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ARTIGO IEDA E SONIA MARIA

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A RELEVÂNCIA DO BRINCAR COMO FACILITADOR DO ENSINO E APRENDIZAGEM NA EDUCAÇÃO INFANTIL
Ieda Machado de Sousa Santos[2: Graduanda do Curso de Licenciatura Plena em Pedagogia, PARFOR/UESPI/2012, e-mail: soniahercilia02@hotmail.com]
Sonia Maria Vieira da Silva[3: Graduanda do Curso de Licenciatura Plena em Pedagogia, PARFOR/UESPI/2012, e-mail: iedas4776@gmail.com]
Ivoneide Pereira de Alencar[4: Doutoranda em Educação pela Universidade Católica de Brasília – UCB. Mestra em Economia pela Universidade Federal do Ceará – UFC. Especialista em Direito Tributário, Educação à Distância, Saúde Pública, Saúde da Família, Psicopedagogia Clínica e Hospitalar e Docência do Ensino Superior. Bacharel em Direito, Fonoaudiologia e Licenciatura em Pedagogia. Professora Assistente I do curso de Direito da Universidade Estadual do Piauí – UESPI. Email: ivoneidealencar@ig.com.br.]
RESUMO
Este artigo tem por finalidade, com base em pressupostos teóricos apresentar evidências sobre a relevância do brincar como meio facilitador do ensino e aprendizagem das crianças na educação infantil, bem como as contribuições que ele oferece ao desenvolvimento infantil e à aprendizagem no contexto escolar. Brincar e criar são momentos fundamentais para a criança, pois possibilita ao sujeito, a desenvoltura de sua criatividade. O ato de brincar é parte integrante da vida do ser humano, e tem sua historia marcada desde á vida intra-uterina. O brincar na educação infantil pode resolver problemas, ajudar a remover barreiras entre indivíduos, a criar interesses e despertar o entusiasmo. O brincar é indispensável no processo ensino aprendizagem, que tem uma perspectiva de divertimento e de prazer no ato de aprender. A criança brinca porque gosta, porque lhe dá prazer, porque brincar é sinônimo de criança. O brincar inserido no ensino e aprendizagem dessas crianças enseja ao aluno a interpretação do meio, favorece a vivencia cotidiana, promove experiências partilhadas que fundamentam a reflexão interagindo e formando. A inclusão do ato de brincar na escola demanda planejamento e na educação de crianças pequenas a brincadeira se revela eficaz como ferramenta do processo de ensino. Brincar na escola é construir conhecimentos, é potencializar habilidades e construir novas descobertas. Diante disso, deve-se considerar o brincar como parceiro da educação infantil, sendo de fundamental importância no processo de aprendizagem da criança enquanto ser humano.
	 
Palavras-chave: Brincar. Educação Infantil. Ensino-Aprendizagem.
1 INTRODUÇÃO
	O brincar é a atividade predominante da infância e vem sendo explorado no campo cientifico, com o intuito de caracterizar as suas peculiaridades, identificar as suas relações com o desenvolvimento e com a saúde e, com outros objetivos, intervir nos processos de educação e de aprendizagem das crianças. 
Este artigo tem por finalidade, com base em pressupostos teóricos apresentar evidências sobre a relevância do brincar como meio facilitador do ensino e aprendizagem das crianças na educação infantil, bem como as contribuições que ele oferece ao desenvolvimento infantil e à aprendizagem no contexto escolar.
	Brincar e criar são momentos fundamentais para a criança, pois possibilita ao sujeito, a desenvoltura de sua criatividade no seu contexto social. Portanto, oportunizar as vivencias lúdica é criar possibilidades de encantamento, de imaginação, e de fantasias no seu cotidiano. Contudo, o brincar permite a criação realizada pelo sujeito, dando vida ou transformando o objeto em algo importante em sua brincadeira.
Na brincadeira, a atenção da criança se prende ao brinquedo e ao ato de brincar. Ela explora integralmente os atributos do objeto da brincadeira, como por exemplo, sua cor, sua forma, sua textura, sua espessura, sua consistência, seu odor, seu sabor, suas possibilidades, utilizando-se para isso dos sentidos e do corpo como um todo. (GRASSI, 2004, p. 29).
Sendo assim, objetivou-se analisar a relevância do brincar para o ensino e aprendizagem na educação infantil, na qual abordou-se a seguinte fundamentação teórica: RCNEI (Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil, 1998. Vol. 1 e 2), Friedmann (2012), Grassi (2004), Sommerhakder (2011), Sátiro (2012), Martins (2009), Dallabona (2004) dentre outros. 
	O presente artigo caracterizado como pesquisa de campo realizada no Centro de Municipal de Ensino de Educação Infantil – CMEI João Mendes Olimpio de Melo, localizado no bairro Renascença II na zona sudeste de Teresina. Os sujeitos pesquisados foram duas professoras de 1º e 2º período. E como método para aquisição dos dados foi aplicado questionário que abordava sobre o uso do brincar na educação infantil.
	A criança nessa faixa etária aprende brincando, enquanto brinca ela desenvolve capacidades e valores como respeito mutuo, cooperação e aceitação do outro, alem de desenvolver o pensamento. Ao contrario do que muitos pensam o ato de brincar não é uma simples recreação ou passatempo, mas a forma mais completa que a criança tem para se comunicar. 
No brincar a criança procura imaginar, representar, imitar e comunicar-se desenvolvendo papeis da vida adulta e isso faz com que ela relacione entre o real e o imaginário.
	De acordo com as articulações teóricas este trabalho foi divido em três seções: na primeira seção aborda-se sobre a relevância do brincar na educação infantil; na segunda parte discorre sobre o brincar como facilitador do ensino e aprendizagem e os jogos e as brincadeira como instrumentos de aprendizagem; na terceira seção temos a metodologia utilizada para a realização da pesquisa e a apresentação da analise dos dados obtidos na coleta.
	Por ultimo, apresentou-se as considerações finais sobre o processo de investigação buscando articular a teoria discutida com os dados coletados. Nesse sentido o brincar pode contribuir para o progresso do ser humano, seja ele de qualquer idade, auxiliando não só na aprendizagem, mas também no crescimento social, pessoal e cultural, facilitando no processo de socialização, comunicação e expressão.
	Fica o convite para dar sequencia à leitura deste artigo, ressaltando que o brincar não é a única alternativa para melhoria do intercambio ensino-aprendizagem, mas é uma ponte que auxilia na melhoria dos resultados por parte dos educadores interessados em promover mudanças. 
2 A RELEVÂNCIA DO BRINCAR NA EDUCAÇÃO INFANTIL
As crianças já nascem inseridas em uma determinada cultura na qual vão desenvolver competências pessoais e adquirir conhecimentos prévios e historicamente definidores de um ou outro grupo social. Para Friedmann (2012, p. 13) dentro dessas culturas, desses sistemas que relacionam o saber e a existência, é necessário pensar na contracorrente da cultura erudita e na recriação das humanidades. Assim, os grupos infantis participam dessa recriação com sua criatividade, com a ressignificação das brincadeiras e atividades, novo vocabulário, novos conteúdos, novas regras, novos espaços e objetos possíveis contribuindo para contracorrente desde o berço.
	O ato de brincar é parte integrante da vida do ser humano, e tem sua historia marcada desde a vida intra-uterina. O primeiro brinquedo da criança é o cordão umbilical da mãe, onde, a partir da 17ª semana, através de toques, apertos, puxões, o bebê começa a criar uma relação dessa ordem. De acordo com Machado (2003, p.25):
A mãe também brinca com seu bebê mesmo antes de ele nascer, pois fica imaginando como será se mãe, e associa as lembranças de quando brincava com sua boneca. Assim, quando o bebe nasce, já há uma relação criada da mãe para o bebe e do bebe para com a mãe, pois esse já reconhece sua voz. No princípio, a relação acontece como se o bebe fosse o brinquedo de sua mãe e ao interagir com ele diariamente, a criança vai aprendendo a linguagem do brincar e se apropriando dela.
	Janet Moyles (2009, p. 19), em entrevista concedida à Revista Pátio Educação Infantil, argumenta que “brincar é uma parte fundamental daaprendizagem e do desenvolvimento nos primeiros anos de vida. As crianças brincam instintivamente e, portanto, os adultos deveriam aproveitar essa inclinação “natural”. Crianças que brincam confiantes tornam-se aprendizes vitalícios, capazes de pensar de forma abstrata e independente, assim como de correr riscos a fim de resolver problemas e aperfeiçoar sua compreensão”. 
Nessa direção, o brincar proporciona essa base essencial. Sendo importante que as crianças aprendam a valorizar suas brincadeiras, o que só pode acontecer se elas forem igualmente valorizadas por aqueles que as cercam. Brincar mantém as crianças física e mentalmente ativas.
	O brincar é uma necessidade básica para a criança, é diverti-se, recrear-se, ou seja, mover-se com alegria. Muito se aprende em uma brincadeira, enquanto brinca a criança aprende sobre a relação espacial, aprende de que são feitas as coisas ao seu redor, como são usadas e para que servem. 
Quando a criança brinca, na maioria das vezes elas renunciam ao alimento, banho, resistem ao sono e até cansaço só pelo prazer da brincadeira, com isso pode-se constatar que o brincar na educação infantil, alem de proporcionar prazer também auxiliam no aprendizado do sujeito.
Brincar é uma das atividades fundamentais para o desenvolvimento da identidade e da autonomia. O fato de a criança, desde muito cedo, poder se comunicar por meio de gestos, sons e mais tarde representar determinado papel na brincadeira faz com que ela desenvolva sua imaginação. Nas brincadeiras as crianças podem desenvolver algumas capacidades importantes, tais como a atenção, a imitação, a memória, a imaginação. Amadurecem também algumas capacidades de socialização, por meio da interação e da utilização e experimentação de regras e papeis sociais. (RCNEI, 1998, p. 22).
	 É brincando que a criança aprende a respeitar regras, a ampliar o relacionamento social e a respeitar a si mesmo e ao outro. É por meio do universo lúdico que a criança começa a expressar-se com maior facilidade, ouvir, respeitar e discordar de opiniões, exercendo sua liderança, e sendo liderados e compartilhando sua alegria de brincar. 
Em contrapartida, em um ambiente serio e sem motivações, os educandos acabam evitando expressar seus pensamentos e sentimentos e realizar qualquer outra atitude com medo de serem constrangidos. 
	Negrine (1994) segundo Dallabona (2004, p. 109) sustenta que as contribuições das atividades lúdicas no desenvolvimento integral indicam que elas contribuem poderosamente no desenvolvimento global da criança e que todas as dimensões estão intrinsecamente vinculadas: a inteligência, a afetividade, a motricidade e a sociabilidade são inseparáveis, sendo a afetividade a que constitui a energia necessária para a progressão psíquica, moral, intelectual e motriz da criança.
	Pode-se pensar, então, que o brincar faz parte da peculiaridade infantil e oportuniza a criança seu aperfeiçoamento e a busca de sua completude, seu saber, seus conhecimentos e suas expectativas do mundo. Por ser importante para as crianças, a atividade lúdica e suas múltiplas possibilidades pode e deve ser utilizada como recurso de ensino e aprendizagem.
	Nesse contexto, o brincar na educação infantil deve ser planejado concomitantemente com as outras áreas, pela articulação de temas e projetos que permitam registrar toda a evolução das brincadeiras, bem como aspectos relevantes de linguagem, socialização, atenção e envolvimento pessoal que dão pistas com relação ao ambiente sociocultural no qual a criança está inserida. 
O brincar pode ser praticado de maneira construtiva e não como preenchimentos de lacunas, ou atividades em sentido. O brincar na educação infantil pode resolver problemas, ajudar a remover barreiras entre indivíduos, a criar interesses e despertar o entusiasmo.
Brincar é uma atividade que participa da estruturação do sujeito, além de ser um recurso psicopedagógico importante nas praticas educativas. Brincando, a criança vai elaborar teorias sobre o mundo, sobre suas experiências, sobre sentimentos, sobre suas relações, sobre a sua vida. Ela vai se desenvolvendo, aprendendo e construindo conhecimentos. (GRASSI, 204, p. 21).
	Durante o brincar as crianças aprendem umas com as outras e se desenvolvem como seres sociais, que pensam que possuem atitudes, que geram novas capacidades, que 
desenvolvem novas habilidades de descoberta do mundo. 
Como nos afirma Brasil segundo Souza (2014, p. 13) “ao brincar as crianças criam e recriam e repensam os acontecimentos do seu imaginário para o aprender o que acontece através do brincar, aperfeiçoando o aprender de forma lúdica. No entanto, as brincadeiras não podem ser sempre dirigidas da mesma forma, mas de maneiras variadas, livres ou com o intuito de gerar aprendizagem, ou seja, com uma função educativa para o desenvolvimento da criança. 
	Dessa forma, o brincar pode ser um meio de ensinar, pois possibilita exercícios necessários e úteis à vida, tendo a criança maior interesse em aprender de maneira descontraída, tornando prazeroso o momento da aprendizagem.
	O brincar é indispensável no processo ensino e aprendizagem, que tem uma perspectiva de divertimento e de prazer no ato de aprender. Criança brinca porque gosta, porque lhe dá prazer, porque brincar é sinônimo de criança. Assim, para Vygotski, (1998, p. 130) “[...] no brinquedo, a criança segue o caminho do menor esforço – ela faz o que mais gosta de fazer, porque o brinquedo está unido ao prazer”.
	Este enriquecimento através do brincar na educação infantil pode ser promovido por meio de: intervenções, ordenamentos do espaço, atividades dirigidas que possibilitem o surgimento de novos elementos culturais, que permitirão as crianças integrá-las às suas brincadeiras. A criança e o brincar fazem, sem duvida, uma combinação perfeita. Sendo o brincar um momento importante da infância, e do desenvolvimento infantil. Na próxima seção discutir-se-á de maneira pontual a contribuição do brincar para o ensino e aprendizagem.
3 O BRINCAR COMO FACILITADOR PARA O ENSINO E APRENDIZAGEM
	A aprendizagem lúdica tem tomado espaço de discussão no contexto escolar pelos profissionais da educação, como sendo um facilitador do ensino e aprendizagem, pois o brincar proporciona entusiasmo e motivação aos educandos na construção do saber. Falar sobre ensino e aprendizagem e o brincar na educação infantil é mergulhar em possibilidades de construção do conhecimento com mais alegria e perceber que utilizar estratégias diversificadas, o estudo torna-se atraente e convidativo.
 As crianças desta idade têm imaginação transbordante e fantasias sobre todo o tipo de aventura. Por isso Sátiro (2012, p. 61) destaca que “é a idade ideal para estimular e potencializar o pensamento criativo. E como tem uma curiosidade igualmente transbordante absorvem tudo como se fossem esponjas”. 
Sátiro (2012) afirma ainda que as crianças dessa modalidade “pesquisam, desmontam, perguntam constantemente, tocam em tudo, cheiram tudo, olham, escutam com atenção porque querem saber tudo. Também estão desenvolvendo a percepção de formas e cores, o que significa que, quanto maior for a estimulação nessa direção, melhor poderá ser desenvolvida sua inteligência perceptiva, sua sensibilidade e sua interação com o meio”.
O brincar inserido no ensino e aprendizagem dessas crianças enseja ao aluno a interpretação do meio, favorece a vivencia cotidiana, promove experiências partilhadas. O brincar se torna importante no desenvolvimento da criança de maneira que as brincadeiras e jogos vão surgindo desde os mais funcionais até os de regras possibilitando a conquista e a formação da sua identidade.
Brincar é, sem sombra de duvidas, um importante recurso pedagógico que estimula e desenvolvem as funções mentais superiores, as funções psicomotoras e participa no processo de construção do conhecimento. A criança se desenvolve e aprende brincando, adquire experiências e conhecimentos, pensa e raciocina, descobre e aprende o mundo e a si próprio, constrói-sefísica, social, cultural e psicologicamente. (GRASSI, 2004, p. 24).
Outro aspecto importante é estimular as crianças a proporem brincadeiras que realizam em sua comunidade. Isto possibilitará que entre em sala de aula todo o universo cultural próprio dela, permitindo ao professor melhor conhecer sua realidade, cabendo a ele enriquecer as experiências lúdicas das crianças.
Ao ampliar seu universo cultural, os professores assimilam conteúdos vivenciados de modo significativo, e uma das conseqüências positivas para as crianças é que eles podem preparar situações de ensino e aprendizagem que se tornem significativos para as crianças, incidam na ampliação de repertorio cultural delas, diversifiquem suas experiências e assim as tornem mais criativas, flexíveis e tolerantes. (ORTIZ 2012, p. 115).
	A essa idéia, associa-se a convicção sobre o brincar como pratica pedagógica, sendo um recurso que pode contribuir não só pra promoção infantil, como também para o cultural. Brincar não é apenas ter um momento reservado para deixar a criança à vontade em um espaço com ou sem brinquedos e sim um momento que podemos ensinar e aprender muito com elas. 
As atividades lúdicas permitem que a criança se prepare para a vida, entre o mundo físico e o social. Desse modo, observa-se que a vida da criança gira em torno do brincar, é por essa razão que pedagogos tem utilizado a brincadeira na educação por ser uma peça importante na formação da personalidade, tornando-se uma forma de construção de conhecimentos. A inclusão do ato de brincar na escola demanda planejamento. Segundo Santomouro (2013, p. 13):
Antes de disponibilizá-los para a garotada, analise a variedade e a quantidade disponível para avaliar se todos podem brincar ao mesmo tempo ou se é necessário 
fazer um rodízio. Além disso, os jogos devem ser atraentes, bonitos e ter bom acabamento. “É na intensidade, na fascinação, na capacidade de excitar que residem a própria essência e a característica primordial do jogo.
	Através das brincadeiras as crianças experimentam novas formas de agir, de sentir e de pensar. Brincando a criança busca se adaptar de forma ativa á realidade onde vive, mas também emite juízos de valor. Daí a grande relevância do brincar para o ambiente de ensino e aprendizagem, principalmente para a própria aula, nos mais diversos níveis de escolaridade, permitindo a criança ressignificar seu contexto vivido. (OLIVEIRA, 2010, p. 27).
	Na essência, a escola é um lugar privilegiado de educação. E uma escola que privilegia o prazer de ensinar, inspira o prazer de aprender. Assim, 	Winnicott de acordo com Sommerhalder (2011, p. 25) ressalta que um processo de ensino e aprendizagem embebido do espírito lúdico será muito mais significativo, portanto mais rico e fértil tanto para quem ensina quanto para quem aprende. 
	Nessa direção, a função do brincar é muito mais que dar prazer à criança, de fazê-la passar o tempo ou de liberar energia. O brincar é eficaz no desenvolvimento físico, mental e moral da criança tornando-se um facilitador do ensino e aprendizagem, favorecendo ainda a auto-estima das crianças, auxiliando-as a superar progressivamente suas aquisições de forma criativa. 
Brincar conforme (RCNEI, 1998, p. 27) contribui, assim, para a interiorização de determinados modelos de adulto, no âmbito de grupos sociais diversos. Essas significações atribuídas ao brincar transformam-no em um espaço singular de constituição infantil.
Na sua essência o brincar, além de contribuir e influenciar na formação da criança e do adolescente, possibilitando um crescimento sadio, um enriquecimento permanente, integra-se ao mais alto espírito de uma pratica democrática enquanto investe em uma produção seria do conhecimento. A sua pratica exige participação franca, criativa, livre, critica, promovendo a interação social e tendo em vista o forte compromisso de transformação e modificação do meio (ALMEIDA apud MARTINS, 2009 p. 41).
	Na educação de crianças pequenas a brincadeira se revela eficaz ferramenta do processo de ensino. Brincar na escola é construir conhecimentos, é potencializar habilidades e construir novas descobertas. Por meio das brincadeiras os professores segundo o Referencial 
da Educação Infantil, podem observar e constituir uma visão dos processos de desenvolvimento das crianças em conjunto e de cada uma em particular, registrando suas capacidades de uso das linguagens, assim como de suas capacidades sociais e dos recursos afetivos e emocionais que dispõem. 
	Assim, para Sommerhalder (2011, p. 40) na instituição de educação infantil o professor constitui-se, portanto, no parceiro mais experiente, por excelência, cuja função é propiciar e garantir um ambiente rico, prazeroso, saudável e não discriminatório de experiências educativas e sociais variadas. Dessa forma, refletir-se-á sobre os jogos e brincadeiras e sua contribuição como instrumentos para a aprendizagem.
3.1 JOGOS E BRINCADEIRAS COMO INSTRUMENTOS DE APRENDIZAGEM
	Os pequenos são muitos curiosos, eles estão conhecendo o mundo e, portanto são abertos a qualquer tipo de experiência. Assim, os jogos e brincadeira na educação infantil são atividades fundamentais para a construção de conhecimentos e aprendizagem. O brincar pode favorecer a imaginação, a confiança, proporcionando a socialização.
	Pode-se dizer que os jogos e brincadeira conforme, Dallabona (2004, p. 111) permitem liberdade de ação, pulsão interior, naturalidade e, consequentemente, prazer que raramente são encontrados em outras atividades escolares. A autora alerta que ainda, que o lúdico é essencial para uma escola que se proponha não somente ao sucesso pedagógico, mas também á formação do cidadão, porque a conseqüência imediata dessa ação educativa é aprendizagem em todas as dimensões social, cognitiva, relacional e pessoal.
	Kishimoto segundo Fortuna (2013, p.32) afirma que a “brincadeira tem papel preponderante na perspectiva de uma aprendizagem exploratória, ao favorecer a conduta divergente, a busca de alternativas não usuais e a integração do pensamento intuitivo. O jogo, tanto para a criança quanto para o adulto, é o espaço por excelência para usar a inteligência pensamento e a fantasia”.
Nesse contexto, um dos representantes mais importantes da psicologia histórico-cultural Vygotsky (1998) segundo Martins (2009, p. 37) partiu do principio que o sujeito se constitui nas relações com os outros, por meio de atividades caracteristicamente humanas, que são mediadas por ferramentas técnicas e semióticas. Afirma ainda, que a brincadeira infantil assume uma posição privilegiada para analise do processo de constituição do sujeito, rompendo com a visão tradicional de que ela é uma atividade natural de satisfação de instintos infantis. 
A brincadeira é uma maneira de expressão e apropriação do mundo das relações, das atividades e dos papeis dos adultos. A capacidade para imaginar, fazer planos, apropriar-se de 
novos conhecimentos surge, nas crianças, através do brincar. 
O principal indicador da brincadeira, entre as crianças, é o papel que assumem enquanto brincam. Ao adotar outros papéis na brincadeira, as crianças agem frente à realidade de maneira não-literal, transferindo e substituindo suas ações cotidianas pelas ações e características do papel assumido, utilizando-se de objetos substitutos. (RCNEI, 1998, p.27).
	Tudo o que estimula a criança a descobrir, inventar, analisar, comparar, diferenciar, e classificar, é muito importante para a formação geral e para o conhecimento infantil. Como Piaget (1980) nos diz que a criança passa por diferentes estágios em seu desenvolvimento. Cada estágio com sua particularidade e suas necessidades. 
Com os jogos e as brincadeiras não são diferentes, a cada estagio, a criança precisa ser estimulada de formas diferenciadas, devendo se respeitar seus interesses e aptidões, oferecendo-lhes atividades apropriadas a sua faixa etária.
	Há três formas básicas de atividade lúdica que caracterizam a evolução do jogo na criança, de acordocom a fase do desenvolvimento que aparecem, isso segundo Piaget apud Grassi (2004, p. 38;41)) as fases são: jogos de exercícios (0 a 2 anos), jogos simbólicos (2 a 6 anos) e jogos de regras (6 anos em diante). Segundo o próprio autor, a “função é que vai diferenciar esses jogos que não tem outra finalidade a não ser o próprio prazer do funcionamento.” 
A seguir uma pequena explicação de cada um desses tipos de jogos de acordo com Piaget segundo Grassi (2004, p. 38;41):
Jogos de exercícios: é a primeira forma de jogo que a criança conhece e aparece antes do desenvolvimento verbal completo. Limita à repetição de movimentos e gestos com um objetivo exploratório, ou seja, permite à criança explorar e exercitar o próprio corpo.
 Jogos simbólicos: se apresentam sob a forma de jogos de ficção, de imaginação e de imitação. São os chamados jogos de faz-de-conta. Possibilita à criança realização de sonhos e fantasias, revela conflitos interiores, medos e angustias, alivia as tensões e frustrações. 
Jogos de regras: é caracterizado pelo conjunto de leis que é imposto pelo grupo. Dessa forma, necessita de parceiros que aceitem o cumprimento das obrigações definidas nas regras. No jogo de regra, a criança vivencia as relações sociais, interpessoais e intrapessoais.
	Nessa direção, podemos perceber que as atividades com jogos e brincadeiras na escola de educação infantil trazem muitas vantagens para o processo de ensino e aprendizagem, são elementos para o aperfeiçoamento das crianças, mas cabe aos professores 
criarem propostas pedagógicas que aliem o aprendizado e a grande diversão que o jogo e a 
brincadeira proporcionam.
	A visão de brincadeira apresentada por Vygotsky (2003) conforme Martins (2009, p. 29) permite considerar a ação do brincar enquanto uma totalidade, buscando compreender toda sua complexidade e isso requer que a consideremos muito mais do que uma estratégia pedagógica. 
Brincar é, sem duvida, uma forma de aprender, mas é muito mais que isso. Brincar é experimentar-se, relacionar-se, imaginar-se, expressar-se, compreender-se, confrontar-se, negociar, transformar-se, ser. Na escola, a despeito dos objetivos do 
professor e de seu controle, a brincadeira não envolve apenas a atividade cognitiva da criança. Envolve a criança toda. É pratica social, atividade simbólica, forma de interação com o outro. Acontece no âmago das disputas sociais, implica a constituição do sentido. É criação, desejo, emoção, ação voluntaria (FONTANA E CRUZ, apud MARTINS 2009, p. 29).
	Para Velasco (1996) de acordo com Bueno (2010, p. 23), as brincadeiras abordam o desenvolvimento, bem como a socialização e a aprendizagem. É nesse momento que a criança tem prazer em realizá-las, pois permite a ela brincar sem esforço. Independente da época e da cultura, as crianças sempre brincaram e brincam, ou seja, elas vão brincar e aprender da forma que mais gostam. 
	Reconhecer os jogos e brincadeiras como instrumentos fundamentais na infância segundo Sommerhalder (2011, p. 29) nos permite pensar num ensino e numa aprendizagem mais abrangente, envolvente e inserida na realidade, pois possibilita a construção da ponte entre o real e o imaginário, sem perder de vista o vinculo entre o pensar, o agir e sentir. 
	Alem disso, acreditamos que é brincando que a criança começa a se relacionar com as pessoas, que ela descobre o mundo, se desenvolve com o que ela aprendeu, a criança desenvolve com mais saúde, elimina o estresse, aumenta a criatividade e a sensibilidade, estimula a sociabilidade. 
	É interessante destacar, que o educador deve fazer uso dos jogos e das brincadeiras em sua sala de aula para facilitar o aprendizado. Como também é necessário que dê espaço para as brincadeiras lúdicas, pois elas auxiliarão no ensino das crianças. Pois sabe-se que as brincadeiras e jogos nãos são apenas recreações, é mais do que isso, é uma das formas de comunicação e interação da criança. 
Brincar é uma ação cotidiana para a criança que a impele a tomar decisões, expressar sentimentos e valores, conhecer a si e ao outro, partilhar brincadeiras, construir identidade, explorar o mundo dos objetos, das pessoas, da natureza e da cultura na perspectiva de compreendê-la, usar o corpo, os sentidos, os movimentos e as varias linguagens. Enfim, sua importância se relaciona com a cultura da infância que coloca a brincadeira como a ferramenta para a criança se expressar, aprender e se desenvolver (KISHIMOTO apud SOMMERHALDER, 2011, p.61)
	Portanto, os jogos e brincadeiras são atividades imprescindíveis na educação infantil e merecem ser levados para sala de aula para tornar a educação mais compatível com a amplitude que é ser criança. E na perspectiva de ampliar tal discussão passa-se a refletir os depoimentos obtidos com professoras da educação infantil que trataram do brincar enquanto estratégia educacional e relevante para o ensino e aprendizagem.
4 MÉTODOS E PROCEDIMENTOS (METODOLOGIA)
	Como o objetivo deste artigo constitui-se em analisar a relevância do brincar como facilitador do ensino e aprendizagem na Educação Infantil, a investigação realizar-se-á com professores da Educação Infantil da rede pública municipal, da CMEI – João Mendes Olimpio de Melo que tem uma proposta curricular para essa modalidade de ensino. Assim, foram caracterizadas como sujeitos desta pesquisa, duas professoras de 1º e 2º período da rede municipal de ensino de Teresina. 
	No que se refere ao aspecto grau de instrução, as professoras municipais envolvidas na pesquisa tem o curso de Licenciatura em Pedagogia. 
	O instrumento para coleta de dados pautou-se em um trabalho de campo com aplicação de questionário que apresenta questões abertas, elaboradas em função dos interesses da pesquisa. Chizzotti (1991) de acordo com Oliveira (2015 p.103) define o questionário como: um conjunto de questões sobre o problema, previamente elaboradas, para serem respondidas por um interlocutor, por escrito ou oralmente. 	
5. ANÁLISE E DISCURSÕES DOS RESULTADOS
Como a coleta de dados foi realizada a partir de questionários, e utilizou-se na analise dos dados coletados o método qualitativo através da analise de conteúdo. 
	A análise e a interpretação dos dados coletados, bem como alguns trechos relatados pelas professoras, estão descritos nos itens que se seguem. Esta descrição foi feita de maneira que possibilitasse uma melhor compreensão da contribuição do brincar para o ensino e aprendizagem.
5.1 O Professor e o Brincar: estimulando o ensino e aprendizagem
	O brincar na perspectiva dos professores, de acordo com o RCNEI (1998, p. 28) refere-se ao papel de estruturar o campo das brincadeiras na vida das crianças, disponibilizando objetos, fantasias, brinquedos ou jogos e possibilitando espaço e tempo para brincar. Assim, esta seção tratará a respeito das analises dos resultados obtidos, a partir do questionário realizado coma as professoras do Centro Municipal de Educação Infantil – João Mendes Olimpio de Melo. As professoras serão citadas no decorrer do artigo como professora 1 (P1) e professora 2 (P2).
Educar significa, portanto, propiciar situações de cuidado, brincadeiras e aprendizagem orientada de forma integrada e que possam contribuir para o desenvolvimento das capacidades infantis de relação interpessoal de ser e estar com os outros em uma atitude básica de aceitação, respeito e confiança, e o acesso, pelas 
crianças aos conhecimentos mais amplos da realidade social e cultural (RCNEI, 1998 P, 23).
	
	O professor, como um adulto afetivamente importante para a criança, quando acolhe suas vivencias lúdicas abre um espaço potencial de criação. Com isso, o professor instiga a criança à descoberta, à curiosidade ao desejo de saber. (SOMMERHALDER, 2011, p. 29) 
	Assim, questionou-se o seguinte na primeira questão: na sua opinião, que importância tem o brincar na educação infantil?
P1: É imprescindível, pois além de desenvolver habilidade motora e coordenação do corpo como equilíbrio e coordenação fina e grossa,o brincar trabalhado de forma pedagógicas é um grande aliado para a educação, o Lúdico, este trabalhado corretamente se transforma em uma ferramenta para alcançar determinados objetivos sejam eles em diversas disciplinas tais como matemática, linguagem, música, movimento e outras.
P2: Tem muita importância porque a criança estabelece relações sociais, constrói conhecimentos desenvolvendo-se integralmente no processo de aprendizagem para compreender melhor o universo lúdico e comunica-se consigo mesma e com o mundo.
	Diante disso, deve-se considerar o brincar como parceiro da educação infantil, sendo de fundamental importância no processo de aprendizagem da criança enquanto ser humano.
O brincar é concebido como uma atividade livre e espontânea que facilita o desenvolvimento físico, cognitivo e psicológico, estimula o desenvolvimento intelectual, possibilita responder questionamentos, equaciona dificuldade de aprendizagem, facilita a comunicação e propicia o estabelecimento de relações interpessoais. É, pois um ato criativo, em que a criança vai criar descobrir e se conhecer (GRASSI, 2004, p. 3).
	Na segunda pergunta ao questionar sobre: você tem utilizado os jogos e brincadeiras em sala de aula e qual o tempo disponível para o desenvolvimento dessas atividades, a P1 disse que sim, “ as brincadeiras acontecem nas aulas de acordo com o assunto e na aula procuramos intercalar uma brincadeira ou dinâmicas para vivenciar esse momento e ser satisfatório.
A professora relata ainda que o tempo estimado tem a variável de duração da aula 40 minutos, tiramos o tempo da explicação e assimilação tendo uns 20 a 25 minutos, não esquecendo também do momento de recreação o famoso recreio, que contem 30 minutos, o recreio também monitorado, esses intervalos podem acontecer de tudo, machucados e pequenas discussões que se tornam até em brigas, para evitar esse tipo de constrangimento utilizamos jogos educativos, materiais concretos como: bambolê, cordas, pinos, bolas e outros disponíveis”. 
A P2 afirma que “ os jogos, brincadeiras, e brinquedos não são apenas um entretenimento, mas uma atividade que possibilita a aprendizagem com habilidades para o desenvolvimento prazeroso da criança onde ela deverá interagir com o lúdico no diversos níveis de conhecimento, e por isso tem sim utilizado os jogos e brincadeira em sala de aula”.
	Nesse contexto Sommerhalder (2011, p. 24) diz que a sala de aula “é um espaço em que a criança pode experimentar, descobrir, criar e recriar experiências e saberes sobre si próprio e sobre o mundo que a cerca”. 
Assim os depoimentos demonstraram que as professoras fazem uso dos jogos e brincadeiras em sala, sejam elas atividades planejadas ou passa tempo, disponibilizando tempo necessário para o seu desenvolvimento, pois acreditam que o brincar bem elaborado estimula as crianças a aprender. 
A terceira indagação refere-se ao ato de brincar se influencia no ato de aprender da criança. Nessa questão objetiva-se verificar a visão das professoras sobre o brincar e suas contribuições para a aprendizagem, e conforme os depoimentos coletados, afirmaram que:
P1 Sim, o professor tem que definir seus objetivos para poder alcançar através do brincar suas metas e finalidades, o professor tem a função de mediar o ensino corretamente de forma eficaz que é o ensinar a fazer, a pratica faz a aprendizagem significativa onde ele vai poder usar na brincadeira o que ele viu na aula é onde o aluno vai colocar aquele conhecimento adquirido em sala em pratica. Aprender fazendo.
P2 É Claro que influencia, pois como diz o ditado é brincando que se aprende e acontece em determinados momentos do cotidiano infantil onde a criança aprende a conciliar a brincadeira de forma afetiva criando vínculos mais duradouros.
	Constata-se que as professoras acreditam que o brincar, contribui para um aprender significativo e enriquecedor. Brincando a criança aprende, e aprende de forma prazerosa. Schiller apud Oliveira (2011, p. 29) destaca que o ato de brincar constitui-se numa característica universal, independente de épocas ou civilizações. Confirma ainda que “o homem só se torna plenamente humano quando brinca”.
O brincar favorece a criança e o aprendizado, pois é brincando que o ser humano se torna apto a viver numa ordem social. É o mais completo dos processos educativos, pois influencia o intelecto, o emocional e o corpo da criança. Brincar faz parte da especificidade infantil e oportuniza a criança seu desenvolvimento e a busca de seu saber, seus conhecimentos e suas expectativas do mundo (SOUZA, 2012, p. 4).
Na quarta questão, a pergunta foi a seguinte: o brincar é inserido no planejamento pedagógico junto aos conteúdos programáticos da educação infantil? A P1 relata que “o brincar é inserido como uma ferramenta, um recurso indissociável com a aprendizagem, ele vem através de um determinado planejamento adequando para a disciplina que deseja aplicar, o professor tem que estar ciente de como a brincadeira rege e de como ela vai de fato fazer sentido para o conteúdo, se não a mesma não vai surti o efeito correto”. 
Nessa perspectiva, o RCNEI (1998, p. 49), concebe os conteúdos por um lado como a concretização dos propósitos da instituição e, por outro, como meio para que as crianças desenvolvam suas capacidades e exercitem sua maneira própria de pensar, sentir e ser, ampliando suas hipóteses acerca do mundo ao qual pertencem e constituindo-se em instrumentos para a compreensão da realidade. A organização didática deve envolver cuidados, as brincadeiras e as situações de aprendizagem orientadas. 
A quinta e ultima pergunta do questionário refere-se ao uso dos jogos e das brincadeiras para o desenvolvimento cognitivo, afetivo, emocional e social da criança. A P1 afirma que,
A utilização dos jogos e brincadeiras na educação infantil vem no sentido amplo tentar ensinar de uma forma lúdica mostrando para o educando que é possível efetivar de fato os assuntos sem que os mesmo percebam, refletindo nas ações cotidianas onde ela vai assimilar o conteúdo com a atividade proposta, ela vai ter que criar laços de amizade e de cooperação, a ajuda do próximo o compartilhar, o saber errar, o saber ganhar e o perder. Ela vai utilizar toda sua extensão cognitiva, afetiva, emocional e social para concluir determinada brincadeira. Ajudando-a no desenvolvimento das habilidades necessárias para determinado objetivo. 
Já a P2 esclarece que é importante as atividades lúdicas na infância, e ver os jogos e brincadeiras como ferramentas de estímulos ao desenvolvimento integral da criança. Reflete ainda, que o grau em que a criança interage umas com as outras, através de atividades lúdicas mostra como a criança se desenvolve mentalmente e como reage a cada situação proposta pelos jogos e brincadeiras, facilita a aprendizagem pessoal, social e cultural, facilita também os processos sócio efetivo e psicomotor. Assim os jogos e brincadeira bem trabalhados auxiliam no aperfeiçoamento individual de cada criança.
Mediante os relatos das professoras, os jogos e brincadeiras na educação infantil não são somente meios de diversão, e sim métodos de aprendizagem e desenvolvimento tornando as atividades mais atraentes, e assim favorecendo a descoberta, a curiosidade, o prazer e a alegria de brincar.
	Através dos jogos e brincadeiras a criança aprende e desenvolve potencialidades Lopes (2001) segundo Grassi (2004, p. 51):
O ato de brincar é inerente ao sujeito humano, é universal, todas as crianças brincam e aprendem através dessa atividade, o que vai variar são justamente as formas de brincar e os instrumentos de brincar, que serão particulares de acordo com a cultura e sociedade da qual essa criança faz parte, alem do nível socioeconômico e das diferenças individuais.
	Vale ressaltar, que além da sala de aula o professor deve utilizar os ambientes, os materiais e objetos que escola dispõe para elaborar o planejamento criativo com o uso do brincar. Sendo que como as demaisatividades, Ortiz (2012, p. 144) declara que as brincadeiras ou o espaço de brincar tem que ser planejado e reestruturado no projeto pedagógico da creche. Tem que ser pensado de acordo com as circunstancias, a historia do grupo, as contribuições das diferentes famílias e professores.
	A autora enfatiza ainda, que mais do que pesquisar para planejar e conhecer os interesses e necessidades das crianças, o professor também precisa fruir cultura, ampliar sempre seus horizontes, ler muito, assistir a espetáculos de dança, musica, teatro e cinema... por isso, a mudança, exige tempo para alimentar-se culturalmente e esteticamente.
	Para isso, conforme o RCNEI (1998, p. 30) o professor deve conhecer e considerar as singularidades das crianças de diferentes idades, assim com a diversidade de hábitos, costumes, valores, crenças, etnias etc. das crianças com as quais trabalha respeitando suas diferenças e ampliando suas pautas de socialização.
Enfim, nesse processo o professor é mediador entre as crianças e o brincar, desenvolvendo, organizando e propiciando situações de aprendizagens. O professor de educação infantil constitui-se, portanto, no parceiro mais experiente, garantindo um ambiente rico, prazeroso, saudável de experiências educativas e sociais.
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS 
A partir dos estudos apresentados aqui, afirma-se que não resta dúvida de que o brincar é parte integrante de um planejamento de ensino na educação infantil em que o professor apresenta-se como principal mediador e responsável pela gestão das brincadeiras.
Assim, a relevância do brincar como facilitador do ensino e da aprendizagem na educação infantil, objeto de estudo do presente artigo, foi compreendido com base nos teóricos que falam da temática, de suas utilidades e contribuições para as escolas de educação infantil. 
Embora os autores estudados abordem de formas diferentes seus pensamentos sobre o brincar no processo de ensino e aprendizagem, há, pois um consenso de que este seja um facilitador da construção cognitiva. 
Pois o brincar além de estimular o raciocínio lógico possibilita na interpretação e a vivencia de regras, ao passo que também contribui com a e formação de conceitos complexos da aprendizagem infantil.	
Os resultados desse estudo apontaram o brincar como um aliado precioso, uma riqueza cultural para o melhoramento do ensino e aprendizagem. As brincadeiras e jogos são fontes perfeitas para que alunos e professores se divirtam, descubram e aprendam. 
Esses aspectos foram assimilados por todos os sujeitos de modo a associarem o brincar como melhoria das ações docentes e o sucesso das crianças na escola.
Dessa forma, é necessário que as professoras do CMEI – João Mendes Olimpio de Melo busquem estimular seus alunos e que promovam atividades de brincar oferecendo ambientes ricos, com todos os tipos de brincadeira e que permitam realizar seu potencial de desenvolvimento educacional, fazendo com que essa criança se reencontre, compartilhe e interaja. 
Cabe lembrar que a influência do ato de brincar no desenvolvimento da criança é indispensável para a formação do caráter e da personalidade da pessoa; além disso, o ato de brincar pode incorporar valores morais e culturais e uma série de aspectos que ajudam a moldar sua vida, como crianças e como adultos. 
Brincando, a criança pode acionar seus pensamentos para resolução de problemas que lhe são importante e significativo, e o modo como ela brinca revela o seu mundo interior, proporcionando-lhe que aprenda fazendo, realizando, dessa forma, uma aprendizagem significativa. Enfim, tem-se que lançar novos olhares sobre o brincar, em que antes era apenas uma forma de treinamento, ou obtenção de vigor físico, hoje é uma metodologia imprescindível para a aprendizagem.
Portanto, para o professor estimular a aprendizagem através do brincar é um processo que requer tempo de conhecer, tempo de decidir, tempo de preparar e tempo de vivenciar o novo.
 Para Sátiro (2012, p. 61) em relação a educação infantil afirma que “o que não pode ser esquecido é que esta é uma idade belíssima para desfrutar e aprender com elas essa atitude de intensa curiosidade e busca de aprendizagem! São como girassóis buscando o sol”... 
 
ABSTRACT 
This article aims, based on theoretical assumptions present evidence about the importance of playing as a facilitator in the teaching and learning of children in early childhood education, as well as the contributions that it offers child development and learning in the school context. Play and create are critical moments for the child, because it allows the subject, the resourcefulness of his creativity. The act of playing is an integral part of human life, and has marked its history since you intrauterine life. The play in early childhood education can solve problems, help remove barriers between individuals, to create interest and arouse enthusiasm. The play is essential in the learning process, which has a fun perspective and pleasure in the act of learning. The child plays because he likes because it gives you pleasure, because playing is synonymous with child. Playing inserted in teaching and learning of these children entails the student's interpretation of the medium, favors the everyday experiences, promotes shared experiences that underlie reflection interacting and forming. The inclusion of the act of playing at school demand planning and early childhood education blogging proves effective as of the teaching tool. Playing in school is to build knowledge, it is to strengthen skills and build new discoveries. Therefore, one should consider the play as a partner of early childhood education, is of fundamental importance in the child's learning process as a human being.
Keywords: Play. Child education. Teaching and Learning.
 
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