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PROCESSO PENAL 
Prof. Letícia Sinatora das Neves 
OAB 
 2ª Fase 
 
1 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
OAB 2ª FASE 
 
PROCESSO PENAL 
 
PROF. LETÍCIA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
PROCESSO PENAL 
Prof. Letícia Sinatora das Neves 
OAB 
 2ª Fase 
 
2 
 
 Sumário 
 
 CAPÍTULO I – COMENTÁRIOS À LEI DE EXECUÇÃO PENAL – Lei n. 7.210/84 ............................ 4 
 CAPÍTULO II - RECURSOS ............................................................................................................. 18 
1) AGRAVO EM EXECUÇÃO ................................................................................................................. 18 
2) CONTRARRAZÕES DE AGRAVO EM EXECUÇÃO ................................................................................ 29 
 CAPÍTULO III – HABEAS CORPUS E RECURSO ORDINÁRIO CONSTITUCIONAL ....................... 32 
1) HABEAS CORPUS (Art. 5º, LXVIII, CF/88) ....................................................................................... 32 
2) RECURSO ORDINÁRIO CONSTITUCIONAL ....................................................................................... 40 
 CAPÍTULO IV - REVISÃO CRIMINAL ............................................................................................. 45 
 CAPÍTULO V - RECURSO ESPECIAL E EXTRAORDINÁRIO ........................................................... 50 
1) RECURSO ESPECIAL ...................................................................................................................... 50 
2) RECURSO EXTRAORDINÁRIO ......................................................................................................... 58 
 CAPÍTULO VI – EXERCITANDO PEÇAS .......................................................................................... 63 
 
 PADRÃO DE RESPOSTAS ................................................................................................................ 66 
 
 
 
 
 
 
PROCESSO PENAL 
Prof. Letícia Sinatora das Neves 
OAB 
 2ª Fase 
 
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PROCESSO PENAL 
Prof. Letícia Sinatora das Neves 
OAB 
 2ª Fase 
 
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 CAPÍTULO I – Comentários à Lei de Execução penal – Lei n. 7.210/84 
 
 
1) Considerações iniciais 
 
 A partir da leitura do texto constitucional infere-se que toda e qualquer atuação estatal deverá estar 
pautada pelo respeito às formas procedimentais, de forma a atingir os fins de um devido processo. Assim 
sendo, tem-se como premissa a exigência de que todas aquelas garantias asseguradas durante o processo de 
conhecimento sejam estendidas ao processo de execução criminal, considerando a sua autonomia, 
especialmente, após a Constituição Federal de 1988. 
 De acordo com o artigo 1° da Lei de Execução Penal, o objetivo da lei é efetivar as disposições da 
sentença ou decisão criminal e proporcionar condições para harmônica integração social do condenado e 
internado. 
 Durante a execução, deverão ser observados os direitos que são assegurados aos apenados, bem 
como os deveres que deverão ser cumpridos (artigo 39 e 41 da Lei n. 7.210/84). A ideia central, que difere 
das concepções anteriores, principalmente antes da CF/88, conduz à concepção do apenado/preso ser tratado 
como sujeito de direitos e deveres, não mais como mero objeto da administração, ou seja, fantoche a serviço 
da ordem e segurança. 
 Desta forma, sustenta-se que a Execução Penal deverá ser pautada pela observância dos ditames 
constitucionais, a fim de implementar os fundamentos do Estado Democrático de Direito, dando ênfase ao 
princípio da dignidade da pessoa humana, que jamais poderá ser desprezado. 
 Por fim, é relevante mencionar que sempre que algum ato for praticado além dos limites fixados na 
sentença, em normas legais ou regulamentares, poderá ser suscitado o chamado Excesso ou Desvio de 
Execução. Trata-se de um incidente de execução, previsto no artigo 185 da LEP, cuja provocação poderá ser 
feita pelo Ministério Público, Conselho Penitenciário, pelo próprio sentenciado ou pelos demais órgãos da 
Execução Penal. Salienta-se ainda que a Lei de Execução Penal deverá observar os ditames constitucionais, 
uma vez que se trata de legislação anterior à promulgação da Constituição Federal. 
 
2) Finalidade da Lei de Execução Penal 
Artigo 1° - finalidade da LEP 
 
 efetivar as disposições da sentença ou decisão criminal; 
 proporcionar condições para harmônica integração social do condenado/ internado 
 
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PROCESSO PENAL 
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OAB 
 2ª Fase 
 
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Importante lembrar que: 
 
Artigo 3° - São ASSEGURADOS TODOS OS DIREITOS NÃO ATINGIDOS pela sentença (sem qualquer distinção) 
– art. 39 e 41, LEP 
Artigo 4° - DEVER DO ESTADO - buscar a COOPERAÇÃO da sociedade nas atividades que envolvem a execução 
penal. 
 
3) Aplicação da Lei de Execução Penal 
 
Artigo 2º, § único – aplicação: 
- Aos condenados como aos presos provisórios. 
- Aos condenados pela Justiça Eleitoral e pela Justiça Militar quando recolhidos em estabelecimentos sujeitos 
à jurisdição ordinária. 
 
OBS.: Vale destacar que o processo de execução criminal (PEC) tramita junto à Vara de Execução Criminal da 
Comarca (VEC), cuja jurisdição pertença o estabelecimento prisional em que o apenado cumpre pena. Nele 
constará toda e qualquer informação que gere alguma modificação na pena ou na sua forma de cumprimento1. 
OBS.: Súmula 192 do STJ - Compete ao Juízo das Execuções Penais do Estado a execução das penas impostas 
a sentenciados pela Justiça Federal, Militar ou Eleitoral, quando recolhidos a estabelecimentos sujeitos à 
administração estadual. 
 
4) Princípio da Individualização da Pena (art. 5°, XLVI, CF) – fase executória 
 
Artigo 5° - os condenados serão classificados segundo os seus antecedentes e personalidade. 
 
Artigo 6° - A classificação será feita por uma Comissão Técnica de Classificação – CTC. 
 
 
 
1 Registra-se a importância da Súmula 192 do STJ para fins de competência, importante verificar a natureza do 
estabelecimento prisional. 
 
 
 
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OAB 
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 A Comissão elaborará o programa individualizador da Pena Privativa de Liberdade (PPL) AO 
CONDENADO OU PRESO PROVISÓRIO; 
 A CTC será presidida pelo diretor e composta, no mínimo, por 2 chefes de serviço, 1 psiquiatra, 1 
psicólogo e 1 assistente social (art. 7°). 
 O condenado à PPL, em regime fechado, será submetido ao exame criminológico para uma adequada 
classificação. Ainda, poderão ser submetidos o condenado à pena privativa de liberdade, em regime 
semiaberto (art. 8°). 
 
Atenção!!!! 
Identificação Genética – Art. 9º-A 
Leitura Complementar: Recurso Extraordinário 973837 
(ver notícia sobre o reconhecimento da Repercussão Social no RExt: 
 http://www.stf.jus.br/portal/cms/verNoticiaDetalhe.asp?idConteudo=319797) 
 
5) Detração Penal 
 
 Artigo 42 do Código Penal - Computam-se, na pena privativa de liberdade e na 
medida de segurança, o tempo de prisão provisória, no Brasil ou no estrangeiro, 
o de prisão administrativa e o de internação em qualquer dos estabelecimentos 
referidos no artigo anterior. 
 
 A partir da alteração legislativa provocada pela Lei 12.736/12, tem-se que a detração penal deverá 
ser observada, desde logo, na sentença condenatória, conforme previsto no artigo 387 do CPP. Atualmente, 
a competência do Juiz da VEC é subsidiária, ou seja, quando nãofor objeto na sentença, deverá ser observado 
pelo Juiz da Vara de Execução. Tal entendimento decorre do artigo 111 da LEP e do artigo 66, III, c, da LEP2. 
 Atenção!! A consideração da detração não poderá caracterizar uma conta corrente do 
indivíduo com o Estado3. Por exemplo: 
 
2 Art. 111 - Quando houver condenação por mais de um crime, no mesmo processo ou em processos distintos, 
a determinação do regime de cumprimento será feita pelo resultado da soma ou unificação das penas, 
observada, quando for o caso a detração ou a remição. 
3 HABEAS CORPUS. EXECUÇÃO PENAL. DETRAÇÃO. PERÍODO ANTERIOR AO FATO DELITUOSO. 
IMPOSSIBILIDADE. 1. É assente a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal no sentido de que o condenado 
não faz jus à detração penal quando a conduta delituosa pela qual houve a condenação tenha sido praticada 
posteriormente ao crime que acarretou a prisão cautelar. 2. Ordem denegada. (HC 109599, Relator(a): Min. 
 
 
 
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a) X comete um crime e permanece preso durante 1 ano, após é absolvido. 
b) X não poderá reaver este período, buscando resgatá-lo. Por exemplo: X comete um delito de furto simples, 
na expectativa de não ficar preso, pois teria direito à detração daquele 1 ano, dito acima, referente a outro 
delito. Caso seja condenado, pela prática deste delito, não terá direito à detração anterior, pois geraria uma 
conta corrente. 
 
6) Regimes Prisionais 
 
 Em regra, o regime a ser cumprido vem estabelecido na sentença penal condenatória ou quando for 
aplicada a pena em um acórdão pelo Tribunal, inclui uma das fases da individualização da pena (artigo 59, 
III, CP e artigo 110 da LEP). Será determinado conforme as regras contidas no Código Penal (arts. 33, §2° e 
59). 
 Caso sobrevenha nova condenação durante o cumprimento de uma pena, a determinação do regime 
será feita através da soma do restante da que está sendo cumprida com a nova condenação (art. 111, §2°). 
Na aplicação da pena privativa de liberdade, o Juiz para fixar o regime prisional deverá se orientar pela tabela 
contida no artigo 33, §2º, do CP4. 
 Com relação ao regime prisional é importante verificar as seguintes súmulas do Supremo Tribunal 
Federal: 
Súmula 719 - A imposição do regime de cumprimento mais severo do que a pena aplicada permitir exige 
motivação idônea. 
Súmula 718 - A opinião do julgador sobre a gravidade em abstrato do crime não constitui motivação idônea 
para a imposição de regime mais severo do que o permitido segundo a pena aplicada. 
 
 
TEORI ZAVASCKI, Segunda Turma, julgado em 26/02/2013, PROCESSO ELETRÔNICO DJe-048 DIVULG 12-03-
2013 PUBLIC 13-03-2013) 
4 Art. 33, §2º, do CP - As penas privativas de liberdade deverão ser executadas em forma progressiva, segundo 
o mérito do condenado, observados os seguintes critérios e ressalvadas as hipóteses de transferência a regime 
mais rigoroso: 
a) o condenado a pena superior a 8 (oito) anos deverá começar a cumpri-la em regime fechado; 
b) o condenado não reincidente, cuja pena seja superior a 4 (quatro) anos e não exceda a 8 (oito), poderá, 
desde o princípio, cumpri-la em regime semiaberto; 
c) o condenado não reincidente, cuja pena seja igual ou inferior a 4 (quatro) anos, poderá, desde o início, 
cumpri-la em regime aberto. 
 
 
 
 
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 Já o Superior Tribunal de Justiça traz as seguintes súmulas: 
Súmula 269 - É admissível a adoção do regime prisional semiaberto aos reincidentes condenados a pena igual 
ou inferior a quatro anos se favoráveis as circunstâncias judiciais. 
Súmula 440: Fixada a pena-base no mínimo legal, é vedado o estabelecimento de regime prisional mais 
gravoso do que o cabível em razão da sanção imposta, com base apenas na gravidade abstrata do delito. 
 
 Importante conhecer o entendimento firmado pelo STF no julgamento do HC 111.840/ES ocasião em 
que declarou a inconstitucionalidade, em caráter incidental, do artigo 2º, §1º, da Lei 8.072/90 – Lei dos Crimes 
Hediondos. Assim, permitiu no caso em tela que um apenado condenado por tráfico pudesse iniciar o 
cumprimento da sua reprimenda em regime inicial semiaberto. 
 Assim sendo, a previsão legal de regime inicial fechado para delitos hediondos, foi relativizada, 
devendo ser observado no caso concreto as mesmas regras previstas no artigo 33, §2º, CP para fixação do 
regime. 
 
7) Regime Disciplinar Diferenciado – artigo 52 da LEP 
 
 O Regime Disciplinar Diferenciado é uma sanção administrativa, está arrolado no artigo 53 da LEP. É 
aplicável aos condenados ou presos provisórios, nacionais ou estrangeiros. 
 As situações que podem ensejar a inclusão do preso no regime disciplinar penitenciário: 
1) prática de fato definido como crime doloso quando ocasionar subversão da ordem ou disciplina 
internas, praticado por preso provisório ou condenado (art. 52, caput, LEP); 
2) quando o preso (provisório ou condenado, nacional ou estrangeiro) apresentar alto risco para a ordem 
e a segurança do estabelecimento penal ou da sociedade (art. 52,§1°, LEP); 
3) quando recair sob o preso provisório ou condenado suspeitas de envolvimento ou participação, a 
qualquer título, em organizações criminosas, quadrilha ou bando (art. 52, §2°, LEP). 
 As características desse regime são: 
a) duração máxima de 360 dias, sem prejuízo de repetição da sanção por nova falta grave de mesma 
espécie, até o limite de 1/6 da pena aplicada; 
b) recolhimento em cela individual; 
c) visitas semanais de duas pessoas, sem contar o número de crianças; 
d) banho de sol de duas horas diárias. 
 
 
 
 
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 Atenção!! 
 A inclusão do preso no RDD, de acordo com o artigo 54 da LEP, dependerá de requerimento 
circunstanciado elaborado pelo diretor do estabelecimento ou outra autoridade administrativa. 
 A decisão judicial que incluir o preso no RDD será precedida de manifestação do Ministério Público e 
da defesa e prolatada no prazo máximo de 15 dias, devendo ser fundamentada. 
 
8) Sistema Progressivo – Progressão de Regime 
 
 A LEP adotou o sistema progressivo para o cumprimento da pena, ou seja, a transferência do regime 
mais rigoroso para um menos rigoroso mediante a observância de alguns requisitos. O artigo 112 da LEP 
dispõe que a progressão: 
 
- será determinada pelo juiz, com manifestação da defesa e do MP; 
- verificado o cumprimento de ao menos um sexto da pena; 
- verificado o bom comportamento, comprovado pelo diretor do estabelecimento. 
 
 
 
 O artigo 112 da LEP é a regra geral, aplicando-se aos delitos não hediondos ou, excepcionalmente, 
aos condenados por delitos hediondos praticados antes da alteração legislativa que sofreu o artigo 2º da Lei 
8072/90. 
 Importante frisar que é permitida a progressão de regime mesmo antes do trânsito em julgado da 
sentença penal condenatória, conforme consta na súmula 716 do STF. 
 A progressão é por etapa, vejamos a Súmula 491do STJ: "É inadmissível a chamada progressão per 
saltum de regime prisional." 
 ATENÇÃO: Progressão de Regime nos casos de Crimes Hediondos e equiparados 
 A progressão de regime para condenados por crimes hediondos é regulada pela lei 11.464/07 que 
alterou a lei 8.072/90, a qual prevê a possibilidade de progressão de regime para condenados por delitos 
hediondos desde que haja o cumprimento de 2/5 da pena, se primário, ou de 3/5 da pena, se reincidente. 
O Diretor do estabelecimentoatesta o comportamento 
carcerário através do chamado Atestado de Conduta 
Carcerária - ACC 
 
 
 
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 Quanto à aplicação da Lei 11.464/07, importante destacar que somente é aplicada esta lei para 
aqueles apenados que praticarem crimes a partir da sua vigência. Em relação a este ponto, destaca-se a 
súmula vinculante n. 26 do STF e a súmula 471 do STJ. 
 Caso o delito tenha sido praticado antes do dia 29/03/2007, o lapso temporal a ser aplicado deverá 
ser aquele do artigo 112 da LEP, com base no entendimento firmado no julgamento do HC 82959-7/SP pelo 
STF. 
Condenados por delitos não hediondos Condenados por delitos hediondos e equiparados 
Artigo 112 da LEP 
Primário ou Reincidente: 1/6 da pena + bom 
comportamento carcerário 
Primeiro: ver a data da prática do delito 
Antes de 29/03/07: Primário ou Reincidente: 1/6 da 
pena + bom comportamento carcerário – artigo 112 
da LEP – Súmula 471, STJ 
A partir do dia 29/03/07: 2/5 – primário ou 3/5 se 
reincidente. 
Em todas as situações acrescentar o bom 
comportamento carcerário. 
 
 
 
 Há forte posicionamento sobre progressão de regime e a exigência de exame criminológico no STF e 
STJ. Os Tribunais superiores têm entendido que, muito embora a nova redação do artigo 112 da LEP tenha 
excluído a exigência de realização de exame criminológico para obtenção de progressão de regime, não 
caracteriza constrangimento ilegal a submissão do apenado à realização de exame, desde que devidamente 
fundamentada a necessidade pelo Juiz da Vara de Execução Criminal. 
 Neste sentido, temos as seguintes súmulas: 
a) Súmula Vinculante n. 26, STF: Para efeito de progressão de regime no cumprimento de pena por crime 
hediondo, ou equiparado, o juízo da execução observará a inconstitucionalidade do art. 2º da Lei n. 8.072, de 
25 de julho de 1990, sem prejuízo de avaliar se o condenado preenche, ou não, os requisitos objetivos e 
subjetivos do benefício, podendo determinar, para tal fim, de modo fundamentado, a realização de exame 
criminológico. 
b) Súmula 439, STJ: Admite-se o exame criminológico pelas peculiaridades do caso, desde que em decisão 
motivada. 
 
 Importante 
 
 
 
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 2ª Fase 
 
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 Falta grave e Progressão de Regime 
Súmula 534, STJ - A prática de falta grave interrompe a contagem do prazo para a progressão de regime de 
cumprimento de pena, o qual se reinicia a partir do cometimento dessa infração. 
 
9) Regressão de Regime (art. 118) 
 A execução da pena está sujeita a forma regressiva quando: 
* o apenado praticar fato definido como crime doloso ou falta grave (artigo 50 e 51); Nesses caso, antes da 
regressão de regime deverá ser ouvido, previamente, o apenado – art. 118, § 2° - audiência de justificativa. 
 
Súmula 526, STJ - O reconhecimento de falta grave decorrente do cometimento de fato definido como crime 
doloso no cumprimento da pena prescinde do trânsito em julgado de sentença penal condenatória no processo 
penal instaurado para apuração do fato. 
 
* quando o apenado sofrer condenação, por crime anterior, cuja soma da pena restante com a nova 
condenação torne impossível a manutenção do regime (art. 111). 
 
Observações importantes – posicionamento jurisprudencial retirado do site do Superior Tribunal de Justiça: 
1. (STJ - jurisprudência) Para o reconhecimento da prática de falta disciplinar, no âmbito da execução penal, 
é imprescindível a instauração de procedimento administrativo pelo diretor do estabelecimento prisional, 
assegurado o direito de defesa, a ser realizado por advogado constituído ou defensor público nomeado. (Tese 
julgada sob o rito do art. 543-C do CPC). Precedentes: REsp 1378557/RS, Rel. Ministro MARCO AURELIO 
BELLIZZE, TERCEIRA SEÇÃO, julgado em 23/10/2013, (recurso repetitivo pendente de publicação); HC 
175251/RS, Rel. Ministra ASSUSETE MAGALHÃES, SEXTA TURMA, julgado em 12/11/2013, DJe 13/12/2013. 
 
Matéria sumulada em 2015: Súmula 533, STJ - Para o reconhecimento da prática de falta disciplinar no âmbito 
da execução penal, é imprescindível a instauração de procedimento administrativo pelo diretor do 
estabelecimento prisional, assegurado o direito de defesa, a ser realizado por advogado constituído ou 
defensor público nomeado. 
 
 
 
 
 
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2. (STJ - jurisprudência) Diante da inexistência de legislação específica quanto ao prazo prescricional para 
apuração de falta grave, deve ser adotado o menor lapso prescricional previsto no art. 109 do CP, ou seja, o 
de 3 anos para fatos ocorridos após a alteração dada pela Lei n. 12.234, de 5 de maio de 2010, ou o de 2 
anos se a falta tiver ocorrido até essa data. Precedentes: AgRg nos EDcl no REsp 1248357/MS, Rel. Ministra 
REGINA HELENA COSTA, QUINTA TURMA, julgado em 19/11/2013, DJe 25/11/2013; AgRg no REsp 
1414267/MG, Rel. Ministro SEBASTIÃO REIS JÚNIOR, SEXTA TURMA, julgado em 05/11/2013, DJe 
25/11/2013; 
Atenção!!! 
Há mais uma hipótese de regressão de regime prevista no artigo 146 – C, § único, LEP, violar os deveres 
relacionados ao monitoramento eletrônico. 
 
 OBS.: A jurisprudência tem admitido a chamada regressão cautelar, que dispensa a oitiva prévia do 
apenado, passando a exigir somente nos casos de regressão definitiva. 
 
10) Prisão Domiciliar (artigo 117) 
 
 Para cumprir a pena em residência particular o preso deverá estar em regime aberto e se enquadrar 
em uma das quatro hipóteses do artigo 117 da LEP, quais sejam: 
• condenado maior de setenta anos; 
• condenado acometido de doença grave; 
• condenada com filho menor ou deficiente físico ou metal; 
• condenada gestante. 
 
 Atentar para a Súmula Vinculante n. 56 do STF, vejamos: A falta de estabelecimento penal adequado 
não autoriza a manutenção do condenado em regime prisional mais gravoso, devendo-se observar, nessa 
hipótese, os parâmetros fixados no RE 641.320/RS. 
 
Precedente representativo da Súmula: 
"3. Os juízes da execução penal poderão avaliar os estabelecimentos destinados aos regimes semiaberto e 
aberto, para qualificação como adequados a tais regimes. São aceitáveis estabelecimentos que não se 
qualifiquem como 'colônia agrícola, industrial' (regime semiaberto) ou 'casa de albergado ou estabelecimento 
adequado' (regime aberto) (art. 33, § 1º, alíneas "b" e "c"). No entanto, não deverá haver alojamento conjunto 
de presos dos regimes semiaberto e aberto com presos do regime fechado. 4. Havendo déficit de vagas, 
 
 
 
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deverão ser determinados: (i) a saída antecipada de sentenciado no regime com falta de vagas; (ii) a liberdade 
eletronicamente monitorada ao sentenciado que sai antecipadamente ou é posto em prisão domiciliar por falta 
de vagas; (iii) o cumprimento de penas restritivas de direito e/ou estudo ao sentenciado que progride ao 
regime aberto. Até que sejam estruturadas as medidas alternativas propostas, poderá ser deferida a prisão 
domiciliar ao sentenciado." (RE 641320, Relator Ministro Gilmar Mendes, Tribunal Pleno, julgamento em 
11.5.2016, DJe de 8.8.2016) 
 
11) Remição de pena – hipóteses legais 
 A remição é o computo do período trabalhado ou estudado como tempo de pena cumprida, nos termos 
do artigo 128 da LEP. 
 É possível remir tanto pelo trabalho como pelo estudo, inclusive, cumulando as duas possibilidades. 
Todavia, é importante se ater nas regras contidas nos artigos 126 e seguintes daLEP. 
 Por exemplo, remição por trabalho, somente nos casos de regime fechado e semiaberto, a LEP omitiu 
a possibilidade de remição no caso de regime aberto. Os Tribunais superiores entendem que como não há 
previsão legal e o trabalho é requisito para ingressar no regime aberto, não há direito a remição neste caso. 
 Já a remição por estudo, é possível em todos os regimes prisionais, inclusive, na última etapa do 
cumprimento de pena, ou seja, quando o apenado estiver em livramento condicional. 
 
12) Trabalho prisional: espécies de Trabalho Prisional: serviço interno e serviço externo 
 
* Quanto à forma de serviço: 
 
a) Serviço interno (art. 31) qualquer regime poderá trabalhar internamente e a qualquer momento, desde que 
existam vagas. 
 
b) Serviço externo (art. 36) 
 
 Em relação ao serviço externo, é importante observar que o artigo 37 da LEP atribui ao Diretor do 
Estabelecimento Prisional a concessão da autorização, todavia, é importante registrar que há forte 
posicionamento doutrinário e de uso prático no cotidiano forense de que o trabalho prisional no âmbito externo 
 
 
 
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deverá ser autorizado pelo Juiz da VEC (Neste sentido: Sídio Rosa de Mesquita Júnior, Norberto Avena, entre 
outros)5. 
 
13) PERMISSÃO DE SAÍDA (art. 120) E SAÍDA TEMPORÁRIA (art. 122) 
 Podem obter permissão de saída, os apenados que cumprem pena em regime fechado, semiaberto e 
provisórios, mediante escolta, em duas hipóteses: 
• falecimento ou doença grave CCADI (cônjuge, companheiro, ascendente, descendente ou irmão); 
• necessidade de tratamento médico. 
 Súmula 520, STJ - O benefício de saída temporária no âmbito da execução penal é ato jurisdicional 
insuscetível de delegação à autoridade administrativa do estabelecimento prisional. 
 Já a saída temporária, sem vigilância, poderá ser concedida a apenados que cumprem pena em regime 
semiaberto. 
 Vale destacar que foi introduzida em 2010 a possibilidade da utilização de monitoramento eletrônico, 
no artigo 122, parágrafo único, da LEP (redação dada pela Lei n. 12.258/10). 
 Em outras palavras, a ausência de vigilância direta não impede que o juiz determine a monitoração 
eletrônica. Constitui uma faculdade do Juiz, não uma obrigação legal. 
Para obtenção da saída temporária, os apenados em regime aberto, deverão preencher os seguintes 
requisitos: 
• comportamento adequado; 
• cumprimento mínimo de 1/6 para apenado primário e de, no mínimo, ¼ para reincidentes; 
• compatibilidade do benefício com os objetivos da pena. 
 
 
5 EXECUÇÃO PENAL. HABEAS CORPUS SUBSTITUTIVO DE RECURSO PRÓPRIO. INADEQUAÇÃO DA VIA 
ELEITA. REGIME SEMIABERTO. TRABALHO EXTERNO. ESTABELECIMENTO EMPRESARIAL DE 
PROPRIEDADE DE OUTRO CONDENADO BENEFICIÁRIO DO REGIME ABERTO. POSSIBILIDADE. 
1. [...] 
2. A controvérsia a ser resolvida é unicamente de direito e enseja o pronunciamento a respeito da possibilidade de o 
condenado prestar serviços em sociedade empresarial cujo proprietário também fora condenado criminalmente. 
3. O paciente pretende prestar serviços em uma empresa de estacionamento de automóveis como lavador, microempresa 
individual formalmente constituída, cujo proprietário também está cumprindo pena em regime aberto. 
4. O fato de o proprietário do estabelecimento, situado na mesma localidade de cumprimento da reprimenda, estar 
cumprindo pena em regime aberto não pode servir, por si só, de fundamento à negativa do trabalho externo ao apenado que 
cumpre os requisitos objetivo e subjetivo para a concessão do benefício e se encontra em regime semiaberto. 
5. Habeas corpus não conhecido. Ordem concedida, de ofício, para restabelecer a decisão proferida pelo magistrado de 
primeiro grau. (HC 333.144/RS, Rel. Ministro GURGEL DE FARIA, QUINTA TURMA, julgado em 24/11/2015, DJe 
17/12/2015) 
 
 
 
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 Será concedida por período não superior a 7 dias, podendo ser renovadas por mais 4 vezes, logo faz 
jus a 35 dias de saída. Com intervalo de 45 dias entre as saídas. 
 A Lei n. 12.258/10 também inovou ao estabelecer que o juiz imporá condições ao apenado, para 
obtenção das saídas temporárias, permitindo que além das previstas em lei outras poderão ser estabelecidas, 
vejamos a nova redação do §1º do artigo 124 da LEP: 
§ 1o Ao conceder a saída temporária, o juiz imporá ao beneficiário as seguintes condições, entre outras que 
entender compatíveis com as circunstâncias do caso e a situação pessoal do condenado: 
I - fornecimento do endereço onde reside a família a ser visitada ou onde poderá ser encontrado durante o 
gozo do benefício; 
II - recolhimento à residência visitada, no período noturno; 
III - proibição de frequentar bares, casas noturnas e estabelecimentos congêneres. 
§ 2o Quando se tratar de frequência a curso profissionalizante, de instrução de ensino médio ou superior, o 
tempo de saída será o necessário para o cumprimento das atividades discentes. 
§ 3o Nos demais casos, as autorizações de saída somente poderão ser concedidas com prazo mínimo de 45 
(quarenta e cinco) dias de intervalo entre uma e outra.” (NR) 
 
Importante !!! 
 
Artigo 124, § 2º, da LEP (redação dada pela Lei n. 12.258/2010) - Quando se tratar de freqüência a curso 
profissionalizante, de instrução de ensino médio ou superior, o tempo de saída será o necessário para o 
cumprimento das atividades discentes. 
 
14) MONITORAÇÃO ELETRÔNCIA 
 
 O monitoramento eletrônico é uma faculdade judicial, pois, de acordo com a lei, poderá ser definido 
pelo juiz nos casos definidos em lei, desde que seja necessário. O instituto está previsto a partir do artigo 146-
B, LEP. 
 
15) Livramento condicional 
 
 Os requisitos para obtenção de livramento estão previstos no artigo 83 do CP em combinação com o 
artigo 112, §2º, da LEP. 
 
 
 
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+ 1/3 Não reincidente em crime doloso 
+ ½ Reincidente em crime doloso 
+ 2/3 Condenados por crimes hediondos, tráfico, tortura, terrorismo e tráfico de pessoas se enquadram 
nesta hipótese. Ressaltando que em caso de reincidência em delitos dessa natureza não será possível a 
concessão de livramento condicional. 
 
Obs.: Súmula 441 do STJ 
# Revogação obrigatória e facultativa – artigos 86 e 87 do CP. 
# Efeitos da revogação – artigos: 88 do CP e artigos 141 e 142 da LEP. 
 
Aspectos importantes no tocante ao livramento condicional no tocante ao delito de associação ao tráfico: 
1. O crime de associação ao tráfico não é considerado hediondo pelo entendimento do STJ, portanto, todavia 
vejamos a manifestação no âmbito do Superior Tribunal de Justiça: 
 
16) Incidentes da Execução Penal 
• Conversão da PPL em PRD (art. 180) – PPL não superior a dois anos; condenado em regime aberto; 
cumprido pelo menos ¼; antecedentes e personalidade indiquem. 
• Conversão da PRD em PPL (art. 181) – ocorrerá na forma do art. 45 do CP. 
• Desvio ou Excesso de Execução (artigo 185 da LEP) 
 
17) ANISTIA, GRAÇA, INDULTO 
 São institutos que extinguem a punibilidade, conforme o artigo 107, II, do CP. 
 A anistia “é a declaração pelo Poder Público de que determinados fatos se tornam impuníveis por 
motivo de utilidade social. O instituto volta-se a fatos, e não a pessoas. Pode ocorrer antes da condenação 
definitiva – anistia própria – ou após o trânsito em julgado da condenação – anistia imprópria. Tem a força de 
extinguir a ação e a condenação. Primordialmente, destina-sea crimes políticos, embora nada impeça a sua 
concessão a crimes comuns.” A anistia somente é concedida através de lei editada pelo Congresso Nacional. 
 A graça, por sua vez, é “a clemência destinada a uma pessoa determinada, não dizendo respeito a 
fatos criminosos. Trata-se de um perdão concedido pelo Presidente da República, dentro de sua avaliação 
discricionária, não sujeita a qualquer recurso, deve ser usada com parcimônia. É uma medida de caráter 
excepcional, destinada a premiar atos meritórios extraordinários praticados pelo sentenciado no cumprimento 
 
 
 
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de sua reprimenda ou ainda atender condições pessoais de natureza especial, bem como a corrigir equívocos 
na aplicação da pena ou eventuais erros judiciários.” É concedida mediante análise do caso individual. 
 De acordo com o artigo 5°, inc. XLIII, não é permitida nem a graça nem a anistia para delitos 
considerados hediondos. 
 Por fim, o indulto também é uma causa extintiva da punibilidade, no entanto é concedido de forma 
coletiva, ou seja, tornou-se comum ao final de cada ano a publicação de um Decreto concedendo Indulto para 
todos aqueles que preencherem determinadas condições. 
 No ano de 2007, foi publicado no dia 11 de dezembro o Decreto n. 6.294/07, o qual consta em anexo 
para conhecimento. 
 Assim sendo, qualquer preso que preencher as condições passará a ter direito ao indulto, devendo ser 
apenas declarado pelo Juiz da Vara de Execuções. 
 Destaca-se que no mesmo Decreto há previsão legal para a concessão de Comutação de Pena, porém 
esta não se confunde com o Indulto, pois não se trata de extinção da punibilidade, mas sim um abatimento 
da pena, desde que haja o preenchimento dos requisitos (ver artigos 2° e 4° do Decreto em anexo – somente 
para exemplificar, pois o Decreto não poderá ser objeto de questionamento na prova). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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 CAPÍTULO II – Recursos 
 
1) AGRAVO EM EXECUÇÃO 
 
1.1) CABIMENTO/CONTEÚDO – ARTIGO 66 DA LEP 
É recurso destinado à impugnação de decisões interlocutórias proferidas no curso 
da execução criminal, disciplinada na Lei nº 7.210/84. Não há um rol taxativo, sendo cabível para impugnar 
qualquer decisão proferida pelo juízo da execução penal, cuja competência é definida no artigo 66 da LEP (Lei 
nº 7.210/84), como, por exemplo, em relação aos seguintes temas: 
Decisão que concede ou nega a progressão de regime; 
Que determina a regressão do regime carcerário e perda dos dias remidos; 
Que indefere o pedido de unificação das penas, com base, por exemplo, na continuidade 
delitiva; 
Que concede ou denega pedido de livramento condicional; 
Que indefere o pedido de saídas temporárias; 
Concede ou denega o pedido de indulto, comutação, remição. 
1.2) BASE LEGAL 
 
 
 
 
 
 
1.3) IDENTIFICAÇÃO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Base legal: art. 197 da Lei 7.210/84 (LEP) 
PEÇA: 
 AGRAVO EM EXECUÇÃO 
PALAVRA MÁGICA: 
DECISÃO PELO JUÍZO 
DA EXECUÇÃO 
PAROU! 
PEDIU PRA PARAR 
2
 
 
 
 
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1.4) RITO E COMPETÊNCIA PARA O JULGAMENTO 
A Lei de Execução Penal não definiu o rito a ser seguido no agravo em execução, 
definindo, apenas, no seu art. 197, que “Das decisões proferidas pelo Juiz caberá recurso de agravo, sem 
efeito suspensivo”. 
Nesse sentido, a doutrina e jurisprudência amplamente dominante adotam o 
entendimento no sentido de que deve ser adotado o mesmo rito do recurso em sentido estrito, notadamente 
no que se refere ao prazo, ao juízo de retratação e ao processamento. 
Tal entendimento restou consagrado na Súmula 700 STF, segundo a qual “É de 
cinco dias o prazo para a interposição de agravo contra a decisão do juiz da execução penal. 
A interposição do recurso deve ser dirigida ao juiz de primeiro grau que 
proferiu a decisão, para que este possa rever a decisão, em sede de juízo de retratação. 
As razões de recurso devem ser endereçadas ao Tribunal competente (Tribunal 
de Justiça, se da competência da Justiça Comum Estadual; ou Tribunal Regional Federal, se da competência 
da Justiça Federal). 
1.5) PRAZO 
 
 
 
 
 
 
1.6) EFEITOS 
Assim como no recurso em sentido estrito, o agravo em execução possui efeito 
regressivo, uma vez que a interposição do recurso obriga o juiz que prolatou a decisão recorrida a reapreciar 
a questão, mantendo-a ou reformando-a, aplicando-se analogicamente o artigo 589, “caput”, do CPP. 
Se o juiz manter a decisão, determinará a remessa dos autos à instância superior; 
se reformá-la, o recorrido, por simples petição, e dentro do prazo do prazo de cinco dias, poderá requerer a 
subida dos autos. O recorrido deverá ser intimado, no caso de retratação do juiz. 
Nos termos do artigo 197 da LEP, o agravo em execução, em regra, não tem efeito 
suspensivo. Ou seja, as decisões proferidas em sede de execução penal devem ser, via de regra, 
imediatamente executadas. 
 
PRAZO
• Interposição: 5 dias
• Razões: 2 dias
 
 
 
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Agravo em Execução e Medida de Segurança: artigo 179 da LEP – atribui excepcionalmente o 
efeito suspensivo nos casos de execução de Medida de Segurança. 
 
1.7) SISTEMA PROGRESSIVO BRASILEIRO 
Nos termos do artigo 33, § 2º, do Código Penal, as penas privativas de liberdade 
devem ser executadas de forma progressiva, de acordo com o mérito do condenado. Em outras palavras, 
adota-se no Brasil o sistema progressivo de cumprimento de pena, no qual o condenado, após cumprir parte 
da pena e demonstrar merecimento, passará gradativamente de um regime mais severo para outro mais 
brando. 
Todavia, para a concessão da progressão de regime exige a lei dois requisitos: um 
de caráter objetivo, que é o cumprimento de parte da pena anterior, e um de caráter subjetivo, que se refere 
ao mérito do condenado indicando a oportunidade da transferência. 
Para se verificar a possibilidade de concessão da progressão de regime e os 
respectivos requisitos, mostra-se necessário fazer distinção entre crime não hediondo e crime hediondo ou 
equiparado. 
I) PROGRESSÃO DE REGIME PARA DELITOS NÃO HEDIONDOS OU EQUIPARADOS 
A) Requisito objetivo 
Conforme o artigo 112 da Lei de Execução Penal (Lei nº 7.210/84), em primeiro 
lugar, para obter a progressão de regime, deve o condenado ter cumprido 1/6 da pena ou do total das penas 
que lhe foram impostas no regime inicial. 
De outro lado, se a pena superar 30 anos, é pacífico na jurisprudência que o lapso 
temporal para a progressão de regime deverá considerar a pena total, não sendo observado, para tal fim, o 
limite de 30 anos previsto no artigo 75 do CP. 
Nesse sentido é a Súmula 715 do “A PENA UNIFICADA PARA ATENDER AO LIMITE 
DE TRINTA ANOS DE CUMPRIMENTO, DETERMINADO PELO ART. 75 DO CÓDIGO PENAL, NÃO É 
CONSIDERADA PARA A CONCESSÃO DE OUTROS BENEFÍCIOS, COMO O LIVRAMENTO CONDICIONAL OU 
REGIME MAIS FAVORÁVEL DE EXECUÇÃO.” 
B) Requisito subjetivo 
Além do cumprimento de 1/6 da pena no regime anterior, exige a lei, para a 
transferência para regime menos rigoroso, que o mérito do condenado indique a progressão. 
Importante destacar nesta hipótese que a exigência de 1/6 da pena é 
tanto para os apenados primários, quanto para os reincidentes. 
Mérito significa aptidão, capacidade, merecimento. Deve o apenado, portanto, 
demonstrar, ao longo do cumprimento da pena, estas características paramerecer a progressão. 
 
 
 
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A partir da edição da Lei 10.792/2003, que suprimiu o parágrafo único do artigo 112, 
passou-se a dispensar o exame criminológico, considerando suficiente para a comprovação do requisito 
subjetivo a elaboração de atestado de boa conduta carcerária pelo diretor do presídio. 
Logo, a regra para se aferir o requisito subjetivo é no sentido de que basta atestado 
de boa conduta carcerária expedido pelo Diretor do Presídio, conforme dispõe o artigo 112 da Lei 7210/84. 
Exceção: Dependendo das circunstâncias do caso concreto o Ministério Público 
poderá requerer sua realização e o juiz poderá, fundamentadamente, deferir a realização do exame 
criminológico. É nesse sentido, aliás, a Súmula 439 STJ, segundo a qual “Admite-se o exame criminológico 
pelas peculiaridades do caso, desde que em decisão motivada”. 
Em outras palavras, nos termos da Súmula 439 do STJ, o juiz somente poderá 
determinar a realização do exame criminológico mediante decisão motivada. 
II) PROGRESSÃO DE REGIME NOS CRIMES HEDIONDOS E EQUIPARADOS 
A partir do disposto no artigo 5º, XLII, da Constituição Federal, o legislador editou 
a Lei nº 8.072/90, estabelecendo regras específicas para os crimes hediondos e equiparados (tráfico de drogas, 
tortura e terrorismo). 
A redação original do artigo 2º, § 1º, da Lei 8.072/90, previa que os condenados 
por crimes hediondos ou equiparados deveriam cumprir a pena integralmente em regime fechado. Ou seja, 
os condenados por tais delitos não tinham direito à progressão de regime. 
Todavia, no dia 23 de fevereiro de 2006, o Supremo Tribunal Federal (STF), nos 
autos do HC 82.959/SP, declarou inconstitucional tal dispositivo, considerando que a vedação à progressão de 
regime violava o princípio da individualização da pena e da dignidade da pessoa humana. 
Diante dessa decisão, todos os condenados por crimes hediondos e equiparados 
passaram a ter direito à progressão de regime, desde que preenchidos os requisitos legais. Como, à época, o 
único parâmetro para estabelecer o lapso temporal para a obtenção do benefício era o art. 112 da LEP, 
entendeu-se que o requisito objetivo seria preenchido se o apenado tivesse cumprido 1/6 da pena. É o que 
diz a Súmula 471 do STJ. 
Na sequência, sobreveio a Lei nº 11.464, publicada em 29 de março de 2007, que 
alterou a redação do artigo 2º da Lei 8.072/90, passando a vigorar a regra no sentido de que o condenado 
por crimes hediondos ou delitos equiparados deve iniciar o cumprimento da pena em regime fechado. 
Além disso, o lapso temporal para progressão de regime ao condenado por crimes 
hediondos e equiparados passou a ser de 2/5, se primário, e 3/5 se reincidente. Convém registrar que 
esses lapsos temporais valem somente para os crimes praticados a partir da entrada em vigor da 
Lei 11.464/2007, já que a lei nova não pode retroagir para prejudicar o réu. Para crimes 
praticados antes da entrada em vigor da Lei 11.464/2007, o tempo de cumprimento de pena 
exigido é de 1/6, aplicando-se, nesse caso, o artigo 112 da LEP. 
 
 
 
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A aferição do requisito subjetivo segue também a redação do artigo 112 da LEP, 
sendo suficiente atestado de bom comportamento carcerário produzido pelo diretor do presídio. Todavia, o 
juiz da execução criminal poderá determinar a realização de exame criminológico. É nesse sentido o teor da 
Súmula Vinculante 26 do STF e Súmula 439 do STJ. 
Súmula Vinculante 26 STF: “Para efeito de progressão de regime no cumprimento 
de pena por crime hediondo, ou equiparado, o juízo da execução observará a inconstitucionalidade do art. 2º 
da Lei n. 8.072, de 25 de julho de 1990, sem prejuízo de avaliar se o condenado preenche, ou não, os requisitos 
objetivos e subjetivos do benefício, podendo determinar, para tal fim, de modo fundamentado, a realização 
de exame criminológico” 
1.8) DO LIVRAMENTO CONDICIONAL 
I) CONCEITO 
Trata-se de um instituto de política criminal, destinado a permitir a redução do tempo 
de prisão com a concessão antecipada e provisória da liberdade do condenado, quando é cumprida pena 
privativa de liberdade, mediante o preenchimento de determinados requisitos e a aceitação de certas 
condições. (NUCCI, 2013, p. 569) 
Consiste na última etapa do cumprimento da pena do sistema progressivo, visando 
à reinserção antecipada do condenado ao convívio social. 
II) REQUISITOS 
Os requisitos do livramento condicional, de ordem objetiva e subjetiva, encontram-
se no art. 83 do CP. 
A) REQUISITOS OBJETIVOS 
a) Natureza e quantidade da pena – Art. 83, “caput”, CP 
Tal como ocorre com a suspensão condicional, somente a pena privativa de liberdade 
pode ser objeto do livramento condicional. Esse instituto somente poderá ser concedido à pena privativa de 
liberdade igual ou superior a dois anos (art. 83 do CP). A soma das penas é permitida para atingir esse limite 
mínimo, mesmo que tenham sido aplicadas em processos distintos. 
b) Cumprimento de parte da pena – Art. 83, I, II e IV, CP 
Nos termos do artigo 83, I e II, do CP, o criminoso primário deve cumprir mais de 
1/3 da pena privativa de liberdade. 
Assim também o reincidente, desde que não o seja em crime doloso. Para tanto, é 
necessário que apresentem bons antecedentes. 
Quando o condenado é reincidente em crime doloso, deve cumprir mais da metade 
da pena. Por ausência de previsão legal, o agente portador de maus antecedentes deverá cumprir 1/3 para o 
livramento condicional, já que o inciso restringe somente à hipótese de reincidente em crime doloso (não é 
possível analogia in malam partem). 
 
 
 
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Tratando-se de condenado por prática de tortura, crime hediondo, tráfico ilícito de 
entorpecentes e drogas afins e terrorismo, desde que não seja reincidente específico em tais delitos, deve 
cumprir mais de 2/3 da pena (art. 83, V, CP). Em 2016, houve uma alteração legislativa no inciso V, 
acrescentando o tráfico de pessoas, para o quantum diferenciado de pena. 
Assim, sendo reincidente específico não é admissível o livramento condicional. Há 
reincidência específica, para efeito da disposição, quando o sujeito, já tendo sido condenado por qualquer dos 
delitos hediondos por sentença transitada em julgado, vem novamente a cometer um deles. 
O art. 84 do CP reza que “as penas que correspondem a infrações diversas devem 
somar-se para efeito do livramento”. 
B) REQUISITOS SUBJETIVOS – ART. 83, I E IV 
Os requisitos subjetivos são: bons antecedentes, comportamento satisfatório 
durante a execução da pena, bom desempenho no trabalho atribuído e aptidão para o trabalho. 
Segue, ainda, as mesmas regras para a concessão da progressão de regime: 
Atestado de bom comportamento carcerário. Exceção: exame criminológico, desde que devidamente 
fundamentada a decisão que o determina (Súmula 439 STJ). 
1.9) UNIFICAÇÃO 
A unificação das penas ocorre, invariavelmente, nas hipóteses de concurso formal 
próprio de crimes e crime continuado. 
Via de regra, os crimes praticados em concurso formal próprio ou em crime 
continuado são apurados no mesmo processo. Todavia, pode ocorrer que a incidência do concurso de crimes 
ocorra em processos distintos, devendo, em razão disso, a unificação das penas ser verificada na fase da 
execução criminal. 
Nesse caso, compete ao juiz da execução criminal promover a unificação das penas, 
valendo-se das regras dos artigos 70, primeira parte, e 71, ambos do Código Penal. Ou seja, adotando o 
critério da exasperação da pena: aplicar umadas penas, se idênticas, ou a mais grave, se diversas, com a 
elevação da fração prevista nos respectivos artigos. 
Ex: Um agente foi condenado em três processos distintos pela prática do delito de 
roubo majorado com emprego de arma (art. 157, § 2º, I, CP), sendo-lhe fixada a pena de 05 anos e 04 meses 
em relação ao primeiro processo. 06 anos em relação ao segundo processo e 08 anos e 06 meses em relação 
ao terceiro processo, totalizando 19 anos e 10 meses. Verificando-se que os crimes preenchem os requisitos 
do artigo 71 do Código Penal, ou seja, que são da mesma espécie, praticados num curto intervalo de tempo, 
nas mesmas condições de lugar e modo de execução, o juiz da execução criminal poderá unificar as penas, 
aplicando o critério da exasperação das penas, previsto no artigo 71. Assim, poderá se valer da pena mais 
grave e aumentar de 1/6 a 2/3. Supondo que utilize a menor fração (1/6), a pena unificada ficará em 09 anos 
e 11 meses. 
 
 
 
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Se, nesse caso, o juiz da execução criminal indeferir pedido de unificação da pena, 
caberá agravo em execução, com a adoção da tese do crime continuado, previsto no artigo 71 do Código 
Penal. 
 
 
1.10) ESTRUTURA DO AGRAVO EM EXECUÇÃO 
A estrutura do agravo em execução segue dois momentos: interposição do recurso 
(afirmar que pretende recorrer) e as razões de recurso. 
A) INTERPOSIÇÃO 
a) Endereçamento: Juiz da Vara de Execuções Penais. 
b) Preâmbulo: nome, capacidade postulatória (por seu procurador infra-assinado), fundamento legal (art. 
197 da Lei nº 7.210/84 – Lei de Execução Penal), nome da peça (Agravo em execução), frase final 
(pelas fatos e fundamentos jurídicos a seguir expostos); 
c) juízo de retratação, em analogia ao artigo 589 CPP (importante) 
d) parte final (Nesses termos, requer o processamento do presente recurso. Pede deferimento, data, 
advogado e OAB) 
B) RAZÕES 
a) Endereçamento: 
Tribunal de Justiça 
b) identificação: agravante/recorrente, agravado/recorrido, nº processo 
c) saudação: 
Justiça Estadual: Egrégio Tribunal de Justiça – Colenda Câmara – Eméritos Julgadores – Douta Procuradoria 
da Justiça 
d) corpo da peça (breve relato, preliminares e mérito) 
e) pedido: reforma da decisão + provimento do recurso + pedido específico 
f) parte final: termos em que pede deferimento, local, data e OAB 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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OAB 
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25 
 
PEÇA DE INTERPOSIÇÃO: Endereçamento para o juiz de 1º grau 
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA .....VARA DE EXECUÇÃO PENAL DA 
COMARCA ........ 
Processo nº..... 
7 a 10 linhas 
 
 
 
FULANO DE TAL (não inventar dados), já qualificado nos autos, por seu procurador 
infra-assinado, vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, inconformado com a decisão das fls., 
interpor o presente AGRAVO EM EXECUÇÃO, com base no artigo 197 da Lei 7.210/84 (Lei de 
Execução Penal). 
Nesse sentido, requer seja recebido o recurso e procedido o juízo de retratação, nos 
termos do artigo 589 do Código de Processo Penal. Se mantida a decisão, requer seja encaminhado o presente 
recurso, já com as razões inclusas, ao Tribunal de Justiça do Estado..., para o devido processamento. 
 
Nestes termos, 
pede deferimento 
 
Local... e data... 
______________________ 
ADVOGADO... 
OAB... 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
PROCESSO PENAL 
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26 
 
 
RAZÕES DE AGRAVO EM EXECUÇÃO: Endereçamento ao Tribunal Competente 
EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO ...... 
 
Agravante: Fulano de Tal 
Agravado: Ministério Público 
Processo nº _____________ 
 
RAZÕES DE AGRAVO EM EXECUÇÃO 
 
 Egrégio Tribunal de Justiça 
 Colenda Câmara 
 
I) DOS FATOS 
II) DO DIREITO 
* decisão que concede ou nega a progressão de regime; 
* que determina a regressão do regime carcerário e perda dos dias remidos; 
* que indefere o pedido de unificação das penas, com base, por exemplo, na continuidade delitiva; 
* que concede ou denega pedido de livramento condicional; 
* que indefere o pedido de saídas temporárias; 
* concede ou denega o pedido de indulto, comutação, remição. 
Em síntese, hipóteses previstas no artigo 66 da LEP (Lei nº 7.210/84). 
III) DO PEDIDO 
Ante o exposto, requer seja CONHECIDO E PROVIDO o presente recurso, com a 
REFORMA DA DECISÃO DE 1º GRAU, para o fim de que ......... 
 
Local... e data... 
______________________ 
ADVOGADO... 
OAB... 
 
 
 
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Questão 02 - XVIII EXAME 
No dia 10 de fevereiro de 2012, João foi condenado pela prática do delito de quadrilha armada, previsto no Art. 
288, parágrafo único, do Código Penal. Considerando as particularidades do caso concreto, sua pena foi fixada 
no máximo de 06 anos de reclusão, eis que duplicada a pena base por força da quadrilha ser armada. A decisão 
transitou em julgado. Enquanto cumpria pena, entrou em vigor a Lei nº 12.850/2013, que alterou o artigo pelo 
qual João fora condenado. Apesar da sanção em abstrato, excluídas as causas de aumento, ter permanecido a 
mesma (reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos), o aumento de pena pelo fato da associação ser armada passou a 
ser de até a metade e não mais do dobro. 
Procurado pela família de João, responda aos itens a seguir. 
A) O que a defesa técnica poderia requerer em favor dele? (Valor: 0,65) 
B) Qual o juízo competente para a formulação desse requerimento? (Valor: 0,60) 
Obs.: sua resposta deve ser fundamentada. A simples citação do dispositivo legal não será pontuada. 
 
QUESTÃO 2 - XVI EXAME 
No dia 03/05/2008, Luan foi condenado à pena privativa de liberdade de 12 anos de reclusão pela prática dos 
crimes previstos nos artigos 213 e 214 do Código Penal, na forma do Art. 69 do mesmo diploma legal, pois, no 
dia 11/07/2007, por volta das 19h, constrangeu Carla, mediante grave ameaça, a com ele praticar conjunção 
carnal e ato libidinoso diverso. Ainda cumprindo pena em razão dessa sentença condenatória, Luan, 
conversando com outro preso, veio a saber que ele havia sido condenado por fatos extremamente semelhantes 
a uma pena de 07 anos de reclusão. Luan, então, pergunta o nome do advogado do colega de cela, que lhe 
fornece a informação. Luan entra em contato pelo telefone indicado e pergunta se algo pode ser feito para 
reduzir sua pena, apesar de sua decisão ter transitado em julgado. 
Diante dessa situação, responda aos itens a seguir. 
A) Qual a tese de direito material que poderia ser suscitada pelo novo advogado em favor de Luan? (Valor: 
0,65) 
B) A pretensão deverá ser manejada perante qual órgão? (Valor: 0,60) 
Sua resposta deve ser fundamentada. A simples citação do dispositivo legal não será pontuada. 
 
Questão 02 - XIV EXAME OAB 
Mário foi condenado a 24 (vinte e quatro) anos de reclusão no regime inicialmente fechado, com trânsito em 
julgado no dia 20/04/2005, pela prática de latrocínio (artigo 157, § 3º, parte final, do Código Penal). Iniciou a 
execução da pena no dia seguinte. No dia 22/04/2009, seu advogado, devidamente constituído nos autos da 
execução penal, ingressou com pedido de progressão de regime, com fulcro no artigo 112 da Lei de Execuções 
Penais. O juiz indeferiu o pedido com base no artigo 2º, § 2º, da Lei 8.072/90, argumentando que o condenado 
não preencheu o requisitoobjetivo para a progressão de regime. 
Como advogado de Mário, responda, de forma fundamentada e de acordo com o entendimento 
sumulado dos Tribunais Superiores, aos itens a seguir: 
A) Excetuando-se a possibilidade de Habeas Corpus, qual recurso deve ser interposto pelo 
advogado de Mário e qual o respectivo fundamento legal? (Valor: 0,40) 
B) Qual a principal tese defensiva? (Valor: 0,85) 
Obs.: o examinando deve fundamentar corretamente sua resposta. A simples menção ou transcrição do 
dispositivo legal não pontua. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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QUESTÃO 04 XII EXAME 
Marcos, jovem inimputável conforme o Art. 26 do CP, foi denunciado pela prática de determinado crime. Após 
o regular andamento do feito, o magistrado entendeu por bem aplicar medida de segurança consistente em 
internação em hospital psiquiátrico por período mínimo de 03 (três) anos. Após o cumprimento do período 
supramencionado, o advogado de Marcos requer ao juízo de execução que seja realizado o exame de cessação 
de periculosidade, requerimento que foi deferido. É realizada uma rigorosa perícia, e os experts atestam a cura 
do internado, opinando, consequentemente, por sua desinternação. O magistrado então, baseando-se no exame 
pericial realizado por médicos psiquiatras, exara sentença determinando a desinternação de Marcos. O Parquet, 
devidamente intimado da sentença proferida pelo juízo da execução, interpõe o recurso cabível na espécie. 
 
A partir do caso apresentado, responda, fundamentadamente, aos itens a seguir. 
A) Qual o recurso cabível da sentença proferida pelo magistrado determinando a desinternação de Marcos? 
(Valor: 0,75) 
B) Qual o prazo para interposição desse recurso? (Valor: 0,25) 
C) A interposição desse recurso suspende ou não a eficácia da sentença proferida pelo magistrado? 
(Valor: 0,25) 
 
QUESTÃO 01 – XI EXAME OAB 
O Juiz da Vara de Execuções Penais da Comarca “Y” converteu a medida restritiva de direitos (que fora imposta 
em substituição à pena privativa de liberdade) em cumprimento de pena privativa de liberdade imposta no 
regime inicial aberto, sem fixar quaisquer outras condições. 
O Ministério Público, inconformado, interpôs recurso alegando, em síntese, que a decisão do referido Juiz da 
Vara de Execuções Penais acarretava o abrandamento da pena, estimulando o descumprimento das penas 
alternativas ao cárcere. 
O recurso, devidamente contra-arrazoado, foi submetido a julgamento pela Corte Estadual, a qual, de forma 
unânime, resolveu lhe dar provimento. A referida Corte fixou como condição especial ao cumprimento de pena 
no regime aberto, com base no Art. 115 da LEP, a prestação de serviços à comunidade, o que deveria perdurar 
por todo o tempo da pena a ser cumprida no regime menos gravoso. 
Atento ao caso narrado e considerando apenas os dados contidos no enunciado, responda 
fundamentadamente, aos itens a seguir. 
A) Qual foi o recurso interposto pelo Ministério Público contra a decisão do Juiz da Vara de Execuções Penais? 
(Valor: 0,50) 
B) Está correta a decisão da Corte Estadual, levando-se em conta entendimento jurisprudencial sumulado? 
(Valor: 0,75) 
A simples menção ou transcrição do dispositivo legal não pontua. 
 
QUESTÃO 04 – XIX EXAME OAB 
Carlos foi condenado pela prática de um crime de receptação qualificada à pena de 04 anos e 06 meses de 
reclusão, sendo fixado o regime semiaberto para início do cumprimento de pena. Após o trânsito em julgado 
da decisão, houve início do cumprimento da sanção penal imposta. Cumprido mais de 1/6 da pena imposta e 
preenchidos os demais requisitos, o advogado de Carlos requer, junto ao Juízo de Execuções Penais, a 
progressão para o regime aberto. O magistrado competente profere decisão concedendo a progressão e fixa 
como condição especial o cumprimento de prestação de serviços à comunidade, na forma do Art. 115 da Lei 
nº 7.210/84. O advogado de Carlos é intimado dessa decisão. Considerando apenas as informações 
apresentadas, responda aos itens a seguir. 
A) Qual medida processual deverá ser apresentada pelo advogado de Carlos, diferente do habeas corpus, para 
questionar a decisão do magistrado? (Valor: 0,60) 
B) Qual fundamento deverá ser apresentado pelo advogado de Carlos para combater a decisão do magistrado? 
(Valor: 0,65) 
 
 
 
 
 
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2) CONTRARRAZÕES DE AGRAVO EM EXECUÇÃO 
2.1) INTRODUÇÃO 
Das decisões proferidas pelo Juízo da Execução Penal cabe agravo em execução. 
A Lei de Execução Penal não definiu o rito a ser seguido no agravo em execução, 
constando, apenas, no seu art. 197, que “Das decisões proferidas pelo Juiz caberá recurso de agravo, sem 
efeito suspensivo”. 
Nesse sentido, a doutrina e jurisprudência amplamente dominante adotam o 
entendimento no sentido de que deve ser considerado o mesmo rito do recurso em sentido estrito, 
notadamente no que se refere ao prazo, ao juízo de retratação e ao processamento. 
Tal entendimento restou consagrado na Súmula 700 STF, segundo a qual “É de 
cinco dias o prazo para a interposição de agravo contra a decisão do juiz da execução penal.” 
Nesse sentido, se não concordar com a decisão proferida, a parte irresignada deverá 
apresentar a petição de juntada de agravo em execução no prazo de 05 dias. Após, o juízo a quo fará o primeiro 
juízo de admissibilidade, recebendo ou não recurso, intimando-se o recorrente para apresentar, no prazo de 02 
dias, as respectivas razões de recurso de agravo em execução, se não apresentadas simultaneamente à 
interposição. 
Na sequência, intima-se o recorrido para oferecer suas CONTRARRAZÕES ou RAZÕES 
PARA A MANUTENÇÃO da decisão recorrida, no prazo de 02 dias. 
2.2) PRAZO 
Considerando que segue o rito do recurso em sentido estrito, o prazo para 
contrarrazões é de 02 dias, conforme o artigo 588 do CPP. 
2.3) CONTEÚDO 
Deve-se buscar no enunciado informações que permitem desenvolver teses voltadas 
à manutenção da decisão recorrida, bem como refutar os argumentos lançados pelo Ministério Público. 
 
 
 
 
 
 
 
 
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ESTRUTURA DAS CONTRARRAZÕES DE AGRAVO EM EXECUÇÃO 
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA VARA DE EXECUÇÃO PENAL DA COMARCA 
...... 
 
7 a 10 linhas 
 
 
 
 
 
 
 
FULANO DE TAL (não inventar dados), já qualificado nos autos, por seu procurador 
infra-assinado, vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, apresentar as presentes 
CONTRARRAZÕES DE AGRAVO EM EXECUÇÃO, com base no artigo 588 do Código de Processo Penal, 
requerendo sejam recebidas, mantendo-se a decisão recorrida em sede de juízo de retratação, com posterior 
remessa dos autos ao Egrégio Tribunal de Justiça 
 
 
Nestes termos, 
Pede deferimento 
 
Local... e data... 
 
____________________ 
ADVOGADO... 
OAB... 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO ......... 
 
Agravante: Ministério Público 
Agravado: Fulano de Tal 
Processo nº .... 
 
 
 CONTRARRAZÕES DE AGRAVO EM EXECUÇÃO 
 
 
 Egrégio Tribunal de Justiça do Estado.... 
 Colenda Câmara Criminal.... 
 
I) DOS FATOS6 
 
II) DO DIREITO 
* Expor argumentos contrários aos invocados nas razões de Agravo em execução 
(informados no enunciadoda questão), defendo, em síntese, a manutenção da decisão recorrida. 
 
III) DO PEDIDO7 
Ante o exposto, requer seja IMPROVIDO o recurso de agravo em execução, MANTENDO-
SE, por conseguinte, a decisão recorrida nos seus exatos termos. 
2 linhas 
 
Local... e data... 
2 linhas 
______________________ 
ADVOGADO... 
OAB... 
 
 
 
 
 
 
 
6 * Fazer breve relato dos fatos ocorridos, conforme os dados do enunciado (não inventar nada), bem como da 
decisão recorrida. 
7 Requerer o improvimento do recurso de agravo em execução e a manutenção da decisão recorrida. se extrair 
do enunciado informações nesse sentido, buscar, ainda, o não conhecimento do recurso (Ex: recurso de agravo 
em execução interposto pelo MP de forma intempestiva). 
 
 
 
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 CAPÍTULO III – HABEAS CORPUS E RECURSO ORDINÁRIO 
CONSTITUCIONAL 
 
1) HABEAS CORPUS (Art. 5º, LXVIII, CF/88) 
 
1.1) CONCEITO - ART. 647 
É o remédio judicial que tem por finalidade evitar ou fazer cessar a violência ou a 
coação à liberdade de locomoção decorrente de ilegalidade ou abuso de poder. 
1.2) BASE LEGAL 
 
 
 
 
1.3) ESPÉCIES 
A doutrina costuma apontar, basicamente, duas espécies de Habeas Corpus: 
a) Habeas corpus liberatório ou repressivo: Havendo violência ou coação em sua liberdade de 
locomoção, por ilegalidade ou abuso de poder, pode-se impetrar habeas corpus para afastar o 
constrangimento ilegal e restabelecer a liberdade de locomoção do paciente. 
b) Habeas corpus preventivo: Se a violência ou coação em sua liberdade de locomoção ainda não ocorreu, 
mas há fortes razões para considerar que está na iminência de se configurar, pode-se impetrar habeas corpus 
preventivo, buscando o “salvo-conduto”, mediante ordem impeditiva da coação, conforme prevê o artigo 660, 
§ 4º, do CPP. 
1.4) LEGITIMIDADE ATIVA – ART. 654 
Pode ser impetrado por qualquer pessoa, independentemente de habilitação legal 
ou representação de advogado (dispensada a formalidade da procuração). 
1.5) LEGITIMIDADE PASSIVA 
No polo passivo da ação de habeas corpus está a pessoa – autoridade ou não – 
apontada como coatora, que deve defender a legalidade do seu ato, quando prestar as informações. 
Acrescente-se, ainda, que a Constituição Federal não distingue, no polo passivo, a 
autoridade do particular, de modo que é possível impetrar habeas corpus contra qualquer pessoa que 
constranja a liberdade de locomoção de outrem. 
 3
 
Base legal: art. 647, 648 do CPP e art. 5º LXVIII da CF 
 
 
 
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Ex: imagine-se os inúmeros casos de internação irregular em hospitais psiquiátricos 
ou mesmo da vedação de saída a determinados pacientes que não liquidam seus débitos no nosocômio. 
1.6) ADMISSIBILIDADE/CONTEÚDO – ART. 648 
a) quando não houver justa causa – art. 648, I, do CPP 
Justa causa é a existência de fundamento jurídico e suporte fático autorizadores do 
constrangimento à liberdade ambulatória. A hipótese trata da falta de justa causa para a prisão, para o 
inquérito e para o processo. 
Só há justa causa para a prisão no caso de flagrante delito ou de ordem escrita e 
fundamentada da autoridade judiciária competente, salvo nos casos de transgressão ou crime militar. 
Falta justa causa para o inquérito policial quando este investiga fato atípico ou 
quando já estiver extinta a punibilidade do indiciado. 
b) quando alguém estiver preso por mais tempo do que determina a lei – art. 648, II, do CPP 
A nova reforma processual penal, ao concentrar os atos da instrução numa única 
audiência, visou, em especial, concretizar o princípio constitucional da celeridade processual, impedindo, por 
consequência, que os réus fiquem sujeitos ao constrangimento ilegal da prisão por excesso de prazo. 
c) quando quem ordenar a coação não tiver competência para fazê-lo – art. 648, III, do CPP 
Só pode determinar a prisão a autoridade judiciária dotada de competência material 
e territorial, salvo caso de prisão em flagrante. A incompetência absoluta do juízo também pode ser 
reconhecida em sede de habeas corpus. 
d) quando houver cessado o motivo que autorizou a coação – art. 648, IV, do CPP 
Ex: sentenciado que já cumpriu sua pena, mas continua preso. 
e) quando não for alguém admitido a prestar fiança, nos casos em que a lei a autoriza – art. 648, 
V, do CPP 
 
f) quando o processo for manifestamente nulo – art. 648, VI, do CPP 
 
g) quando extinta a punibilidade – art. 648, VII, do CPP 
 
 
 
 
 
 
 
 
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1.7) COMPETÊNCIA 
a) Do juiz de direito de primeira instância 
Basicamente, para trancar inquérito policial. Porém, se o inquérito tiver sido 
requisitado por autoridade judiciária, a competência será do tribunal de segundo grau competente, de acordo 
com a sua competência. 
O juiz não pode conceder a ordem sobre ato de autoridade judiciária do mesmo 
grau. 
b) Do Tribunal de Justiça 
Quando a autoridade coatora for juiz de direito e representante do MP Estadual. Ex: 
se o promotor de justiça requisita a instauração de inquérito policial, sem lastro para tanto, o habeas corpus 
deve ser impetrado perante o tribunal de justiça. No caso, estando a autoridade policial obrigada a atender a 
requisição, o promotor de justiça é o verdadeiro responsável pela coação. 
c) Do Tribunal Regional Federal 
Se a autoridade coatora for juiz federal (art. 108, I, “d”). 
d) Do Superior Tribunal de Justiça 
Art. 105. Compete ao Superior Tribunal de Justiça: 
I - processar e julgar, originariamente: 
a) nos crimes comuns, os Governadores dos Estados e do Distrito Federal, e, nestes 
e nos de responsabilidade, os desembargadores dos Tribunais de Justiça dos Estados 
e do Distrito Federal, os membros dos Tribunais de Contas dos Estados e do Distrito 
Federal, os dos Tribunais Regionais Federais, dos Tribunais Regionais Eleitorais e do 
Trabalho, os membros dos Conselhos ou Tribunais de Contas dos Municípios e os do 
Ministério Público da União que oficiem perante tribunais; 
(...) 
c) os habeas corpus, quando o coator ou paciente for qualquer das pessoas 
mencionadas na alínea "a", ou quando o coator for tribunal sujeito à sua jurisdição, 
Ministro de Estado ou Comandante da Marinha, do Exército ou da Aeronáutica, 
ressalvada a competência da Justiça Eleitoral; (Redação dada pela Emenda 
Constitucional nº 23, de 1999) 
e) Do Supremo Tribunal Federal 
Art. 102. Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a guarda da 
Constituição, cabendo-lhe: 
I - processar e julgar, originariamente: 
(...) 
i) o habeas corpus, quando o coator for Tribunal Superior ou quando o coator ou 
o paciente for autoridade ou funcionário cujos atos estejam sujeitos diretamente à 
jurisdição do Supremo Tribunal Federal, ou se trate de crime sujeito à mesma 
jurisdição em uma única instância; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 
22, de 1999) 
 
 
 
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1.8) JULGAMENTO E EFEITOS 
a) a concessão de habeas corpus liberatório implica seja o paciente posto em liberdade, salvo se por outro 
motivo deva ser mantido na prisão. 
b) se a ordem for concedida para anular o processo, este será renovado a partir do momento em que se 
verificou o vício 
c) quando a ordem for concedida para trancar inquérito policial ou ação penal, esta impedirá seu curso normal, 
isto é, haverá o trancamentodo inquérito policial ou ação penal. 
e) a decisão favorável do habeas corpus pode ser estendida a outros interessados que se encontrem na 
situação idêntica à do paciente beneficiado. 
1.9) ESTRUTURA DO HABEAS CORPUS 
A) Endereçamento: Juiz ou Tribunal Competente 
B) Preâmbulo: nome e qualificação do impetrante (qualificar, pois se trata de ação - não inventar dados), 
fundamento legal (artigo 5º, inciso LXVIII, da CF/88 e art. 648, inciso ...), nome da peça (Habeas 
corpus), apontar a autoridade coatora, frase final (pelas fatos e fundamentos jurídicos a seguir expostos); 
C) corpo da peça (Dos fatos e do direito). Abordagem voltada ao constrangimento ilegal à liberdade de 
locomoção 
D) pedidos: conforme o fundamento invocado: (a) trancamento do inquérito policial; (b) trancamento da ação 
penal (se ainda não existir sentença); (c) extinção da punibilidade; (d) nulidade; (e) revogação da preventiva; 
(f) relaxamento da prisão em flagrante; (g) liberdade provisória (todos com alvará de soltura) 
E) parte final (local, data, advogado e OAB) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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A) EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR DESEMBARGADOR PRESIDENTE DO EGRÉGIO TRIBUNAL 
DE JUSTIÇA DO ESTADO .......(SE A AUTORIDADE COATORA FOR JUIZ DE DIREITO ESTADUAL, 
POR EXEMPLO) 
B) EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR DESEMBARGADOR FEDERAL PRESIDENTE DO EGRÉGIO 
TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA .......REGIÃO (SE A AUTORIDADE COATORA FOR JUIZ 
FEDERAL, POR EXEMPLO) 
7 a 10 linhas 
FULANO DE TAL (nome e qualificação), advogado inscrito na Ordem dos 
Advogados do Brasil sob o nº...., com endereço profissional ....., vem, respeitosamente, à presença de Vossa 
Excelência impetrar HABEAS CORPUS, com base no artigo 5º, inciso LXVIII, da CF/88, combinado com 
o artigo 647 e 648, inciso __, do Código de Processo Penal, contra ato do BELTRANO DE TAL 
(autoridade coatora), em favor de CICLANO DE TAL (nome do paciente), nacionalidade, estado civil, 
profissão, RG..., pelos fatos e fundamentos jurídicos a seguir expostos: 
I) DOS FATOS 
II) DO DIREITO 
1ª parágrafo: apontar a tese 
2º parágrafo: fundamentar a tese 
OBS: os fundamentos de mérito do HC encontram-se, invariavelmente, no artigo 648 do CPP. 
III) DO PEDIDO 
Ante o exposto, o impetrante requer a concessão da ordem de habeas corpus, para 
o fim de 
* Trancamento do inquérito policial ou ação penal (por falta de justa causa) 
* extinção da punibilidade 
* nulidade 
* revogação da prisão preventiva, com expedição do alvará de soltura 
* relaxamento da prisão em flagrante, com expedição do alvará de soltura 
* concessão de liberdade provisória, com expedição do alvará de soltura 
Local... e data... 
______________________ 
ADVOGADO... 
OAB... 
 
 
 
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PEÇA RESOLVIDA: HABEAS CORPUS - ADAPTADA DA QUESTÃO 3 XV EXAME 
A Receita Federal identificou que Raquel possivelmente sonegou Imposto sobre a Renda, causando prejuízo 
ao erário no valor de R$27.000,00 (vinte e sete mil reais). Foi instaurado, então, procedimento administrativo, 
não havendo, até o presente momento, lançamento definitivo do crédito tributário. Ao mesmo tempo, a Receita 
Federal expediu ofício informando tais fatos ao Ministério Público Federal, que, considerando a autonomia das 
instâncias, ofereceu denúncia em face de Raquel pela prática do crime previsto no Art. 1º, inciso I, da Lei nº 
8.137/90. Assustada com a ratificação do recebimento da denúncia após a apresentação de resposta à 
acusação pela Defensoria Pública, Raquel contrata Wilson para, na condição de advogado, tomar as medidas 
cabíveis. Com base somente nas informações de que dispõe e nas que podem ser inferidas pelo caso concreto 
acima, redija a peça cabível, excluindo a possibilidade de impetração de Habeas Corpus, sustentando, para 
tanto, as teses jurídicas pertinentes. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR DESEMBARGADOR FEDERAL PRESIDENTE DO EGRÉGIO TRIBUNAL 
REGIONAL FEDERAL DA ......REGIÃO 
 
 
 
 
 
 
WILSON, nacionalidade, estado civil, advogado inscrito na Ordem dos Advogados do Brasil sob 
o nº...., com endereço profissional ...., vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência impetrar 
HABEAS CORPUS, com pedido liminar, com base no artigo 5º, inciso LXVIII, da CF/88, combinado 
com os artigos 647 e artigo 648, inciso I, do Código de Processo Penal, contra ato do Juiz Federal 
da Seção Judiciária de...., em favor de RAQUEL, nacionalidade, estado civil, RG..., CPF..., pelos fatos e 
fundamentos jurídicos a seguir expostos 
I) DOS FATOS 
O Ministério Público Federal ofereceu denúncia em face de Raquel pela prática do crime previsto 
no Art. 1º, inciso I, da Lei nº 8.137/90. 
Foi ratificado o recebimento da denúncia após a apresentação de resposta à acusação pela 
Defensoria Pública. 
II) DO DIREITO 
A paciente foi denunciada pela prática do delito previsto no artigo 1º, inciso I, da Lei nº 8.137/90, 
sendo o recebimento da denúncia ratificado pela autoridade coatora. Todavia, o fato praticado por Raquel é 
atípico porque não houve o efetivo lançamento definitivo do crédito tributário, nos termos do que dispõe a 
Súmula Vinculante nº 24 do STF. 
Assim, não há justa causa para ação penal, pois o fato atribuído à paciente é atípico. 
Logo, verifica-se flagrante constrangimento ilegal a à liberdade de locomoção de Raquel, razão 
pela qual o trancamento da ação penal é medida que se impõe. 
III) DO PEDIDO 
Ante o exposto, o impetrante requer: 
a) seja expedido ofício à autoridade coatora, a fim de que preste informações; 
b) seja intimado o Ilustre Representante do Ministério Público Federal; 
 
 
 
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39 
 
c) a concessão da ordem de habeas corpus, para o fim de que seja trancada a ação penal, nos 
termos do artigo 648, inciso I, do Código de Processo Penal. 
 
Local... e data... 
______________________ 
ADVOGADO... 
OAB... 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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40 
 
2) RECURSO ORDINÁRIO CONSTITUCIONAL 
 
2.1) CONCEITO 
Trata-se de recurso destinado a impugnar decisão denegatória de mandado de 
segurança, mandado de injunção, habeas data e habeas corpus, decididos em única ou última instância, 
interposto no STJ ou STF, conforme a matéria e o tribunal que profere a decisão recorrida. 
Diferentemente do recurso especial e extraordinário, o recurso ordinário não exige 
prequestionamento para ser conhecido. 
 
2.2) BASE LEGAL 
 
 
 
 
 
 
 
 
2.3) IDENTIFICAÇÃO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Base Legal: art. 102, inciso II, alínea “a”, CF 
Base legal: art. 105, inciso II, alínea “a”, CF 
STF 
STJ 
PEÇA: 
 RECURSO ORDINÁRIO 
CONSTITUCIONAL 
PALAVRA MÁGICA: 
DENEGATÓRIA DE HC 
PAROU! 
PEDIU PRA PARAR 
 
 
 
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41 
 
2.4) CABIMENTO EM MATÉRIA PENAL 
 
I) NO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL 
 
a) Decisão denegatória de habeas corpus e de mandado de segurança decididas em única 
instância pelos Tribunais Superiores (art.

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