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Economia Parte 1

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ECONOMIA
As atividades produtivas da sociedade contemporânea são articuladas em inúmeras unidades produtivas que processam os fatores de produção.
A organização e distribuição dos fatores de produção são dirigidas pelos organizadores de produção.
Na produção Fordista: engenheiros e administradores pensavam e os peões operavam.
O conjunto do sistema e suas unidades produtivas estão divididas em três grandes setores: 
Setor Primário: engloba as atividades próximas aos recursos naturais 
Setor Secundário: é constituído pelas atividades industriais 
Setor Terciário: é integrado pelos serviços em geral 
DEFINIÇÃO E OBJETO 
A palavra economia deriva do grego “oikosnomos” (de oikos, casa, nomos, lei) e pode ser definida como sendo a ciência social que estuda como o indivíduo e a sociedade decidem empregar recursos produtivos escassos na produção de bens e serviços, de modo a distribuí-los entre várias pessoas e grupos sociais, a fim de satisfazer as necessidades humanas. Necessidades estas, que são, de certa forma, ilimitadas e podem ser classificadas em: 
 Primárias (vestir, comer); 
 Secundárias (supérfluos); 
 Coletivas (segurança, transporte).
De posse dos elementos citados acima, podemos afirmar que ECONOMIA é o processo que combina fatores de produção para criar bens e serviços. 
Ela estuda os processos de produção, distribuição, comercialização e consumo de bens e serviços, e também a maneira como se administram os recursos escassos, com o objetivo de produzir bens e serviços e distribuí-los para seu consumo entre os membros da sociedade. 
São diferentes tipos de sistemas econômicos que administram os limitados recursos com a finalidade de produzir bens e serviços objetivando satisfazer as necessidades da população. Por outro lado, os economistas não se preocupam em atender todas as necessidades humanas, devido algumas delas se situar além de suas habilidades, do ramo de seu conhecimento.
Porém, não lhe negam importância, apenas eles são colocados além da economia; exemplo disto é o amor, a sabedoria que são de extrema importância, mas que não fazem parte do campo de preocupação dos economistas, pois ninguém é capaz de produzi-los capaz de satisfazê-los. 
A economia pode ser representada pelo fato de termos que utilizar algo até o seu desgaste total e só depois substituí-los quando realmente, necessário, ou seja, evitando desperdício e lucrando com a diminuição dos gastos. Podemos também citar o exemplo da dona de casa no supermercado: comprando o produto de igual necessidade, mas de valor mais acessível, ela estará economizando no seu salário sem retirar o produto de seu consumo. 
Então, representada de várias maneiras em diversos exemplos, fica fácil distinguir e relatar a Economia de acordo com o ponto de vista de cada um. 
A Economia não se aplica apenas ao setor doméstico e pessoal, mas também ao setor nacional e internacional quando se refere a investimentos (ações da bolsa de valores, aplicações em fundos de investimentos...), moedas (compra e venda de dólar), títulos etc. 
 TERRA + CAPITAL + TRABALHO = BENS E SERVIÇOS 
BEM: É tudo aquilo que satisfaz direta ou indiretamente os desejos e necessidades dos seres humanos. Inicialmente, os bens são classificados e materiais e imateriais. Vários são os critérios adotados para as classificações dos bens. 
Os principais são: 
 Quanto à raridade: 
- Livres: são ilimitados em quantidade ou muito abundantes e não são apropriáveis. 
- Econômicos: é escassa em quantidade, dada sua procura, e apropriáveis. É o objeto de estuda da economia. 
 Quanto ao destino: 
- De Capital: não atendem diretamente as necessidades. 
- De consumo: destinam-se à satisfação direta das necessidades. 
- Duradouros: permitem o uso prolongado. 
- Não-duradouros: acabam-se com o tempo. 
 Segundo sua função: 
- Intermediários: devem sofrer novas transformações antes de se converterem em bens de consumo ou de capital. 
- Finais: já sofreram as transformações necessárias para seu uso ou consumo. 
Além de econômicos e livres, os bens classificam-se em bens de consumo, quando de destinam a satisfação direta das necessidades humanas, e em bens de capital quando destinados a produção de Bens e Serviços, pois permitem produzir outros bens.
Dentro de bens de consumo, pode-se falar em bens de consumo duráveis, que permitem um uso prolongado, como por exemplo, um eletrodoméstico, e bens de consumo não duráveis ou perecíveis, com os alimentos. 
Por outro lado, os bens podem ser intermediários (o cimento é um exemplo), pois sofrem novas transformações antes de se converterem em bens de consumo ou de capital; ou bens finais, isto é, os que já sofreram essas transformações. A soma total de bens e serviços finais gerados em um período denomina-se produto total. 
Os bens podem ainda ser classificados em Privados e Públicos: 
 Bens privados: são os produzidos e possuídos privadamente; 
 Bens públicos ou coletivos: são aqueles cujo consumo é feito simultaneamente por vários sujeitos, por exemplo, um parque público. 
Obs.: Mais adiante falaremos, em detalhe, sobre os bens.
SERVIÇOS: Serviços são aquelas atividades que, sem criar objetos materiais se destinam direta ou indiretamente a satisfazer necessidades humanas. Pode-se dizer que os serviços são atividades intermediárias que concorrem para a produção, distribuição e consumo de bens. Desse modo representam os serviços: as atividades administrativas; publicitárias; transportador ou agente de vendas: distribuição de produtos; artistas de cinema e teatro, escritor ou cantor: necessidades culturais; outros serviços: bancos, seguros, corretores, etc.
O OBJETO CENTRAL DA ECONOMIA: A ESCASSEZ
A razão essencial da existência da Teoria Econômica (ou Ciência Econômica) é a escassez. Este conceito refere-se à falta ou insuficiência de alguma coisa. No caso das sociedades humanas, observamos que há um conflito constante entre necessidades e recursos, pois as nossas necessidades são ilimitadas, enquanto os recursos são escassos.
Ao falarmos das necessidades, estamos nos referindo aos principais elementos que garantem a sobrevivência material da espécie humana (todos e cada um de nós). No que você pensa quando se fala de necessidades com esse significado?
Abaixo as necessidades básicas do homem atual. É bastante provável que esta lista contenha muitos, ou quase todos, os itens da sua própria lista:
• alimentos (sólidos e líquidos)
• vestuário e calçados
• moradia, mobília
• água corrente e eletricidade
• utensílios domésticos e eletrodomésticos
• meios de transporte
Durante toda a nossa vida somos afetados pelas condições econômicas da comunidade em que vivemos. 
OS PROBLEMAS DE NATUREZA ECONÔMICA, A ESCASSEZ 
O problema econômico por excelência é a escassez. Surge porque as necessidades humanas são virtualmente ilimitadas e os recursos econômicos, limitados, incluindo também os bens. Esse não é um problema tecnológico, e sim de disparidade entre os desejos humanos e os meios disponíveis para satisfazê-los. 
A escassez é um conceito relativo, pois existe o desejo de adquirir uma quantidade de bens e serviços maior que a disponibilidade.
 Existem países em que a população possui níveis de vida mais elevados do que em outros. Nesses países, há alimentos e bens materiais abundantes. Enquanto em alguns países atrasados existem milhões de pessoas vivendo na mais absoluta pobreza, onde muitos chegam a morrer de fome.
Então podemos afirmar que o problema fundamental da economia é impossibilidade de se produzir bens e serviços em quantidades ilimitadas para satisfazer as necessidades humanas permanentemente ampliadas, pois os fatores de produção existem Em quantidades limitadas. Este fato é conhecido também como a Lei da escassez. 
A Escassez é a preocupação básica da Ciência Econômica. Sendo o maior problema econômico de qualquer sociedade, se não houvesse a escassez não haveria necessidade da existência da economia. Em função das necessidades do “ser humano”serem ilimitadas, através dos consumos dos mais diversos bens (moradia, vestuário, alimentação) e de serviços (transportes, assistência médica...) no mesmo instante em que os recursos produtivos, através das máquinas, fábricas, terras e matérias primas estão a disposição da sociedade e são insuficientes para produção de bens necessários para satisfação das necessidades humanas. 
Por isso temos que utilizar a escolha, ou seja, não se pode produzir tudo o que todos desejam e por isso criam-se mecanismos que ajudem a sociedade a decidir quais bens serão produzidos e necessidades atendidas. Em relação a escassez de recursos, temos sempre que nos preocuparmos em utilizá-los de maneira racional e eficientes quanto possível. 
As roupas que vestimos, os alimentos que comemos, a escola que frequentamos, o salário que recebemos, os problemas do desemprego e da inflação, são todos fatores ligados diretamente às condições econômicas. 
Por escassez, entende-se a situação em que os recursos são limitados e podem ser utilizados de diferentes maneiras, de tal modo que devemos sacrificar uma coisa por outra. A seguir, situações de escassez comuns no dia a dia:
uma quantidade limitada de recursos (dinheiro) para consumir alimentos ofertados nos supermercados exige a escolha entre a compra de determinadas mercadorias (comprar unidades a mais de um produto e a menos de outro);
tempo limitado para ler um livro que exige algumas horas de dedicação implica ter menos horas para se dedicar a outras atividades, como, por exemplo, assistir a um filme no cinema;
na empresa, uma máquina tem capacidade para produzir dois diferentes produtos e exige decisão de qual deles ira produzir a mais ou a menos.
Você certamente já se fez uma série de perguntas relacionas à condição econômica dos países e das pessoas e para as quais nunca encontrou respostas satisfatórias. 
São perguntas do tipo: 
 - Por que existem umas poucas economias ditas desenvolvidas enquanto em um elevado número de países as condições de vida ainda são bastante precárias? 
 - Por que algumas pessoas são ricas, enquanto muitas ainda enfrentam o problema de não ter moradia nem alimentação adequada? 
 - Por que algumas pessoas recebem altos salários, enquanto outras ganham apenas o suficiente para a sua sobrevivência? 
 - Por que existe tanto desemprego? Por que há períodos em que os preços sobem persistentemente, enquanto, em outros, os preços permanecem relativamente estáveis? 
 - Por que o Brasil e outros países têm uma dívida externa tão elevada e, aparentemente, são incapazes de pagá-la?
O estudo da Economia objetiva a compreensão de todos esses problemas, fornecendo respostas a essas e a diversas outras questões. A ciência econômica pode nos proporcionar um melhor entendimento de como funciona o sistema socioeconômico que nos cerca, e o que pode ser feito para prevenir, corrigir ou pelo menos aliviar problemas como a pobreza, o desemprego e a inflação.
O QUE A ECONOMIA TEM A VER COM ISSO TUDO?
Veja, você acabou de ter o seu primeiro contato com a escassez, no sentido econômico da palavra. Se você for analisar, perceberá que os próprios itens da nossa lista, considerados necessários a um mínimo de qualidade de vida humana, não estão acessíveis a todos. Entre os que conseguem esse acesso, a maioria o faz à custa de muita luta, por todos os dias e anos de suas vidas. Mas o principal aspecto da escassez ainda não foi mencionado: a escassez de recursos.
E o que são recursos? A palavra recursos não se refere apenas a “dinheiro”. Olhe novamente aquela lista de itens básicos e reflita: o que é preciso para que cada um deles esteja disponível para o nosso consumo? 
Aparecerá outra lista de elementos necessários para torná-los disponíveis: terra, ou área (espaço); materiais que se transformarão naqueles itens (sementes, matérias-primas e componentes); ferramentas, máquinas, instalações para possibilitar o processamento desses materiais; mão-de-obra humana, tanto direta (com a “mão na massa”), como indireta (técnicos, administradores, pessoal de apoio administrativo). Essa lista de elementos necessários acabará se tornando maior do que a primeira. 
Podemos dizer, então, que são necessários recursos materiais, técnicos, humanos e financeiros para que os itens de necessidade básica do ser humano estejam disponíveis às pessoas que deles necessitam.
Para satisfazer a maior quantidade possível dessas necessidades, a sociedade conta com recursos como terra, mão-de-obra, máquinas, equipamentos, conhecimentos técnicos e muitos outros. Esses recursos, no entanto, são bastante limitados e, portanto, nem todas as necessidades podem ser simultaneamente satisfeitas.
A escassez de recursos, então, torna-se o problema fundamental de cada sociedade. Como resultado, a sociedade, através do instrumental analítico fornecido pela ciência econômica – princípios, teorias, modelos, - procura usar os recursos escassos tão eficientemente quanto possível, a fim de produzir o máximo de bens e serviços que deseja. 
O campo de atuação da Economia seria, assim, o estudo da escassez e a administração eficiente dos recursos. Eficiência, aqui, significa reduzir o desperdício ao mínimo. Em outras palavras, pode-se dizer que...
...uma economia estará produzindo da forma mais eficiente possível
quando não pode aumentar a produção de um bem sem reduzir a produção.
Observe-se que, se não houvesse escassez, quer dizer, se todos os recursos fossem abundantemente disponíveis, não haveria necessidade de se estudar economia.
Outra parte do problema refere-se ao uso que os homens fazem desses recursos. A terra, por exemplo, já foi no passado e continua a ser hoje motivo de disputa pela sua posse – alguns a têm e outros querem tê-la, mas não dispõem de meios para isso. Essa disputa foi importante em diversos países e continua a ser assunto diário no Brasil.
Além disso, nós, humanos, acabamos utilizando, muitas vezes de forma irresponsável, alguns recursos da natureza que não eram, mas passaram a ser (por nossa culpa) escassos. A água é o maior exemplo da atualidade. O “planeta água” – como se refere a canção – está cada vez mais ameaçado pela poluição e pelo desperdício desse líquido precioso. Alguns estudiosos (inclusive economistas) consideram que, já neste século, a água pode vir a ser mais valorizada do que o petróleo é hoje.
O bicho-homem é um eterno criador de necessidades
Alguns conceitos econômicos básicos
Antes de entrarmos na teoria econômica propriamente dita, é interessante que sejam conceituados alguns termos econômicos que serão bastante usados ao longo do texto e cujo conhecimento é essencial para uma melhor compreensão do assunto. Assim, temos:
Bens e serviços – são o resultado do processo produtivo. Bens são as coisas concretas, tangíveis, como roupas, televisores, sapatos, canetas, etc; serviços são coisas intangíveis, como transporte, educação, saúde, intermediação financeira, comunicações, etc.
Fatores de produção - este é um termo típico do “economês”. Fatores de produção são todos os recursos utilizados na produção dos bens e serviços para a satisfação de necessidades ou desejos do homem. Englobam desde os recursos naturais não-renováveis, como terra e água, até máquinas, equipamentos, recursos humanos, galpões, conhecimento técnico, capacidade empresarial, e muitos outros.
RECURSOS OU FATORES DE PRODUÇÃO
Pode-se dizer que os recursos produtivos apresentam como características básicas o fato de serem limitados ou escassos, ou seja, não existe em quantidade suficiente para produção de todos os bens necessários. 
Os Recursos Produtivos são também denominados fatores de produção, eles são elementos utilizados no processo de fabricação dos mais variados tipos de mercadorias as quais serão utilizadas para satisfazer necessidades. São eles: 
Terra ou Recursos Naturais: compreendendo todos os recursos naturais não-renováveis, como terra, água e ar. Utilizada para a agricultura, urbanização e retirada de recursosminerais, hídricos etc. 
Trabalho: correspondendo aos recursos físicos, mentais e intelectuais do homem, aplicados na produção. Força desenvolvida pelo ser humano. São as faculdades físicas, mentais e intelectuais dos seres humanos que intervém no processo produtivo. É trabalho constituído como economia os serviços prestados por um médico, o trabalho de um operário empregado na construção civil etc. Sendo esta o fator básico da produção. 
Capital ou Bens de Capital: englobando todos os recursos “produzidos” para serem utilizados na produção de outros bens, incluindo aí, principalmente, máquinas, equipamentos e prédios. Equipamentos de utilização e Dinheiro. O capital inclui todos os edifícios, todos os equipamentos e todos os estoques de materiais dos produtores. São os bens e serviços, como máquinas e equipamentos, edifícios e construções, ferramentas, meios elaborados e demais meios utilizados no processo produtivo. 
Os bens de consumo se orientam para a satisfação direta das necessidades humanas, os bens de capital ou bens de investimento, não estão concebidos para satisfazer diretamente as necessidades humanas, mas para serem utilizadas na produção de outros bens. 
Se dedicarmos certa quantidade de recursos para produzir bens de capital, eles nos satisfarão necessidades no futuro, quando forem utilizados na produção de bens de consumo. 
O capital empregado na produção pode dividir-se em:
 Capital fixo consiste em instrumentos de toda a espécie, incluindo os edifícios, maquinaria e equipamento. 
 Capital circulante consiste nos bens em processo de preparação para o consumo, basicamente matérias-primas e estoques de armazém. 
 Capital Humano: em resumo, corresponde à educação, formação profissional e experiência, em geral, tudo que eleva a capacidade produtiva dos seres humanos. 
 Capital Financeiro: fundos disponíveis para a compra de capital físico, ou ativos financeiros. 
A satisfação de necessidades materiais (alimentos, roupas ou habitação) e não materiais (educação, lazer etc.) de uma sociedade obrigam seus membros a se ocuparem de determinadas atividades produtivas. Por intermédio dessas atividades, produzem os bens e serviços de que necessitam, e que posteriormente se distribuem para seu consumo entre os membros da sociedade. 
Nesse processo de produção e consumo, surgem e são solucionados muitos problemas de caráter econômico: problemas nos quais se utilizam diversos meios para se conseguir uma série de fins ou objetivos. 
Na Produção, por exemplo, a empresa tem de decidir que bem vai produzir e que meios utilizará para produzi-los. 
Em relação ao Consumo, as famílias têm de decidir como vão gastar a renda familiar entre os diferentes bens e serviços ofertados para satisfazer suas necessidades. Assim, uma família qualquer, na hora de decidir entre um televisor ou uma máquina de lavar, levará em conta suas necessidades, os preços de ambos os bens e suas próprias preferências, de forma que o resultado da escolha seja o mais apropriado. 
Os agentes econômicos são pessoas de natureza física ou jurídica que, através de suas ações, contribuem para o funcionamento do sistema econômico. 
 EMPRESAS – agentes encarregados de produzir e comercializar bens e serviços; 
 FAMÍLIAS – são os agentes responsáveis pelo consumo dos bens e serviços; 
 GOVERNO – organizações que atuam sob o controle do Estado. 
Uma boa parte dos bens e serviços é consumida, mas há outra parte que não é, permanecendo muito tempo entre as pessoas, algumas vezes por gerações e, mesmo, por séculos. Como exemplos desses bens, temos as instalações industriais, as linha telefônicas, as estradas, as pontes, as obras de arte, os edifícios históricos etc. 
Tais bens são produzidos através da combinação de fatores de produção, mas permanecem, por longo tempo, entre as pessoas, formando um acervo, um estoque de bens que podem ser usufruídos por muitos anos. Essas observações são importantes para que se possa introduzir um novo conceito, o de riqueza. 
A riqueza de um país, num determinado momento, é formada pelos fatores de produção disponíveis, pelos bens que estão sendo produzidos e pelos que já o foram, mas ainda não desapareceram. 
A riqueza compõe-se, ainda, de elementos como a população do país (seu fator trabalho), os recursos naturais (a terra agricultável, as reservas minerais e de petróleo e os mananciais de água), os equipamentos (máquinas e instalações das empresas), as redes de energia, a distribuição de água, as estradas, as pontes, os edifícios públicos, as habitações, os monumentos históricos, as obras de arte, as bibliotecas e outros, além dos bens correntemente produzidos, como alimentos, roupas etc. 
Os bens, por sua vez, podem ser classificados de diversas formas, dependendo de sua natureza, da quantidade disponível, de seu destino, de quem os consome, da fase em que se encontra no processo produtivo, etc... 
Assim, temos:
-Bens livres – são aqueles que, apesar de serem limitados em quantidade, existem em relativa abundância. O uso de parte desses bens, por alguém, não afeta ou reduz seu consumo por outra pessoa. 
São exemplos de bens livres o ar, a água do mar, etc. Por existirem em abundância, não têm preço, não caracterizando um problema econômico.
-Bens econômicos – são aqueles bens relativamente escassos, não sendo suficientes para atender a todos. Como tal, têm um valor (preço) de mercado.
-Bens intermediários – são bens que ainda vão sofrer algum tipo de transformação, não estando, portanto, disponíveis para o consumidor. 
Como exemplos, podem ser citados o couro (que ainda vai entrar na fabricação do sapato), a madeira (que vai virar móvel), o tecido (que vai ser usado na produção de roupas), etc.
-Bens finais – são os bens já disponíveis para o consumidor, seja nas lojas, seja nas padarias ou nos supermercados.
Um aspecto importante a registrar é que o destino de um bem é que o caracteriza como bem intermediário ou bem final. Assim, por exemplo, a farinha de trigo tanto pode ser um como outro. A farinha que está na padaria para a fabricação de pães é um bem intermediário; já a farinha de trigo vendida no varejo, nas mercearias e supermercados, é um bem final, pois está ali disponível para o consumidor comprá-la. 
E se você adquirir um farol para seu carro numa loja de auto-peças, você classificaria este farol como bem intermediário ou como bem final?
-Bens de consumo – são os bens destinados à satisfação de necessidades pessoais, como, por exemplo, arroz, roupas, automóveis.
Os bens de consumo se classificam em três tipos: 
 - os bens de consumo não-duráveis – que são aqueles que se esgotam de imediato, no ato de sua utilização pelo consumidor, como é o caso de alimentos e bebidas; 
– os bens de consumo duráveis – que são aqueles que têm uma vida útil, não se esgotando de imediato com o seu uso, como, por exemplo, os automóveis e os eletrodomésticos; e,
 
– bens semi-duráveis – bens que, a rigor, não se enquadram nem no primeiro grupo nem no segundo, e como exemplos, temos o vidro, a roupa e calçados.
Você seria capaz de citar pelo menos mais um exemplo de cada um desses tipos de bens de consumo?
Mas, continuemos com nossa classificação de bens:
-Bens de capital – são os bens produzidos para serem utilizados na produção de outros bens, não se destinando ao consumo final dos indivíduos, como é o caso das máquinas e equipamentos, de prédios e galpões.
-Bens complementares – são bens consumidos conjuntamente, isto é, o consumo do bem X leva ao consumo do bem Y, como, por exemplo, carro e pneu, pão e manteiga. Quais mais?
-Bens substitutos – são bens consumidos de forma concorrente, isto é, o consumo do bem X exclui o consumo do bem Y, sendo exemplo clássico a manteiga e a margarina, ou dois carros de um mesmo padrão, porém de marcas diferentes. Esses bens são também chamados na teoria econômica de bens sucedâneos ou bens concorrentes.
“A economia é o estudo da maneira pela qual os homens utilizam recursos produtivos para produzir mercadoriase serviços para satisfazer as necessidades dos membros da sociedade.”
A economia é uma ciência social, ou seja, estuda as interações entre as atividades e decisões individuais (de empresas e de pessoas) e seu impacto para a sociedade em seu conjunto, ou para os diversos grupos que a compõem. Por isso, ela interage com outras ciências sociais, como o direito, a sociologia, a história e a ciência política. Robinson Crusoé sozinho numa ilha não é um tema de estudo econômico, a não ser por contraste com outras pessoas interagindo entre si.
AS QUATRO PERGUNTAS FUNDAMENTAIS DA ECONOMIA 
Diante da impossibilidade do atendimento pleno das necessidades humanas em virtude da escassez de recursos, quatro questões são levantadas, sendo que suas respostas envolvem o problema fundamental da economia, isto é, o problema da escassez. 
Os problemas econômicos fundamentais ou as três grandes perguntas de toda economia.
Uma vez que a Economia estuda como se combinam recursos escassos para produzir bens e serviços que satisfaçam as necessidades humanas e como estes serão distribuídos, surgem imediatamente três perguntas que qualquer organização social tem que responder, desde uma tribo indígena, uma sociedade escravocrata (como o Brasil no séc. XIX) a uma economia capitalista ou socialista. 
Para Vasconcellos e Garcia (2002), todas as sociedades, qualquer que seja seu tipo de organização econômica ou regime político, são obrigadas a fazer opções, escolhas entre alternativas, uma vez que os recursos não são abundantes. Elas são obrigadas a fazer escolhas sobre O QUE E QUANTO, COMO e PARA QUEM
produzir.
O QUE E QUANTO PRODUZIR? – indica que é necessário identificar a natureza das necessidades humanas, para saber quais bens e serviços a produzir. Ou seja, quais bens e serviços serão priorizados, dado que a escassez de recursos impossibilita produzir tudo o que a sociedade deseja; A sociedade e responsável por decidir se produz mais bens de consumo ou bens de capital, como, por exemplo, se quer produzir mais armas de fogo ou mais manteiga? Em que quantidade? Os recursos devem ser dirigidos para a produção de mais bens de consumo ou bens de capital? Dada a escassez de recursos de produção, a sociedade escolhera, dentro das possibilidades de produção, quais produtos serão produzidos e as respectivas quantidades a serem fabricadas. Em relação ao Quanto produzir? – reconhece a limitação existente nas disponibilidades dos fatores de produção. 
COMO PRODUZIR? – é uma questão técnica, que indica que há várias maneiras de se combinarem os fatores de produção para obter bens e serviços. Isto é, quais técnicas serão utilizadas, que proporção de cada fator de produção será adotada na produção de cada bem e serviço;Essa questão e relacionada a eficiência produtiva. Serão utilizados métodos de produção de capital intensivos? Ou Mao de obra intensiva? A sociedade escolhera quais recursos de produção serão utilizados para a produção de bens e serviços, considerando o nível tecnológico existente. Isso depende da disponibilidade de recursos de cada pais. Geralmente, a concorrência entre os diferentes produtores decide como vão ser produzidos os bens e serviços, considerando os métodos mais eficientes e que tiverem o menor custo de produção possível.
PARA QUEM PRODUZIR? – envolve uma questão da distribuição dos bens e dos serviços produzidos entre os elementos a sociedade. Quer dizer, ao final de tudo, quem irá adquirir e consumir os bens e serviços produzidos. Esta questão relaciona-se com a distribuição de renda na sociedade. A sociedade deve decidir quais os setores que participarão da distribuição dos resultados de sua produção: trabalhadores, capitalistas ou proprietários de terra? Agricultura ou indústria? Mercado interno ou mercado externo? Região Norte ou Sul? E a distribuição da renda gerada pela atividade econômica. Por que são problemas? Porque decorrem de um problema fundamental, que é a escassez de recursos.
Como esses problemas são resolvidos? Isso depende de como a sociedade esta organizada politicamente
Existem duas formas principais de organização econômica:
1. economia de mercado (ou descentralizada, tipo capitalista);
2. economia planificada (ou centralizada, tipo socialista).
Segundo Vasconcellos e Garcia (2003, p. 2), um sistema econômico pode ser definido como a forma política, social e econômica pela qual esta organizada uma sociedade. E
um particular sistema de organização da produção, distribuição e consumo de todos os bens e serviços que as pessoas utilizam buscando uma melhoria no padrão de vida e bem-estar.
As economias de mercado podem ser analisadas por dois sistemas:
1 - sistema de concorrência pura (sem a interferência do governo): perfeitamente competitivo, predomina o laissez-faire: milhares de produtores e milhões de consumidores tem condições de resolver os problemas econômicos fundamentais (o que e quanto, como e para quem produzir), guiados por uma “mão invisível”, mediante o mecanismo de preços que promove o equilíbrio nos vários mercados.
Se houver excesso de oferta (ou escassez de demanda), as empresas formarão estoques e serão obrigadas a diminuir seus preços para vender a produção, ate que se atinja um preço satisfatório para os estoques;
Se houver excesso de demanda (ou escassez de oferta), existirá concorrência entre os consumidores pelos escassos bens disponíveis. O preço tende a aumentar, ate que se atinja um nível de equilíbrio em que não mais existirão consumidores em espera.
2 - sistema de mercado misto: atuação do governo para eliminar as distorções alocativas e distributivas de recursos e promover a melhoria do padrão de vida de coletividade, das seguintes formas:
atuação sobre a formação de preços via impostos, subsídios, tabelamentos, fixação de salário- mínimo, preços mínimos, taxa de cambio;
compra de bens e serviços do setor privado;
fornecimento de bens públicos que não são vendidos no mercado: educação, justiça, segurança. E aquele bem que não apresenta rivalidade em seu consumo;
fornecimento de serviços públicos: iluminação, água, saneamento básico, transporte etc.;
investimento em infraestrutura básica (energia, estradas etc.), o qual a iniciativa privada não tem recursos financeiros de assumir.
No funcionamento de uma economia centralizada ou planificada, a propriedade dos recursos e do Estado. Os meios de produção incluem maquinas, edifícios, residências, terra, matérias-primas. Os meios de sobrevivência pertencem aos indivíduos (roupas, carros, televisores, etc...).
Historicamente, houve diversas respostas a essas questões. Cada resposta (ou melhor, cada conjunto de respostas) implica num determinado sistema econômico: um conjunto de leis, instituições, regras e atitudes sociais que envolvem toda a atividade produtiva.
Atualmente, a maioria dos países adota a economia de mercado (também denominada sistema capitalista) como forma de responder a essas questões. As economias socialistas já foram uma resposta alternativa, mas hoje poucos países adotam esse sistema. 
COMPOSIÇÃO DO SISTEMA ECONÔMICO: 
É a forma como a sociedade está organizada para desenvolver as atividades econômicas de produção, circulação, distribuição e consumo de bens e serviços. 
O mesmo ocorre quanto à intervenção pública, que engloba desde uma intervenção mínima em impostos, crédito, contratos e subsídios até o controle dos salários e os preços dos sistemas de economia centralizada que imperam nos países comunistas. 
Entretanto, em ambos os sistemas ocorrem divergências: no primeiro, existem somente monopólios estatais, sobretudo nas linhas aéreas e na malha ferroviária; no segundo, somente concessões à empresa privada. 
As principais diferenças entre a organização econômica centralizada e a capitalista residem em quem é o proprietário das fábricas, fazendas e outras empresas, assim como os diferentes pontos de vista sobre a distribuição da renda ou a forma de estabelecer os preços. 
Em quase todos os países capitalistas, uma parte importantedo produto nacional bruto (PNB) é produzida pelas empresas privadas, pelos agricultores e pelas instituições não governamentais, como universidades e hospitais particulares, cooperativas e fundações.
Os problemas mais importantes enfrentados pelo capitalismo são o desemprego, a inflação e as injustas desigualdades econômicas. Os problemas mais graves das economias centralizadas são o subemprego, o maciço emprego informal, o racionamento, a burocracia e a escassez de bens de consumo. 
Em uma situação intermediária entre a economia centralizada e a economia de livre mercado, encontram-se os países socialdemocratas ou liberal-socialistas. A atividade econômica recai, em sua maior parte, sobre o setor privado, mas o setor público regula essa atividade, intervindo para proteger os trabalhadores e redistribuir a renda. É a chamada economia mista. 
No sistema econômico de uma nação, encontramos um grande e diversificado número de unidades produtoras, cada qual organizando os fatores de produção para a obtenção de um determinado produto ou para a prestação de um serviço. Entretanto, apesar da diversidade de objetivos das inúmeras unidades produtoras, podemos classificá-las de acordo com as características fundamentais de sua produção.
Abaixo, alguns gráficos do modelo circular da renda com alguns mostrando rendas e receitas com sentidos horários e anti-horários. Ambos estão certos, o que mostra a diferença nos sentidos é a localização de famílias e empresas, mas a interpretação econômica é a mesma.
 
A forma de resolver os problemas econômicos fundamentais é decidida por uma agência ou órgão central de planejamento e não pelo mercado (VASCONCELLOS; GARCIA, 2002).
No funcionamento do sistema econômico de uma economia de mercado que não tenha interferência do governo e não tenha transações com o exterior (economia fechada), os agentes econômicos são as famílias (unidades familiares) e as empresas (unidades produtoras). 
As famílias são as proprietárias dos fatores de produção e os fornecem as unidades de produção (empresas), por meio do mercado dos fatores de produção. Consequentemente, as empresas, através da combinação dos fatores de produção, produzem bens e serviços e os fornecem as famílias por meio do mercado de bens e serviços.
No mercado de bens e serviços, as famílias demandam bens e serviços, enquanto as empresas os ofertam; no mercado de fatores de produção, as famílias ofertam os serviços dos fatores de produção, que são de sua propriedade, enquanto as empresas os demandam.
É bom ressaltar que o fluxo real da Economia só é possível com a moeda, que é utilizada para remunerar os fatores de produção e para o pagamento dos bens e serviços.
Assim, paralelo ao fluxo real, temos um fluxo monetário da Economia. Finalmente, o fluxo circular de renda é a união dos fluxos real e monetário da Economia.
As forcas de oferta e da demanda atuam em cada um dos mercados para determinar o preço. Portanto, no mercado de bens e serviços, formam-se os preços de bens e serviços; no mercado de fatores de produção, formam-se os preços dos fatores de produção: salários, juros, aluguéis, lucros, royalties etc. (VASCONCELLOS; GARCIA, 2003).
É importante ressaltar que, se excluirmos o governo, o preço dos produtos ofertados no mercado pelas empresas corresponde exatamente ao custo de produção (lembrando que, do ponto de vista econômico, os lucros, como qualquer outro tipo de renda, fazem parte dos custos). Em outras palavras, não havendo governo, o valor global dos produtos ofertados é igual, por definição, à soma de todos os salários, juros, aluguéis e lucros pagos ao longo de todo o processo produtivo, em todas as suas etapas. Havendo governo, o valor dos produtos no mercado será acrescido dos impostos indiretos (basicamente, o imposto sobre produtos industrializados – IPI -, o imposto sobre a circulação de mercadorias e serviços – ICMS - e o imposto sobre serviços – ISS), deduzindo-se os subsídios governamentais.
Neste modelo, a economia compreende dois tipos de tomadores de decisões – famílias e empresas. As empresas produzem bens e serviços usando vários insumos, tais como trabalho, terra e capital (prédios e máquinas). Esses insumos são chamados fatores de produção. As famílias são as proprietárias dos fatores de produção e consomem todos os bens de serviços produzidos pela empresa.
Famílias e empresas interagem em dois tipos de mercados. Nos mercados de bens e serviços as famílias são compradoras e as empresas, vendedoras. Em outras palavras, as famílias compram os bens e serviços produzidos pelas empresas. Nos mercados de fatores de produção, as famílias são vendedoras e as empresas, compradoras. Nestes mercados, as famílias oferecem às empresas os insumos necessários à produção de bens e serviços. O diagrama do fluxo circular da renda oferece uma forma simples de organizar todas as transações econômicas que ocorrem em torno das famílias e das empresas na economia.
CURVA DE POSSIBILIDADE DE PRODUÇÃO
Vejamos agora um segundo modelo, também importante para um contato inicial com os desafios da Economia. Vamos falar da Curva (ou Fronteira) das Possibilidades de Produção.
Para satisfazer as necessidades e desejos humanos são necessários bens que não encontramos na natureza, consequentemente usamos do processo de transformação para adquiri-los. A produção faz-se a partir de recursos e fatores produtivos como terra (ou recursos naturais, os minérios, a água, a energia, etc.), trabalho (mão-de-obra), capital (como máquinas, fabricas, estradas, etc.) e conhecimentos técnicos, e como vimos no texto passado, são escassos. 
Devido aos recursos limitados uma sociedade tem que escolher as quantidades de bens e serviços a produzir, mais comboios e menos automóveis, mais café e menos chá, etc. Para simplificar vamos admitir que uma sociedade apenas, pode produzir dois tipos de bens, café e sapatos.
Com quantidade X de recursos podemos escolher entre sapatos e café, e as possibilidades são enormes. Para podermos analisar todas as situações possíveis recorremos a um gráfico muito importante em Economia: a fronteira de possibilidade de produção (figuras, abaixo) que representa o lugar geométrico dos pontos de produção máxima de café e sapatos, dado um, certo, montante de recursos disponíveis. Outra curva mostra uma situação entre alimentos e máquinas (gráficos 1 e 2).
A curva de possibilidade de produção ilustra graficamente como a escassez de fatores de produção cria um limite para a capacidade produtiva de uma empresa, país ou sociedade. Ela representa todas as possibilidades de produção que podem ser atingidas com os recursos e tecnologias existentes. 
A concavidade da curva indica que dadas as quantidades dos recursos, se a sociedade quiser aumentar sucessivamente a produção de um bem, maior será a taxa de sacrifício (o custo de oportunidade) associada a tal intenção (isso em termos da produção do outro bem). 
Os pontos sobre a curva mostram o máximo possível da produção combinada das duas mercadorias como mostram os pontos A, B e C (fig.1). 
A economia pode produzir no interior da curva, num ponto como D, ter mais café sem sacrificar sapatos, no entanto, isso significaria a não utilização de alguns recursos. 
Os pontos que se encontram fora da curva das possibilidades de produção, num ponto E, por exemplo, são inatingíveis devido à falta de recursos para lá chegar. Uma observação a ser feita
,
 é supor que a economia esteja em pleno emprego de seus recursos, ou seja
,
 quase todos utilizados em capacidade máxima. Fig 1
Outro exemplo: Uma economia simplificada (lembre-se, é um modelo) produz apenas dois tipos de bens: alimentos (bens de consumo) e máquinas (bens de produção), (gráficos 1 e 2). Alimentos saciarão a fome agora, mas nada ficará para amanhã ou para o próximo ano. A capacidade produtiva da economia não terá aumentado, mas a população, provavelmente, sim. Por outro lado, máquinas novas permitirão produzir mais no futuro,mas hoje (neste ano) não saciarão as necessidades das pessoas. O que decidiremos produzir? 
A tabela
,
 abaixo
,
 mostra as escolhas possíveis
 para a construção do gráfico 
1
.
 
Alternati
 
vas
Máquinas (milhares)
Alimentos (toneladas)
1
25
0
2
20
30,0
3
15
47,5
4
10
60,0
5
0
70,0 
As alternativas 1 e 5 representam os extremos: na primeira, produziremos apenas máquinas e nenhum alimento. Os fatores de produção existentes permitem, nesse caso, a produção de 25 mil máquinas. No outro extremo, podemos utilizar esses fatores apenas para produzir alimentos, atingindo assim o máximo de 70 toneladas. As demais alternativas mostram combinações possíveis de ambos os produtos, utilizando todos os fatores de produção disponíveis.
As combinações da tabela podem ser representadas no gráfico a seguir (a curva correspondente à tabela é a cheia). Os pontos A, B, C, D e E são os dados combinados da tabela. Todos estão sobre a curva, o que significa que todos eles representam o máximo de produção que se pode obter com os fatores de produção existentes. Já o ponto F representa uma combinação possível de máquinas e alimentos, porém subutilizando os fatores existentes. Ou seja, é um nível de produção abaixo das possibilidades dessa sociedade, indicando que há fatores não aproveitados (desemprego de fatores de produção). O ponto G representa um nível de produção impossível de ser obtido com os fatores existentes atualmente.
O formato côncavo da curva (continuamos olhando apenas a curva cheia) indica uma característica importante. Cada vez que resolvemos aumentar a produção de alimentos, teremos que fazer uma redução cada vez maior no número de máquinas produzidas (observe qual o sacrifício de máquinas cada vez que se aumenta em 10 toneladas a produção de alimentos). 
Simetricamente, se decidirmos aumentar a produção de maquinário, teremos que ir reduzindo proporcionalmente cada vez mais a produção de alimentos (veja o sacrifício de alimentos a cada 5 mil novas máquinas produzidas). Isso significa que os custos de oportunidade de qualquer das duas opções serão crescentes. 
A causa disso é que os fatores de produção não se adaptam perfeitamente a qualquer uma das escolhas. Fatores mais eficientes na produção de máquinas serão pouco eficientes na produção de alimentos. Por isso, teremos que deslocar um volume cada vez maior de fatores para aumentar o mesmo número de máquinas a cada vez.
A curva das possibilidades de produção é uma fronteira. Isso quer dizer que ela mostra o máximo, o limite superior de produção de máquinas e alimentos dessa sociedade. Para obter mais que isso – por exemplo, o ponto G, que indica uma combinação de 25 mil máquinas e 50 toneladas de alimentos – seria necessário mais fatores de produção que os existentes. 
Esse ponto G poderá ser alcançado à medida que aumentar a força de trabalho dessa sociedade com o crescimento demográfico, ou que novas terras vierem a ser aproveitadas. 
Uma outra possibilidade, muito importante, é dada pelo avanço tecnológico. Com novas tecnologias é possível extrair mais produtos com o uso do mesmo volume de fatores. Nesse caso, a curva ou fronteira das possibilidades de produção se deslocaria para fora (seguindo as setas, gráfico 2), mostrando novas combinações de máquinas e alimentos, hoje impossíveis, mas amanhã tornadas possíveis pelas inovações tecnológicas. Essa nova fronteira está sendo representada pela curva tracejada do gráfico.
Assim, pode-se afirmar que a tecnologia amplia a capacidade produtiva de uma economia e, por isso, tem papel central no desenvolvimento econômico. 
 Gráfico 2
A curva de transformação representa um importante fato: “uma economia em pleno emprego precisa sempre, ao produzir um bem, desistir de produzir um tanto de outro bem”.
Considerando a necessidade de crescimento econômico de um país como o Brasil em virtude do crescimento populacional elevado, e admitindo-se que a produção já seja eficiente, como seria possível produzir mais de ambos os produtos? Como é possível deslocar para a direita a curva de possibilidade de produção?
De acordo com a curva de possibilidade de produção, a opção de produção disponível com um dado conjunto de recursos produtivos deve deslocar a curva de possibilidade de produção para a direita (crescimento econômico). Se uma economia utilizar mais recursos naturais, humanos, capital e habilidades empreendedoras, ela poderá, como um todo, produzir mais de cada um dos bens e serviços. Esse mesmo resultado pode ser alcançado se novas tecnologias forem desenvolvidas, de tal modo que a produtividade dos fatores aumente.
BIBLIOGRAFIA
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ROSSETTI, J. P. Introdução à economia. 20. ed. Sao Paulo: Atlas, 2000.
SAMUELSON, P. A. Introdução à análise econômica. 8. ed. Sao Paulo: Agir, 1975.
TROSTER, Roberto Luís; MOCHÓN, Francisco Morcillo. Introdução à Economia. São Paulo: Makron Books, 1994.
VASCONCELLOS, M. A. S. & GARCIA, M. E. Fundamentos de Economia. São Paulo: Saraiva, 2004.
______________, M. A. S.; GARCIA, M. E. Economia micro e macro. Sao Paulo: Atlas, 2002.
http://www.colegioaplicacao.com.br/
https://www.google.com.br/search?q=grafico+de+fatores+de+produção&espv
https://introducaoaeconomia.files.wordpress.com
www.ie.ufrj.br/images/pesquisa/pesquisa/textos_sem
slideshare.net/biancalxavier/fluxo-circular-da-renda

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