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Funcoes de duas variaveis

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Cap´ıtulo 1
Func¸o˜es de duas varia´veis
Neste cap´ıtulo veremos func¸o˜es de duas ou mais varia´veis sob quatro pontos de vista diferentes:
• Verbalmente (pela descric¸a˜o em palavras)
• Numericamente ( por uma tabela de valores)
• Algebricamente ( por uma fo´rmula expl´ıcita)
• Visualmente ( por um gra´fico ou curva de n´ıvel)
1.1 Func¸o˜es de Duas Varia´veis
O volume de um cilindro e´ dado pela fo´rmula V = pi.r2.h, onde r e´ o raio da base e h a altura do
cilindro. Desse modo, o volume do cilindro e´ func¸a˜o do raio e da altura do mesmo, ou seja,
V = f(r, h) = pi.r2.h.
Analogamente, o volume de um paralelep´ıpedo de lados a,b,c e´ dado por V = a.b.c. Assim, o volume
deste paralelep´ıpedo pode ser modelado pela func¸a˜o de treˆs varia´veis
V = g(a, b, c) = a.b.c.
Definic¸a˜o 1 Uma func¸a˜o real f a duas varia´veis reais e´ uma relac¸a˜o que transforma em um u´nico nu´mero
real z cada par ordenado (x, y) de nu´meros reais de um certo conjunto D, chamado de domı´nio da
func¸a˜o. Se a relac¸a˜o transforma no nu´mero real z o par ordenado (x, y), enta˜o escrevemos z = f(x, y).
Na equac¸a˜o z = f(x, y), chamamos z de varia´vel dependente e nos referimos a x e y de varia´vel inde-
pendente. O conjunto de todos os valores poss´ıveis de z, que pode ser obtido atrave´s de f(x, y) em D, e´
denominado de imagem da func¸a˜o f. Definimos o gra´fico de uma func¸a˜o f a duas varia´veis como sendo o
conjunto de todos os pontos (x, y, z) no espac¸o cartesiano tridimensional, tal que (x, y) ∈ D e z = f(x, y).
1
DEV RY |UNIFAV IP Nu´cleo de Engenharia Ca´lculo Aplicado
Exemplo 1 Encontre o domı´nio da func¸a˜o f(x, y) =
√
x+ y.
Soluc¸a˜o. Como estamos assumindo que a imagem de f tem que ser um nu´mero real,o argumento da
func¸a˜o raiz quadrada deve ser na˜o negativo, ou seja, devemos ter x+ y ≥ 0, o que geometricamente e´ a
regia˜o do plano xy que esta´ acima da reta y = −x, incluindo a pro´pria reta.
Exemplo 2 Encontre o domı´nio da func¸a˜o f(x, y) = ln(9− x2 − 9y2).
Soluc¸a˜o. Como estamos assumindo que a imagem de f tem que ser um nu´mero real, o argumento da
func¸a˜o logaritmo deve ser positivo, ou seja, 9− x2 − 9y2 > 0, o que geometricamente representa a regia˜o
do plano xy interior a elipse x
2
32 + y
2 = 1.
Exemplo 3 Esboce o gra´fico da func¸a˜o f cujo o domı´nio e´ o disco circular D constitu´ıdo em todos os
pontos (x, y) tais que x2 + y2 ≤ 1 e que esta´ definida pela equac¸a˜o f(x, y) =
√
1− x2 − y2.
Soluc¸a˜o. Um ponto (x, y, z) pertence ao gra´fico de f , se e somente se, z = f(x, y), ou seja, z =√
1− x2 − y2 ⇒ x2 + y2 + z2 = 1. A condic¸a˜o z =
√
1− x2 − y2, nos mostra que z ≥ 0, logo o gra´fico
de f e´ uma semiesfera sobre o plano xy.
1.2 Curvas de Nı´vel
Gra´ficos nos fornecem uma maneira de visualizarmos func¸o˜es de duas varia´veis. A outra maneira de
visualizarmos tais func¸o˜es e´ desenhar as suas curvas de n´ıveis, as quais sera˜o definidas abaixo.
Definic¸a˜o 2 Seja z = f(x, y) uma func¸a˜o de duas varia´veis e k um numero real. O conjunto dos pontos
( x, y) no domı´nio de f para os quaisf(x, y) = k e´ chamado de uma curva de n´ıvel de f . Ela conte´m
os pontos do domı´nio de f para os quais o gra´fico de f tem altura k. Ao esboc¸armos a curva de n´ıvel no
plano xy, devemos associar a ela o seu correspondente valor de k.
Cleibson Silva DEV RY |UNIFAV IP
DEV RY |UNIFAV IP Nu´cleo de Engenharia Ca´lculo Aplicado
1.2.1 Exerc´ıcios
1. Seja a func¸a˜o dada f(x, y) = x2 + y2 (duas varia´veis). Encontre:
a) f(1,2) b) f(0,0) c) f(-3,-4) d) Dom f e) Im f
2. Seja a func¸a˜o dada por f(x, y) =
√
x2 + y2. Determine:
a) f(0,0) b) f(-1,-1) c) f(1,2) d) Dom f e) Im f
3. Seja a func¸a˜o dada por f(x, y) = 3xy−x . Determine:
a) f(1,0) b) f(3,-7) c) f(1,-1) d) Dom f e) a representac¸a˜o gra´fica do Dom f
4. Seja f(x, y) = 1√
x2−y . Determine:
a) f(1,0) b) f(3,-7) c) f(1,-1) d) Dom f e) a representac¸a˜o gra´fica do Dom f
5. Determine e represente graficamente os domı´nios das seguintes func¸o˜es:
a)f(x, y) =
√
x+ y − 1 b)f(x, y) = 1√
2x−y+1 c) f(x, y) = ln(x
2− y+ 1) f(x, y) = lnxx−1
6. Esboce as curvas de n´ıvel das func¸o˜es:
a) z = y− x2, para z = 0, z =1 e z =2 b) z = y− x para z = 0, z =2 e z =4 c) z = y− lnx,
para z = 0, z =1 e z =2
7. Seja a func¸a˜o dada por f(x, y) =
√
4− x2 − y2.
(a) Fac¸a as curvas de n´ıvel para z = 0, z = 1 e z = 2
(b) Represente graficamente a func¸a˜o.
1.3 Derivadas Parciais
Antes de definirmos o conceito de derivada parcial vejamos o seguinte exemplo:
Problema: A temperatura em uma placa de metal em cada ponto (x, y) e´ dada por T (x, y) = 9x2 +4y2.
Cleibson Silva DEV RY |UNIFAV IP
DEV RY |UNIFAV IP Nu´cleo de Engenharia Ca´lculo Aplicado
1. Determine a curva de n´ıvel que passa pelo ponto (2, 1).
2. Uma formiga esta´ no ponto (2, 1) e caminha na direc¸a˜o do eixo x, isto e´, sobre a reta y = 1 ate´ o
ponto sobre a curva de n´ıvel z = 80. Calcule a taxa me´dia de variac¸a˜o da temperatura sofrida pela
formiga.
3. Calcule, agora, a taxa (instantaˆnea) de variac¸a˜o da temperatura sofrida pela formiga, em relac¸a˜o a`
distaˆncia andada na direc¸a˜o do eixo x sofrida pela formiga.
4. Se ela andar na direc¸a˜o do eixo y, qual e´ a taxa instantaˆnea de variac¸a˜o de temperatura?
Figura 1.1: Direc¸a˜o eixo x e direc¸a˜o eixo y, respectivamente.
Soluc¸a˜o:
1. T (2, 1) = 9.22 +4.1 = 40. Logo a equac¸a˜o da curva de n´ıvel que passa pelo ponto (2, 1), chamada
de isoterma, e´
9x2 + 4y2 = 40.
2. Como podemos ver na figura acima, a temperatura no ponto (2, 1) e´ de 40 graus. Determinando
o ponto de intersec¸a˜o da curva de n´ıvel z = 80 com a reta y = 1,
9x2 + 4 = 80 −→ x = 2, 9
Assim a taxa me´dia de variac¸a˜o de temperatura para a formiga ir do ponto (2, 1) ate´ ponto (2.9,
1) e´ aproximadamente:
80− 40
2, 9− 2 =
40
0, 9
= 44, 4
graus
metro
na direc¸a˜o do eixo x.
3. Para calcularmos a taxa (instantaˆnea) de variac¸a˜o de temperatura no ponto (2, 1) em relac¸a˜o a`
distaˆncia andada na direc¸a˜o do eixo x, observe que y permanece constante e igual a 1, o que varia
e´ apenas a varia´vel x. Neste caso, o que fazemos e´ calcular o limite das taxas me´dias de variac¸a˜o
de temperatura em relac¸a˜o a` variac¸a˜o de x,
lim
∆x→0
T (2 + ∆x; 1)− T (2, 1)
∆x
= lim
∆x→0
9(2 + ∆x)2 + 4− 40
∆x
= lim
∆x→0
36∆x+ 9∆x2
∆x
=⇒
lim
∆x→0
T (2 + ∆x; 1)− T (2, 1)
∆x
= lim
∆x→0
36 + 9∆x = 36
graus
metro
,
andando na direc¸a˜o do eixo x.
4. Se a formiga andar na direc¸a˜o do eixo y, a varia´vel x permanece constante e neste caso calculamos
o limite,
lim
∆y→0
T (2; 1 + ∆y)− T (2, 1)
∆y
= lim
∆y→0
40 + 4(1 + ∆y)2 − 40
∆y
= lim
∆y→0
8 + 4∆y = 8
graus
metro
,
Cleibson Silva DEV RY |UNIFAV IP
DEV RY |UNIFAV IP Nu´cleo de Engenharia Ca´lculo Aplicado
andando na direc¸a˜o do eixo y.
Observe que em (3) quando calculamos a taxa de variac¸a˜o de temperatura na direc¸a˜o do eixo
x, y permanece constante. De forma similar, quando calculamos a taxa de variac¸a˜o de temperatura
na direc¸a˜o do eixo y no item (4), a varia´vel x permanece constante. Isto nos leva a` definic¸a˜o de
Derivada Parcial:
Definic¸a˜o 3 A Derivada Parcial de f em relac¸a˜o a x em um ponto (x, y) e´ definida como sendo o
valor do limite
fx(x, y) =
∂f
∂x
(x, y) = lim
∆x→0
f(x+ ∆x, y)− f(x, y)
∆x
,
se este limite existir.
Definic¸a˜o 4 A Derivada Parcial de f em relac¸a˜o a y em um ponto (x, y) e´ definida como sendo o
valor do limite
fy(x, y) =
∂f
∂y
(x, y) = lim
∆y→0
f(x, y + ∆y)− f(x, y)
∆y
,
se este limite existir.
Exemplo 4 Calcule as derivadas parciais ∂z∂x e
∂z
∂y da func¸a˜o z = f(x, y) = x
2y3sen(xy).
Soluc¸a˜o: Para calcular a derivada parcial de f em relac¸a˜o a x, considera-se y como uma constante e
deriva-se f normalmente como umafunc¸a˜o de uma varia´vel x. Primeiro aplica-se a regra do produto
e depois a regra da cadeia para func¸a˜o de uma varia´vel,
∂z
∂x
= 2xy3sen(xy) + x2y3ycos(xy) = 2xy3sen(xy) + x2y3cos(xy).
Para calcular a derivada parcial de f em relac¸a˜o a y, considera-se x como uma constante e da mesma
forma obte´m-se,
∂z
∂y
= 3x2y2sen(xy) + x3y3cos(xy).
Exemplo 5 Calcule ∂z∂x e
∂z
∂y .
(a) f(x, y) =
√
x2 + 3xy2.
(b) z = ex
3y + (x5 + 10xy).ln(xy2).
Soluc¸a˜o.
(a) ∂z∂x =
2x+3y2
2
√
x2+3xy2
e ∂z∂y =
3xy√
x2+3xy2
.
(b)
∂z
∂x
= 3x2yex
3y + (5x4 + 10y).ln(xy2) + (x5 + 10xy).
1
x
e
∂z
∂y
= x3ex
3y + 10xln(xy2) + (x5 + 10xy).
2
y
.
1.4 Interpretac¸a˜o Geome´trica das derivadas parciais
A figura a seguir nos mostra a interpretac¸a˜o geome´trica da derivada parcial de f em relac¸a˜o a x, no
ponto (x0, y0),
∂f
∂x (x0, y0). Quando derivamos em relac¸a˜o a x mantemos a varia´vel y fixa. Com isto temos
uma func¸a˜o de uma varia´vel x, z = f(x, y0). O gra´fico desta func¸a˜o de uma varia´vel x e´ a curva C1 ,
obtida pela intersec¸a˜o do gra´fico de f com o plano y = y0 . A curva C1 tem uma reta tangente T1 no
ponto P do gra´fico de f no plano y = y0 . A derivada parcial
∂f
∂x (x0, y0) representa, enta˜o, a tangente do
angulo α, que e´ o angulo que a reta tangente T1 forma com a reta y = y0 paralela ao eixo x, ou seja, ela
e´ a inclinac¸a˜o da reta tangente ao gra´fico de z = f(x, y0) (curva C1 no ponto P no plano y = y0).
Da mesma forma, a figura posterior nos mostra a interpretac¸a˜o geome´trica da derivada parcial de
f com relac¸a˜o a y no ponto (x0, y0 ),
∂f
∂y (x0, y0). O plano x = x0 intercepta o gra´fico de f na curva C2, que
e´ o gra´fico da func¸a˜o z = f(x0, y). A curva C2 tem uma reta tangente neste plano que forma um angulo
β, com a reta x = x0 paralela ao eixo y. Assim, a derivada parcial de f em relac¸a˜o a y,
∂f
∂y (x0, y0), e´ igual
ao valor da tangente do angulo β, ou seja, ela e´ a inclinac¸a˜o da reta tangente ao gra´fico de z = f(x0, y)
(curva C2 ) no ponto P no plano x = x0.
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DEV RY |UNIFAV IP Nu´cleo de Engenharia Ca´lculo Aplicado
Figura 1.2: Derivada na direc¸a˜o do eixo x e na direc¸a˜o y
1.5 Derivadas de Ordem Superior
Como vimos nos exemplos da sec¸a˜o anterior, as derivadas parciais ∂f∂x e
∂f
∂y de uma func¸a˜o z = f(x, y)
sa˜o, tambe´m, func¸o˜es de duas varia´veis. Assim, podemos considerar novamente suas derivadas parciais,
chamadas de derivadas parciais de segunda ordem de z = f(x, y), assim definidas:
• fxx = ∂
2f
∂x2 =
∂
∂x
(
∂f
∂x
)
• fyy = ∂
2f
∂y2 =
∂
∂y
(
∂f
∂y
)
• fyx = ∂
2f
∂x∂y =
∂
∂x
(
∂f
∂y
)
• fxy = ∂
2f
∂y∂x =
∂
∂y
(
∂f
∂x
)
Do mesmo modo podemos ter derivadas parciais de 3a ordem, 4a ordem, . . .
Exemplo 6 Determine as derivadas parciais de primeira e segunda ordem de z = f(x, y) = x3 + 2y3 +
3x2y2
Soluc¸a˜o.
• ∂z∂x = 3x2 + 6xy2 e ∂z∂y = 6y2 + 6x2y;
• ∂2z∂x2 = 6x+ 6y2 e ∂
2z
∂y2 = 12y + 6x
2;
• ∂2z∂x∂y = ∂
2z
∂y∂x = 12xy.
Observe que, nos dois exemplos acima, as derivadas parciais mistas ∂
2z
∂x∂y e
∂2z
∂y∂x coincidem. Este
fato na˜o e´ uma coincideˆncia, isto se verifica para a grande maioria das func¸o˜es com as quais trabalhamos
em Ca´lculo. O exerc´ıcio 6 mostra que a igualdade nem sempre se verifica. As condic¸o˜es que garantem
a igualdade das derivadas parciais mistas sa˜o dadas pelo pro´ximo teorema do matema´tico franceˆs Alexis
Clairaut (1713-1765).
1.5.1 Exerc´ıcios
1. Determine as derivadas parciais ∂z∂x e
∂z
∂y das func¸o˜es:
(a) z = 4x2y − 5x3y2 + 2x− y;
(b) z = x
√
y;
Cleibson Silva DEV RY |UNIFAV IP
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(c) z = ln(xy2);
(d) z =
√
x2 + y2 − 1;
(e) f(x, y) = 2xy3x−2y .
2. Encontre a declividade da reta tangente a` curva resultante da intersecc¸a˜o de z = x2 + y2 com o
plano x = 1 no ponto (1, 2, 5).
3. Determine as taxas de variac¸a˜o das func¸o˜es dadas a seguir, nos pontos indicados.
(a) z = sen(y2 − 4x), no ponto (2, 1);
(b) z = 1x+y , no ponto (−2, 4).
4. Considere que a func¸a˜o T (x, y) = 16 − 2x2 − y2 representa a temperatura em qualquer ponto de
uma placa, em graus. Determine raza˜o de variac¸a˜o da temperatura em relac¸a˜o a` distaˆncia ao longo
da placa, medida em cent´ımetros, na direc¸a˜o dos eixos positivos x e y, no ponto (1 , 2).
5. Suponha que uma pessoa em uma festa beba x = x(t) = 0.8t litros de refrigerante e coma y =
y(t) = 0, 2t quilogramas de bolo de chocolate apo´s t horas. Com isso ele produz E(x, y) = 12x+ 3y
calorias de energia ao beber x litros de refrigerante e comer y quilogramas de bolo. Quanta energia
ele produziu apo´s 5 horas de festa? Qual a taxa de produc¸a˜o de energia em t = 5? (Resposta)
6. Mostre que a func¸a˜o
f(x, y) =
{
xy(x2−y2)
x2+y2 , (x, y) 6= (0, 0)
0, (x, y) = (0, 0).
tem derivadas parciais cont´ınuas em (0, 0), pore´m, as derivadas parciais mistas na˜o sa˜o a´ı cont´ınuas.
1.6 Regras da Cadeia
A regra da cadeia para func¸o˜es de uma varia´vel, onde y = f(x), foi visto anteriormente em Ca´lculo 1.
Na ocasia˜o, se y = f(x), enta˜o
dy
dx
=
dy
du
du
dx
,
onde u era uma func¸a˜o em x. Para func¸o˜es de mais de uma varia´vel, a regra da cadeia tem va´rias
verso˜es. Veremos cada uma delas no decorrer desta sec¸a˜o.
1.6.1 Regra da cadeia(Caso 1)
Se x = x(u, v) tem derivadas parciais em (u, v) e y = F (x) tem derivada em x(u, v), enta˜o, a func¸a˜o
composta y = F (x(u, v)) tem derivadas parciais em (u, v), dadas por
∂y
∂u
=
dy
dx
∂x
∂u
e
∂y
∂v
=
dy
dx
∂x
∂v
Demonstrac¸a˜o: A demonstrac¸a˜o destas duas regras e´ bem simples. Basta observar que quando
derivamos parcialmente em relac¸a˜o a u, por exemplo, a varia´vel v permanece constante. Logo, a func¸a˜o
y = F (x(u, v)) fica uma func¸a˜o de apenas uma varia´vel u, e, portanto, aplica-se a regra da cadeia para
func¸a˜o de uma varia´vel e temos a fo´rmula provada.
1.6.2 Regra da cadeia(Caso 2)
Suponhamos x = x(t) e y = y(t) sejam deriva´veis em relac¸a˜o a t e que z = f (x, y) e´ diferencia´vel
no ponto (x(t), y(t)). Enta˜o a composta z = f (x(t), y(t)) e´ uma func¸a˜o deriva´vel em relac¸a˜o a t e
df
dt
=
∂f
∂x
dx
dt
+
∂f
∂y
dy
dt
ou
dz
dt
=
∂z
∂x
dx
dt
+
∂z
∂y
dy
dt
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1.6.3 Regra da cadeia(Caso 3)
Suponha que z = f(x, y) seja uma func¸a˜o diferencia´vel de x e y, onde x = g(s, t) e y = h(s, t), sa˜o
func¸o˜es diferencia´veis de s e de t. Enta˜o
∂z
∂s
=
∂z
∂x
∂x
∂s
+
∂z
∂y
∂y
∂s
e
∂z
∂t
=
∂z
∂x
∂x
∂t
+
∂z
∂y
∂y
∂t
O caso 3 e´ uma consequeˆncia imediata do caso 2, pois quando calculamos a derivada parcial com relac¸a˜o
a u, por exemplo, a varia´vel v permanece constante, logo a composta f (x(u, v), y(u, v)) fica em func¸a˜o
apenas da varia´vel u.
Exemplo 7 A temperatura em uma placa de metal e´ dada em cada ponto (x, y) por T (x, y) = x2 + y
2
8
graus Celsius. Uma formiga passeia pela placa percorrendo um caminho de modo que sua posic¸a˜o apo´s t
segundos seja dada por x(t) = 1 + 2t e y(t) = t
3
3 . Qual a taxa de variac¸a˜o de temperatura, em relac¸a˜o
ao tempo, no caminho da formiga apo´s 3 segundos?
Soluc¸a˜o. Aplicando a regra da cadeia na func¸a˜o T, temos
dT
dt
=
∂T
∂x
dx
dt
+
∂T
∂y
dy
dt
= 2x.2 +
y
4
.t2.
Apo´s 2s a formiga estara´ no ponto (7, 9), enta˜o
dT
dx
(x(3), y(3) = 2.7.2 +
9
4
.9 = 48, 25◦C/s.
Exemplo 8 Suponha que uma pessoa em uma festa beba x = x(t) = 0.8t litros de refrigerante e coma
y = y(t) = 0, 2t quilogramas de bolo de chocolate apo´s t horas. Com isso ele produzE(x, y) = 12x + 3y
calorias de energia ao beber x litros de refrigerante e comer y quilogramas de bolo. Quanta energia ele
produziu apo´s 5 horas de festa? Qual a taxa de produc¸a˜o de energia em t = 5?
Soluc¸a˜o. Aplicando a regra da cadeia na func¸a˜o E, temos
dE
dt
=
∂E
∂x
dx
dt
+
∂E
∂y
dy
dt
=
1
2
.0, 8 + 3.0, 2 = 0, 4 + 0, 6 = 1.
1.6.4 Regra da cadeia(Caso Geral)
Suponha que u seja uma func¸a˜o diferencia´vel de n varia´veis x1, x2, · · · , xn, onde cada xj e´ uma
func¸a˜o diferencia´vel de m varia´veis t1, · · · , tm. Enta˜o u e´ uma func¸a˜o de t1, t2, · · · , tm e
∂u
∂ti
=
∂u
∂x1
∂x1
∂ti
+ · · ·+ ∂u
∂xn
∂xn
∂ti
para cada i = 1, 2, · · · ,m.
Exemplo 9 Se u = x4y + y2z3, onde x = r.s.et, y = r.s2e−t e z = r2.s.sen(t), determine o valor de
∂u
∂s quando r=2, s=1 e t=0.
Soluc¸a˜o. Com o aux´ılio do grafo da a´rvore, obtemos
∂u
∂s
=
∂u
∂x
∂x
∂s
+
∂u
∂y
∂y
∂s
+
∂u
∂z
∂z
∂s
= (4x3y)(ret) + (x4 + 2yz3)(2rse−t) + (3y2z2)(r2sen(t)).
Quando r=2, s=1 e t=0, temos x=2, y=2 e z=0. Portanto
∂u
∂s
= 64.2 + 16.4 + 0.0 = 192.
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1.6.5 Exerc´ıcios
1. Use a regra da cadeia para determinar dzdt nas func¸o˜es
(a) f(x, y) = x2y + xy2, onde x = 2 + t4 e y = 1− t3.
(b) z=sen(x)cos(y), onde x = pit e y =
√
t.
(c) z =
√
x2 + y2, com x = e2t e y = e−2t.
2. Utilize a regra da cadeia para calcular ∂f∂s e
∂f
∂t na func¸a˜o f(x, y, z) = zxy + x
2 + xy + y2 onde
x = s+ t, y = st. e z = s− t
3. A pressa˜o P(em kPa), o volume V(em litros) e a temperatura T(em K) de um mol de um ga´s ideal
esta˜o relacionados por meio da fo´rmula PV = 8, 31T . Determine a taxa de variac¸a˜o da pressa˜o
quando a temperatura e´ de 300K e esta´ aumentando com taxa de 0, 1K/s e o volume e´ de 100L e
esta´ aumentando com a taxa de 0, 2L/s.
4. A poteˆncia em um resistor ele´trico e´ dada por P = U
2
R watts. Se U =120 volts e R =12 ohms,
calcular um valor aproximado para a variac¸a˜o de energia, quando V decresce de 0,001 volts/min e
R aumenta de 0,02 ohms/min.
1.7 A derivada direcional
Voltemos ao problema da formiga que esta´ em uma placa de metal no ponto (2, 1) e cuja temperatura em
cada ponto e´ dada por T (x, y) = 9x2 + 4y2 . Vamos supor, agora, que a formiga queira andar na direc¸a˜o
da reta y = x2 . A figura a seguir mostra as isotermas e o ponto onde esta´ a formiga. Vamos Calcular a
Figura 1.3: Deslocamento na direc¸a˜o y = x2
taxa me´dia de variac¸a˜o da temperatura sofrida pela formiga para ela ir do ponto (2, 1) ate´ a pro´xima
isoterma z = 80. Em seguida, vamos calcular a taxa instantaˆnea de variac¸a˜o da temperatura em relac¸a˜o
a` distaˆncia andada na direc¸a˜o da reta y = x2 , sofrida pela formiga.
Soluc¸a˜o: O ponto sobre a isoterma mais pro´xima e´ (2.8, 1.4). Assim, a taxa me´dia de variac¸a˜o da
temperatura sofrida pela formiga para ela ir do ponto (2, 1) ao ponto (2.8, 1.4) e´:
80− 40√
(2, 81− 2)2 + (1, 41− 1)2 = 44, 1
graus
metro
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andado na direc¸a˜o da reta y = x2 . Para calcular a taxa instantaˆnea de variac¸a˜o da temperatura em
relac¸a˜o a` distaˆncia andada na direc¸a˜o da reta y = x2 , sofrida pela formiga, calculamos o limite:
lim
(x,y)→(2,1)
T (x, y)− T (2, 1)√
(x− 2)2 + (y − 1)2
onde (x, y) e´ um ponto sobre a reta y = x2 . Para facilitar o ca´lculo deste limite, o que fazemos e´
parametrizar a reta tendo como direc¸a˜o um vetor unita´rio, pois isto fara´ com que a distaˆncia entre os
dois pontos que aparece no denominador do quociente acima se reduza ao valor do paraˆmetro t. Para
isto considere o vetor unita´rio ~u = 1√
5
(2, 1) que da´ a direc¸a˜o da reta. Assim, as equac¸o˜es parame´tricas
da reta y = x2 sa˜o: {
x = 2 + 2√
5
t
y = 1 + 1√
5
t
.
Logo,
lim
(x,y)→(2,1)
T (x, y)− T (2, 1)√
(x− 2)2 + (y − 1)2 = limt→0
T (2 + 2√
5
t, 1 + 1√
5
t)− T (2, 1)
t
= lim
t→0
16
√
5t+ 8t2
t
= 16
√
5
graus
metro
.
De um modo geral, se quisermos calcular a taxa de variac¸a˜o de uma func¸a˜o z = f(x, y) em um ponto
P = (x0, y0) na direc¸a˜o de um vetor unita´rio u = (a, b), usamos as equac¸o˜es parame´trica de uma reta r
que passa por P e tem direc¸a˜o de de u. Logo,
r :
{
x = x0 + at
y = y0 + bt
Ao calcularmos o valor da func¸a˜o f em cada ponto da reta r, f(x(t), y(t)), obtemos uma curva C no plano
vertical V passando pela reta r intersec¸a˜o com a superf´ıcie S, gra´fico de f . Repare que ao calcularmos
o valor de f em cada ponto (x(t), y(t)) obtemos uma func¸a˜o de uma varia´vel t, i.e´., f(x(t), y(t)) = F (t)
e, portanto, F (0) = f(x(0), y(0)) = f(x0, y0). Colocamos, enta˜o, um sistema de eixo (t, F (t)) no plano
vertical V , fazendo coincidir a origem no ponto (x0 , y0 ), conforme mostra a figura a seguir. Observe
que, como a distaˆncia entre um ponto qualquer (x, y) da reta r ao ponto (x0, y0) e´ |t|, a cada valor de t
deste eixo corresponde um ponto (x(t), y(t)). Com isto, podemos definir:
Definic¸a˜o 5 A derivada direcional de z = f(x, y) no ponto P0 = (x0, y0, f(x0, y0)) na direc¸a˜o do vetor
vetor unita´rio u = (a, b) e´ dada por
Duf(P0) =
dF
dt
= lim
t→0
F (t)− F (0)
t
= lim
t→0
f(x0 + at, y0 + bt)− f(x0, y0)
t
,
se este limite existir.
Observac¸a˜o. Veja que se
1. Se u=i=(1,0),
Duf(x0, y0) = lim
t→0
f(x0 + t, y0)− f(x0, y0)
t
=
∂f
∂x
(x0, y0).
2. Analogamente, se u=j=(0,1),
Duf(x0, y0) = lim
t→0
f(x0, y0 + bt)− f(x0, y0)
t
=
∂f
∂y
(x0, y0).
Podemos concluir que as derivadas fx e fy, vistas na aula anterior, sa˜o dois casos particulares da
derivada direcional, quando os vetores diretores sa˜o os versores ~i e ~j respectivamente.
3. Se v e´ um vetor qualquer que na˜o seja unita´rio, considera-se o vetor unita´rio u = v||v|| e define-se a
Derivada Direcional de f na direc¸a˜o de v como sendo:
Dvf(x, y) = Duf(x, y)
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1.8 Interpretac¸a˜o Geome´trica
As figuras a seguir mostram a interpretac¸a˜o geome´trica da derivada direcional. O quociente
lim
t→0
f(x0 + u1t, y0 + u2t)− f(x0, y0)
t
,
nada mais e´ do que o coeficiente angular da reta secante a` curva C conforme mostra a figura abaixo.
O limite deste quociente, i.e´, o valor da derivada direcional e´, portanto, o coeficiente angular da reta
tangente a` curva C no ponto P = (x0, y0, f(x0, y0)) mostrado logo abaixo.
1.9 Vetor gradiente e o Ca´lculo da Derivada Direcional
Nesta sec¸a˜o veremos uma forma pra´tica para calcular a derivada direcional relativa a´ um vetor dado.
Teorema 1.9.1 Se f e´ uma func¸a˜o diferencia´vel em x e y, enta˜o f tem derivada direcional na direc¸a˜o
e sentido de qualquer versor u = (a, b) e
Duf(x, y) = fx(x, y).a+ fy(x, y).b
Prova. Seja f(x, y) uma func¸a˜o de duas varia´veis em que tem-se x = x(t) = x0+at e y = y(t) = y0+bt.
Como queremos calcular dfdt , usaremos a regra da cadeia, logo
df
dt
=
∂f
∂x
dx
dt
+
∂f
∂y
dy
dt
.
Como x = x(t) = x0 + at e y = y(t) = y0 + bt, enta˜o
dx
dt = a e
dy
dt = b, portando
Duf(x, y) = fx(x, y).a+ fy(x, y).b (1.1)
Se o vetor u faz uma aˆngulo θ com o eixo x positivo, enta˜o podemos escrever u = (cosθ, senθ) e
fo´rmula (1.1) fica
Duf(x, y) = fx(x, y).cosθ + fy(x, y).senθ (1.2)
Exemplo 10 Determine a derivada direcional Duf(x, y) se
f(x, y) = x3 − 3xy + 4y2
e u e´ o versor dado pelo aˆngulo θ = pi6 . Qual sera´ Duf(1, 2)?
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Soluc¸a˜o. De acordo com a equac¸a˜o (1.2), temos
Duf(x, y) = fx(x, y)cos
pi
6
+ fy(x, y)sen
pi
6
= (3x2− 3y)
√
3
2
+ (−3x+ 8y)1
2
.
Portanto, Duf(1, 2) =
13−3√3
2 .
1.9.1 Vetor Gradiente
Note que a equac¸a˜o (1.1) pode ser escrita como um produto escalar de dois vetores
Duf(x, y) = fx(x, y)a+ fy(x, y)b =
(
∂f
∂x
,
∂f
∂y
)
.(a, b) =
(
∂f
∂x
,
∂f
∂y
)
.u. (1.3)
O primeiro vetor no produto escalar ocorre na˜o somente para obter as derivadas direcionais, mas tambe´m
em outras situac¸o˜es. Assim, daremos a ele um nome especial (0 gradiente de f ) e uma notac¸a˜o espe-
cial(grad f ou ∇f , que tambe´m lemos ”del f”).
Definic¸a˜o 6 Se f e´ uma func¸a˜o de duas varia´veis x e y, o gradiente de f e´ a func¸a˜o vetorial ∇f definida
por
∇f(x, y) = 〈fx(x, y), fy(x, y)〉 = ∂f
∂x
~i+
∂f
∂y
~j (1.4)
Exemplo 11 Se f(x, y) = sen(x) + exy, enta˜o
∇f(x, y) = 〈fx, fy〉 = 〈cosx+ yexy, xexy〉
e
∇f(0, 1) = 〈2, 0〉
Com a notac¸a˜o definida, podemos escrever a equac¸a˜o (1.1) de forma simplificada
Du(x, y) = ∇f(x, y).u (1.5)
Exemplo 12 Determine a derivada direcional da func¸a˜o f(x, y) = x2y3− 4y no ponto (2,-1) na direc¸a˜o
do vetor ~v = 2~i+ 5~j.
Soluc¸a˜o. Primeiramente vamos calcular o vetor gradiente no ponto (2,-1). Assim,
∇f(x, y) = 2xy3~i+ (3x2y2 − 4)~j.
Logo,
∇f(2,−1) = −4~i+ 8~j.
Note que ~v na˜o e´ um vetor unita´rio. Como ‖~v‖ = √29, o versor unita´rio na direc¸a˜o e sentido de ~v e´
u =
v
‖v‖ =
2√
29
~i+
5√
29
~j.
Portanto pela equac¸a˜o (1.5), temos
Duf(2,−1) = ∇f(2,−1).u = (−4~i+ 8~j) ·
(
2√
29
~i+
5√
29
~j
)
=
−4.2 + 8.5√
29
=
32√
29
.
1.9.2 Func¸o˜es de treˆs varia´veis
Para as func¸o˜es de treˆs varia´veis podemos definir derivadas direcionais de forma semelhante. Nova-
mente Duf(x, y, z) pode ser interpretado como uma taxa de variac¸a˜o da func¸a˜o na direc¸a˜o de um versor
~u. Assim podemos escrever que
Definic¸a˜o 7 Seja f(x, y, z) uma func¸a˜o diferencia´vel em (x, y, z) e ~u = (a, b, c) um versor unita´rio, a
derivada direcional de f na direc¸a˜o de ~u e´ dada por
Duf(x, y, z) = ∇f(x, y, z) · u,
onde ∇f(x, y, z) = 〈fx, fy, fz〉.
Exemplo 13 Se f(x, y, z) = x.sen(yz), determine a derivada direcional de f no ponto (1, 3, 0) na direc¸a˜o
e no sentido de v = (1, 2,−1).
Soluc¸a˜o. Primeiramente vamos calcular o gradiente de f no ponto (1,3,0). Assim ∇f(x, y, z) =
〈senyz, xzcos(yz), xycos(yz)〉, assim,∇f(1, 3, 0) = 〈0, 0, 3〉. O vetor unita´rio na direc¸a˜o e sentido de v
e´ u = 〈 1√
6
, 2√
6
, −1√
6
〉. Portanto, Duf(1, 3, 0) = ∇f(1, 3, 0) · u = −
√
3
2 .
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1.9.3 Maximizando a derivada direcional
Suponha uma func¸a˜o de duas ou treˆs varia´veis e considere todas as poss´ıveis derivadas direcionais de f
um ponto dado. Isso nos dara´ a taxa de variac¸a˜o da func¸a˜o em todas as direc¸o˜es poss´ıveis. Se quisermos
saber qual a maior taxa de variac¸a˜o? E a menor? A resposta desta pergunta esta´ no teorema a seguir.
Teorema 1.9.2 Suponha que f seja uma func¸a˜o de diferencia´vel de duas ou treˆs varia´veis. O valor
ma´ximo da derivada direcional Duf(X) e´ ‖∇f(X)‖ e ocorre quando u tem a mesma direc¸a˜o e sentido
que o vetor gradiente ∇f(X).
Prova. Sabemos que Duf = ∇f · u = |∇f |.|u|.cos(θ) = |∇f |.cos(θ), onde θ e´ o aˆngulo entre ∇f e u. O
valor ma´ximo de cos(θ) e´ 1, e isso ocorre quando θ = 0. Portanto, Duf tem valor ma´ximo quando u tem
a mesma direc¸a˜o e sentido que ∇f.
Exemplo 14 Suponha que T (x, y) = x2 +y2 seja a fo´rmula que nos da´ a temperatura de uma placa num
ponto (x,y), em que T e´ dado em graus e x e y em cm. Uma formiga esta´ no ponto (2, 1) e precisa fugir
imediante por causa da alta temperatura. Qual direc¸a˜o a formiga deve tomar para a que a temperatura
baixe o mais ra´pido poss´ıvel? Qual a taxa ma´xima de variac¸a˜o neste ponto? E a mı´nima?
Soluc¸a˜o. Observe que a direc¸a˜o e o sentido de maior taxa de variac¸a˜o e´ a de ∇f. Assim, a formiga
deve caminha no sentido oposto, ou seja, ela deve caminhar na direc¸a˜o e sentido de −∇f. Primeiramente
vamos calcular ∇f(x, y) = (2x, 2y), segue que ∇f(2, 1) = (4, 2). Logo, a formiga devera´ seguir a direc¸a˜o
e o sentido do vetor −∇f(2, 1) = (−4,−2). Para calcular as taxas ma´ximas e mı´nimas precisamos de
‖∇f‖ = √42 + 22 = √20 = 2√5 grauscm . Portanto, a taxa ma´xima e´ 2
√
5 grauscm e a mı´nima e´ −2
√
5 grauscm .
1.10 Exerc´ıcios
1. Calcule o vetor gradiente de f no pontos indicados:
(a) f(x, y, z) = x− 2y + 3z no ponto P(1,1,2);
(b) f(x, y) = ln(
√
x2 + y2) no ponto P(3,4);
(c) g(x, y) = eysen(x) no ponto P(0,0);
(d) z = x−1y−1 no ponto P(1,2);
(e) f(x, y, z) = z.ex
2+y2+z2 no ponto P(0,0,0).
2. Represente geometricamente o gradiente da func¸a˜o f(x, y) = x2y − 3xy no ponto P(1,2).
3. Calcule a derivada direcional do campo escalar f(x, y) = 3x2y + xy no ponto P (1, 2) e na direc¸a˜o
do vetor ~v = (3,−4).
4. Determine a derivada direcional de f no ponto indicado e a direc¸a˜o e sentido indicada pelo aˆngulo
α.
(a) f(x, y) = x2y3 − y4, (2, 1), α = pi4 ;
(b) f(x, y) =
√
5x− 4y, (4, 1), α = −pi/6;
(c) f(x, y) = x.sen(xy), (2, 0), α = pi/3.
5. Calcule a derivada direcional da func¸a˜o f(x, y) = 3x2y + y no ponto P(-1,2) na direc¸a˜o do vetor
~v = (2, 0).
6. Se o potencial ele´trico em um ponto (x, y) do plano xy e´ V (x, y) enta˜o o vetor campo ele´trico no
ponto (x,y) e´ E = ∇V . Suponha que v(x, y) = e−2xcos(2y). Determine o valor do campo ele´trico
em (pi/4, 0).
7. Nas proximidades de uma bo´ia, a profundidade de um lago em um ponto de coordenadas (x,y)
e´ z = 200 + 0, 02x2 − 0, 001y3, onde x,y e z sa˜o medidos em metros. Um pescador que esta´ em
pequeno barco parte do ponto (80,60) em direc¸a˜o ao ponto (0,0). A a´gua sob o barco esta´ ficando
mais profunda ou mais rasa quando ele comec¸ou a se mover? Explique.
8. A temperatura em um ponto (x,y,z) e´ dada por
T (x, y, z) = 200e−x
2−3y2−9z2
onde T e´ medido em ◦C e x,y, e z em metros.
(a) Determine a taxa de variac¸a˜o da temperatura no ponto P(2,-1,2) em direc¸a˜o ao ponto (3,-3,3).
(b) Qual a direc¸a˜o e sentido de maior crescimento da temperatura em P?
(c) Encontre a taxa ma´xima de crescimento de P.
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1.11 Planos tangentes e retas normais
Vimos que, para func¸a˜o de duas varia´veis, o vetor gradiente e´ perpendicular a` curva de n´ıvel. De forma
similar ao caso de duas varia´veis temos que em uma func¸a˜o de treˆs varia´veis em um ponto P0 = (x0, y0, z0),
o vetor gradiente e´ perpendicular a` superf´ıcie de n´ıvel que passa por P0 . Assim, temos que o vetor
gradiente em P0 e´ dado por ∇F (P0) = 〈fx(P0), fy(P0), fz(P0)〉 e para qualquer ponto P = (x, y, z) do
plano tangente em P0, temos que −−→
P0P · ∇F (P0) = 0,
logo, a equac¸a˜o do plano e´ dado por fx(P0)(x−x0)+fy(P0)(y−y0)+fz(P0)(z−z0) = 0, ou simplesmente
fx(P0)x+ fy(P0) + fz(P0)z = C, onde C = (x0, y0, z0) · ∇F (P0).
A reta normal a` superf´ıcie no ponto P0 e´ uma reta paralela a ∇f(P0) que passa por P0, logo,
a equac¸a˜o da reta e´ dada por
x− x0
Fx(P0)
=
y − y0
Fy(P0)
=
z − z0
Fz(P0)
,
ou
P = (x0, y0, z0) + t.∇F (P0), t ∈ R.
Observac¸a˜o. Todo gra´fico de uma func¸a˜o de duas varia´veis z = f (x, y) e´ superf´ıcie de n´ıvel de uma
func¸a˜o de treˆs varia´veis: w = F (x, y, z) = f(x, y) − z = 0. Neste caso, tomando-se k = 0, tem-se a
equac¸a˜o da superf´ıcie de n´ıvel F (x, y, z) = f(x, y) − z = 0. Logo o vetor gradiente em P0 e´ ∇F (P0) =
〈Fx(P0), Fy(P0),−1〉.
Exemplo 15 Determine as equac¸o˜es do plano tangente e da reta normal ao gra´fico de z = 1 + x2 + y2
no ponto P0 = (1, 1, 3).
Soluc¸a˜o. Veja que podemos resolver facilmente usando as coordenadas do vetor gradiente de f . Assim
∇f(x, y) = (2x, 2y), segue que ∇f(1, 1) = (2, 2), portanto o vetor normal a` superf´ıcie no ponto (1, 1, 3),e´ ~n = (2, 2,−1). Logo, a equac¸a˜o do plano e´
(2, 2,−1) · (x, y, z) = (2, 2,−1) · (1, 1, 3) −→ 2x+ 2y − z − 1 = 0.
A reta normal e´ dada por x−12 =
y−1
2 =
z−3
−1 .
1.12 Exerc´ıcios
1. Determine as equac¸o˜es do plano tangente e reta normal a x2 + 2y2 + 3z2 = 21, no ponto (4,-1,1).
2. Determine as equac¸o˜es do plano tangente e reta normal no ponto (−2, 1,−3) ao elipsoide
x2
4
+ y2 +
z2
9
= 3.
3. Se f(x, y) = x2 + 4y2, determine o vetor gradiente de f no ponto (2, 1) e use-o para determinar a
equac¸a˜o do plano tangente no ponto (2, 1, 8).
4. Determine os pontos sobre o elipsoide x2 + 2y2 + 3z2 = 1 onde o plano tangente e´ paralelo ao plano
3x− y + 3z = 1.
1.13 Ma´ximos e mı´nimos
Como vimos em Ca´lculo 1, um dos principais usos da derivada e´ a determinac¸a˜o dos valores ma´ximo
e mı´nimo. Nesta aula, veremos como usar as derivadas parciais para localizar os pontos de ma´ximo e
mı´nimo de uma func¸a˜o de duas varia´veis.
Definic¸a˜o 8 Uma func¸a˜o de duas varia´veis tem um ma´ximo local em (a.b) se f(x, y) ≤ f(a, b) quando
(x, y) esta´ pro´ximo de (a, b). O nu´mero f(a, b) e´ chamado valor ma´ximo local. Se f(x, y) ≥ f(a, b)
quando (x, y) esta´ pro´ximo de (a, b), enta˜o f(a, b) e´ um valor mı´nimo local.
Se as inequac¸o˜es da definic¸a˜o 1 valerem para todos os ponto (x, y) do domı´nio de f , enta˜o f tem ma´ximo
absoluto(ou mı´nimo absoluto) em (a, b). O gra´fico a seguir mestra uma func¸a˜o com muitos ma´ximos e
mı´nimos locais. Voceˆ pode pensar nos ma´ximos locais como picos de montanhas e mı´nimos locais como
o fundo dos vales.
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Definic¸a˜o 9 Um ponto P = (a, b) e´ dito ponto cr´ıtico de f se as derivadas parciais fx(a, b) = 0 e
fy(a, b) = 0, ou se uma da derivadas na˜o existir.
Exemplo 16 Seja f(x, y) = x2 + y2 − 2x− 6y + 14. Enta˜o
fx(x, y) = 2x− 2 fy(x, y) = 2y − 6
Essas derivadas parciais sa˜o nulas quando x = 1 e y = 3, portanto o u´nico ponto cr´ıtico e´ (1,3). Com-
pletando os quadrados, achamos
f(x, y) = 4 + (x− 1)2 + (y − 3)2
Como (x− 1)2 ≥ 0 e ()y − 3)2 ≥ 0, temos que f(x, y) ≥ 4. Logo, (1, 3) e´ um ponto de mı´nimo.
Exemplo 17 Determine os valores extremos de y2 − x2.
Veja que no exemplo acima, o u´nico ponto cr´ıtico e´ (0,0). Note que f(0, 0) = 0 e que podemos ter (x, y)
do domı´nio de f tal que f(x, y) < 0. Logo, na˜o tem um ma´ximo nem um mı´nimo local. Neste caso dizemos
que (0, 0) e´ um ponto de sela.
Definic¸a˜o 10 Suponha que as segundas derivadas parciais de f sejam cont´ınuas em uma bola aberta com
centro (a, b), e suponha que fx(a, b) = 0 e fy(a, b) = 0. Seja
D =
∣∣∣∣ fxx fxyfyx fyy
∣∣∣∣ .
• se D > 0 e fxx(a, b) > 0, enta˜o f(a, b) e´ um mı´nimo local.
• Se D > 0 e fxx(a, b) < 0,enta˜o f(a, b) e´ um ma´ximo local.
• Se D < 0, enta˜o f(a, b) na˜o e´ ma´ximo local nem mı´nimo local.
Exemplo 18 Determine os valores de ma´ximo e mı´nimo locais e os pontos de sela de f(x, y) = x4 +
y4 − 4xy + 1.
Exemplo 19 Uma caixa retangular sem tampa deve ser feita com 12m2 de papela˜o. Determine o volume
ma´ximo de tal caixa.
Soluc¸a˜o. Veja que V = x.y.z. Como a a´rea e´ 12m2, podemos fazer 2xz+2yz+xy = 12, logo z = 12−xy2(x+y) ,
segue que
v =
12xy − x2y2
2(x+ y)
.
Cleibson Silva DEV RY |UNIFAV IP
DEV RY |UNIFAV IP Nu´cleo de Engenharia Ca´lculo Aplicado
Queremos encontrar os pontos cr´ıticos, para isso ∂v/∂x = ∂v/∂y = 0, ou seja,
12− 2xy − x2 = 0 12− 2xy − y2 = 0.
Isso nos leva a y = x, como x e y valores positivos. Substituindo x = y nas equac¸o˜es obtemos y=2 e z=1.
Logo, o volume e´ V = 2.2.1 = 4m3.
1.14 Exerc´ıcios
1. Determine as dimenso˜es de uma caixa retangular de maior volume se sua a´rea total e´ de 64cm2.
2. Determine treˆs nu´meros positivos cuja soma e´ 1000 e cujo o produto e´ ma´ximo.
3. Encontre, se existir, os pontos de ma´ximo local, mı´nimo local e de sela de cada func¸a˜o:
(a) f(x, y) = 9− 2x+ 4y − x2 − 4y2
(b) f(x, y) = x3y + 12x2 − 8y
(c) f(x, y) = 1 + 2xy − x2 − y2
Cleibson Silva DEV RY |UNIFAV IP
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