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143 MACIEL SERRA - ATHENEU - 2“ PROVA - 23/10/03 - PETRODADOS Infecçªo 3 P A R T E 144 MACIEL SERRA - ATHENEU - 2“ PROVA - 23/10/03 - PETRODADOS 145 MACIEL SERRA - ATHENEU - 2“ PROVA - 23/10/03 - PETRODADOS 23 C A P ˝ T U L O DØbora Cristina Sanches Pinto Adriane Dore Marques Aspectos Imunológicos das Queimaduras Introduçªo A infecção ainda é considerada a maior causa de mor- bimortalidade conhecida no paciente grande queimado que sobrevive à fase inicial do choque hipovolêmico4. A maio- ria das mortes é atribuída à sepse, sendo a escara a fonte mais freqüente de infecção, pois a perda da barreira normal da pele permite um crescimento bacteriano maciço. Uma variedade ampla de microrganismos pode colonizar a área queimada, proliferando na espessura da escara, progredin- do em profundidade, invadindo o tecido viável subjacen- te e, assim, iniciando os eventos fisiopatológicos da infecção sistêmica19,22,25. Os microrganismos mais freqüentemente isolados em escaras contaminadas são: Staphylococcus aureus e Pseudo- monas aeruginosa, seguidos pelas enterobactérias, tais como a Klebsiella spp.., Enterobactéria spp., Providentia spp., Serratia spp. e Proteus spp. As micoses oportunistas, espe- cialmente aquelas causadas pela Candida spp., estão freqüen- temente associadas ao tratamento prolongado, com antibió- ticos de amplo espectro8,9,16,22,24,39. A prevenção e o tratamento da sepse no paciente gran- de queimado inclui aspectos multifatoriais, tais como o des- bridamento da escara ou a excisão cirúrgica precoce, o uso de antimicrobianos tópicos e sistêmicos e a moderna tecnologia das unidades específicas de terapia intensiva. Graças a todos esses fatores, temos cada vez mais possibilidades de retardar o óbito do grande queimado, embora ainda não tenhamos al- cançado o principal objetivo que é reduzir significativamen- te a taxa de mortalidade tardia. É com este intuito que se busca, cada vez mais, o melhor entendimento e compreensão das alterações imunológicas decorrentes da queimadura, posto que é nesta área que pes- quisadores do mundo inteiro vêm encontrando respostas para as causas de óbito tardio. É fundamental que haja uma resposta imunológica eficaz para a destruição de microrganismos invasores, tais como bactérias, fungos, vírus e parasitas. Anatomicamente, a primei- ra barreira contra a invasão bacteriana é a pele (ver capítulo “imunologia da pele”). Pesquisas foram sendo desenvolvidas de forma a tentar esclarecer quais as conseqüências do trauma térmico sobre a pele. Muitas das respostas encontradas estão intimamente relacionadas às alterações imunológicas desencadeadas pela queimadura. O conceito prevalecente na época da II Guerra Mundial, de que havia uma toxina induzida pela queimadura, levou al- guns pesquisadores a procurar substâncias tóxicas em ani- mais queimados experimentalmente. Prinzmetal (1944) demonstrou que havia dois mecanismos capazes de produzir o choque no paciente queimado, realizan- do experimentos em ratos, com variação da temperatura e tem- po de exposição ao calor. Evidenciou que além de perda de lí- quidos havia algum outro fator determinante, até então des- conhecido. As pesquisas subseqüentes levaram à descoberta de uma toxina proveniente da escara, uma lipoproteína de alto peso molecular9,35, denominada complexo lipoprotéico (LPC), cujo precursor (atóxico) é também encontrado na pele nor- mal. A ação do LPC nos pacientes queimados apresenta correlação direta com a falência imunológica31. Isto deixou bastante clara a necessidade de diferenciarmos os efeitos agudos do estágio inicial das queimaduras (primeiras 48h), podendo ocasionar o choque e um efeito tardio, que explica certos sintomas da chamada “doença do queimado”, oca- sionando a morte em estágios posteriores. A partir daí, o alvo das pesquisas objetivou encontrar meios de neutralizar este complexo tóxico. Sabe-se que a excisão precoce das escaras (dentro das primeiras 72 até 96h horas)11 está correlacionada a maiores ta- xas de sobrevida6,11,13,14,34,37. Existem, contudo, inúmeras difi- culdades em atuar a este nível, antes do quarto dia pós-quei- madura, devido à instabilidade hemodinâmica do paciente queimado e o conseqüente risco cirúrgico. Por esse motivo, passou-se a procurar alternativas menos invasivas, para im- pedir a ação da toxina. Sabe-se que a toxina proveniente da escara induz sintomas nos ratos, que são diferentes daque- les causados pelas endotoxinas5, mostrando que a mesma não está relacionada às toxinas bacterianas2. Para o tratamento do grande queimado estabeleceu-se, então, a necessidade de atuar de maneira mais ampla. Além do tratamento inicial do choque hipovolêmico e do combate à infecção, deve-se procurar realizar a escarectomia precoce, com cobertura imediata, e empregar agentes capazes de neu- tralizar o LPC18. 146 MACIEL SERRA - ATHENEU - 2“ PROVA - 23/10/03 - PETRODADOS Resposta Imunológica do Grande Queimado Apesar de haver dados significativos quanto ao benefício da escarectomia precoce, não é possível realizá-la em grande número de pacientes devido às limitações clínicas dos mes- mos e aos riscos do procedimento, em especial nos primeiros dias após o trauma térmico. A partir de estudos em ratos, referentes à toxicidade da pele queimada em contato com grandes superfícies absorven- tes (peritônio), isolou-se um princípio tóxico1, identificado mais tarde como um complexo tóxico lipoprotéico de alto peso molecular, apresentando seis diferentes subunidades polipep- tídicas, de peso molecular entre 40.000 e 160.000 Da33. Qua- renta por cento desse peso se deve aos lipídeos. O peso mo- lecular do complexo todo atinge 3.000.000 Da33. Este princípio tóxico é formado a partir de um precursor atóxico, de peso molecular de 1.000.000 Da, encontrado na pele normal. O composto atóxico apresenta composição de aminoácidos idêntica à do complexo tóxico33. Os dados obti- dos mostram que o trauma térmico induz à formação de um complexo lipoprotéico, a partir de lipoproteínas naturais da pele, e que a polimerização do complexo adquire propriedades tóxicas recebendo, então, a denominação de LPC. O LPC apresenta efeito significativo no sistema imunoló- gico, levando-o à falência. O paciente queimado apresenta um quadro denominado Resposta Inflamatória Sistêmica (SIR), caracterizado pela produção inadequada de citocinas, o que leva à ruptura da homeostase imunológica. Sabe-se que a Resposta Inflamatória Sistêmica é muito semelhante à sepse. Este conceito vem sendo desenvolvido nas últimas décadas, desde que se observou que o tecido desvitalizado pode, por si só, iniciar e perpetuar a mediação da resposta imunológi- ca. Alguns estudos mostram que, em pacientes apresentan- do sinais clínicos aparentes de sepse, não foram detectadas bactérias em cerca de mais de 50% dos casos7. Os linfócitos LTh, caracterizados pelo marcador CD4+, têm papel fundamental na resposta imunológica, pois além de es- tarem envolvidos no reconhecimento de antígenos, através do seu receptor de membrana, secretam IL2, que estimula os LB e LT, no que diz respeito à sua clonagem. Sabendo-se que linfócitos colhidos de pacientes queima- dos produzem IL2 abaixo do normal41 e linfócitos colhidos de pacientes que foram a óbito apresentam produção de IL2 ain- da mais baixa41,foi estabelecida relação quantitativa entre a mortalidade e a falência do LTh, bem como entre a extensão da área queimada e a falência dos linfócitos T12. Com a diminuição da produção de IL2, os LT não podem maturar e se desenvolver, e a expressão do receptor de inter- leucina 2 (IL2R) atinge seu menor índice ao redor do décimo ao décimo quarto dia pós-queimadura, chegando a 50% de seu valor normal nos pacientes que sobrevivem e a 5% de seu valor normal nos pacientes que vão a óbito38. Fica, por- tanto, determinada a importante correlação entrea expressão de IL2R e o prognóstico do paciente38. O LPC é um ativador da produção de IL2, sem apresentar, contudo, atividade concomitante de gatilho para a produção de linfócitos. Desta forma, ocorre uma desregulação da imu- nidade celular. O tipo de alteração imunológica que é desencadeado pela queimadura parece ser, portanto, a inabilidade das células T para responder positivamente a um sinal secundário subse- qüente à ativação inicial. É provável que a produção de IL2, que se segue à estimulação antigênica, leve à proliferação ce- lular, enquanto que a mesma produção, antes da exposição antigênica, leve à morte celular. A IL2 predispõe as células T a apoptose (morte celular mediada por receptor), levando- as a um estágio vulnerável no seu ciclo de vida, de forma que, a um novo encontro com um ativador, sua morte seja induzida19. Isto pode ser observado, quando se usa o LPC como ativador em culturas celulares. Conforme se procede ao aumento sucessivo de concentração de LPC, o cresci- mento de células dependentes de IL2 é inibido30,31. Em con- traste a isso, as endotoxinas bacterianas não mostram o mes- mo efeito inibitório31. Portanto, é um agente não-bacteriano e específico da queimadura que confunde o sinal de transdução do antígeno de superfície das células T para o gatilho da secreção de IL2 interrompendo, assim, a proliferação das mesmas. Destas ob- servações vem o conceito de anergia, e esta interrupção das funções celulares dependentes do LT, que ocorre após a quei- madura, deve-se à ativação de morte celular induzida (AICD). A apoptose foi observada, in vivo, em linfonodos que drenam a área queimada17,3. A falência da ativação dos LT é acompa- nhada da fragmentação de DNA, um marcador da morte ce- lular por apoptose39. É sabido que o aumento de temperatura nos organismos vivos leva à indução rápida da produção das chamadas pro- teínas do choque térmico (HSP), ou seja, proteínas que per- tencem a famílias designadas pelo seu peso molecular rela- tivo. As HSP são um grupo de proteínas encontrado em todos os organismos. A síntese aumentada destas proteínas ocor- re em resposta a numerosos estresses ambientais, tais como mudanças de temperatura (daí o nome proteínas do choque térmico), inflamação, febre, radiação e infecção bacteriana; são também conhecidas como “proteínas de estresse”. O aumento de HSP também é encontrado após a ativação de LT. A indu- ção de sua produção a partir do estresse é bastante rápida (15 minutos), mas as HSPs também podem ser normalmente ex- pressadas em baixos níveis, desempenhando papel na manu- tenção da função celular3, auxiliando a prevenção de intera- ções inapropriadas de cadeias polipeptídicas, bem como ser- vindo de transporte de novos polipeptídios sintetizados ao seu local correto na célula. As HSPs atuam em nível mitocon- drial, apresentando grande afinidade por sítios específicos do ATP (trifosfato de adenosina). Sabe-se, ainda, que os antígenos peptídicos não se ligam ao TCR, mas necessitam associar-se às moléculas do MHC, na superfície de uma célula apresentadora de antígeno, fican- do ligadas a estas quase irreversivelmente. Existem, no entan- to, proteínas facilitadoras da ligação e desprendimento do antígeno em relação ao MHC, as quais são também identifi- cadas como HSP. Isto ocorre nas células normais, mas fica prejudicado no trauma térmico, ou seja, os agregados, prima- riamente formados, tornam-se altamente estáveis. As famílias de HSP parecem estar envolvidas em interação transitórias proteína-proteína, envolvendo eventuais altera- ções de composição estrutural das mesmas, todas dependen- tes de ATP. Estas atividades permitem a aquisição temporá- ria de resistência ao calor, ou seja, a exposição celular ao ca- lor subletal e o posterior retorno à temperatura normal resul- tam em resistência adquirida para um evento similar subse- qüente. No trauma térmico severo, no entanto, não há pré- condicionamento para a tolerância térmica e o dano primário permanece, ainda que se recupere a temperatura normal. Isto ocorre, possivelmente, porque as HSPs não apresentam seu funcionamento habitual devido a uma desnaturação protéica muito rápida. 147 MACIEL SERRA - ATHENEU - 2“ PROVA - 23/10/03 - PETRODADOS Sugere-se, também, a presença de HSP no LPC, dada sua capacidade de transporte de proteínas, através das membra- nas e afinidade pelo ATP. Isto explicaria a afinidade do LPC por membranas celulares e suas conseqüências, tais como a fragilidade osmótica das hemácias3. A molécula específica, produzida no trauma térmico (LPC), toma parte na morte celular de células dependentes da IL2, de forma dose-dependente, podendo levar à indução de morte celular em todo o organismo. Outro mecanismo de lesão encontrado no trauma térmico se deve à auto-imunidade. As células T, na pele, são as me- diadoras da vigilância imunológica. (Apresentam, contudo, limitação de mobilidade, entrando em contato apenas com os queratinócitos que as circundam. Agentes agressores que induzem a produção de IL1 pelos queratinócitos também in- duzem as HSPs, expressas na membrana, em associação com os antígenos normais do MHC15. O aumento da produção das HSPs é tanto maior quanto maior for o trauma. Nas quei- maduras, este material antigênico, produzido a partir do trau- ma térmico, entra na circulação, desencadeando a resposta imunológica.) As HSPs normalmente expressas apresentam seqüência de aminoácidos homólogos com a de alguns microrganismos, sendo ao mesmo tempo reconhecidas como antígenos pró- prios (self) ou não próprios (non-self). O LPC parece ser um complexo onde as HSPs estão justapostas às moléculas do MHC e às proteínas do TCR, criando várias combinações de forma a promover a ativação de LT e a produção de IL230, a ativação de macrófagos e a produção de IL122 e a AICD de células dependentes de IL231. Todos estes eventos culminam com o desenvolvimento de uma cascata de citocinas total- mente alterada, caracterizando o SIR, não requerendo qualquer ação bacteriana para ser desencadeado. Há elementos que podem agir de forma semelhante ao LPC, conhecidos como “superantígenos”. São eles as enterotoxinas que se ligam às moléculas do MHC de classe II e à cadeia b do TCR estimulando as células T 23. São inca- pazes de inibir a apresentação de antígenos peptídicos ao TCR. Esses elementos, compreendendo um grande grupo de toxinas produzidas pelos Staphylococcus, Streptococcus e Mycoplasma são específicos dos processos infecciosos e não do trauma térmico. Podem eles, como o LPC, induzir à apop- tose, estimular a produção de IL1, IL2, ativar macrófagos e le- var à anergia. Estes eventos, contudo, só ocorrem na presen- ça de manifestação infecciosa, ao contrário do que ocorre com o LPC, que é também isolado da pele queimada de ratos germ free33, sendo específico do trauma térmico e fundamental para a morte celular. Endotoxinas As endotoxinas comuns não têm efeito na produção ce- lular de células dependentes da IL228. Em estudos de casos nos quais a morte pós-trauma térmico foi atribuída à sepse, não se detectou presença de bactérias em cerca de 50% dos pacientes7. O uso de Polimixina B intravenosa em humanos não melhora a função das células T20, porém reduz a incidên- cia de endotoxinemia de 40 para 8%, sem redução correspon- dente de taxa de mortalidade20. Parece, portanto, que a endotoxinemia presente após o trauma térmico tem importância menos relevante do que se acreditava no passado, e o elemento específico do trauma tér- mico, o LPC, possivelmente constituído de HSP, está grande- mente envolvido com a falência imune associada à queimadu- ra grave, sendo muito mais imunossupressor do que as endo- toxinas bacterianas. Escarectomia Química No intuito de encontrar uma alternativa de neutralização do LPC descobriu-se que o metal terra-rara de número atômi- co 58, chamado cério, apresentaafinidade pelo LPC, minimi- zando sua entrada na circulação e promovendo, deste modo, a possível manutenção de resposta imunológica eficaz do pa- ciente grande queimado. O agente tópico em questão é o ni- trato de cério a 2,2% associado com sulfadiazina de prata a 1%. Na impossibilidade de escarectomia mecânica precoce realiza-se a chamada “escarectomia química”, desde a entra- da do paciente. A efetividade da imunomodulação e a redu- ção das taxas de mortalidade tardia pelo emprego do nitrato de cério associado à sulfadiazina de prata se reduz gradativa- mente quanto mais retardarmos seu uso local26. (Ver capítulo sobre antimicrobianos tópicos.) Conclusıes Em resumo, o trauma térmico induz à polimerização de um agregado nativo (precursor inativo do LPC), criando determi- nantes antigênicos que passam a ser reconhecidos pelo sis- tema imunológico como não-próprios (non self). O LPC, ao entrar na circulação, leva à imunossupressão realizando fun- ções implicadas na AICD, falência de múltiplos órgãos e a SIRS, já descrita há mais de um século como “inflamação in- terna”3. Uma vez entendida a ação do LPC, em nível de resposta imune, passou-se a procurar opções terapêuticas que pu- dessem minimizar seus efeitos e, conseqüentemente, tentar reduzir as taxas de mortalidade tardia do grande queimado, tanto no que diz respeito à escarectomia precoce com cober- tura imediata, quanto na utilização de agente tópico especi- fica24. Portanto é imprescindível que atuemos cirurgicamente no paciente queimado o mais breve possível, de modo a res- secar a escara e promover adequada cobertura cutânea. En- quanto não é possível realizar o procedimento cirúrgico te- mos, alternativamente, a “escarectomia química” que é capaz de reduzir em 50% as taxas de mortalidade tardia do grande queimado26. ReferŒncias BibliogrÆficas 1. Allgöwer M, Burri C, CuenI L, Engley F, Fleisch H et al. Study of burn toxins. Ann NY Acad Sci 150:807-15, 1968. 2. Allgöwer M, Cueni LB, Stadtler K, Schoenenberger G.A. Burn toxin in mouse skin. J Trauma 13:95-111, 1973. 3. 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