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Resenha crítica apresentada à Faculdade do Noroeste de Minas (FINOM) como requisito parcial de avaliação da disciplina Tópicos Especiais em Trabalho e Educação na Especialização Psicopedagogia.
Orientadora: Profª Mabel Freitas
Feira de Santana
2010
ALVES, Vânia Sampaio. Um modelo de educação em saúde para o Programa Saúde da Família: pela integralidade da atenção e reorientação do modelo assistencial. v.9, n.16, p.39-52, set.2004/fev.2005.
CREDENCIAIS DA AUTORA
A Autora Vânia Sampaio Alves é Psicóloga, doutorada em saúde pública (ISC-UFBA),professora substituta do departamento de saúde coletiva tem escrito teses como:Educação em saúde na atenção médica ao paciente com hipertensão arterial no programa saúde da família. E experiência de violência intra-familiar entre adolescentes em conflitos com a lei.
2 RESUMO DA OBRA
O texto intitulado: Um Modelo de Educação em Saúde para o Programa Saúde da Família: Pela Integralidade da Atenção e Reorganização do Modelo Assistencial está dividido em : Introdução e quatro subtítulos,sob a responsabilidade de uma autora que expõe suas pesquisas fundamentadas em importantes teóricos, teorias , práticas e experiências em educação e saúde, buscando promover reflexões diante das antigas e atuais situações educacionais frente a saúde da família.
Aborda debate de extrema relevância para sociedade brasileira. Na introdução Pinheiro promove uma discussão a cerca da necessidade de um novo sistema de saúde democrático, universal, igualitário, e integral afirmando ser de grande relevância as reflexões críticas da atual situação das práticas de saúde.
Assim, reafirma Paim: para haver a construção do SUS é preciso reorganizar o atual modelo assistencial do país, onde assistência e prevenção caminhem lado a lado de forma a se complementarem. Percebe-se nitidamente que o programa de saúde (PSF) implementado na década de 90 não deu o feedback esperado, pois deveria contribuir para a construção e consolidação do SUS, combinando técnicas e tecnologias, atendendo as necessidades coletivas e individuais dos indivíduos.
Por outro lado os (PSFs) tem aumentado bastante nos últimos tempos, porém, é preciso refletir sobre as práticas educacionais em interface com a saúde no que diz respeito à integralidade da saúde pública com seus usuários.
O primeiro subtítulo denominado: A integralidade e reorientação do modelo assistencial, destaca a abrangência das ações assistenciais do SUS, onde uma de suas principais atividades seria promover a saúde integrada com a prevenção de doenças, no entanto, ao invés de promover a integralidade dos sujeitos envolvidos, tem trabalhado de forma fragmentada, totalmente equivocado no que diz respeito a seu verdadeiro propósito.
A autora sempre coloca em evidencia as práticas e propósitos do SUS e PSFs que seria assistir a comunidade de forma plena, atendendo todas as suas necessidades e integrada de forma igualitária, com assistência domiciliar e ambulatorial.
Neste sentido, é necessário que as políticas públicas invistam mais na prevenção e assistência das famílias, tendo em vista que, os profissionais da saúde atendam os pacientes na sua totalidade, indo além do sofrimento e das doenças. Assim determinadas propostas, só terão funcionalidade com uma nova educação e assistência no sistema de saúde.
Para tanto, é preciso que ajam equipes preparadas para agir de forma interdisciplinar, centrada num novo modelo de assistência, um trabalho mais humano, integral e compromissado, garantindo o direito à saúde e ao bem estar da humanidade.
No segundo subtítulo, denominado Educação em saúde, a autora relata que é necessário criar condições, oferecendo subsídios para obter novos hábitos e condutas de saúde.
Afirma, Mendes (1996) Os serviços de atenção básica precisam apropriar-se de uma tecnologia que envolva conhecimentos ,habilidades e técnicas ,dentre as quais é possível reconhecer a educação em saúde. Neste sentido, o médico deve prestar atenção preventiva, curativa e reabilitadora ,ser comunicador e educador em saúde.
De acordo com Costa (1987, p. 7):
A estratégia da educação em saúde foi regulamentar enquadrar, controlar todos os gestos, atitudes, comportamentos, hábitos e discursos das classes subalternas e destruir ou apropriar-se dos modos e usos do saber estranhos a sua visão do corpo, da saúde, da doença, emfim, do “bom modo de andar a vida”.
Percebe-se que desde a antiguidade as práticas sistemáticas de educação em saúde, voltam-se para as classes subalternas caracterizadas pelo autoritarismo.Evidenciando o discurso biologista ou seja, os indivíduos acusados de falta de higiene ,portanto responsáveis pelo processo de sua saúde-doença.
A partir da década de 40 a saúde apresenta algumas mudanças, mas só na década de 60, percebe-se o apelo, a participação comunitária, camuflando a culpabilidade individual para a coletividade. Durante o regime militar, a educação em saúde correspondeu ao controle sobre os sujeitos, por outro lado, este mesmo regime causou insatisfação na população, reunindo intelectuais e retomando as propostas pedagógicas de Paulo Freire e profissionais de saúde revisando suas práticas a partir da interlocução com as teorias das ciências humanas por um novo projeto a saúde.
Essa insatisfação dos profissionais da saúde com os oficiais provocou movimentos sociais que buscavam romper com a tradição autoritarista.
Afirma Vasconcelos (2001), a iniciativa dos profissionais em inserir-se em serviços de saúde que prestavam assistência as classes populares se deu integrada a projetos mais amplos, dentre os quais predominava a metodologia da educação popular.
A referida metodologia contrapõe-se a passividade usual das práticas educativas tradicionais o usuário é reconhecido como sujeito portador de um saber sobre o processo saúde-doença-cuidado, tendo conhecimento para analisar criticamente a realidade e o aperfeiçoamento das estratégias de luta e enfrentamento.
Nesse sentido sai da concepção restrita do biologicismo e passa a ser concebido como resultante da inter-relação causal entre fatores sociais, econômicos e culturais. Assim o terceiro subtítulo, aborda dois modelos de práticas de educação em saúde, denominados como: Modelo tradicional e modelo dialógico.
O modelo tradicional historicamente hegemônico, focalizando a doença e a intervenção curativa e fundamentada no referencial biologicista do processo saúde-doença, preconiza que a prevenção das doenças prima pela mudança de atitudes e comportamentos higiênicos individuais (Smeke Er Oliveira, 2001;Chiesa Er Veríssimo,2003).
A principal crítica, tem sido a não consideração dos determinantes psicossociais e culturais dos comportamentos de saúde, tomando usuários como objeto das práticas educativas e carentes de um saber sobre a saúde. O modelo dialógico, entretanto, trabalha com perspectiva de sujeitos das práticas de saúde (Ayres, 2001).
De acordo com Briceño-Leon (1996) um modelo dialógico e participativo, todos profissionais e usuários, atuam como iguais ainda que com papeis diferenciados. Percebe-se que o objetivo da educação dialógica é transformar saberes já existentes, visa o desenvolvimento da autonomia e da responsabilidade dos indivíduos, não pela imposição, mas, pelo desenvolvimento da compreensão da situação de saúde.
Concordam L’Abbate(1994) e Smeke Er Oliveira (2001), Todo profissional de saúde é um educador em saúde ,em potencial, sendo condição essencial a sua prática, seu próprio reconhecimento enquanto sujeito do processo educativo bem como, o reconhecimento dos usuários enquanto sujeito em busca de autonomia.
Nesse sentido, o intercambio de saberes tecnico–científicos e populares, profissionais e usuários podem construir de forma compartilhada um saber sobre o processso saúde-doença-cuidado. No último subtítulo a autora fala sobre o modelo de educação em saúde para o programa saúde da família. Inicialmente diz pensar no PSF como estratégia de reorientação do modelo assistencial que sinaliza aruptura com práticas convencionais e hegemônicas, assim como a adoção de novas tecnologias; Uma compreensão ampliada do processo saúde-doença, assistência integral e continuada à família.
Objetivos do PSF:
Humanização das práticas de saúde estabelecendo um vínculo entre profissionais e população;
Democrátização do conhecimento do processo saúde doença e da produção social da saúde;
Desenvolvimento da cidadania, levando a população a reconhecer a saúde como direito;
Estimulação da organização da comunidade para o efetivo exercício do controle social. (Brasil, 1997).
As particularidades da estratégia do PSF remetem a um modelo de educação em saúde que seria mais coerente com os princípios do SUS incorporados pelo PSF particularmente o da integralidade. Nesta perspectiva o modelo dialógico de educação em saúde corresponderia ao modelo mais pertinente para o contexto das atividades do PSF, já que o PSF prevê o desenvolvimento de práticas de educação em saúde, voltadas para a melhoria do auto-cuidado dos indivíduos.
Neste sentido educar para a saúde implica ir além da assistência curativa significa dar prioridade a intervenções preventivas e promocionais. Assim o modelo, conforma-se a proposta da integralidade, favorece o reconhecimento dos usuários enquanto sujeitos portadores de saberes sobre o processo saúde-doença-cuidado e de condições concretas de vida.
Por fim, existe a necessidade da transformação da relação profissional-usuário para a construção de um modelo assistencial alternativo, capaz de acumular experiências contra-hegemonicas. Afirma, Paim (2002, p.363) Faltam evidencias que apontem o PSF como estratégia suficiente eficaz para reorientação dos modelos assistenciais dominantes, ou seja, é fundamental a reformulação dos discursos e das racionalidades subjacentes.
A maioria dos problemas estudados surgem, a partir da falta de educação em saúde, do descaso da saúde pública, pois a mesma é banalizada desde a antiguidade até os dias atuais pelos governantes ,usando métodos autoritários não colocando em ação os verdadeiros propósitos do SUS e dos PFSs que é atender as famílias plenamente ,em sua totalidade. Avalia, Cordeiro (1996) O desenvolvimento de um novo modelo assistencial baseado nos princípios do PSF não implica um retrocesso quanto a incorporação de tecnologias avançadas conforme a compreensão inicial de que o PFS corresponderia a uma medicina simplificada destinada para os pobres ; antes disso, tal proposta demanda a reorganização dos conteúdos dos saberes e práticas de saúde, de forma que estes reflitam os pressupostos do SUS no fazer cotidiano dos profissionais.Admite-se nesta perspectiva que o PSF requer alta complexidade tecnológica nos campos do conhecimento e do desenvolvimento de habilidades e de mudanças de atitudes (Brasil,1997p.9). Pode-se concluir que o texto traz contribuições bastante relevantes para os debates sobre saúde pública mostrando ao cidadão, os seus direitos em relação a saúde.
3 CRÍTICA DA RESENHISTA
O texto reafirma o que vem acontecendo com a saúde pública, são sujeitos totalmente desassistidos, falta tudo; profissionais comprometidos, materiais de qualidade para a boa assistência ao usuário, medicamentos, em fim, falta um ambiente comprometido com a saúde-doença-cuidado dos usuários e políticas públicas que se preocupem e busquem realmente o bem estar da população desde o nascimento até a morte.
Para tanto, é preciso que as políticas públicas se comprometam verdadeiramente com as pessoas como se estivessem cuidando de seus próprios filhos. A saúde da população precisa ser levada a sério, acabar com esse “faz de conta” que os políticos colocam na mídia todo dia, onde afirmam que o atendimento é ótimo, eficiente...
A verdade é que os sistemas de saúde existentes continuam deixando a desejar, e por incrível que pareça, o caos da saúde pública estar longe de terminar.
Com o SUS e os PSFs a saúde tem melhorado, porém, não o suficiente para atender plenamente todas as necessidades da população, é preciso mudar totalmente as práticas ou seja reeducar o modelo de atendimento nos sistemas de saúde para que o cidadão saia satisfeito e melhore sua saúde, não o contrário,como muitas vezes ocorre.
É humilhante procurar um serviço público de saúde no Brasil, os servidores não dão a devida atenção ao paciente, as pessoas se sentem constrangidas e com medo diante de tais situações como erro médico e outros. Isso comprova o quanto a saúde precisa mudar, buscando novos horizontes, novos saberes, novas metodologias, novas teorias-práticas que favoreçam o bem estar total da população, primando pelo respeito,pela igualdade e principalmente pela integralidade do ser humano.
O contexto da saúde pública mostra nitidamente o descaso da qualidade de vida que os governantes impõem ao cidadão. A indignação dos usuários é gritante, tanto dinheiro desviado, e a carência em saúde e educação só aumentam a cada dia. Cadê os políticos sérios?Que promovam atendimentos dignos e democráticos? Será que eles não tem consciência? só tem hipocrisia?
E alguns profissionais que se acham donos do saber, donos dos estabelecimentos públicos,tratam mal os usuários e ao invés de ajudar prejudicam a saúde pública?
Onde estão as políticas públicas que atendam plenamente o cidadão para que sintam orgulho de ser brasileiro?
Será que os governantes não percebem que as pessoas estão morrendo por falta de assistência médica?
Onde está o SUS universal? que atenda as famílias suprindo suas reais necessidades?
Esses e outros questionamentos são feitos diariamente pelos brasileiros,
isso reafirma a atual situação da saúde pública no mundo .
É preciso repensar na hora de votar, pois os políticos que estão no poder não estão agindo em favor da saúde e educação do povo e sim a favor de si mesmo. Para Mendes (1996), os serviços de atenção básica precisam apropriar-se de uma tecnologia de alta complexidade que envolve conhecimentos, habilidades e técnicas dentre as quais é possível reconhecer a educação em saúde.
Portanto, é essencial que aja mudanças urgentes na realidade desse país não mudanças retrogradas, mas sim oportunidades inovadoras que renove a educação em saúde de forma articulada onde o ser humano é tratado com respeito, dedicação e o usuário seja o principal beneficiado

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