cada vez mais frequente em pacientes com hábitos parafuncionais (bruxismo cêntrico ou excêntrico). Estes fragilizam a estrutura dental, primeiramente causando trincas do esmalte posteriormente fraturas dentárias em diferentes níveis. 
A primeira indicação de tratamento restaurador nestes casos é a colagem de fragmentos quantos esses apresentam boas condições (MALLMANN).
3 CLASSIFICAÇÃO
Baratieri, L.N., e colaboradores, 2002, para fins de colagem de fragmentos, classificou as fraturas dentais possíveis de serem tratadas de forma adesiva em:
Fratura de esmalte; 
Fratura de esmalte e dentina 
Sem exposição pulpar e sem invasão do espaço biológico 
 Sem exposição pulpar e com invasão do espaço biológico 
Coronal à margem óssea 
Ao nível da margem óssea 
Apical à margem óssea 
Com exposição pulpar e sem invasão dos espaços biológicos 
Com exposição pulpar e com invasão dos espaços biológicos 
Coronal à margem óssea 
Ao nível da margem óssea 
Apical à margem óssea.
 4 SELEÇÃO DO MATERIAL
As resinas fotopolimerizáveis são as mais empregadas atualmente em função da sua maior disponibilidade de tempo de controle de trabalho, já que permite ao dentista melhor conforto na adaptação do fragmento no remanescente e retirada de excessos.
Onde não houver perda de estrutura dental, as resinas flow têm boa empregabilidade, devido sua alta capacidade de escoamento, facilitando o posicionamento do fragmento a ser colado. Caso contrário, havendo perda de estrutura do dente, deve-se preferir as resinas microhíbridas ou microparticuladas.
5 VANTAGENS
5.1 Possibilidade de se obter melhor estética em relação a uma restauração com resina composta, uma vez que a colagem permite a devolução da forma, do contorno, da textura superficial, do alinhamento e da cor original do dente;
5.2 O resultado estético obtido apresenta uma ma1or longevidade quando comparado a restaurações com resina composta;
5.3 A função é mais facilmente restabelecida e mantida por meio da colagem de um fragmento dental do que com a execução de uma restauração com resina composta.
5 VANTAGENS
5.4 A realização de uma colagem de fragmento, na ma1ona das vezes, é um procedimento muito mais simples e rápido do que a execução de restaurações com resinas ou porcelanas;
5.5 Na maioria das situações clínicas, o procedimento de colagem é realizado em uma única sessão clínica, apresentando um custo inferior às restaurações indiretas.
6 DESVANTAGENS
6.1 A possibilidade de o profissional colar o fragmento em uma posição inadequada;
6.2 A possibilidade de, após a colagem, a linha de união entre o remanescente e o fragmento dentais vir a apresentar cor diferente daquela por eles apresentada;
6.3 A possibilidade de o fragmento dental apresentar trincas, que vêm a ser realçada com o tempo.
6 DESVANTAGENS
6.4 A possibilidade de o fragmento não readquirir a cor original do remanescente dental contrastando com ele. Essa possibilidade aumenta:
Conforme aumenta o tempo em que o fragmento fica fora da boca em meio seco (fora da saliva, da água ou de outro meio adequado);
Com a maturação do esmalte (a qual é proporcional à idade do paciente);
Com a quantidade de estrutura do remanescente dental, a qual é removida do fragmento para facilitar a colagem.
7 PROTOCOLO DE COLAGEM DE FRAGMENTOS
7. 1 DIAGNÓSTICO
Realizar o correto diagnostico para avaliar a viabilidade do tratamento. 
Analisar a adaptação do fragmento em relação ao remanescente dental, idade do paciente, extensão da fratura, cor do fragmento, condição pulpar ou do tratamento endodôntico, tamanho do fragmento, condição do fragmento, expectativa estética do paciente e oclusão (Figuras A e B).
7.2 Armazenamento do fragmento dental em água 
O armazenamento em água possibilita a reidratação do fragmento facilitando a obtenção de uma harmonia estética, no que se refere a cor, logo após a execução da colagem dental. 
Se o fragmento ainda estiver posicionado na cavidade bucal, deve-se anestesiar o paciente, remover o fragmento dental e coloca-lo imediatamente em água.
7 PROTOCOLO DE COLAGEM DE FRAGMENTOS
Figura B: aspecto do fragmento e prova da adaptação do fragmento ao remanescente dental.
Figura A: aspecto clinico da fratura coronária do elemento 21.
http://www.ident.com.br/FGM/caso-clinico/4300-colagem-de-fragmento-dental
http://www.ident.com.br/FGM/caso-clinico/4300-colagem-de-fragmento-dental
7 PROTOCOLO DE COLAGEM DE FRAGMENTOS
7.3 Seleção de cor E TIPO DA RESINA COMPOSTA
Deve ser considerada a cor do remanescente dental, já que o fragmento apresenta alteração de cor por conta da desidratação (Figura C).
 
7.4 Verificação da oclusão
Observação dos contatos oclusais do paciente em máxima intercuspidação habitual e nos movimentos excursivos.
Observação da existência de hábitos parafuncionais a fim de avaliar se a oclusão tem relação direta com a fratura dental e se haverá necessidade de proteção dos dentes após a colagem e o padrão oclusal que deve ser mantido após o procedimento.
7 PROTOCOLO DE COLAGEM DE FRAGMENTOS
Figura C: seleção de cor e tipo da resina composta.
https://editoraplena.com.br/artigo/full-science-14a-edicao/765/estratificacao-natural-com-resinas-compostas-em-dente-anterior-fraturado.html
7 PROTOCOLO DE COLAGEM DE FRAGMENTOS
7.5 Anestesia
Essa etapa só pode ser dispensada em casos que a fratura ocorre em dentes desvitalizados e que não apresentam envolvimento do espaço biológico.
 
7.6 Isolamento absoluto do campo operatório
O dique de borracha é essencial para um adequado isolamento absoluto, sendo indispensável O dique de borracha é essencial para um adequado isolamento absoluto.
Em muitas situações clínicas, a colocação do dique de borracha associado a um grampo retrator como o 212 estabilizado com godiva de baixa fusão pode permitir o acesso à linha de fratura na região cervical.
7 PROTOCOLO DE COLAGEM DE FRAGMENTOS
7.7 Limpeza do remanescente e do fragmento dental
Os resíduos orgânicos que podem interferir no sucesso do procedimento adesivo devem ser limpos com pedra-pomes, com jato de bicarbonato ou com microjateamento com oxido de alumínio.
 
7.8 REALIZAÇÃO DE PREPARO NO REMANESCENTE E NO FRAGMENTO DENTAL
Bisel palatino, tanto no fragmento, como no remanescente dental: esse bisel poderá ser realizado pré ou após a colagem e tem, como principal finalidade, aumentar a retenção. 
Bisel palatino e vestibular, tanto no fragmento, como no remanescente
dental: esse biselamento também deverá ser, preferencialmente, executado após a colagem, para permitir o correto assentamento do fragmento. A execução do bisel vestibular, tem entre outras, a finalidade de aumentar a retenção e mascarar a linha de união entre o fragmento e o remanescente dental. 
7 PROTOCOLO DE COLAGEM DE FRAGMENTOS
7.9 REALIZAÇÃO DE PREPARO NO REMANESCENTE E NO FRAGMENTO DENTAL
Bisel interno, tanto no fragmento, como no remanescente dental: esse procedimento tem a vantagem de não expor resina composta aos esforços mastigatórios e poderá ser empregado nos casos onde há uma perfeita adaptação entre o fragmento e o remanescente dental, havendo, no entanto, necessidade de maior retenção em função da extensão da fratura. 
Emprego de pinos cimentados no canal e execução de orifícios em dentina: essa modalidade é viável para os casos já tratados endodonticamente em que a fratura tenha envolvido mais que 2/3 da coroa clínica. Nesses casos, além da execução de orifícios em dentina, poderá ser conveniente o emprego de um adesivo para esmalte / dentina com a finalidade aumentar a retenção e, provavelmente, diminuir a infiltração na margem cervical onde o esmalte pode inexistir.
7 PROTOCOLO DE COLAGEM DE FRAGMENTOS
7.10 Fixação do fragmento
Com o intuito de facilitar o manuseio e evitar que o fragmento caia durante os procedimentos de fixação, ele pode ser fixado na incisal com godiva de baixa fusão, guta-percha ou dispositivo plástico especifico.
 
7.11 Sistema adesivo
O condicionamento ácido deve ser aplicado por 15 segundos em esmalte e dentina tanto no fragmento quanto no remanescente dental (Figuras D e E).
Lavar e remover os excessos de água com um papel absorvente tomando-se o cuidado de não desidratar a dentina. 
O sistema adesivo deve ser manipulado e aplicado com o auxílio de pincel ou microbrush, seguindo as recomendações do fabricante, evitando-se uma camada espessa de adesivo.
7 PROTOCOLO DE COLAGEM DE FRAGMENTOS
Figura E: hibridização do fragmento dental.
Figura D: hibridização do remanescente dental.
http://www.ident.com.br/FGM/caso-clinico/4300-colagem-de-fragmento-dental
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7 PROTOCOLO DE COLAGEM DE FRAGMENTOS
7.12 Inserção da resina composta
A resina composta selecionada deve ser aplicada na região da fratura no fragmento, que deve ser posicionado e ajustado junto ao remanescente. 
Os excessos devem ser removidos neste momento com o auxílio de um pincel ou de uma sonda exploradora. 
A fotopolimerização deve ser realizada por 40 segundos tanto pela vestibular quanto pela palatina (Figura F).
 
7.13 Ajuste oclusal
Logo após a remoção do dique de borracha, é necessário checar a oclusão em máxima intercuspidação habitual e movimentos excursivos. 
Deve-se evitar contatos prematuros, porém o dente pode ser mantido em função normal.
7 PROTOCOLO DE COLAGEM DE FRAGMENTOS
Figura F: fotopolimerização. 
http://www.ident.com.br/FGM/caso-clinico/4300-colagem-de-fragmento-dental
7 PROTOCOLO DE COLAGEM DE FRAGMENTOS
7.14 Acabamento/polimento
Remoção de excessos de adesivo ou de compósitos com o auxílio da lâmina de bisturi n° 12, incialmente, logo após a conclusão da colagem. 
O acabamento deve ser realizado preferencialmente com pontas diamantadas de granulação fina ou brocas multilaminadas
O polimento deve ser realizado com discos abrasivos flexíveis, pontas siliconadas e pastas para polimento.
7.15 Acompanhamento Clínico
O dique de borracha é essencial para um adequado isolamento absoluto, sendo indispensável O Cirurgião-Dentista deve programar retornos periódicos, acompanhando clínica e radiograficamente, devido a possibilidade de ocorrência de alterações periodontais, pulpares ou estéticas (Figuras G e H).
7 PROTOCOLO DE COLAGEM DE FRAGMENTOS
Figura H: aspecto clínico final pela face palatina.
Figura G: aspecto clínico final pela face vestibular.
http://www.ident.com.br/FGM/caso-clinico/4300-colagem-de-fragmento-dental
http://www.ident.com.br/FGM/caso-clinico/4300-colagem-de-fragmento-dental
8 DICA CLÍNICA
A manipulação e o correto posicionamento do fragmento no remanescente dental são dificuldades que podem ser minimizadas com o auxílio de um guia acrílico de posicionamento. É necessário a manipulação de acrílico, no qual o pó é saturado pelo líquido, na fase plástica, o acrílico é conformado e levado ao encontro das superfícies incisais do dente fraturado e dos adjacentes. Após a polimerização da resina acrílica, a esfera da resina é deslocada e a guia é removida. O fragmento acompanha a guia em direção aos dentes, o que garantirá o correto reposicionamento.
9 Considerações Finais
REFERÊNCIAS
Conceição, E.N. Dentística: saúde e estética. Porto Alegre, Artes Médicas Sul, 2000.
 Mandarino , Fernando. Colagem de Fragmentos. São Paulo, 2003.
MALLMANN,ANDRÉ. Colagem de fragmentos em incisivo inferior.disponível em: <WWW.ident.com.br/novaDFL/caso-clinico/16011-colagem-de-fragmentos-emincisivo-inferior>. Acesso em 10/08/2016.
MESCOLOTTI, NILTON . Colagem de fragmentos,piracicaba ,2002.
MESCOLOTTI, NILTON. Colagem de Fragmento Dental. Piracicaba, 2002. Disponível em <http://www.bibliotecadigital.unicamp.br/document/?view=000777664> . Acesso em 10/08/16.

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