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Relatório 25 06 Escritos

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“Escritos”
Carla Beneli
Segundo Milton Schwantes, em seu artigo, textos bíblicos são ensinamentos, experiências de um povo que tem a necessidade de passar adiante, e não estórias. O fato experimentado vem a ser o fundamento do ensinamento. O método para a sabedoria de tal texto segue-se em duas partes: a observação (descrição) e a reflexão (ensinamento). Um texto não pode ser somente descrição, pois ele é pedagogicamente ensinado. A Bíblia atribui um espaço específico para a literatura sapiencial. Concentrou-a no Escritos, nesta terceira parte de seu cânon. Aliás, cada uma das partes concentra um tipo de linguagem peculiar. A primeira, a torah/lei, privilegia narrações e mandamentos. A segunda, os nebi’im/profetas, agrupa a palavra/dabar profética. E a terceira, os Escritos/Ketubim dão atenção à sabedoria.
Os disseminadores desta ultima parte citada, são os sábios, que como José Vílchez Líndez diz, “verdadeiros porta-vozes do sentimento de um povo”, são esses considerados sábios, pois, possuíam alguma habilidade em qualquer área da atividade humana. E esses textos bíblicos, escritos, surgem da união angular de composição (diacronia) com a edição (sincronia), que no meio destes dois, surge o lugar sociológico da produção.
Nesse meio de sábio e sabedoria no Antigo Oriente, em textos bíblicos, podemos tirar algumas conclusões, mas José Vílchez Líndez discorre uma conclusão magnífica: “A primeira é que apenas se pode chamar de sábio aquele individuo que é perito em algo útil na vida. Intencionalmente se abrangem aqui todos os níveis da vida individual e coletiva, e se ressalta unicamente o aspecto da eficácia: meio-fim, excluindo qualquer referencia a moralidade dos atos. Com o passar do tempo surgem novos matizes, em que o qualitativo sábio (sabedoria) vai sendo aplicado também no plano do moralmente bom. Desse modo resultam antíteses e equivalências sábio/néscio; sábio = justo/néscio = malvado, que se aplicam tanto as relações inter-humanas como as do individuo ou da comunidade com Deus.”.
Bibliografia
CERESKO, Anthony. A sabedoria no Antigo Testamento. São Paulo: Paulus, 2004.
SCHWANTES, Milton. “Sabedoria: textos periféricos?” Estudos de Religião, São Bernardo do Campo, 2008.
VÍLCHEZ LÍNDEZ, José. Sabedoria e sábios em Israel. São Paulo: Loyola, 1999.

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