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* * * Curso de Farmácia Farmacotécnica I Prof. Ana Lúcia V. Villa CURSO DE FARMÁCIA - FARMACOTÉCNICA I DRÁGEAS E COMPRIMIDOS REVESTIDOS 01 DRÁGEAS E COMPRIMIDOS REVESTIDOS Histórico Ano 900: Revestimento de pílulas com mucilagem (médico persa Rhazés) Ano 1030: Pílulas revestidas com folhas de ouro e de prata (Avicena, médico árabe) 1771: Revestimento de pílulas vermífugas com açúcar (Dr. Ryan e Dr Anderson – USA) 1837: 1° patente de um processo de revestimento de pílulas com açúcar (Fortin) 1884: Revestimento de pílulas com queratina, que as poderia tornar gastro-resistente (UNNA) 1953: 1° produto farmacêutico fabricado por Film Coating comercializado 1959: Novo método de revestimento, por suspensão do material a envolver numa corrente de ar (WURSTER) * * * CURSO DE FARMÁCIA - FARMACOTÉCNICA I DRÁGEAS E COMPRIMIDOS REVESTIDOS 02 Vantagens do revestimento: Mascarar odor ou sabor desgradável Evita a ação emética ou irritante de algumas subst. Controlar a liberação do fármaco (gastro-resistente, retardamento) Fácil deglutição (arestas arredondadas) Melhora a estética do produto (Marketing) Melhora a estabilidade Evitar incompatibilidades entre os componentes Impedir a formação de pós e facilitar a embalagem Este tipo de processamento tecnológico pode ser realizado em comprimidos, cápsulas, grânulos, pílulas ou qualquer outra forma farmacêutica sólida. Tipos de revestimento: Convencional com açúcar (drageamento) Eletrostático (pouco difundido) Por compressão (revestimento à seco) Por película (film – coating) * * * CURSO DE FARMÁCIA - FARMACOTÉCNICA I DRÁGEAS E COMPRIMIDOS REVESTIDOS 03 REVESTIMENTO CONVENCIONAL COM AÇÚCAR - DRAGEAMENTO Processo artesanal e demorado, que tende a ser substituído pelo revestimento de película. Realizado em turbinas convencionais (ângulo – 25°, velocidade – até 30 rpm, anteparos, insuflamento e exaustão). Aumento de peso e espessura significantes (cerca de 20 – 50%). Se divide em 3 fases: FASE 1: Camada isolante (facultativa) Camada elástica Camada alisante FASE 2: Adição de xarope simples (corado ou não) FASE 3: Polimento * * * CURSO DE FARMÁCIA - FARMACOTÉCNICA I DRÁGEAS E COMPRIMIDOS REVESTIDOS 04 FASE 1: CAMADA ISOLANTE Para comprimidos contendo subst. higroscópicas, impedindo a sua alteração pelo contato com a umidade. Proteger subst. medicamentosas de incompatibilidades entre si e oxidações. Produz comprimidos gastro-resistentes. Subst. Isolantes: PVP, goma laca, acetoftalato de celulose, acetato de polivinila. CAMADA ELÁSTICA Tornar o comprimido arredondado e unir o revestimento de açúcar a superfície do comprimido. Produz elasticidade e resistência as drágeas. Adição de um xarope que contém gelatina ou PVP Após aplicação se adiciona um lubrificante (talco) CAMADA ALISANTE Tornar lisa a superfície das drágeas. Utiliza-se soluções açucaradas como: carbonato de cálcio, talco, açúcar e água. * * * CURSO DE FARMÁCIA - FARMACOTÉCNICA I DRÁGEAS E COMPRIMIDOS REVESTIDOS 05 FASE 2 Adição de xarope diluído feito a frio para se obter coloração branca na drágea. Para drágeas coloridas: 0,5 a 1,0% de corante solúvel (indústria de alimentos). FASE 3 Etapa de polimento das drágeas. Uso de ceras naturais ou sintéticas diluídas em solventes orgânicos como éter etílico ou etanol. Uso de turbinas especiais (de polimento – revestida de camurça ou flanela). Formulação: Cera branca ……………. 3,0 g Cera de carnaúba …….. 6,0 g Solvente q.s.p. ………… 400 ml * * * CURSO DE FARMÁCIA - FARMACOTÉCNICA I DRÁGEAS E COMPRIMIDOS REVESTIDOS 06 REVESTIMENTO POR COMPRESSÃO Vantagens: Processo sem umidade, água ou solvente (para fármacos sensíveis à umidade) Possibilidade de gravação Superfície e volume uniformes Separa fármacos incompatíveis Possibilidade de revestimento entérico Desvantagens: Investimento grande em equipamentos, por isso é um processo pouco utilizado Operação mecânica complexa Velocidade de produção limitada * * * CURSO DE FARMÁCIA - FARMACOTÉCNICA I DRÁGEAS E COMPRIMIDOS REVESTIDOS 07 REVESTIMENTO POR PELÍCULA São produzidos por compressão e revestidos por uma fina camada de polímero hidrossolúvel ou não, formando um filme sobre eles. Vantagens em relação ao drageamento: Mantém a gravação dos comprimidos (quando necessária). Redução do tempo de processo, custo de material e mão de obra. Eficiência contra problemas de umidade, luz, oxigênio (mais duráveis). Aumento pequeno de peso (2 – 5%) quando comparado ao de açúcar (20 – 50%), permitindo aumento do tamanho de lote. Possibilidade de automação. Utilização de películas funcionais. * * * CURSO DE FARMÁCIA - FARMACOTÉCNICA I DRÁGEAS E COMPRIMIDOS REVESTIDOS 08 FATORES QUE INFLUENCIAM PARA A FORMAÇÃO DE UMA BOA PELÍCULA DE REVESTIMENTO NÚCLEO (características) Físicas: Superfície adequada (lisa, uniforme e não porosa) Resistência mecânica (dureza superior a 5 Kgf e friabilidade < 1%). Resistência ao calor. Afinidade entre o núcleo e o líquido de revestimento. Geométricas: Forma e tamanho adequados. As formas planas não são adequadas. Os formatos curvos são os mais adequados (convexa) É possível revestir comprimidos oblongos. Núcleo Solventes Cargas e pigmentos Formadores de película (Filmógenos) Plastificantes * * * CURSO DE FARMÁCIA - FARMACOTÉCNICA I DRÁGEAS E COMPRIMIDOS REVESTIDOS 10 FORMADORES DE PELÍCULA (FILMÓGENOS) Geralmente são polímeros e podem ser classificados segundo sua função. EM FUNÇÃO DA SOLUBILIDADE: Gastro – solúveis Gastro – resistentes (entero solúveis) EM FUNÇÃO DA CLASSE QUÍMICA: Derivados da celulose Derivados do ácido metacrílico (EUDRAGIT®) Derivados vinílicos (PVP) EM FUNÇÃO DO SOLVENTE: Solúveis em solvente orgânicos Solúveis em água Emulsão aquosa do polímero * * * CURSO DE FARMÁCIA - FARMACOTÉCNICA I DRÁGEAS E COMPRIMIDOS REVESTIDOS 11 SOLVENTES O polímero deve ser solúvel no solvente. O solvente não deve solubilizar o núcleo. Deve ser volátil (rápida secagem). Insípido, inodoro e incolor. Solventes mais utilizados: álcool etílico e isopropílico, cloreto de metileno, acetona e água. Misturas também são utilizadas. Baixa viscosidade (< 300 cps). Avaliar os fatores de segurança (solventes orgânicos são tóxicos e inflamáveis). A tendência mundial é a utilização de água (mais seguro, atóxico, baixo custo ecológico e fácil de limpar) * * * CURSO DE FARMÁCIA - FARMACOTÉCNICA I DRÁGEAS E COMPRIMIDOS REVESTIDOS 12 PLASTIFICANTES Dar flexibilidade e elasticidade ao revestimento, proporcionando durabilidade (impede aparecimento de fendas). Temperatura de transição vítrea (Tg): faixa de temperatura na qual há uma alteração nas propriedades físicas do polímero (alteração na mobilidade macromolecular). Tg > Ttrabalho = polímero duro, inflexível, quebradiço. Com a adição do plastificante: Tg < Ttrabalho = filme flexível e resistente. Ex: O cloreto de polivinila é um polímero rígido a temperatura ambiente, Tg = 80°C. Após adição do plastificante: Tg = 50°C. Devem ser compatíveis com o solvente de escolha. Concentração em relação ao polímero de até 50% p/p. Exemplos de plastificantes: Glicerina, Propilenoglicol, Polietilenoglicol, Trietilcitrato, Dibutilftalato e Subacetato de dibutila. * * * CURSO DE FARMÁCIA - FARMACOTÉCNICA I DRÁGEAS E COMPRIMIDOS REVESTIDOS 13 CARGAS E PIGMENTOS Antiaderentes (talco e estearato de magnésio) Opacificantes (dióxido de titânio) Antiespumantes. Corantes Utiliza-se os corantes solúveis e os insolúveis (lacas de alumínio e óxidos de ferro). Concentração de uso de até 2%. Grau farmacêutico. Autorização para utilização no Brasil. Devem ser estáveis Devem ser compatíveis com o solvente e o polímero. * * * CURSO DE FARMÁCIA - FARMACOTÉCNICA I DRÁGEAS E COMPRIMIDOS REVESTIDOS 14 REVESTIMENTO GASTRO RESISTENTE Vetorização Evita a decomposição do fármaco pelo suco gástrico. Ex: Didanosina. Protege a mucosa gástrica de ações irritantes. Ex: diclofenaco de sódio. Mecanismos: polímeros ácidos protonizados, subst. sofrem ação de enzimas intestinais (hidrólise enzimática) ou por absorção de água. Exemplos de filmógenos: Goma laca, Acetoftalato de celulose, Derivados do ác. Metacrílico (Eudragit), ácidos graxos (Mirístico). * * * CURSO DE FARMÁCIA - FARMACOTÉCNICA I DRÁGEAS E COMPRIMIDOS REVESTIDOS 16 SISTEMA DE PISTOLAS PARÂMETROS: DISTÂNCIA: Curta: menor área de cobertura sobre a cama de comprimidos. Alta: requerer uma menor energia para evaporar a água. A área de cobertura dependerá da viscosidade da solução de revestimento, pressão de atomização, fluxo do spray e distância da pistola REGULAGEM: Não deve haver sobreposição Distância entre as pistolas: 20 cm Distância da pistola dos comprimidos: ~ 20 cm * * * CURSO DE FARMÁCIA - FARMACOTÉCNICA I DRÁGEAS E COMPRIMIDOS REVESTIDOS 18 TURBINA PERFURADA
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