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AULA 6 - MODELO ATUAL DE EXPLORAÇÃO

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�AULA 6
Modelo Atual e LEI Nº 9.478, DE 6.8.1997
Prof. Ricardo Oliveira
1. Contexto
 - Emenda Constitucional ° 5/1995, onde cabe aos Estados e exploração direta, ou mediante concessão, os serviços locais de gás canalizado.
Emenda Constitucional n° 9/1995, que alterou o artigo 177 da Constituição Federal de 1988, possibilitou a contratação de empresas privadas para a realização das atividades de pesquisa e lavra das jazidas de petróleo e gás natural, refino de petróleo, transporte marítimo de petróleo nacional e seus derivados, transporte por oleodutos de petróleo, seus derivados e gás natural de qualquer origem e importação e exportação de petróleo, seus derivados e gás natural. A distribuição atacadista e revenda no varejo já era objeto de exploração da iniciativa privada.
- Daí suscitou a necessidade de se: 
1. conceber as condições de contratação das empresas que irão desenvolver as atividades; 
2. priorizar a garantia de fornecimento de derivados em todo o território nacional; 
3. elaborar a estrutura e as atribuições do órgão regulador da indústria de petróleo.
2. Motivos da Flexibilização: 
a. Flexibilização para atrair capitais privados para determinadas atividades em que se requer a expansão dos investimentos. Daí, serão celebrados contratos com essas empresas e podem ser também autorizadas parcerias entre empresas privadas e a Petrobrás, em empreendimentos específicos de maior porte. 
b. Construção de uma economia mais aberta, dinâmica e competitiva.
3. Mudança no mercado: 
3.1. O monopólio não é mais apenas um agente econômico no mercado (Petrobrás), mas agora é exercido pela União como detentora do poder de permitir a atuação das empresas estatais e privadas no mercado, que deve, também, tratar da: 
 
a. garantia de fornecimento de derivados em todo o território nacional e;
b. a elaboração da estrutura e as atribuições do órgão regulador da indústria de petróleo.
3.2. O Estado não modificou completamente a sua atuação no domínio econômico do Petróleo, que seria representada por opção exclusiva pela intervenção indireta (regulação). Ele continuou exercendo a atividade econômica de maneira direta (Estado empresário) na figura da Petrobrás.
3.3. Define-se a abertura (permite a exploração por empresas privadas) e a introdução de concorrência.
4. Peculiaridade: 
No Brasil, a empresa pública antes exclusiva continuou a existir e criou-se concomitantemente uma agência reguladora.
5. Disposições constitucionais importantes e a Indústria do Petróleo 
Soberania: 
Esse fundamento está relacionado ao poder estatal de definir suas políticas econômicas e se submeter a influências externas que não convergem com o interesse nacional.
 A indústria do petróleo nacional sempre foi marcada pela idéia de soberania e por isso sempre se buscou desenvolvimento para garantir a auto-suficiência em petróleo. Essa soberania também inclui o poder de explorar ou não o petróleo de acordo com o interesse nacional. 
Ideologia adotada em relação ao petróleo e seus derivados: 
A produção de petróleo, que transfere a propriedade desse recurso mineral para o agente econômico concessionário, é vista, sob a ótica constitucional, como um desfalque no patrimônio federal, dos estados e municípios, passível de indenização a ser paga através de participação no resultado da lavra ou compensação financeira.
6. Lei 9478/97
Dispõe sobre a política energética nacional, as atividades relativas ao monopólio do petróleo, institui o Conselho Nacional de Política Energética e a Agência Nacional do Petróleo e dá outras providências.
 6.1. Dos Princípios e Objetivos da Política Energética Nacional
As políticas nacionais para o aproveitamento racional das fontes de energia visarão aos seguintes objetivos:
I - preservar o interesse nacional;
II - promover o desenvolvimento, ampliar o mercado de trabalho e valorizar os recursos energéticos;
III - proteger os interesses do consumidor quanto a preço, qualidade e oferta dos produtos;
IV - proteger o meio ambiente e promover a conservação de energia;
V - garantir o fornecimento de derivados de petróleo em todo o território nacional, nos termos do § 2º do art. 177 da Constituição Federal;
VI - incrementar, em bases econômicas, a utilização do gás natural;
VII - identificar as soluções mais adequadas para o suprimento de energia elétrica nas diversas regiões do País;
VIII - utilizar fontes alternativas de energia, mediante o aproveitamento econômico dos insumos disponíveis e das tecnologias aplicáveis;
IX - promover a livre concorrência;
X - atrair investimentos na produção de energia;
XI - ampliar a competitividade do País no mercado internacional.
XII - incrementar, em bases econômicas, sociais e ambientais, a participação dos biocombustíveis na matriz energética nacional.
6.2 Do Conselho Nacional de Política Energética
O Conselho Nacional de Política Energética – CNPE é vinculado à Presidência da República e presidido pelo Ministro de Estado de Minas e Energia, e tem a atribuição de propor, ao Presidente da República, políticas nacionais e medidas específicas destinadas a:
I - promover o aproveitamento racional dos recursos energéticos do País;
II - assegurar, em função das características regionais, o suprimento de insumos energéticos às áreas mais remotas ou de difícil acesso do País;
III - rever as matrizes energéticas aplicadas às diversas regiões do País, considerando as fontes convencionais e alternativas e as tecnologias disponíveis;
IV - estabelecer diretrizes para programas específicos de diversificação da matriz energética;
V - estabelecer diretrizes para a importação e exportação, de maneira a atender às necessidades de consumo interno de petróleo e seus derivados, gás natural;
 VI - sugerir a adoção de medidas necessárias para garantir o atendimento à demanda nacional de energia elétrica.
Para o exercício de suas atribuições, o CNPE contará com o apoio técnico dos órgãos reguladores do setor energético (ANP e ANEEL) e será regulamentado por decreto do Presidente da República, que determinará sua composição e a forma de seu funcionamento.
7. Do Exercício do Monopólio
Pertencem à União os depósitos de petróleo, gás natural e outros hidrocarbonetos fluidos existentes no território nacional, nele compreendidos a parte terrestre, o mar territorial, a plataforma continental e a zona econômica exclusiva. Assim, constituem monopólio da União as seguintes atividades:
I - a pesquisa e lavra das jazidas de petróleo e gás natural e outros hidrocarbonetos fluidos;
II - a refinação de petróleo nacional ou estrangeiro;
III - a importação e exportação dos produtos e derivados básicos resultantes das atividades anteriores;
IV - o transporte marítimo do petróleo bruto de origem nacional ou de derivados básicos de petróleo produzidos no País, bem como o transporte, por meio de conduto, de petróleo bruto, seus derivados e de gás natural.
As atividades econômicas serão reguladas e fiscalizadas pela União e poderão ser exercidas, mediante concessão ou autorização, por empresas constituídas sob as leis brasileiras, com sede e administração no País.
8. Da ANP
Com a lei, fica instituída a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíves - ANP, como órgão regulador da indústria do petróleo, gás natural, seus derivados e biocombustíveis, vinculada ao Ministério de Minas e Energia.
8.1. Atribuições
A ANP terá como finalidade promover a regulação, a contratação e a fiscalização das atividades econômicas integrantes da indústria do petróleo, do gás natural e dos biocombustíveis, cabendo-lhe:
I – implementar a política nacional de petróleo, gás natural e biocombustíveis, contida na política energética nacional, com ênfase na garantia do suprimento de derivados de petróleo, gás natural e seus derivados, e de biocombustíveis, em todo o território nacional, e na proteção dos interesses dos consumidores quanto a preço, qualidade e oferta dos produtos;
II - promover estudos visando à delimitação de blocos, para efeito de concessão dasatividades de exploração, desenvolvimento e produção;
III - regular a execução de serviços de geologia e geofísica aplicados à pesquisa petrolífera, visando ao levantamento de dados técnicos;
IV - elaborar os editais e promover as licitações para a concessão de exploração, desenvolvimento e produção, celebrando os contratos delas decorrentes e fiscalizando a sua execução;
V - autorizar a prática das atividades de refinação, processamento, transporte, importação e exportação, na forma estabelecida nesta Lei e sua regulamentação;
VI - estabelecer critérios para o cálculo de tarifas de transporte dutoviário e arbitrar seus valores, nos casos e da forma previstos nesta Lei;
VII - fiscalizar diretamente ou indiretamente as atividades;
VIII - fazer cumprir as boas práticas de conservação e uso racional do petróleo, gás natural, seus derivados e biocombustíveis e de preservação do meio ambiente;
IX - estimular a pesquisa e a adoção de novas tecnologias na exploração, produção, transporte, refino e processamento;
X - organizar e manter o acervo das informações e dados técnicos relativos às atividades reguladas da indústria do petróleo, do gás natural e dos biocombustíveis;
XI - consolidar anualmente as informações sobre as reservas nacionais de petróleo e gás natural transmitidas pelas empresas, responsabilizando-se por sua divulgação;
XII - articular-se com os outros órgãos reguladores do setor energético sobre matérias de interesse comum, inclusive para efeito de apoio técnico ao CNPE;
XIII - regular e autorizar as atividades relacionadas ao biodiesel, fiscalizando-as diretamente ou mediante convênios com outros órgãos da União, Estados, Distrito Federal ou Municípios;
XIV - exigir dos agentes regulados o envio de informações relativas às operações de produção, importação, exportação, refino, beneficiamento, tratamento, processamento, transporte, transferência, armazenagem, estocagem, distribuição, revenda, destinação e comercialização de produtos sujeitos à sua regulação;
XV - especificar a qualidade dos derivados de petróleo, gás natural e seus derivados e dos biocombustíveis.
Resumo
Cabe a ANP: 
regulamentar (ação reguladora);
fiscalizar, repreendendo condutas violadoras da legislação;
monitoração (orientação e acompanhamento);
incentivar ou promover, através de contratação;
informar, mantendo dados.
8.2 Estrutura Organizacional 
 A ANP será dirigida, por uma Diretoria formada por cinco diretores nomeados pelo Presidente da República, após aprovação dos respectivos nomes pelo Senado Federal. Os membros da Diretoria cumprirão mandatos de quatro anos, não coincidentes, como forma de diminuir a influência política na condução de suas atividades. Assim, a agência possui as seguintes características:
- Autonomia ou independência, através de gestão financeira e administrativas independentes e mandato fixo dos seus dirigentes para afastar a intervenção do governo, proporcionando maior credibilidade junto aos investidores.
- Excelência de corpo técnico, em que a capacidade técnica para lidar com os conflitos entre os agentes se faz necessária.
- Transparência, em que todas as ações são disponíveis e participadas ao público.
É um dos tipos de entidades cujos patrimônio e receita são próprios, porém, tutelados pelo Estado. Em relação à receita, a ANP recebe parcela das participações governamentais, o produto das taxas e multas previstos na legislação específica, e outros recursos.
9. Participações Governamentais
O contrato de concessão disporá sobre as seguintes participações governamentais, previstas no edital de licitação:
I - bônus de assinatura; II - royalties; III - participação especial; IV - pagamento pela ocupação ou retenção de área.
I - O bônus de assinatura - terá seu valor mínimo estabelecido no edital e corresponderá ao pagamento ofertado na proposta para obtenção da concessão, devendo ser pago no ato da assinatura do contrato.
II - Os royalties - serão pagos mensalmente, em moeda nacional, a partir da data de início da produção comercial de cada campo, em montante correspondente a dez por cento da produção de petróleo ou gás natural. Tendo em conta os riscos geológicos, as expectativas de produção e outros fatores pertinentes, a ANP poderá prever redução do valor dos royalties correspondente a, no mínimo, cinco por cento da produção.
A parcela do valor do royalty da produção terrestre será distribuída entre os estados e municípios onde ocorrem a produção e os que são afetados por embarque e desembarque do petróleo; e o Ministério de Ciência e Tecnologia para financiar o desenvolvimento de programas tecnológicos. Quando a produção é no mar, inclui-se uma porcentagem a ser destinada ao Ministério da Marinha (fiscalização e proteção das áreas).
III - Participação especial - o edital e o contrato estabelecerão que, nos casos de grande volume de produção, ou de grande rentabilidade, haverá o pagamento de uma participação especial. Ela será aplicada sobre a receita bruta da produção e será destinada ao MME para financiamento dos estudos da ANP; ao Ministério do Meio Ambiente; estados e municípios.
IV - O pagamento pela ocupação ou retenção de área – deverá ser feito anualmente, fixado por quilômetro quadrado ou fração da superfície do bloco. Os recursos são destinados a ANP para custear suas despesas.
Constará também do contrato de concessão de bloco localizado em terra cláusula que determine o pagamento aos proprietários da terra de participação equivalente, em moeda corrente, a um percentual variável entre cinco décimos por cento e um por cento da produção de petróleo ou gás natural, a critério da ANP.
Bibliografia:
Lei 9478/97
MARTINS, Daniela. A Regulação da Indústria do Petróleo. Editora Fórum, 2006.

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