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TOXICOLOGIA DE AGROTÓXICOS Adaptado de: Rilton Alves de Freitas – Toxicologia dos Agrotóxicos CLASSIFICAÇÃO TOXICOLÓGICA Classe 1 A: Extremamente tóxico. Algumas gotas podem matar uma pessoa. DL 50 oral (mg/Kg) < 5 Classe 1 B: Altamente tóxico. Algumas gotas a uma colher de chá podem matar uma pessoa. DL 50 oral (mg/Kg) 5 - 50 Classe 2: Medianamente tóxico. Uma colher de chá a duas colheres de sopa podem matar. DL 50 oral (mg/Kg) 50-500 Classe 3: Pouco tóxico. Há necessidade de duas colheres de sopa a dois copos para serem letais a uma pessoa. DL 50 oral (mg/Kg) 500- 5000 Classe 4: Muito pouco tóxicos. Há necessidade de dois copos a um litro para serem letais. DL 50 oral (mg/Kg) > 5000 INSETICIDAS: ORGANOCLORADOS Ex:. Lindano (hexaclorocilcoexano); DDT; Aldrin e Dieldrin (ciclodienos); Usos do produto: inseticida e acaricida Vias de absorção usual: oral, respiratória e dérmica; •Toxicodinâmica: • Atuam sobre a membrana neuronal e axonal; principalmente lentificando o fechamento dos canais de sódio; • Interferem no metabolismo de serotonina, noradrenalina e acetilcolina. • ASPECTOS TOXICOLÓGICOS : • ação sobre o sistema nervoso central em casos agudos. •Estimulante das enzimas microssomais hepáticas em casos crônicos. •Armazenamento em tecidos adiposos e altamente cumulativos. • Cefaléia persistente, • Contrações musculares, • Tremores, • Convulsões, • Parestesias (língua, lábio, face e mãos), • Perturbações no equilíbrio, • Perda do apetite, • Hepatomegalia, • Lesões hepáticas e renais, • Pneumonite química (insuficiência respiratória). Ciclodienos (neurotóxicos) ORGANOCLORADOS QUADRO CLÍNICO Hipertermia por organoclorados (DDT) DIAGNÓSTICO LABORATORIAL • Concentração no sangue por cromatografia de fase gasosa TRATAMENTOS • Tratamento sintomático. • Nos casos de excitação neurológica, diazepínicos e fenitoína. • Antibióticos e corticosteróides nas pneumonites químicas. Algumas informações sobre os produtos organoclorados • grande persistência no meio ambiente; • armazenam-se por toda a vida no organismo vivo em tecido adiposo devido sua lipossolibilidade; • DDT (diclorodifeniltricloroetano) e BHC (hexaclorobenzeno) foram utilizados tanto na agricultura como em campanhas de saúde pública no mundo inteiro como estratégia de combate e erradicação de grandes endemias como a malária e particularmente no Brasil, a Doença de Chagas; DDT: 4 a 30 anos Aldrin: 1 a 6 anos Heptacloro: 3 a 5 anos Lindano: 3 a 10 anos Clordano: 3 a 5 anos •já em 1948 estudos constatavam presença de DDT em tecido adiposo humano •leis que impuseram restrição a uso desses produtos no país portaria 329 de 02-09-85. Éric, aqui é o vídeo, ok? ORGANOFOSFORADOS Usos: inseticidas e acaridas. • Vias de absorção: oral, respiratória e dérmica. • Toxicodinâmica: inibidores da colinesterase. TOXICIDADE AGUDA SINDROME TÓXICA INTERMEDIÁRIA • Ocorre de 24 a 96 horas após a intoxicação; • Fraqueza muscular: músculos do pescoço, respiração e membros; • Tratamento UTI; SINDROME TÓXICA TARDIA • Dias a semanas após a intoxicação inicial; • Inibição da Estearase Alvo Neuropática; • Fraqueza muscular, hipertonia e hiperreflexia; • Polineuropatia motora > tetraplegia; • Tratamento meses a anos; ORGANOFOSFORADOS-EXAME LABORATORIAL • EXAME: dosagem de acetilcolinesterase • TRATAMENTO: atropina em dose variável por tempo indeterminado, retirada lenta, gradual. (0,5 mg/10 min) • Pralidoxima em dose fixa por 3 dias em média. (200 mg/10 mL a 1 mL por min) CARBAMATOS • Inibidores reversíveis da acetilcolinesterase • ACÚMULO DE ACETILCOLINA • ESTIMULAÇÃO MUSCARÍNICA • ESTIMULAÇÃO NICOTÍNICA • ESTIMULAÇÃO DO S.N.C. • DA MESMA FORMA QUE OS ORGANOFOSFORADOS CARBAMATOS QUADRO CLÍNICO • As mesmas manifestações clínicas da intoxicação por organofosforados. • Menor duração que organofosforados, raramente ultrapassando 3 dias. • Embora de curta duração as intoxicações podem ser tão graves quanto aquelas do organofosforados. Ex. Aldicarb CARBAMATOS-EXAME LABORATORIAL E TRATAMENTO • EXAME: Dosagem de acetilcolinesterase • TRATAMENTO: atropina em dose variável por tempo indeterminado, retirada lenta gradual. • NÃO USAR PRALIDOXIMA INSETICIDAS PIRETRÓIDES : • Piretrinas: inseticidas naturais extraídos de flores do gênero Chrysanthemun. •Indústria desenvolveu a piretrina sintética, estável a exposição a luz e com uso como praguicida. Vias de absorção: oral, respiratória e dérmica. • São substâncias com potencial alergizante: asma e bronquite – principalmente em crianças. • São os inseticidas domésticos mais usados. • MECANISMO DE AÇÃO: ação excitatória intensa do S.N.C.; doses altas acarretam hipersensibilidade aos estímulos excitatórios em nervos periféricos SINTOMAS E SINAIS CLÍNICOS • tremores, hipersensibilidade, hiperexcitabilidade, câimbras musculares e convulsões. • salivação excessiva, lacrimejamento, hipersecreção nasal, hipersensibilidade, distúrbios sensoriais cutâneos (formigamento, entorpecimento e sensação de queimação), irritação cutânea, cefaléia intensa, perda do apetite, fadiga, tonturas, perda da consciência, câimbras musculares e convulsões SINTOMAS E SINAIS CLÍNICOS Piretrinas Classe I: Aletrina, permetrina, piretrina, resmetrina. Efeitos neurológicos de origem periférica como tremores, espasmos, incoordenação e prostação Piretrinas Classe II: Cipermetrina, deltametrina, fenvalerato. Efeitos neurológicos de origem central como salivação, movimentos irregulares, convulsões, sensibilidade aumentada DIAGNÓSTICO LABORATORIAL • Resíduos no sangue periférico por cromatografia fase gasosa ou HPLC. TRATAMENTOS • Medicação de apoio conforme os sintomas e sua intensidade, anti-histamínicos, diurese alcalina provocada, hemodiálise, diazepínicos e fenobarbital. Acetato de tocoferol pode ser útil para previnir lesões cutâneas (uso tópico). HERBICIDAS Paraquat: Uso: herbicida Vias de absorção: principalmente via oral Aspectos toxicológicos: fibrose e parenquimatização pulmonar PARAQUAT • FORMA RADICAIS SUPERÓXIDOS E RADICAIS HIDROXILA QUE REAGEM COM LIPÍDEOS DAS MEMBRANAS CELULARES, PROTEÍNAS, ENZIMAS E MOLÉCULAS DE DNA. •HÁ DESARRANJO DE TODAS AS FUNÇÕES CELULARES E MORTE. • HERBICIDA DE GRANDE POTÊNCIA TÓXICA E MUITO SOLÚVEL EM ÁGUA PARAQUAT – QUADRO CLÍNICO • MANIFESTAÇÕES LOCAIS COM ESTOMATITE GASTROENTEROCOLITE • PERÍODO DE SILÊNCIO CLÍNICO QUE PODE DURAR DE 3 A 4 DIAS. • FALÊNCIA SIMULTÂNEA DE VÁRIOS ÓRGÃOS E MORTE RÁPIDA, EM POUCOS DIAS. • Evolução com insuficiência de vários órgãos, simultâneamente ou não, com duração de semanas, havendo recuperação, ou óbito por fibrose pulmonar. • Todos os casos de intoxicação são considerados graves. PARAQUAT – EXAME LABORATORIAL • PODE SER DOSADO NO SANGUE E NA URINA • DOSAGEM DE ENZIMAS HEPÁTICAS • RADIOGRAFIA DE TÓRAX • MONITORIZAÇÃO RESPIRATÓRIA PARAQUAT – TRATAMENTO • TERRA DE FÜLLER OU CARVÃO ATIVADO • HEMODIÁLISE OU HEMOPERFUSÃO • OXIGÊNIO PODE POTENCIALIZAR OS EFEITOSTÓXICOS-USAR COM CAUTELA. • CORTICOSTERÓIDES, VITAMINA C, VITAMINA E. PENTACLOROFENOL • Apresenta contaminantes indesejáveis como TCDD • TCDD DL50 de 1 g/kg, teratogênico, dermatites acneiformes • Toxicidade do pentaclorofenol:debilidade, anorexia, perda de peso, sudorese, hipertermia 42,2oC (morte após 3 h) • Pancreatite, glicemia aumentada e glicosúria. Coloração amarela da pele e das conjuntivas (por ação direta do produto). Yuschenko • TOXICODINÂMICA: provoca desacoplamento da fosforilação oxidativa aumentando o metabolismo basal • DIAGNÓSTICO LABORATORIAL • Pesquisa de compostos no sangue e na urina. • TRATAMENTOS • Não provocar vômito, carvão ativado e lavagem gástrica, catárticos. Banhos com água fria, oxigenoterapia, restabelecer eletrólitos. Tratar as convulsões, hipotensão arterial, hipertermia e metemoglobinemia. GLIFOSATO USOS • Herbicidas VIAS DE ABSORÇÃO • Oral e dérmica ASPECTOS TOXICOLÓGICOS • Irritante dérmico e ocular. Pode causar danos hepáticos e renais, quando ingerido em doses altas. SINTOMAS E SINAIS CLÍNICOS • Dermatite de contato. • Síndrome tóxica apos ingestão de doses altas:
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