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Cinematografia
José Antonio Gatti
16.08.17
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 Dois anos após perder a Primeira Guerra Mundial, que receberia, por suas dimensões catastróficas, o título de “a guerra para acabar com todas as guerras, o povo alemão horrorizava novamente o mundo, desta vez com um filme. Era O Gabinete do Dr. Caligari (Robert Wiene, 1920), que, com seu enredo de pesadelo e com os cenários mais bizarros criados até então, tornou-se imediatamente um clássico, recolocou o país no circuito cultural internacional e provocou discussões a respeito das possibilidades artísticas e expressivas do cinema.
As Vanguardas dos Anos 20 – O Expressionismo Alemão
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As Vanguardas dos Anos 20 – O Expressionismo Alemão
 Relacionando-se com um dos movimentos de arte mais importantes da época – O Expressionismo -, o filme indicou novas relações entre filmes e artes gráficas, ator e representação, imagem e narrativa.
 Conceito revolucionário que surpreendeu e atraiu o público intelectual, que até então, raramente havia dado atenção ao cinema. 
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As Vanguardas dos Anos 20 – O Expressionismo Alemão
 O uso do adjetivo “expressionista” para um grupo de filmes realizados na Alemanha nos anos 1920 deriva da vertente da arte moderna que foi muito popular nesse país após a Primeira Guerra: o Expressionismo.
 
 O Expressionismo ressalta as experiências emocionais do artista sob formas excepcionalmente vigorosas, o expectador é convidado a experimentar um contato direto com o sentimento gerador da obra. 
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As Vanguardas dos Anos 20 – O Expressionismo Alemão
 O Expressionismo nasce no embalo do início do modernismo alemão, representado pela filosofia de Nietzche, pela música de Schoemberg, pela descoberta do inconsciente por Freud, pelas pesquisas de Max Planck e Albert Einstein e por várias outras novidades, entre elas um movimento radical nas artes plásticas e na poesia, que mais tarde ficaria conhecido como Expressionismo. Seus pintores e poetas faziam declarações inflamadas, exibiam quadros ultrajantes e publicavam revistas de vanguarda.
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Edvard Munch
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George Grosz
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As Vanguardas dos Anos 20 – O Expressionismo Alemão
 No cinema Expressionista, quase sempre, encenava-se o próprio desenvolvimento psicológico dos personagens, num tipo de narrativa em que, com frequência, somente o personagem central realmente “existia”, sendo os outros, na maioria das vezes, projeções distorcidas da mente do herói.
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As Vanguardas dos Anos 20 – O Expressionismo Alemão
 O Gabinete do Dr. Caligari. O filme trazia uma história de loucura e morte vivida por personagens desligados da realidade e cujos sentimentos apareciam traduzidos em um drama plástico repleto de simbologias macabras . Caligari é também uma história recorrente na cultura alemã, trata de rivalidades, figuras paternas muito poderosas, mães ausentes, mulheres frágeis e objetos de desejo inalcançáveis. 
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As Vanguardas dos Anos 20 – O Expressionismo Alemão
 Seu enredo é bem conhecido: o misterioso doutor Caligari chega à pequena cidade de Holstenwall com um espetáculo em que seu assistente, o sonâmbulo Cesare, adivinha o futuro das pessoas. Logo depois da chegada da dupla sinistra, uma série de crimes praticados na cidade fazem com que as suspeitas se voltem para o sonâmbulo, flagrado sequestrando uma moça, Jane, namorada do jovem Francis. 
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 Obcecado pelo assunto, Francis descobre que o mandante dos crimes é o próprio doutor Caligari, que controla os atos de Cesare por hipnose. A esse roteiro, o diretor Robert Wiene adicionou uma história em que Francis é um louco internado em um sanatório dirigido pelo próprio Caligari, médico aparentemente benevolente que, ao ouvir sua história, descobre “como curá-lo”.
As Vanguardas dos Anos 20 – O Expressionismo Alemão
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As Vanguardas dos Anos 20 – O Expressionismo Alemão
 Caligari inspirou uma cinematografia inovadora estética e tecnicamente, em que se destacaram, entre outros, os filmes:
 - O Golem (1920), de Paul Wegener;
 - Nosferatu: Uma Sinfonia do Horror (1922) e
 - Fantasma (1922), de Friedrich Wilhem Murnau;
 - A Morte Cansada (1921), Dr. Mabuse: O Jogador e Metrópolis (1927) de Fritz Lang;
 - Genuine (1920) e Raskolnikow (1923), de Robert Wiene;
 - Da Aurora à Meia-Noite (1920), de Karl Heinz Martin;
 - O Gabinete das Figuras de Cera (1924), de Paul Leni. 
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Se nenhum deles se comprometeria tanto com o caráter formal do estilo, a marca de Caligari persistiria na expressividade dos cenários, no tratamento mágico da luz e na morbidez dos temas. Características que ganharam a qualificação genérica de “expressionistas” e que começariam a entrar em declínio por volta de 1924.
As Vanguardas dos Anos 20 – O Expressionismo Alemão
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Dr. Mabuse
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O Gabinete das Figuras de Cera
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O Fantasma
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O Golem
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Metrópolis
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As Vanguardas dos Anos 20 – O Expressionismo Alemão
 Mas não eram apenas os psicopatas e os duplos demoníacos que povoavam a imaginação dos filmes expressionistas: o cinema alemão da época também se encarregou de dar ao mundo uma memorável galeria de monstros – figuras fisicamente deformadas e igualmente ameaçadoras. Os filmes expressionistas costumam ser apontados como a primeira experiência significativa do gênero de horror na história do cinema. 
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 O monstro mais importante foi, sem dúvida, o repugnante conde Orlock, interpretado pelo ator Max Schreck, em Nosferatu.
As Vanguardas dos Anos 20 – O Expressionismo Alemão
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As Vanguardas dos Anos 20 – O Expressionismo Alemão
 Alguns críticos e historiadores sugerem que os loucos e tiranos tão populares nas telas alemãs após a Primeira Guerra eram protótipos da loucura e tirania que tomaram a Alemanha nos anos 1930, jogando o país e o mundo numa guerra desastrosa. “Assim, por trás da história explícita da Alemanha, existe uma história secreta envolvendo dispositivos internos do povo alemão. A revelação desses dispositivos através do cinema alemão pode ajudar a compreender a ascensão e a ascendência de Hitler. (Kracauer)
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https://www.youtube.com/watch?v=rPvPh1qYsIo
https://www.youtube.com/watch?v=54uEs8yupcQ
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 A eclosão da Primeira Guerra Mundial iria modificar por completo o curso da história do cinema.
 Uma grande leva de filmes americanos foi importada para suprir a demanda do mercado europeu.
 A partir desse momento, os Estados Unidos se tornariam o maior fornecedor de filmes do mercado cinematográfico do mundo, posição que ocupam até hoje. É aí que nasce o movimento impressionista francês. 
As Vanguardas dos Anos 20 – O Impressionismo Francês
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As Vanguardas dos Anos 20 – O Impressionismo Francês
 França tenta reformar a sua produção:
 - Imprime às imagens fílmicas um poder de expressão que só se realizará na forma de uma arte.
 - O cinema deveria adquirir um novo estatuto, o de uma arte tão legítima quanto a literatura, o teatro, a pintura, a música. 
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A maior parte dos espectadores era composta de artesãos e trabalhadores da cidade, ao passo que o interesse das classes dominantes se concentrava no teatro. Houve um entrave considerável no sentido de conceber o cinema como arte e, assim, encaminhar a emergência de uma “linguagem de cinema”.
As Vanguardas dos Anos 20 – O Impressionismo Francês
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As Vanguardas dos Anos 20 – O Impressionismo Francês
 Os filmes impressionistas se caracterizavam por inúmeras proezas técnico-estilistas, que abrangem deformações ópticas e planos subjetivos. Acrescente-se a isso a importância dada à duração dos planos, ao enquadramento e ao ritmo da montagem. 
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 Além disso, os personagens e a trama narrativa deixam de exercer um papel preponderante, já que também os objetos e cenários vêm concorrer com
a ação do filme.
As Vanguardas dos Anos 20 – O Impressionismo Francês
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O Espelho de Três Faces
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As Vanguardas dos Anos 20 – O Impressionismo Francês
 O Impressionismo francês inaugurou uma cultura cinematográfica na França. Lá se acham os pioneiros de uma reflexão sobre a estética do cinema.
 Os cineastas impressionistas inovaram e levaram às últimas consequências a expressividade dos meios visuais. Eles se insurgiram contra as normas do cinema da época. Podemos destacar alguns nomes como Gance, Delluc, Dulac, L’Herbier e Epstein.
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 A mudança de estatuto do cinema foi acompanhada de um processo cultural. A fundação de periódicos dedicados ao cinema, cineclubes e salas especializadas atingiu um público cada vez maior. Em meados da década de 20, o estatuto do cinema não era mais o mesmo, a “sétima arte” passou a desfrutar de um reconhecimento oficial nos meios literário e artístico.
As Vanguardas dos Anos 20 – O Impressionismo Francês
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As Vanguardas dos Anos 20 – O Impressionismo Francês
 Louis Delluc quando assumiu a Cinéa, uma revista especializada em cinema e responsável por uma publicidade constante das novas tendências do cinema francês cria o slogan: “Que o cinema francês seja francês. Que o cinema francês seja cinema”. 
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 Houve um grande efervescência no cinema nos anos 20. Da cinefobia passou-se à cinefilia entre intelectuais e artistas. Em 1929, proliferam cineclubes em Paris e outras cidades.
As Vanguardas dos Anos 20 – O Impressionismo Francês
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As Vanguardas dos Anos 20 – O Impressionismo Francês
 Um aspecto muito importante no Impressionismo francês foi o fato do cineasta ocupar uma posição determinante na equipe; é ele quem comanda as demais funções. Esse foi um momento de mudança, no qual os variados cargos começaram a ser valorizados em suas respectivas atribuições e grande importância foi conferida ao ato criador do profissional.
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As Vanguardas dos Anos 20 – O Impressionismo Francês
 O diretor assume o papel de roteirista (ele só se torna um verdadeiro artista criador ao assinar o roteiro do próprio filme, algo que lhe proporciona liberdade de invenção durante as filmagens). 
 A valorização da imagem em sua forte carga de afeto, poesia e mistério dá margem a uma construção narrativa mais propriamente musical que dramática.
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As Vanguardas dos Anos 20 – O Impressionismo Francês
 Alguns importantes filmes:
 - Assassinato em Marselha (1921) e A Exilada (1922), de Delluc;
 - A Festa Espanhola (1920) e A Sorridente Madame Beudet (1922), de Dulac;
 - A Roda (1923), de Gance;
 - O Albergue Vermelho (1923) e Coração Fiel (1923), de Epstein;
 - Paris Adormecida (1925), de René Clair.
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Eldorado
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Eldorado
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A Sorridente Madame Beudet
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Paris Adormecida
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Paris Adormecida
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As Vanguardas dos Anos 20 – O Impressionismo Francês
 O Impressionismo francês consagrou o reino da imagem. Ao buscar “escrever” com a câmera, uma atenção especial foi dedicada ao tratamento do espaço (questão do enquadramento, da profundidade de campo e do ponto de vista). Acrescente-se a isso que, ao veicular distorções, foras de foco, superexposições, enfim, toda uma gama de recursos técnico-estilísticos, o Impressionismo trabalha a parte da abstração da imagem.
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https://www.youtube.com/watch?v=rXNwI4uRmSs
https://www.youtube.com/watch?v=rPvPh1qYsIo
https://www.youtube.com/watch?v=54uEs8yupcQ
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