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Aula 02 (Hobbes) Como vimos, em Hobbes, o contrato social faz com que os indivíduos abdiquem de sua infinita liberdade e a entreguem a um soberano, que deve garantir suas vidas e uma ordem social segura. Com este acordo, segundo Hobbes, está criada a sociedade e também o Estado. Neste sentido, pergunta -se: a) Quais as finalidades do Estado na visão de Hobbes? R: Para Hobbes o Estado tem três funções: 1. Representar os cidadãos – personificando aqueles que delegaram livremente ao Estado todos os seus direitos e poderes, sendo legitimada a submissão de todos a sua autoridade soberana. 2. Assegurar a ordem – garantindo a segurança de todos, monopolizando o uso da força estatal; 3. Ser a única fonte da lei – porque a soberania, sendo absoluta, dita o que é justo e o que é injusto. Aula 03 (Contratualistas) Caso 1 Na visão de Locke e Rousseau os homens são completamente livres conforme a sua natureza, pelo que são criaturas marcadas pela bondade. Sendo certo que com o surgimento da propriedade e o homem abandona a sua condição natural, pode-se afirmar que a propriedade surge da mesma forma e tem os mesmos efeitos na formação do Estado para ambos os autores? R: Para Locke o direito à propriedade é um direito dos direitos inatos a vida do homem em seu estado de natureza, assim como a liberdade e a faculdade de castigar qualquer ofensa, tendo os homens decidido se unirem em sociedades para protegerem seus direitos naturais (a felicidade, a liberdade, a igualdade e a propriedade), abrindo mão do seu direito natural de fazer justiça com as próprias mãos, para confiar tal direito ao Estado. Para Rousseau, o primeiro que, cercando um terreno, teve a ideia de dizer “isto é meu”, foi o verdadeiro fundador da sociedade civil, onde os homens começaram se tornar avaros, ambiciosos e maus, gerando um estado de guerra, gerando um quadro de desordem que não era interessante para os mais ricos, que propuseram instituir ordenamentos de justiça e paz, nascendo assim a sociedade e as leis. Aula 04 (Território) Considerando a possibilidade das ilhas de Fernando de Noronha deixarem de compor o território brasileiro, é certo que a extensão territorial brasileira será alterada. Com a dita alteração, o mar territorial e o espaço aéreo sofrerão algum tipo de impacto? R: Sim, quando se suprime o território, haverá também redução do espaço aéreo e do mar territorial. Aula 05 (Povo X Nação) Paulo, refugiado de guerra, já vive no Brasil acerca de 20 anos, já tem todos os documentos Brasileiros, já constituiu a sua família (com mulher e um casal de filhos) tem emprego fixo, mas não pensa em se naturalizar brasileiro. Quando questionado a esse respeito, ele afirma ser grato ao Brasil, mas que não se sente brasileiro. Diante do caso de Paulo, é possível identificar uma distinção entre o conceito de povo e o conceito de nação? R: Povo pode ser entendido como o conjunto de indivíduos que em um dado momento se unem para constituir o Estado, estabelecendo um vínculo jurídico permanente, de onde surge o que denominamos de nacionalidade, que capacita esses indivíduos a se tornarem cidadãos. Nação se refere a uma coletividade que se sente unida pela origem comum, pelos laços linguísticos, culturais ou espirituais, por interesses, ideais e aspirações comuns não tendo no território um elemento essencial. Nesse caso, Paulo faz parte do povo brasileiro, pois embora não possua a nacionalidade brasileira, ele possui um vínculo jurídico com o Estado por possuir os documentos necessários para o exercício da cidadania. Aula 06 (Soberania) O conceito de soberania é teoricamente bastante complexo e tem variado no decorrer do tempo, suscitando uma grande quantidade de acepções conceituais. Podemos, de qualquer forma, extrair que se trata de um termo que designa o poder político no Estado Moderno estando expresso em praticamente todas as constituições modernas. A Constituição brasileira tem alguns dispositivos (no caso os art. 4º e 14) que fazem tal referência, senão vejamos: Art. 4º A República Federativa do Brasil rege-se nas suas relações internacionais pelos seguintes princípios: I - independência nacional; (...) III - autodeterminação dos povos; IV - não-intervenção; V - igualdade entre os Estados; (...) Art. 14. A soberania popular será exercida pelo sufrágio universal e pelo voto direto e secreto, com valor igual para todos, e, nos termos da lei, mediante: I - plebiscito; II - referendo; III - iniciativa popular. (...)? (grifo nosso) Diante do acima exposto, pergunta-se: a) Diante do que está expresso no Art. 4º da Constituição Federal, é possível afirmar que o Brasil deve considerar que a soberania sempre exterioriza a supremacia estatal? R: Sim, pois somente os Estados são dotados de soberania, representando a plenitude da capacidade de direito em relação aos demais poderes dentro do Estado. A soberania possui o atributo do Estado não se submeter as vontades estatais estrangeiras (art. 4º, IV da C.F.88), consistindo na capacidade de subsistência por si da ordem jurídica estatal, não depende quanto a sua validade de qualquer outra ordem jurídica (art. 4º, I da C.F.88), reconhecendo que no plano internacional impera a lógica da igualdade entre os diversos Estados (art. 4º, V da C.F.88). Aula 07 (Federação X Confederação) Considere a hipótese: O Premier da Alemanha propõe que a Comunidade Europeia se transforme em uma federação enquanto que o Premier da França contrapropõe que ela se transforme em uma confederação. Ambos querem estabelecer um vínculo jurídico, entre aqueles estados europeus, mais forte que o Tratado de Maastrich. Do ponto de vista da natureza dos vínculos jurídicos propostos, o que os diferenciaria? R: Federação é a união instituída entre estados independentes para formar uma única entidade soberana, sendo o pacto federativo indissolúvel. Confederação é uma associação de Estados soberanos, normalmente criada por meio de tratados internacionais, sendo que nas confederações os Estados constituintes não abandonam a sua soberania, sendo o pacto confederal dissolúvel. Aula 08 (Monarquia X Presidencialismo) Após superar uma ditadura e iniciar um processo de redemocratização determinado país “P” resolve elaborar uma nova constituição. Embora estivesse definido que se organizariam pela via federativa, houve uma divisão política quanto à forma de governo a ser assumida: por um lado, os mais tradicionalistas requerendo o retorno à monarquia que deu origem ao surgimento do país no Século XVIII; e, por outro lado, os que defendem uma república de viés democrático, evitando estabelecer qualquer resquício personalista ao poder. A disputa se acirra e o representante da Família Real, figura carismática e bastante conhecido entre a população local, percebendo que os constituintes estão inclinados a estabelecer a forma de governo republicana, passa a defender que a constituição preveja uma forma monárquica com eleições para rei, sendo que o eleito deve governar com mandato fixo de seis anos, além de responder politicamente pelos seus atos. Pergunta-se: a) A proposta do representante da família real faz algum sentido sob a perspectiva da teoria política atualmente estudada? R: Não, pois são característica da monarquia a hereditariedade, a vitaliciedade, a não-representatividade popular, a irresponsabilidade (ausência de prestação de contas), logo o exercício da função do monarca não decorre da escolha popular. O que o representante da família real está propondo é uma forma de governo republicana, que tem como características o acesso ao poder através do voto, a permanência limitada por meio de mandato fixo e a responsabilizaçãodo governante. b) A Constituição brasileira de 1988 permitiria uma modificação (emenda constitucional) com a finalidade de alterar a forma de governo republicana pela forma monárquica? Pesquise e responda. R: A atual constituição brasileira não classifica a forma de governo como clausula pétrea, o que possibilita a sua alteração por meio de emenda constitucional. Aula 09 (Presidencialismo X Parlamentarismo) Leia a notícia abaixo, divulgada em http://g1.globo.com/am/amazonas/noticia/2015/06/cunha-defendedebate-para- trocar-presidencialismo-por-parlamentarismo.html. (29/06/2015) Cunha defende debate para trocar presidencialismo por parlamentarismo. Para presidente da Câmara, sistema presidencialista está em 'crise'. Ele citou que, no parlamentarismo, chefe de governo pode ser destituído. (Nathalia Passarinho - Do G1, em Brasília) O presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), defendeu nesta segunda- feira (29), em visita à Assembleia Legislativa de Manaus, que o Brasil debata a possibilidade de mudar o atual sistema presidencialista pelo parlamentarismo- sistema pelo qual o chefe de governo (primeiro-ministro) é eleito pelo parlamento e pode ser destituído antes do término do mandato (...). Nós vivemos uma crise de presidencialismo. Uma crise na qual, se o sistema fosse parlamentarista, seria muito mais fácil de ser resolvida. O presidencialismo implica que você elege o governante e depois só na próxima eleição você tem condições de rever sua posição", disse. (...) Diante da reportagem acima apresentada, procure responder as seguintes questões: a) Por que razão o Presidente da Câmara afirmou que no sistema parlamentarista o Primeiro -Ministro pode ser destituído antes do término do mandato? R: No Parlamentarismo o Executivo (Chefe de Governo e seu Gabinete) dependem da aprovação do Poder Legislativo (Parlamento) para se manterem no poder, por isso, a destituição do Poder Executivo pode ocorrer a qualquer momento, a partir de um voto de desconfiança do parlamento, motivado por um descontentamento com as decisões políticas do Poder executivo, portanto, se diz que o Poder Executivo tem responsabilidade política, pois mesmo não cometendo nenhum crime, comum ou político, podem ser destituídos da função executiva do país a partir do voto de desconfiança ou de uma Moção de censura. Logo é correto afirmar que o prazo do mandato do Poder executivo é indeterminado. b) Estaria correta a afirmação do Presidente da Câmara quando afirma que no presidencialismo ao se eleger o governante, somente na eleição seguinte o povo teria condições de rever sua posição? Pesquise e responda de forma fundamentada. R: A afirmação está parcialmente correta, pois mesmo não existindo a destituição pelo Congresso Nacional a partir de um voto de desconfiança ou moção de censura existe o chamado impeachment, no qual o chefe do executivo pode ser destituído do cargo se condenado por crime político. c) O que é o recall? O Brasil adota este instituto? R: Recall é um instrumento jurídico da democracia direta ou participativa, consagrando-se o direito de revogação da representação política e possibilitando a correção de rumo em caso de erro de escolha no período das eleições, o que não é adotado pelo Brasil. Aula 10 (Democracia) Após inúmeras manifestações populares exigindo ampliação de participação dos cidadãos no processo político do País “P”, os governantes, assustados com tais eventos, dão início a uma reforma política que tem por objetivo alterar algumas regras estabelecidas na Constituição de “P”. Nesta, atualmente, há previsão para que apenas os homens com idade igual ou superior a 21 anos possam votar, sendo que a proposta é a de que o voto seja passível de ser exercido por homens e mulheres com idade igual ou superior a 18 anos. Além desta alteração outras mais poderão ser propostas pelos atuais parlamentares, que, simbolicamente, representam a vontade do povo de “P”? Diante do quadro apresentado, e considerando a leitura de seu livro de Ciência Política, responda: a) A alteração da idade mínima para exercício do voto pode ser considerada uma medida que amplia o grau de democracia de “P”? R: Sim, pois uma maior inclusão no número de participantes é um dos critérios relevantes para medir o grau de democracia. b) A vontade popular manifestada por meio de parlamentares é admitida dentro de um quadro teórico democrático? Se sim, seguindo que modelo de democracia, a dos antigos ou a dos modernos? Justifique. R: Sim, segue a democracia dos modernos, que se fundamenta em um sistema de controle e limitação, com base na transmissão representativa do poder do povo a seus representantes, que passam a exercer mandatos políticos, representando a vontade do povo. A democracia dos antigos só seria observável se os próprios cidadãos pudessem, por si só, apresentar, discutir e aprovar suas propostas, seguindo o modelo de participação direta. c) A manifestação nas ruas pode ser considerada como exercício democrático ou a democracia somente deve ser reconhecida pela manifestação institucional do voto? Justifique sua resposta. R: Sim, trata-se de uma forma de participação direta, onde o povo demonstra a sua vontade através de movimentos coletivos. Aula 11 (Autocracia) Recentemente em http://g1.globo.com/jornal-nacional/noticia/2014/03/golpe- militar-de-1964-completa-50- anos-relembre.html foi publicada a seguinte manchete em conhecido meio de comunicação: ? Golpe militar de 1964 completa 50 anos; foi o início de uma ditadura militar de duas décadas no Brasil. Especialistas contam como ocorreu a tomada do poder do país pelos militares. Como tivemos a oportunidade de estudar na disciplina História do Direito Brasileiro, o golpe militar que deu início a uma ditadura que perdurou por 21 anos no Brasil ocorreu em um contexto histórico de Guerra Fria, com disputa entre americanos e soviéticos por áreas de influência. Neste sentido pergunta-se: a) o regime militar implantado em 1964 pode ser classificado como um regime autocrático? Justifique. R: Sim, pois foi uma ditadura que limitou o exercício das liberdades políticas e os direitos fundamentais, podendo ser classificado com autocrático, mais especificamente como um regime autoritário. O poder autocrático é exercido sem maiores limitações, já que a autoridade do dominador possui poucas barreiras institucionais que o impeçam de agir em conformidade com sua própria vontade. b) Em relação ao Golpe de 1964, ocorrido em um quadro de disputas por áreas de influência e lutas ideológicas entre Estados Unidos e União Soviética, é-nos possível afirmar que os norte-americanos representaram a defesa do regime liberal-democrático, enquanto os soviéticos representavam a defesa das posições socialistas de cunho autoritário? Justifique. R: Não, pois não há uma relação obrigatória entre regime capitalista e democracia e regime socialista e autoritarismo. No caso em análise, os EUA apoiaram a implantação do regime militar de 1964 no Brasil bem como apoiaram a implantação de inúmeros regimes autoritários na América Latina, assim, regimes autoritários podem ser vivenciados tanto em regimes socialistas, como em regimes capitalistas. c) Pode-se dizer que o Brasil vivenciou a experiência totalitária no decorrer do regime militar de 1964? Justifique. R: Não, embora tanto o autoritarismo como o totalitarismo sejam regimes autocráticos, eles não podem se confundir entre si. No totalitarismo os exercentes do poder buscam submeter a vida do cidadão a autoridade absoluta do estado, tendo como características a existência de uma ideologia oficial, a existência de partido único, o controle policial da população, a monopolização de todos os meios de informação e das forças armadas e a direção centralizada da economia.No caso da ditadura de 1964, embora possamos identificar a existência de controle policial da população, forte censura sobre os meios de comunicação e algum grau de intervenção na economia, não houve uma ideologia oficial do regime, além de haver o bipartidarismo e havia um ambiente de razoável liberdade econômica, embora as liberdades individuais e as liberdades políticas tenham sofrido grande restrição, logo podemos classificar o regime como autoritário. Aula 16 (Soberania, Nação e Território) FIGURA 1 FIGURA 2 Nesta Aula 16 foram analisados alguns temas ligados à fragmentação quantitativa e qualitativa da soberania estatal em tempos de intensa globalização. No que se refere aos cartoons acima, pergunta-se: a) Na figura 1, qual a relação que a ilustração sugere haver entre globalização e relativização da soberania? R: A ilustração faz referência ao poder das empresas transnacionais e sua interferência no processo de soberania interna. Isto porque algumas decisões fundamentais a serem tomadas pelos governos, em razão dos interesses econômicos em jogo, não podem deixar de levar em conta as exigências dessas empresas. Nesse sentido, ao abdicarem de exercer a vontade estatal em toda sua plenitude, os Estados nacionais acabam por reconhecer que sua soberania é relativizada pelos interesses paralelos aos do próprio Estado. b) No que se refere à Figura 2, é possível afirmar que a mesma representa um bom exemplo ideia de fragmentação da soberania estatal? Justifique. R: A fragmentação quantitativa, com o reconhecimento de inúmeros novos países na região da antiga Iugoslávia é um bom exemplo da fragmentação da soberania estatal, pois o poder central soberano foi fragmentado em vários territórios em razão das diferentes afinidades culturais e religiosas mantidas pelas diversas nações que habitavam um mesmo território, dando origem a diversos novos Estados.
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