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Energia solar: Uma alternativa para as cidades? Para a arquitetura? SEU DIÂMETRO É 109 VEZES MAIOR QUE O DA TERRA SÓ ELE CONCENTRA 98% DA MASSA TOTAL DO SISTEMA SOLAR SUA TEMPERATURA SUPERFICIAL É DE ~ 6.000 oC A distância média da Terra ao Sol é de 150 milhões de km A radiação solar fornece anualmente para a atmosfera terrestre 1,5 x 1018 kWh de energia A quantidade de energia solar (CALOR) que chega, por unidade de tempo e por unidade de área, a uma superfície perpendicular aos raios solares, à distância média Terra-Sol, se chama constante solar, e vale : 1367 w / m2 Esse valor da constante solar é medido por satélites logo acima da atmosfera terrestre. Hoje, poluição planetária, aquecimento global, escassez dos combustíveis fósseis, crises econômicas nos orientam para a busca de alternativas energéticas menos agressivas e mais duradouras. Comercial de energia solar EUA Há muito tempo aprendemos a utilizar a energia recebida do sol. ALGUNS USOS MAIS COMUNS: Arquimedes (287 a.C. - 212 a.C.) Secador de cabelo solar Carelman – Catalogue d´objets introuvables HOMEM SOL E ARQUITETURA Aristarco de Samos (310-230 a.c.) A primeira hipótese da rotação da Terra em torno do Sol. Ruinas de Chankillo, Perú Assentamento Anasazi Colorado, EUA Bar-sur-Loup Fr Bonifacio Córsega Bonifacio Córsega Auribeau-sur-Siagne Fr Auribeau-sur-Siagne - Fr Positano It Energia e consumo Em 2003 o planeta teve um consumo de energia de 10.579 Mtep Com instalações fotovoltaicas instaladas em cada um dos pontos indicados no mapa, poderiam ser produzidos 13.567 Mtep ao ano. Em 2003 o planeta teve um consumo de energia de 10.579 Mtep Com centrais elétricas solares instaladas em cada um dos pontos indicados no mapa a seguir, poderiam ser produzidos 3.567 Mtep ao ano. AQUECEDORES DE ÁGUA SOLARES De acordo com um levantamento da DASOL (Departamento Nacional de Aquecimento Solar da Associação Brasileira de Refrigeração, Ar condicionado, Ventilação e Aquecimento – ABRAVA), cada 1 m2 de coletor instalado permite os seguintes benefícios para o meio ambiente: • Evitar a inundação de 56 m2 para geração de energia elétrica; • Economizar 66 litros de diesel por ano; • Economizar 55 kg de gás de cozinha por ano; • Evitar o uso de usinas termo elétricas e de energia nuclear; • Economizar 73 litros de gasolina por ano; • Eliminar a queima de 220 kg de lenha por ano; • Proporcionar a economia com gasto de energia elétrica. CENTRAIS SOLARES Central Solar de Odeillo – Font Romeu, França Em funcionamento desde 1970 Solar Tower, Austrália. Projeto de estação térmica de 1Km de altura. Geração de 200 Megawatts Na terra do Sol “ O sol batendo no solo do Brasil equivale por dia à energia gerada em 24 horas por 320.000 usinas hidrelétricas de Itaipu.” J.W.Bautista Vidal – O Poder dos Trópicos Matriz energética brasileira. Fonte: Pereira, Ennio B. p.9 Cidade consomem 40% De toda a energia elétrica produzida O aproveitamento da energia solar nas cidades surge com a perspectiva de economia no consumo de energia elétrica. LEIS DE ENERGIA SOLAR em municípios brasileiros contemplam principalmente o aquecimento de água para uso doméstico. 2007 / 2008 Sócrates explicou que, nas casas orientadas para o sul, os raios do sol penetravam durante o inverno enquanto que, nos meses de verão eram barrados pelos pórticos. Citado por Xenofonte (431 – 355 a.C.) em Memorabilia, Livro III, cap. VIII, Reconstituição de uma casa grega da cidade de Priene Propaganda para o CLIMAX, primeiro aquecedor solar comercial, patenteado em 1891, EUA. Quanto ao aproveitamento da energia solar, para aquecimento de água ou dos ambientes construídos, nada de novo no front... Propaganda dos aquecedores solares climax – Anos 1890, EUA Residência com aquecedor solar em Pasadena, Califórnia, 1911 Nada mesmo... Horace Bénédicte de Saussure, naturalista e geólogo suíço (1740-1799) inventou, em 1767, o primeiro coletor solar plano para aquecimento de água, que ele apelida de “caixa quente” FOTOVOLTAICOS Já, o efeito fotovoltaico foi descoberto pela primeira vez em 1839 por Edmond Becquerel e as primeiras células fotoelétricas foram construídas a partir de 1883, por Charles Fritts. Sua aplicação realmente se difundiu a partir da década de 1950. A empresa japonesa KYOSEMI, em Kyoto, desenvolveu uma célula solar esférica com uma eficiência de 20%. Célula solar, feita de silício poli-cristalino Célula solar fotovoltaicas desenvolvida pela AIST A empresa japonesa Nihon Sistemas de Telecomunicações desenvolve vidros com células fotovoltaicas integradas, por ora capazes de alimentar um computador e carregar o seu telefone celular. Sol, energia e leis A Lei no 14.459, de 3 de julho de 2007, decorrente do projeto de Lei no 313/06, é um acréscimo a Lei no 11.228, de 25 de junho de 1992: o Código de Obras e Edificações do Município de São Paulo atualmente em vigor. Trata do uso da energia solar (calor) e dispõe sobre as instalações de sistemas de aquecimento de água por meio do aproveitamento da energia solar, nas edificações novas no Município de São Paulo, destinadas às categorias de uso residencial e não-residencial. O Decreto nº 49.148, de 21 de janeiro de 2008, completa, com algumas alterações, e regulamenta a lei anterior. O sol e a lei Textos de autoria do jurisconsulto romano Domitius Ulpianus, durante o império de Alexandre Severus (século III d.C.) tratam do direito à luz do sol. Tão notável foram as sentenças proferidas por Ulpianus ao proibir a construção de edifícios que sombreassem heliocamini existentes que leis garantindo o direito à luz do sol foram introduzidas, quatro séculos depois, nos Códigos Justinianos. Obs. A maior parte do Corpus Júris Civilis romano foi extraída dos escritos de Ulpianus. O Código Justiniano (Nouus Iustinianus Codex, Bizâncio, 534 A.D.) continha leis que protegiam o direito à luz do sol, garantindo que os Heliocamini e edifícios públicos, principalmente, não fossem prejudicados pela sombra de novas edificações vizinhas. Heliocaminus Gravuras de Giovani Batista Piranesi (1720 – 1778) representando ruínas na Roma do século XVIII. Relógio de Augustus 30 d.C. Roma SÉCULO XXI E hoje ? O código de obras Arthur Saboya Lei no 3.427 de 19 de Novembro de 1929 Capítulo III, parágrafo 1 - Insolação Art. 152 – Nenhuma edificação poderá ser executada desde que as paredes erguidas na linha divisória prejudiquem a insolação legal dessas áreas comuns dos prédios vizinhos já edificados. (NETTO, 1947, p.48) A altura máxima dos prédios é condicionada à largura da rua Width of street < 9 m a = 63, 43º 9 m < Width of street < 12 m a = 68,19º 12 m < Width of street a = 71, 56º O código atual Lei nº 11.228, de 25 de Junho de 1992 A altura dos edifícios decorre de cálculos da taxa de ocupação e do coeficiente de aproveitamento do lote. Os recuos são fixos. 1960’ 2000’ Lei e Decreto determinam a obrigatoriedade de instalação de Sistema de Aquecimento Solar (SAS) em todo projeto, residencial ou não, com mais de 3 banheiros. Piscinas aquecidas, novas ou existentes deverão instalar SAS. A aplicação da lei poderá acarretar uma economia de até 40% no consumo de energia elétrica doméstico. A Lei da energia solar em São Paulo X O VILÃO A REDENÇÃO Efeito imediato esperado Aquecedor de água solarPara água quente, a solução é simples: Aquecedor de água solar Ousada, arrojada, sofisticada ? Painéis aquecedores de água Ou painéis fotovoltaicos A médio e longo prazo, no Brasil, pode-se prever a produção doméstica de eletricidade. Adaptados às coberturas O futuro ? Transformando a paisagem... Desenho de Luciano Dutra in Eficiência energética na arquitetura de Roberto Lamberts e Fernando O.R. Pereira, 1997 Ceci n’est pas une pipe... E quanto à arquitetura? Na arquitetura, estamos interessados em conhecer a quantidade de energia por unidade de área e por unidade de tempo que chega em um determinado lugar da superfície da Terra, que chamamos insolação do lugar. A insolação varia de acordo com o lugar, com a hora do dia e com a época do ano. LUZ E CALOR DO SOL PODEM SER APROVEITADOS EM ARQUITETURA DE MANEIRA: * DIRETA (SISTEMAS PASSIVOS), OU * INDIRETA (SISTEMAS ATIVOS) TRANSFORMANDO A RADIAÇÃO INCIDENTE EM FORMA DE ENERGIA UTILIZÁVEL . A QUANTIDADE DE ENERGIA APROVEITÁVEL DEPENDE: * DA EFICIÊNCIA DOS SISTEMAS, * DA ÁREA DE CAPTAÇÃO, * DO ÂNGULO DE INCIDÊNCIA DOS RAIOS SOLARES. A EFICIÊNCIA DOS SISTEMAS PASSIVOS, NA ARQUITETURA, DEPENDE: * DA RELAÇÃO ENTRE O VOLUME INTERNO E AS ÁREAS DE CAPTAÇÃO. ASSIM, A FORMA, A ORIENTAÇÃO E A DISPOSIÇÃO NO TERRENO DOS EDIFÍCIOS DESTINADOS A UTILIZAR A ENERGIA SOLAR DEPENDEM: * DE SUAS RELAÇÕES COM AS TRAJETÓRIAS APARENTES DO SOL, * DA RELAÇÃO ENTRE EFICIÊNCIA E ÁREA DE CAPTAÇÃO, E * DA RELAÇÃO ENTRE O VOLUME INTERNO E AS ÁREAS DAS ENVOLTÓRIAS. BRASÍLIA, 1960’ Paulo Mendes da Rocha Affonso Eduardo Reidy Vilanova Artigas Carlos Barjas Millán – Casa D’Elboux 1960 SP Arquitetura e direito ao sol Lelé Oscar Niemeyer Eduardo Affonso Reidy Zanetini Guilherme Motta Candi Hirano Le Corbusier Frank Lloyd Wright Falling water Sol e design Carregador de i-pod e celulares design de Vivien Muller Lanterna solar Luminária “Corona” para jardins - design por Shane Kohatsu e Emi Fujita, Japão Avião solar ‘Impulse’ 2008 Dassault Aviation, l’Agence Spatiale Européenne et l’Ecole Polytechnique Fédérale de Lausanne Aeronave solar Helios - NASA Reino Unido Emirados Árabes Brasil L’Anémelectroréculpédalicoupeventombroparacloucycle - 1890 Bicicleta solar - 2005 Energia solar e edificações Outro caminho Vilarejo, Alemanha, ‘2000 SOLARSIEDLUNG Conjunto habitacional, Freiburg, Alemanha Incorporar, adaptar, disfarçar....? Casa solar passiva em Salzburg Aus., 1980: Eng. Heinz Eggert CasaS em Freiburg, Alemanha, 1980 ATIVO Casa de adobe no Novo México EUA OU PASSIVO Um caminho possível Casa de Steve Baer, Corrales, New Mexico, EUA, 1971. Uma arquitetura solar? Exemplos de parede Trombe Esquema de funcionamento de uma parede Trombe Quebra-capta sol Projeto: Arq. Boris Villén O “Nautilus Earthship”, em Taos, Novo México, 1996. Arquiteto: Michael Schirber Redesenhar... Prefeitura de Gifu, Japão: O “Solar Ark” da Sanyo 5,046 painéis solares, podem produzir 530,000 kWh ao ano Casa solar da Universidade de Michigan, EUA, 2007 Robert Ramey Harry Giles Complexo habitacional construído na Alemanha. Totalmente fechado a vidro e painéis solares. O complexo cobre cerca de 11.500 m2. Todo este vidro cria um microclima interno agradável. Os painéis solares integrados no telhado e nas paredes têm uma capacidade de 1 megawatt, produzindo cerca de 650.000 kWh de energia por ano, mesmo sob os céus cinzentos da Alemanha, ou seja, produzem o dobro da energia que necessita o complexo. Casa solar rotativa “Heliotrop” Freiburg, Ale Arquiteto: Rolf Dish, 2007 Stade de Suisse Wankdorf Luscher, Schwaar e Rebmann arquitetos Berna, Suíça, 2008 12.000 m2 de cobertura, 7.000 painéis fotovoltaicos de silício policristalino, fabricados pela empresa japonesa Kyocera, com rendimento de 15%. Potência máxima: 1.300 K Estimativa de produção anual: 1.200.000 kWh Suficiente para alimentar 400 lares em energia elétrica. EDIFÍCIO MASDAR - MASDAR CITY - ABU DABI Emirados Árabes Unidos 2008 – 2016 Projetado por Adrian Smith + Gordon Gill Um edifício multifuncional que produzirá mais energia do que consumirá. Complexo multi-funcional para Singapura Foster & Partners, 2008 O FUTURO Brincando com o sol Projeto para 6 casas solares Roland Mösl Ale, 1992 Projeto para a nova sede da BMW em Munique, construída em aço, vidro e painéis solares. Projeto : Coop Himmelblau O Sol é o limite... Conclusões O pleno aproveitamento da energia solar em edificações e nas cidades requer : - a revisão da legislação vigente (Código civil, Códigos de obras e edificações e Constituição); - mudanças de posturas e estratégias de projeto; - mudanças de hábitos no uso dos espaços edificados. Conclusões É de se esperar que adoção sistemática da energia solar como fonte alternativa de energia acarretará mudanças na forma das edificações (desenho das envoltórias) e no desenho urbano. Are those solutions sustainable? Homenagem ao Prof. Arq. Dr. LADISLAO SZABO (in memoriam) REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS (1) AGENDA ELETRICA SUSTENTAVEL 2020 – Estudo de cenários para um setor elétrico brasileiro eficiente, seguro e competitivo. WWF Brasil, Série técnica, Volume XII, Brasília, 2006. ALTERNATIVAS ENERGETICAS PARA O BRASIL : texto de apoio - Brasília, DF : Editora da Universidade de Brasília, 1978. Preparado para o "Encontro da UnB" realizado pelo Decanato de Extensão no período de 30 de maio a 2 de junho de 1978. Exemplares na biblioteca FAU. CÓDIGO DE OBRAS E EDIFICAÇÕES do Município de São Paulo. Lei nº 11.228, de 25 de Junho de 1992, Prefeitura do Município de São Paulo. http://plantasonline.prefeitura.sp.gov.br/legislacao/lei_int.php?id=1040. NETTO, Gabriel Ayres – Código de Obras “Arthur Saboya”. Edições LEP ltda. São Paulo. Edição de 1947. CONGRESSO BRASILEIRO DE ENERGIA (10. : 2004 : Rio de Janeiro) - A universalização do acesso à energia : anais do X Congresso Brasileiro de Energia – CBE. Rio de Janeiro : COPPE/UFRJ, 2004. 4 v. DIÁRIO OFICIAL da Cidade de São Paulo Nº 121, 4 de julho de 2007 - LEI Nº 14.459, DE 3 DE JULHO DE 2007 - (Projeto de Lei nº 313/06, do Vereador Russomanno - PP) DIÁRIO OFICIAL da Cidade de São Paulo Nº 14– DOM de 22/01/08: DECRETO Nº 9.148, DE 21 DE JANEIRO DE 2008 GALIANO, Luis Fernandez – Fire and Memory - MIT Press. Cambridge, Massachussets, 2000. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS (2) GOLDEMBERG, José, COELHO, Suani Teixeira & REI, Fernando - Brazilian energy matrix and sustainable development. 2002, p.55-59. Energy for Sustainable Development, v.6, n.4, p. 55-59, Dec.2002. ARTIGO DE PERIODICO. Exemplares na biblioteca IEE. JANNUZZI, Gilberto de Martino - Políticas públicas para eficiência energética e energia renovável no novo contexto de mercado : uma análise da experiência recente dos EUA e do Brasil . Campinas : Autores Associados, 2000 NUTAU – As Energias renováveis no Novo Milênio. X congresso Ibero-Americano de Energia Solar e V congresso Ibero-Americano de Energia Solar. FAU/USP, São Paulo, 1999. VASCONCELLOS, Gilberto Felisberto & VIDAL, J.W.Bautista – Poder dos trópicos : meditação sobre a alienação energética na cultura brasileira São Paulo : casa amarela, 2004. ROLNIK, Raquel – A cidade e a lei, legislação, política urbana e territórios na cidade de São Paulo. 3a edição. São Paulo : StudioNobel, 1997. Documentário : L´ÉNERGIE SOLAIRE – Complément Terre : une émission consacrée à l’environnement et au développement durable, s/data (+ou- 2006, 2007), França. Pesquisas na internet 27/09/2008 Digitando a palavra “fotovoltaico” (em português), o Google aponta 1.960.000 resultados Digitando a palavra “photovoltaic” (em inglês), o Google aponta 7.070.000 resultados Digitando as palavras “solar architecture” (em inglês), o Google aponta 446.000 resultados e 488.000 imagens Obrigado Prof. Msc. Dominique Fretin São Paulo, maio de 2008
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